5 resultados para Teatro Teses

em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul


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Nos anos 50 e 60 a vontade de superao do arcaico rumo ao moderno, no Brasil, ganhou expresso na Ideologia do Desenvolvimento. Tratava-se de acreditar que atravs das idias e da divulgao destas seria possvel promover no povo brasileiro uma mentalidade que fosse compatvel com a modernidade. Ainda no governo de Caf Filho, foi criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), rgo financiado pelo Ministrio da Educao para tecer e debater esta ideologia. Mas, entre a ideologia do governo e a dos setores da sociedade brasileira que de algum modo foram influenciados por ela, havia uma diferena no uso de conceitos. Os conceitos chaves da Ideologia do Desenvolvimento so nao, povo, revoluo e imperialismo. Na presente dissertao, procurei mostrar como estes conceitos eram usados em peas de teatro do Centro Popular de Cultura da Unio Nacional dos Estudantes (CPC da UNE). Mesmo no assumindo diretamente a Ideologia do Desenvolvimento, o CPC da UNE fez uso de seus conceitos em suas peas. Houve mesmo uma aproximao entre o CPC e o ISEB, proporcionado pela publicao dos Cadernos do Povo Brasileiro, distribudos pelo primeiro que os encomendou ao segundo. Entretanto, as peas cepecistas, embora influenciadas pela idia de desenvolvimento e pelo clima de progresso industrial, nem por isso foram reprodutoras dos conceitos de povo, nao, revoluo e imperialismo do ISEB. Ao contrrio, significaram muitas vezes uma ruptura. No conceito de revoluo brasileira, por exemplo, no geral, os isebianos acreditavam na necessidade de uma revoluo burguesa pacfica a partir da aliana das classes operaria e burguesia nacional. Em contraste, no CPC, atravs de peas 6 como A mais valia vai acabar, seu Edgar, a aliana entre burguesia e operariado contestada, vide a incompatibilidade de interesses.

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Esta pesquisa investiga a colocao pronominal em duas verses da pea A Viva Pitorra, de Joo Simes Lopes Neto, tendo por perspectiva problematizar o texto teatral como fonte de estudos da sociolingstica variacionista em funo do carter oral e coloquial atribudo a estes textos, tanto pela lingstica, como pela crtica teatral e literria. Temos como hiptese geral que os arranjos promovidos na colocao pronominal na segunda verso da pea refletem uma reescrita orientada para a variedade falada, indicando, por extenso, o comportamento de prclises e nclises no plano geral da lngua e a sensibilidade lingstica do autor no s para a linguagem em uso, mas tambm para a fora coercitiva da norma gramatical. Como hipteses especficas, temos que 1) a ocorrncia de prclises e nclises na pea reflete as caractersticas do portugus falado no Brasil e que 2) sobre as formas enclticas, atua fortemente a coero da norma cultuada. A reviso terica prope um dilogo entre a crtica literria e a teatral, identificando as (in)definies da rea para os termos oral e coloquial; na rea da lingstica, resenhamos as pesquisas cujos corpora so formados de peas teatrais e nos apoiamos nos estudos de variao e mudana que abordam diacronicamente a colocao pronominal, instituindo especificidades do sistema gramatical do portugus brasileiro em relao ao portugus europeu. Os dados so analisados descritivamente em relao aos arranjos promovidos na segunda verso e quantitativamente (programas Varbrul/Varbwin) em relao aos fatores definidos para anlise. No geral, os resultados indicam 1) o favorecimento da prclise em ambas as verses, refletindo as caractersticas do portugus brasileiro falado e 2) a incidncia da norma nas formas enclticas. Dos quatro fatores selecionados como estatisticamente significativos, destacamos os fatores a) gnero do personagem e b) sujeito expresso x sujeito nulo, ambos ausentes na literatura lingstica resenhada. O fator a) acrescenta um dado sociolingstico s pesquisas cujos corpora so formados a partir de peas teatrais, e o fator b) indica a necessidade de pesquisas pontuais sobre a relao indicada como estatisticamente significativa. Acrescentamos discusso a colocao pronominal em dois outros textos do autor gacho: um drama e duas verses de um conto, objetivando fundamentar a inadequao do termo oralidade e oferecer o termo linguagem verossmil para caracterizar traos lingsticos da variedade falada em diferentes gneros literrios.

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Este estudo constitui-se em uma anlise de processos de recepo teatral que se prope a mapear e discutir acerca das diversas mediaes que interpolaram o espao de criao e de co-autoria entre a linguagem teatral e um grupo de crianas espectadoras, podendo ser localizado na interseco entre trs campos distintos: os Estudos Culturais, a Educao e o Teatro. O foco central refletir acerca das experincias infantis com o teatro na contemporaneidade. Logo, trao relaes e constituo a investigao a partir de um tringulo composto por trs vrtices: o teatro infantil (como produo cultural), as crianas (enquanto sujeitos-atores-personagens desta histria) e a escola (como cenrio e comunidade de apropriao e interpretao do teatro pelas crianas). O referencial terico, bem como as anlises efetuadas a partir dos dados construdos junto a um grupo de 18 crianas espectadoras, parte da teoria das mediaes de Jess Martn-Barbero, da proposta das mltiplas mediaes de Guillermo Orozco Gmez e do conceito de experincia desenvolvido por Larrosa, entre tantos outros autores que inspiraram este estudo. Na construo do material emprico analisado, vali-me de uma estratgia multimetodolgica, na qual as crianas e eu, atravs de jogos teatrais, narrativas orais, entrevistas, produo grfica e observao participante, construmos os dados. A modo de concluso, posso inferir que a escola uma das mediaes mais recorrentes e ativas que atravessam e compem a relao das crianas com a linguagem teatral. O contato com a mdia, com as tecnologias digitais, com produtos e artefatos audiovisuais e espetaculares diversos tambm so mediaes de relevncia (repertrio anterior), bem como as mediaes referenciais (gnero, sexualidade, etnia e grupos de idade), a famlia e muitas outras que puderam ser observadas, como a presena de rupturas com leituras (ditas) preferenciais, a fuga do onrico e a presena do escatolgico em algumas narrativas infantis. Todas estas mediaes sugerem s crianas determinado (re)conhecimento de algumas caractersticas e especificidades do teatro, assim como expectativas em relao ao contato com a linguagem teatral. As anlises empreendidas demonstram que as mltiplas mediaes atravessam e constituem, portanto, as experincias infantis nos processos de recepo, contribuindo para a formao de suas hbridas identidades de crianas espectadoras na contemporaneidade.