27 resultados para Saúde e trabalho Aspectos psicológicos
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Resumo:
Este trabalho constitui-se em um estudo exploratrio descritivo que busca compreender a opo freqente pelo trabalho no turno noturno entre auxiliares de enfermagem de uma instituio hospitalar. O referencial terico discorre sobre a categoria trabalho e a sua relao com a saúde/doena; aborda ainda as especificidades do trabalho da enfermagem e do trabalho de turno noturno. Os dados foram coletados nas unidades de internao cirrgica do Hospital de Clnicas de Porto Alegre no perodo de julho novembro de 2003. Os sujeitos da pesquisa formam 65 auxiliares de enfermagem que atuam em turno fixo noturno. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram anlise de documentos, questionrios e entrevistas individuais. Em um momento inicial foi aplicado um questionrio e posteriormente foram selecionados atravs de sorteio 10 trabalhadores para participarem da entrevista individual. Os dados dos questionrios foram analisados quantitativamente e apresentados atravs de quadros e figuras. As entrevistas foram analisadas a partir da anlise de contedo, mtodo proposto por Bardin (1979). Os resultados evidenciaram que entre os fatores determinantes da escolha pelo turno noturno de trabalho encontra-se a maior disponibilidade de tempo, tanto para o desenvolvimento de outras atividades como para acompanhar o desenvolvimento dos filhos, possibilidade de conciliar trabalho e estudo e ainda como forma de aumentar a renda familiar com o adicional noturno. Os trabalhadores relataram ainda como principais dificuldades do trabalho noite as alteraes no sono, o desgaste fsico decorrente da natureza do trabalho e da sobrecarga de trabalho e a inexistncia de um momento para repouso. Poucos trabalhadores manifestaram conhecimento ou leituras sobre a relao trabalho noturno/processo saúde e doena, e afirmam no possuir problemas de saúde que pudessem estar relacionados ao seu turno de trabalho, exceto distrbios de sono.
Resumo:
O Governo Federal atravs do Ministrio do Trabalho, impe normas e condutas que os empresrios, independente se o setor do comrcio, indstria ou servios, para prevenir e monitorar os riscos fsicos, qumicos, biolgicos e ergonmicos a que esto expostos os seus trabalhadores. Neste contexto inserem-se os equipamentos de proteo individual(EPI), com normas especficas e detalhadas. Porm no que se refer aos uniformes de trabalho, dentro da ergonomia, pouco se estabeleceu. Este estudo visa, com a participao do usurio, do segmento metalrgico e de prestao de servios, verificar o grau de satisfao em relao ao uniforme de trabalho, nos seus aspectos de conforto, segurana e praticidade, relacionando-os com as caractersticas dos tecidos utilizados na sua confeco, e o seu ambiente de trabalho. Tal metodologia mostrou-se adequada e observou-se que nas empresas de metalurgia h uma maior freqncia de insatisfao dos funcionrios em relao maior facilidade do uniforme de reter resduos e sujeiras, relacionado prpria atividade laboral ao ambiente de trabalho. O principal aspecto observado foi a inadequao dos uniformes utilizados, tanto na prestao de servios como na indstria metalrgica, no que se refer ao conforto trmico, determinando elevados ndices de utilizao de outras peas de vesturio alm do uniforme profissional, no vero e inverno. Este trabalho pode contribuir e auxiliar de maneira significativa na tomada de decises quando a escolha do uniforme de trabalho, possibilitando a melhoria das condies laborarais e de vida do trabalhador
Resumo:
A importncia dos dentes citada na literatura, porm a relevncia deste tema para os idosos tem sido abordada quase que exclusivamente atravs de pesquisas quantitativas. O presente estudo, utilizando-se de mtodos quantitativos e qualitativos, teve por objetivo identificar a importncia de dentes e prteses para trs grupos distintos de idosos, atravs de uma entrevista aberta associada a exames clnicos. Foram avaliados um grupo de idosos independentes, um grupo de idosos asilados em uma instituio filantrpica e um grupo institucionalizado em uma instituio particular. Em relao s caractersticas clnicas, o percentual de edentulismo elevado nos grupos asilados, e a crie permanece como um problema significativo na condio bucal dos idosos dos trs grupos. O uso de prteses apresenta diferenas marcantes entre os grupos em relao ao tipo e quantidade. A importncia dos dentes para os idosos sofre variaes de indivduo para indivduo. Essas diferenas necessitam ser esclarecidas, verificando-se as situaes e as condies de saúde que geram estes comportamentos e todas as variaes intermedirias. A alimentao, mastigao, digesto, seleo de alimentos, prazer de comer, aparncia, aspectos psicológicos, aspectos psicossociais, comunicao, sorrir, sexualidade, higiene oral, saúde geral e qualidade de vida so influenciados, segundo os idosos, pela presena e/ou ausncia de dentes ou prteses, caracterizando a importncia destes em seu cotidiano.
Resumo:
Esta pesquisa prope um modelo de avaliao dos custos dos acidentes do trabalho e das doenas relacionadas com o trabalho sob uma nova tica, fundamentado no mtodo de custeio por atividades (ABC Activity-Based Costing). Basicamente, no modelo proposto, soma-se, s duas fases do mtodo ABC (rastreamento dos recursos s atividades e das atividades aos objetos de custo parciais), uma terceira fase de alocao dos objetos de custo parciais ao acidente do trabalho ou doena relacionada com o trabalho. Os elementos constituintes e os componentes de custo includos no modelo proposto foram baseados na reviso bibliogrfica sobre os custos dos acidentes e das doenas do trabalho, contabilidade e sistemas de custos. O modelo foi validado por meio de um estudo de caso na indstria da construo, tendo-se considerado sua aplicabilidade, confiabilidade dos resultados e auxlio no processo de tomada de decises. Os resultados obtidos no estudo de caso mostraram que o modelo proposto possibilitou a viso de custos inicialmente no captados pelo modelo em uso na empresa e que pode atuar como ferramenta de apoio ao processo de tomada de decises em segurana e saúde no trabalho porque estabelece novos parmetros para tal avaliao: alocao dos recursos e atividades destinadas ao atendimento do acidente/doena em centros de atividades e objetos de custo parciais. Foram, tambm, identificadas oportunidades de aperfeioamento do modelo, pois o estudo de caso evidenciou que a aplicao do modelo no foi to fcil como se esperava e, portanto, evidenciando a necessidade da introduo de uma primeira etapa de lanamento do modelo para melhor aplicao em empresas.
Resumo:
A regulao de consultas especializadas tem se mostrado como uma das reas mais problemticas do Sistema nico de Saúde (SUS) no Brasil. Cabe aos gestores de saúde nos municpios, estados, e governo federal, estabelecerem mecanismos de regulao coerentes com o volume de recursos disponveis e com o contingente populacional a atender. Diversas centrais de regulao para atendimentos especializados foram implantadas nas secretarias municipais de saúde e sistemas de informao foram criados como ferramentas para apoio a estas centrais. Seu escopo tem sido progressivamente ampliado, de maneira a incluir uma viso crtica das necessidades da populao em relao capacidade de atendimento dos prestadores de servio. No processo de regulao de consultas especializadas, duas questes tm-se destacado: (1) para um dado caso, quais pacientes tm maior prioridade de atendimento, e (2) quais prestadores de servio podem resolver melhor o caso? Fundamentado nestas duas questes, e a partir da considerao dos requisitos legitimados na rea da assistncia saúde, este trabalho prope um sistema para apoio deciso de agendamento de consultas especializadas para servir s centrais de regulao. O sistema proposto integra anlise de deciso multi-critrio e programao linear para o agendamento das consultas, onde a alocao dos pacientes definida em funo da relevncia relativa de um conjunto de critrios relacionados noo de efetividade da assistncia mdica especializada e da capacidade de atendimento das unidades de assistncia credenciadas. Da integrao destes modelos resulta uma representao que leva em conta simultaneamente os aspectos relacionados ao diagnstico mdico e suas conseqncias na vida do paciente, os aspectos relacionados s instalaes e processos disponveis nas unidades assistenciais credenciadas, e os aspectos relacionados dificuldade de acesso do paciente a estas unidades. O uso do sistema permite que as informaes pessoais e mdicas do paciente, assim como as informaes sobre as unidades assistenciais, sejam incorporadas em um modelo de programao linear de maneira a maximizar a efetividade do conjunto de solicitaes para cada especialidade. Os modelos foram implementados em um sistema informatizado, e aplicados em uma parcela dos servios da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre para as especialidades de cardiologia e cirurgia vascular. O sistema e os resultados obtidos foram validados por um grupo de peritos, que confirmou a viabilidade do uso deste modelo como uma ferramenta para a otimizao da alocao de recursos no atendimento especializado pelo SUS.
Resumo:
Introduo: A dermatite atpica (DA) uma doena inflamatria crnica da pele que apresenta um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, em conseqncia de episdios recorrentes durante a vida. Considerando estudos recentes que descrevem a associao entre aspectos psicológicos e a dermatite atpica, acredita-se que a investigao da existncia de um possvel perfil comportamental destas crianas possa auxiliar o desenvolvimento de intervenes psicoterpicas especficas, assim como aumentar o conhecimento sobre a doena. Mtodo: Este trabalho tem como objetivo realizar uma avaliao do perfil sciocomportamental de crianas portadoras de DA e comparando-as com crianas sem a doena. Neste estudo, do tipo caso-controle, foram includos dois grupos com idades entre 4 e 18 anos: o grupo estudo, com pacientes portadores de dermatite atpica que consultam no ambulatrio do Hospital de Clnicas de Porto Alegre (HCPA) e o grupo controle, composto por crianas e adolescentes sem doena dermatolgica, matriculados em escola da rede pblica de Porto Alegre. O tamanho estimado da amostra foi de 25 indivduos em cada grupo. A coleta dos dados realizou-se atravs do CBCL (Child Behavior Checklist), validado no Brasil com o nome de Inventrio de Comportamento da Infncia e Adolescncia. Resultados: Foram encontradas diferenas estatisticamente significativas nas duas dimenses globais (internalizao e externalizao), sendo que as crianas portadoras de dermatite atpica mostraram mais sintomas relacionados com ansiedade, depresso, alteraes de pensamento e comportamento agressivo quando comparadas com crianas sem a doena. Concluso: Os resultados indicam a necessidade de abordagens interdisciplinares no tratamento da criana com DA, valorizando no s as leses dermatolgicas, como tambm os aspectos emocionais dos indivduos.
Resumo:
A presente dissertao tem como principal objetivo analisar os efeitos da implantao da Reforma Psiquitrica na saúde e nos processos de subjetivao dos trabalhadores de saúde mental. Valendo-se da genealogia, tal como entendida por Michel Foucault, o primeiro passo foi analisar as relaes de foras que perpassam os acontecimentos histricos, determinando os diferentes regimes de verdade que sustentam as polticas pblicas no Brasil, especialmente a saúde mental e a saúde do trabalhador. Identificamos, ainda, os cruzamentos e distanciamentos entre estes dois movimentos, a partir da anlise dos relatrios das Conferncias Nacionais de Saúde do Trabalhador e de Saúde Mental. Nosso segundo objetivo foi conhecer as polticas e aes de ateno saúde do trabalhador de saúde mental, concluindo que as aes voltadas ateno da saúde do servidor pblico no integram uma poltica pblica, sendo que os enunciados da saúde do trabalhador tm uma frgil penetrao em um campo ainda hegemnico da medicina do trabalho. O servidor pblico, como trabalhador, no tem merecido investimento, apenas controle, em consonncia com um longo histrico de desvalorizao do setor pblico Esta realidade reflete-se nos servios de saúde mental, onde o acolhimento (ou no) das questes relacionadas saúde no trabalho dependem, exclusivamente, do funcionamento e das diretrizes de cada servio. Entre as questes apontadas pelos trabalhadores de servios de saúde mental em relao s iniciativas de cuidado com o trabalhador, cumprem papel de destaque a equipe e a superviso. Outro fator apontado pelos entrevistados como fonte de estresse em seu trabalho, foram as limitaes no apenas dos servios de saúde mental mas, sobretudo, de outros equipamentos e aes de suporte social. Mesmo com todas as exigncias e limitaes dos servios sob a gide da Reforma Psiquitrica, a possibilidade de inventar o prprio trabalho, contrape-se falta de perspectivas caracterstica do trabalho nos hospitais psiquitricos. Por fim, buscamos estabelecer a relao entre a rede enunciativa presente nos textos de sustentao das polticas de Saúde Mental e de Saúde do Trabalhador, e como esta rede atravessa e constitui o sujeito trabalhador dos servios de saúde mental (subjetivao Desenvolvemos a idia de que o trabalhador de saúde mental, hoje, constri-se em meio disputa dos discursos que refletem o embate interno ao campo designado como Saúde Mental. um espao tenso por estar habitado por diferentes formaes discursivas, desde a crena de que cuidar uma forma de caridade (discurso religioso), passando pela afirmao de que a cincia que pode falar do tratamento da loucura (discurso cientfico), at o entendimento de que no basta apenas conhecimento tcnico-cientfico, mas tambm implicao poltica e afetiva com a construo de um outro modo de se relacionar com a loucura (Reforma Psiquitrica). O trabalhador dos servios de saúde mental constitui-se, ainda, na tenso entre o habitar um lugar rico para criao e inveno, e o confronto com a desvalorizao de seu papel de servidor pblico, com a falta de investimentos e de aes intersetoriais, que impem limites para a prtica e sobrecarregam o trabalhador. neste jogo que temos a subjetivao do trabalhador de saúde mental, considerando que no confronto com o sofrimento - seja valendo-se dele para criar, seja lutando para no adoecer - que se d o cotidiano do seu trabalho.
Resumo:
Este trabalho prope e analisa a Musicoterapia como estratgia de produo de saúde do trabalhador, em pesquisa desenvolvida com tcnicas de enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva infantil de um hospital geral pblico de Porto Alegre. A ateno saúde dos trabalhadores produz novas questes terico-conceituais, prticas, ticas e polticas no campo da Musicoterapia, que esto ligadas ao territrio do trabalho e suas configuraes contemporneas, ao "ser" trabalhador e saúde, e que tm implicaes sobre a Musicoterapia e o musicoterapeuta na contemporaneidade. luz das contribuies de Foucault, este trabalho centraliza-se na discusso do hospital como territrio de produo de subjetividades, a partir do desenvolvimento do conceito de Panudio, mapeando e analisando efeitos deste dispositivo, que se efetivam pelos contextos sonoros. Aponta controles e resistncias possveis e prope a produo de novas subjetividades pelo uso da msica em Musicoterapia. Esta uma pesquisa exploratria, baseada na pesquisa-interveno e inspirada nos modos de ao da cartografia. Este trabalho parte da construo de uma perspectiva de Musicoterapia Institucional.
Resumo:
O abuso sexual contra crianas e adolescentes um fenmeno complexo que envolve aspectos psicológicos, sociais e jurdicos. Esta forma de violncia tem sido considerada um problema de saúde pblica devido aos altos ndices de incidncia e ao impacto negativo para o desenvolvimento das vtimas. O presente estudo teve como objetivo aplicar e avaliar o efeito de um modelo de grupoterapia cognitiva-comportamental para meninas vtimas de abuso sexual intrafamiliar. Participaram do estudo 10 meninas com idade entre 09 e 13 anos. As participantes foram clinicamente avaliadas em trs encontros individuais, nos quais foram aplicados instrumentos psicológicos que avaliaram sintomas de ansiedade, depresso, transtorno do estresse ps-traumtico, stress infantil e crenas e percepes da criana em relao experincia abusiva. Aps a avaliao clnica, as participantes foram encaminhadas para a grupoterapia, constituda por 20 sesses semi-estruturadas. O processo teraputico foi dividido em trs etapas, segundo os objetivos e tcnicas aplicadas, em: psicoeducao, treino de inoculao do estresse e preveno recada. A reavaliao clnica foi realizada aps cada etapa da interveno e os resultados apontaram que as meninas apresentaram melhoras significativas nos sintomas de depresso, ansiedade e transtorno do estresse ps-traumtico, bem como reestruturaram crenas disfuncionais sobre culpa, diferena em relao aos pares, percepo de credibilidade e confiana. Tais resultados sugerem que a grupoterapia foi efetiva, reduzindo a sintomatologia das participantes e proporcionando a elaborao de pensamentos funcionais em relao ao abuso sexual.
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A presente pesquisa caracteriza-se como um levantamento descritivo de prticas psicolgicas em hospitais com o objetivo de definir competncias e habilidades pertinentes a essa nova rea de atuao. Para tanto, o trabalho foi dividido em trs estudos. O primeiro estudo analisou o desenvolvimento da prtica psicolgica hospitalar para levantamento das demandas psicolgicas existentes e dos recursos utilizados para atend-las. O segundo estudo examinou a interao estabelecida entre psiclogos hospitalares e demais profissionais da saúde para identificar aspectos da conduta do psiclogo capazes de promover a ao multidisciplinar. O terceiro estudo props um breve repertrio de competncias e habilidades para a prtica psicolgica em hospitais, levando em considerao as exigncias do atual sistema de saúde. As competncias listadas apontam para aspectos bsicos de atendimento (autonomia e conhecimento para avaliar a demanda e propor aes compatveis com a realidade do paciente e da unidade a qual ele est vinculado) e condutas desejadas na relao multidisciplinar (assertividade, clareza e objetividade). Contudo, as competncias definidas no constituem especificidades da prtica em hospitais, mas sim estratgias e atitudes necessrias insero da psicologia em contextos variados.
Resumo:
O debate envolvendo a questo da segurana pblica destaca-se no cenrio nacional, colocando em pauta, dentre outras questes, a necessidade de problematizao do papel e das atribuies das instituies policiais. Freqentemente, vemos a atuao da polcia militar sendo veiculada pela mdia, colocando os policias numa posio ambgua, ora como heris, ora como viles. O trabalho policial constitui-se, portanto, em um territrio de controvrsias, onde se engendra uma realidade muitas vezes pouco conhecida pela sociedade: a do policial trabalhador. Esta pesquisa, de carter qualitativo, aborda o trabalho dos Capites da Brigada Militar, que, na escala hierrquica, inscrevem-se como Oficiais Intermedirios, a partir de dois eixos articulados: o das suas relaes com a produo de subjetividade e com a saúde mental, tomando como referncia os mecanismos disciplinares que caracterizam o trabalho policial militar e os aspectos deste ofcio que geram prazer e sofrimento. Os resultados apontam que as vivncias de sofrimento dos Capites esto fortemente ligadas rigidez da organizao do trabalho policial militar e que a profisso, tendo em vista o cdigo moral a ela relacionado, ocupa um lugar central na produo de subjetividade destes.
Resumo:
O objetivo da pesquisa investigar em que medida a organizao e as condies de trabalho em secretarias municipais da saúde, do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, influenciam na satisfao dos funcionrios com o seu trabalho. Para tanto, o conceito de satisfao com o trabalho foi estudado em uma perspectiva que leva em conta a teoria administrativa e as teorias que abordam os aspectos psicossociais ligados ao trabalho, buscando caracterizar um modelo de pesquisa que associa satisfao com a organizao e as condies de trabalho. O estudo est circunscrito avaliao do nvel de satisfao com o trabalho e identificao dos principais fatores que influenciam na satisfao ou insatisfao dos funcionrios que atuam nas secretarias da saúde dos municpios de Lajeado, Arroio do Meio e Imigrante. Os critrios para a escolha desses trs municpios foram o tamanho da populao usuria, o nvel de ateno saúde (baixa, mdia e alta complexidade) e a estrutura fsica da secretaria. O mtodo utilizado apresenta carter predominantemente descritivo e as tcnicas na coleta e anlise de dados foram sobretudo de carter quantitativo. No total, foram entrevistados 23 profissionais e aplicados 356 questionrios. Destes, retornaram 268, o que corresponde a 75% dos funcionrios que desempenham atividades nas trs secretarias. Concluiu-se que o nvel de satisfao com o trabalho est mdio baixo em relao maioria dos itens pesquisados e que, na percepo dos respondentes, entre os fatores de satisfao, esto a identificao com o trabalho, o relacionamento entre os trabalhadores e o reconhecimento da populao pelo trabalho desenvolvido, enquanto, entre os fatores de insatisfao, encontram-se a falta de reconhecimento e estmulo da chefia, a remunerao inadequada e a falta de condies e materiais para a execuo das atividades. Prope-se que essas concluses sejam lembradas em futuras intervenes, nas secretarias municipais da saúde, para produzir melhorias nos fatores que geram insatisfao identificados na pesquisa.
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O objeto desta pesquisa a organizao tecnolgica e social do trabalho em saúde no hospital, privilegiando a compreenso do espao que a prtica de enfermagem ocupa na produo de cuidados. Tem-se como objetivo analisar o processo de trabalho em um hospital universitrio, procurando apreender a configurao das prticas, dos saberes, das relaes sociais e das tecnologias que so operadas pelos agentes para interveno sobre o corpo doente. Utilizou-se a abordagem dialtica como referencial terico-metodolgico, procedendo-se coleta dos dados empricos atravs de observao direta do processo de trabalho em uma unidade de internao de clnica mdica e de entrevistas semi-estruturadas com os profissionais. No processo de anlise, classificou-se o material obtido a partir de trs ncleos de estruturas de relevncia: estrutura de produo de cuidados de saúde, relaes sociais, autogoverno dos trabalhadores. Para discusso e interpretao do cotidiano do processo de trabalho utilizou-se, como fio condutor, o ato operatrio da produo de cuidados. Constatou-se que a produo de cuidados no hospital desenvolvese a partir de um trabalho coletivo, orientado para o atendimento do corpo biolgico individual, atendendo s necessidades de recuperao funcional. A produo de cuidados estrutura-se atravs do parcelamento e da fragmentao das aes dos diferentes agentes, para obter como produto final o diagnstico e teraputica. Os agentes do trabalho coletivo se articulam em torno do ato mdico, que tem posio central na produo de cuidados. Porm, observou-se que os saberes e prticas se complementam e que existe espao para que os agentes exeram sua autonomia. Apontase a importncia da ampliao do modelo clnico, contemplando a dimenso social e subjetiva do processo saúde/doena, em um projeto teraputico compartilhado pelos diferentes profissionais da equipe de saúde. Prope-se a transformao do processo de trabalho associada construo de novos modelos de gesto das instituies de saúde.
Resumo:
Este trabalho fruto de uma investigao que buscou elucidar a relao estabelecida entre os servios de saúde e os seus usurios. Com esse objetivo, utilizou-se uma abordagem antropolgica que teve como referncia a experincia emprica ligada Unidade Conceio do Servio de Saúde Comunitria do Grupo Hospitalar Conceio, em Porto Alegre, RS. Funcionando nas dependncias do Hospital Nossa Senhora Conceio, a Unidade Conceio um posto de saúde vinculado ao Sistema nico de Saúde (SUS) em que mdicos gerais comunitrios e outros profissionais vm prestando atendimento de saúde, h cerca de 15 anos, aos moradores da sua vizinhana, calculados atualmente em mais de 20 mil pessoas. Tendo como pano de fundo as influncias da cultura no comportamento humano e na prestao de atendimento de saúde, os desdobramentos principais da relao entre a Unidade e os seus usurios foram analisados sob diversos eixos: a histria da Unidade, seus conflitos com a instituio e outras especialidades mdicas; a relao da Unidade com a rea geogrfica sob sua responsabilidade; a questo da participao popular nos servios de saúde, mais especificamente a experincia do seu Conselho Gestor Local; e, por fim, a avaliao dos servios de saúde, principalmente no que concerne perspectiva dos pacientes. Sempre que possvel, a anlise feita procurou fazer uma ligao com as mudanas ocorridas no sistema de saúde brasileiro nos ltimos anos. Resgatar os aspectos culturais como elemento essencial para o estabelecimento de uma comunicao efetiva entre os indivduos e os servios formais de saúde mostrou-se fundamental para permitir o aprofundamento desse tipo de anlise e para qualificar as aes desenvolvidas pelos servios de saúde.
Resumo:
As Leses por Esforos Repetitivos (LER), tambm conhecidas por Distrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), se tornaram visveis a partir da entrada do modelo de acumulao flexvel, da reestruturao produtiva, da terceirizao, enfim, das transformaes dos processos produtivos que incluram a automao, a microeletrnica como base tcnica e as novas relaes de emprego e gesto de trabalho. Essas afeces ocupacionais so vivenciadas por trabalhadores, expressam um dos sofrimentos advindos da relao do trabalhador com o trabalho e j podem ser consideradas uma epidemia. Propomos neste trabalho a compreenso de como podem desenvolver-se as LER/DORT no corpo do trabalhador contemporneo com base em sua histria de trabalho, pensando esta sndrome como uma subjetivao da relao entre o trabalhador e o trabalho. Para tal, utilizaremos uma visualizao do trabalhador como um todo, tendo um corpo fsico e mental no dicotomizado, mas uno. O corpo entendido como uma multiplicidade de vontades de potncia, em que cada vontade de potncia uma multiplicidade de formas e de meios de expresso. Sustentando-nos em linhas tericas como as de Foucault, Deleuze, Guattari e Nietzsche e associando conhecimentos da rea biomdica, propomos uma abordagem interdisciplinar. Buscamos uma interao entre o campo biomdico, o campo da psicologia e o da filosofia, procurando auxiliar no desenvolvimento de uma linguagem de interface to necessria entre esses campos. Se pudermos chamar a teoria da genealogia do poder de Foucault de mtodo, utiliz-la-emos com o intuito de realizar uma anlise crtica das relaes de poder e das formas de resistncia aos diferentes tipos de poder. No queremos descobrir algo preexistente, pressupondo uma origem, uma delimitao, mas propomo-nos a inventar um problema com base em uma desterritorializao de saberes constitudos. Inicialmente apresentamos como referencial terico a questo do corpo do trabalhador contemporneo, para ento abordarmos o que pode ser entendido por um corpo adoecido e finalmente apresentar um levantamento do que sejam as LER/DORT. A seguir, traamos um perfil dos trabalhadores entrevistados, visando a caractersticas profissionais e aspectos referentes saúde, para ento analisarmos as falas coletadas dos trabalhadores na pesquisa, objetivando a compreenso de como os entrevistados desenvolveram seus adoecimentos. Depois, por meio de uma discusso, fazemos uma aproximao das falas e dos dados coletados com os referenciais tericos propostos. No temos como intuito afirmar verdades a partir desta pesquisa, nem dar-lhe um carter definitivo, mas propomos diferentes maneiras de pensar que possibilitem encontrar novas orientaes acerca deste acometimento. Ainda temos muito a trilhar nos caminhos da interdisciplinaridade, mas sabemos que, a cada passo dado, novas possibilidades so construdas.