8 resultados para Sujeito (Filosofia) na literatura Séc. XVII
em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo:
A problemtica delineada e discutida nessa dissertao surgiu da necessidade suscitada pelas experincias e percepes de que por mais que o professor se esforce para mudar sua atitude e sua prxis educativa de modo significativo, na prtica, no consegue, concretizar a ao de se engendrar e agir de modo diferente; muda muito pouco ou, s vezes, de modo contrrio ao proposto. Para tentar dar sustentao a uma possvel justificao sobre o como se d esse engendramento, o caminho escolhido foi o de uma ao reflexiva da proto-modernidade, traada por Spinoza. Esse filsofo sugere, mesmo atualmente, o modo como conservamos a ns mesmo e como possvel nos relacionarmos democraticamente em sociedade apesar, e devido, essa mesma necessidade de conservao. Filsofo que viveu e se engendrou singularmente por meio da prpria ao de produzir conhecimentos e teses sobre o engendramento da singularidade humana, dentro dos paradoxos do limiar de uma nova era Séc. XVII. poca em que se inaugura um novo modo de pensar, agir e de relao entre os que so de uma mesma natureza que a nossa: a modernidade tal qual, agora vivemos e nos engendramos singularmente como seres humanos e profissionais da educao. Isto , dentro de um contexto repleto de questionamentos proporcionados pela era ps-moderna, ps-capitalista e de globalizao.
Resumo:
Trata da escrita acadmica educacional como problema. Desde ento, de pensar e praticar tal escrita a partir de algumas aberturas propostas por conceitos desenvolvidos pela Filosofia da Diferena de Gilles Deleuze e Flix Guattari, bem como por procedimentos literrios contemporneos. Aqui, filosofia e literatura em trama instigam a inveno de um espao para experimentao da escrita. Trata de uma tentativa de lidar com a produo e a criao de uma escrita acadmica enquanto modo de problematizar e indagar com uma educao que se ocupe do como referir-se aos estados intensivos que agem sobre o linguageiro, incitadores de diferenas e de variaes na prpria escrita. Trata, tambm, de um exerccio acolhedor de mltiplas linguagens, movendo-se naquilo que a se agita desde agenciamentos entre formas de contedo e formas de expresso potencializadores de irrupturas nos efeitos de um curso regular, previsvel, homogneo e identitrio do regime dominante da lngua E trata de uma ao esttico-poltica comprometida com relaes entre as formas que conjuga ao se abrirem naquilo que vigora o heterogneo, tornando visveis mltiplos arranjos de foras que a compem. Menos um princpio moral e um juzo da razo quando trata de um empreendimento de sade enquanto crtica e clnica de interposio no traado de linhas de fuga como fluxos liberadores do desejo. Busca, isto sim, fabricar com a literatura e a filosofia um territrio de escritura com brechas, hospedeiro de atitudes contingentes que coloquem a fugir o soberano no modo institucional. Uma popescrita acadmica educacional como uma aposta, um jogo ao acaso potente para produzir novos cdigos por meio de um movimento de territorializao e desterritorializao com o vigor da experimentao que contm a pura concepo afirmativa da vida em seus desejos.
Resumo:
A presente dissertao versa sobre o conceito de experincia em Walter Benjamin. Discute, por conseguinte, a relao que esse conceito mantm com a tradio, a memria, a arte, o tempo, a histria e a linguagem no corpus filosfico do autor em questo. Essa constelao de conceitos mantm estreita relao com a religio e a antropologia. Nesse sentido, o texto procura investigar, para alm do conhecimento filosfico do autor, as referncias antropolgicas que constituiriam o substrato mstico e poltico do pensamento benjaminiano sobre a experincia. Walter Benjamin um pensador da modernidade, escreve a partir dela e para ela. A literatura, como forma de expresso histrica, basicamente a modalidade artstica por intermdio da qual o filsofo da aura l o tempo, a histria. A experincia esttica, por seu turno, representa o termo em que se sintetiza no autor a modificao da experincia enquanto tal na era moderna. Como crtico cuidadoso da cultura, Benjamin tambm seu maior protetor.
Resumo:
Dentro das reflexes acerca da subjetividade, desenvolvidas pelo romantismo, propomos uma leitura das obras Macrio e Noite na Taverna, de lvares de Azevedo, autor da segunda gerao romntica do Brasil. A anlise da prosa de lvares de Azevedo revela que o autor elabora uma profunda reflexo acerca do homem do séc. XIX, que se depara com novos paradigmas do pensamento e que busca novos valores para sua existncia. Nesse contexto, o escritor encontra, no mundo simblico e mtico, formas para representar e pensar o indivduo. O trabalho tem como ponto de partida a reflexo sobre o projeto esttico do autor, que se ope tendncia predominante do romantismo brasileiro, preocupada com a afirmao da nacionalidade, e inspira-se em modelos europeus para a sua criao. no mergulho em questes relativas subjetividade que lvares de Azevedo busca toda a inspirao potica e as bases para o seu questionamento existencial. Na segunda e terceira partes do trabalho, examinam-se os elementos do imaginrio azevediano. Em Macrio, identificamos a questo do duplo, marcado pelas relaes entre o bem e o mal, buscando-se no tema de Fausto, no Gnesis e no Livro de J os fundamentos para a nossa reflexo. Em Noite na Taverna, tomamos o tema de Don Juan como fonte para refletir sobre a postura do heri corruptor, para compreender o papel das figuras femininas e o tratamento dado ao tema amoroso no texto.
Resumo:
Somos envolvidos ao longo de nossas vidas com as coisas do mundo numa relao direta com os nossos sentidos que emprestam significaes nossa existncia e, esto ligados ao nosso corpo, as percepes, aos sentimentos. Estamos envolvidos numa avassaladora estimulao visual que no desenvolve o olhar, mas condiciona para uma restrita percepo do mundo em que vivemos. Nossa lngua e nosso olfato se perdem nos gostos e odores quimicamente preparados. O tato se amortece nesta civilizao de plstico e, nosso ouvido anestesiado numa cacofonia diria. O processo de desenvolvimento do estsico ser um convite para a transformao do cotidiano a partir da sensibilizao construda nos pequenos gestos e expresso nas emoes sabidas pelo corpo, sentidas frente a beleza do mundo. Um novo olhar, subjetivado, vai alm da presena do sensvel que, educado pela estesia deflagrador de outros processos cognitivos que permitem singularizar o mundo tornando-o visvel para si e para os outros. Oportunizar a educao dos sentidos para a apreenso do mundo, frente a beleza e o prazer sentido nas coisas do cotidiano. Pensar o espao da esttica como uma indagao da experincia vivida e, como reflexo que possibilite a formao de um sentimento pessoal que oriente nossa ao no mundo. O objeto especfico deste trabalho ser o fator fundamental de todo o processo de comunicao: o sentido. Isto equivale dizer que, a vivncia em arte, nos instala na origem da inteligncia formadora do universo simblico e em reconhecer o que estes representam para ns no mundo. Trata-se pois, da busca por uma cincia que rena a ordem de uma racionalidade secular e a sbita intemprie de nossa origem. Prope-se, a descrever a formao do sentido e falar da gradual emergncia da capacidade de entender, ordenar e comunicar e, descrever a formao da cultura ou, se quisermos, o processo do esprito a partir da no uniformidade originria. Ser necessrio que nos disponhamos a um olhar transcendente, totalizante, tendo este um lugar ao mesmo tempo na origem, na durao e no fim deste espetculo que de todos os modos infinito, complexo.
Resumo:
Esse trabalho nasce da percepo de um campo de trabalho e de produo de subjetividade permeado por diferentes problemticas da vida contempornea e da prpria formao histrica da profisso. Procura dar visibilidade a um modo de trabalhar na Terapia Ocupacional prximo a uma concepo de sade que pressupe a justaposio dos conceitos de complexidade e transdisciplinaridade, bem como a superao das certezas e verdades universais. Aproxima-se da problematizao dos corpos e dos modos de subjetivao no processo teraputico e, conseqentemente, no campo poltico-social do qual emergem, potencializando a construo de uma prtica voltada s diferenas e s singularidades dos sujeitos atendidos. Busca o entendimento do campo molecular pelo qual circula a ao do terapeuta ocupacional e da capacidade de inveno que transversaliza as aes do sujeito no mundo. Neste sentido, prope um modo potico e singular de criar um processo de investigao e, simultaneamente, de atuao profissional que procura romper com o mtodo de investigao mecanicista e dicotmico. Uma estratgia metodolgica que prev uma reflexo crtica sobre as experincias profissionais do terapeuta ocupacional atravs da anlise de casos-pensamento. Um procedimento que emerge na zona de indiscernibilidade entre terapeuta e pesquisador e que tem como teia-conceitual os referenciais da Filosofia da Diferena, da Terapia Ocupacional, da Psicologia e da Literatura. Neste caminho, descortina-se a aliana da Terapia Ocupacional a uma clnica dos afectos. Encontro que aproxima arte e vida, clnica e potica, cotidiano e inveno. Espao entre corpos. Lugar de experimentao de si, produo de novos sentidos e expresso do pensamento, ou seja, um campo de problematizao e criao da prpria vida. Uma vida com intenso potencial de fazer variar os modos de estar no mundo, libertando os corpos de seus engessamentos e empobrecimentos.
Resumo:
A finalidade deste estudo analisar, do ponto de vista da Literatura Comparada, as relaes existentes entre contos do escritor Caio Fernando Abreu e o romance On the Road, do norte-americano Jack Kerouac. Com o objetivo de apreender o dilogo entre os textos, a investigao desenvolve-se desde o exame do estilo de vida das personagens at as condies histricas nas quais foram produzidas as obras. Dessa forma, focaliza-se o local que ocupa a produo literria do escritor gacho, a partir das relaes inter-literrias com a realidade cultural do seu tempo. Pretendeu-se verificar, atravs da Literatura Comparada, de que modo a obra de Caio absorve os influxos da obra de Kerouac. Assim, examina-se a apropriao cultural estrangeira atravs da recepo, em Caio, da literatura beat. O estudo aborda questes referentes ao sujeito, liberdade, introspeco, fragmentao, identidade, ao estranhamento, ao desejo, autonomia, relacionando-as construo da linguagem e representao da viso de mundo dos autores. Para tanto, foram considerados alguns momentos histricos do final do século XX, como a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, o Macartismo e a ditadura militar brasileira. Nesse contexto, intensifica-se, de um lado, o desejo de livre arbtrio e, de outro, a imobilidade resultante da falta de esperana. A partir desses dados, analisa-se a atmosfera vivida e representada nas obras de Caio e Kerouac. Dessa forma, o trabalho desenvolve a hiptese de que Caio Fernando Abreu absorve aspectos da filosofia beat, assimila-os e os transforma para adapt-los ao seu contexto histrico e cultural.
Resumo:
Partindo da considerao geral de que a obra de Clarice Lispector constitui uma totalidade mltipla formada por diversas partes de um conjunto narrativo nico, propomo-nos fazer um corte virtual e nos determos na leitura de Um sopro de vida (Pulsaes), obra pstuma publicada em 1978. Observando nela uma aguda conscincia da linguagem entendida como forma de conhecimento e autoconhecimento veiculada pela experincia literria, partimos assim da reflexo da linguagem como logos e sobre a realidade como representao que se constri na linguagem. Nossa hiptese orienta-se para mostrar que a obra de Clarice Lispector estabelece com a tradio platnico-aristotlica uma relao descontnua e por isso muito mais prxima das tradies filosficas orientais, principalmente do budismo. Retomando uma das reflexes de Jaques Derrida, observamos ento como a obra desta escritora parte de um centro para provocar um descentramento, alcanando assim um novo estatuto do discurso sem fonte, sujeito ou centro absolutos, partilhando com os mitos o seu carter de palavra reveladora e epifnica. Esses descentramentos, presentes em boa parte do pensamento platnico e aristotlico, desaparecem posteriormente da superfcie do pensamento ocidental mantendo-se submersos na literatura. precisamente ali onde se depositam as imagens, mitos, metforas e toda a grande variedade das formas atpicas e descentradas do conhecimento, nas quais a obra de Clarice Lispector encontra um lugar privilegiado. Partindo dessa considerao, propomos que a obra desta escritora estabelece um logos fronteirio, intersticial, intervalar, que encontra no limes, no umbral, o lugar de sua emergncia. Nesse umbral o logos adquire uma relevncia ontolgica: em Clarice Lispector o logos o ser. Assim, segundo mostramos na leitura de Um sopro de vida (Pulsaes), atravs desse logos fronteirio que o pensamento atinge aquilo que somos atrs do pensamento, uma verdade indizvel e incomunicvel. Essas colocaes nos conduzem atravs do pensamento oriental at a filosofia do budismo: analisando cada uma das partes de Um sopro de vida (Pulsaes) desde o ttulo, as epgrafes e a prpria estrutura da narrativa, a ltima parte do trabalho estuda especificamente seus pontos de encontro com o clssico do budismo tibetano conhecido como O livro tibetano dos mortos.