14 resultados para Síndrome metabólica Mulheres
em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo:
Hipertrofia ventricular esquerda um importante fator de risco em doena cardiovascular e pode ser responsvel por parte do elevado risco cardiovascular associado a diabetes. Apesar de que o estresse hemodinmico seja classicamente indicado como causa da injria miocrdica que leva ao remodelamento, a injria associada aos fatores neuro-humorais e a sinalizao celular atravs da ativao imuno-inflamatria tambm desempenham um papel, acompanhando os mecanismos recentemente descritos na síndrome metabólica, particularmente na obesidade, onde a ativao do sistema imune inato leva a uma resposta inadequada crnica mediada por citocinas em diversos sistemas corpreos. A ecocardiografia tem sido usada para identificar anormalidades da estrutura cardaca, porm, variaes metodolgicas e os diversos ajustes para os determinantes da massa ventricular como idade, sexo, tamanho corporal e outros correlatos clnicos so motivo de debate, assim como a definio dos estados de anormalidade, tanto para hipertrofia ventricular esquerda, como para outras medidas da estrutura ventricular. Em uma amostra populacional de 1479 Afro- Americanos do Estudo ARIC, investigamos de forma estratificada e multivariada as associaes independentes entre diabetes e as alteraes estruturais do ventrculo esquerdo, definidas por hipertrofia ventricular, aumento da espessura relativa e padres geomtricos anormais. Encontramos prevalncias elevadas dea alteraes estruturais nos indivduos com diabetes. Diabetes associou-se com hipertrofia ventricular em ambos os sexos e com espessura parietal aumentada e padres geomtricos anormais nas mulheres. Na maior parte dos modelos, as associaes com diabetes foram minimizadas com os ajustes para obesidade, sugerindo que o impacto da obesidade sobre as alteraes estruturais vistas em diabetes pode ser mediado por fatores outros do que a hiperglicemia. Essas novas evidncias esto em sintonia com o conhecimento contemporneo descrito.
Resumo:
Introduo: A incidncia da doena arterial coronria uma das principais causas de morbidade e motalidade em diversos pases e o estudo dos fatores de risco tm grande importncia na preveno e no tratamento dessa enfermidade. Entre outros fatores, a obesidade e a obesidade abdominal tm sido associadas com a maior incidncia de DAC. A ingesto diria de nutrientes tambm pode estar relacionada com essa doena, porm, uma vez que a alimentao complexa e contm diversos nutrientes, ainda no foi possvel elucidar o impacto da alimentao no risco de desenvolver a doena arterial coronria. Objetivo: Avaliar a relao entre o consumo alimentar dirio, a presena de obesidade abdominal e achados angiogrficos de obstruo arterial em pacientes portadores de cardiopatia isqumica, submetidos a cateterismo cardaco. Mtodos: Foi realizado um estudo transversal, com 284 pacientes submetidos a cateterismo cardaco, da unidade de hemodinmica de um hospital universitrio. Foi avaliada a RCQ, o IMC, a ingesto alimentar diria atravs de um inqurito nutricional, a anlise bioqumica do sangue e a avaliao do laudo do cateterismo cardaco. Resultados: Dos pacientes avaliados, 172 indivduos (60,6%) apresentavam alteraes em uma ou mais artrias coronrias. A ingesto mdia diria de calorias foi de 2450,56 Kcal/dia. O consumo de protenas foi em mdia 1,66 g/Kg/dia, de carboidratos foi de 3,83 g/Kg/dia e de lipdeos foi de 1,21 g/Kg/dia. A idade, o sexo masculino, os nveis sricos de triglicerdeos, o consumo de lcool e a glicemia em jejum foram estatisticamente significativos na anlise multivariada. Concluso: Nos pacientes avaliados, o consumo dirio de calorias encontra-se adequado, porm a ingesto de protenas, carboidratos e lipdeos esto inadequados. Em relao aos fatores de risco para DAC, as mulheres apresentaram maior associao para desenvolver a síndrome metabólica do que os homens.
Resumo:
O Diabetes Mellitus uma síndrome metabólica caracterizada por hiperglicemia crnica e, esta por sua vez, contribui para o desenvolvimento das complicaes secundrias freqentemente observadas nos pacientes diabeticos. O estresse oxidativo decorrente dessa hiperglicemia um dos principais fatores envolvidos na fisiopatologia dessas complicaes. Vrios estudos comprovam o efeito nocivo in vivo e in vitro de concentraes altas de glicose sobre diferentes tecidos e rgos. Enzimas sulfidrlicas como -aminolevulinato desidratase (-ALAD), lactato desidrogenase (LDH) e succinato desidrogenase (SDH), so altamente sensveis a elementos pr-oxidantes. Uma freqente coexistncia entre Diabetes mellitus e porfiria tem sido observada em humanos e em animais experimentais, o que pode estar ligado inibio da -ALA-D observada em diabticos. Este estudo tem como objetivos induzir estresse oxidativo in vivo com exerccio fsico intenso ou dieta contendo altos nveis de sacarose e in vitro e com altas concentraes de acares redures e avaliar seus efeitos sobre os nveis de lipoperoxidao, fragilidade osmtica dos eritrcitos, atividade de enzimas antioxidantes (catalase e superxido dismutase) e enzimas sulfidrlicas (-ALA-D, LDH e SDH), verificar o efeito de um antioxidante seleno-orgnico (ebselen) e a suplementao de selnio sobre a atividade destas enzimas, bem como avaliar o possvel papel teraputico do ebselen sobre a fragilidade osmtica dos eritrcitos. Os resultados obtidos neste estudo demonstram que eritrcitos de pessoas com diabetes descontrolado so mais sensveis ao choque osmtico que eritrcitos de pacientes com diabetes controlado e eritrcitos de pessoas saudveis. Alm disso, uma funo protetora do ebselen contra a fragilidade osmtica, indica que eritrcitos de pessoas com diabetes descontrolada esto expostos a um aumento na produo de radicais livres in vivo. O ebselen tambm apresentou propriedade de inibir a glicao in vitro. O exerccio fsico intenso associado deficincia de selnio, capaz de diminuir a atividade das enzimas sulfidrlicas. No entanto, exerccio fsico moderado de menor intensidade melhora a sencibilidade insulina em camundongos com resistncia insulina, previne contra fatores nocivos comumente encontrados no diabetes como ganho de peso corporal e acmulo de gordura abdominal no capaz de afetar atividade da -ALA-D. Atravs dos 2 modelos experimentais utilizados, modelo de induo de peroxidao lipdica em eritrcitos incubados com concentraes elevadas de acares redutores in vitro e modelo de induo de resistncia insulina em animais treinados e sedentrios, pode-se concluir que: A incubao de eritrcitos in vitro com altas concentraes de glicose ou frutose leva a um aumento na lipoperoxidao e contribui para a diminuio da atividade de enzimas tilicas provavelmente por oxidao dos seus grupos SH. O exerccio fsico associado com baixos nveis de selnio na dieta prejudica a atividade de enzimas tilicas como -ALA-D e SDH. O exerccio fsico de intensidade moderada aumenta a sensibilidade insulina em camundongos com resistncia insulina induzida pela dieta com sacarose e previne contra o ganho de peso corporal e aumento do ndice de gordura abdominal.
Resumo:
A desnutrio protica provoca efeitos deletrios sobre o metabolismo, principalmente quando imposta em perodos de crescimento e desenvolvimento corporal, em decorrncia de alteraes bioqumicas e hormonais. Muitos estudos, utilizando modelos de desnutrio materna, sugerem uma srie de adaptaes bioqumicas nos filhotes, cujas repercusses na vida adulta podem tornar-se importantes fatores de risco para doenas como Diabetes mellitus tipo ll, hipertenso e doena coronariana. Neste trabalho investigamos os efeitos da desnutrio protica imposta nos perodos pr-gestacional - gestacional - lactacional, bem como nos perodos gestacional e lactacional sobre alguns parmetros do metabolismo heptico, cerebelar e perfil lipdico plasmtico de ratos Wistar de 21 dias de idade. Os animais desnutridos (dieta: 7% de casena) foram divididos em trs grupos: a) pr-gestacional, gestacional e lactacional (grupo denominado PGGL); b) gestacional e lactacional em cuja dieta foi adicionada metionina (denominado GL(+)M); c) gestacional e lactacional sem adio de metionina dieta (denominado GL(-)M) e d) grupo controle (dieta: 25 % casena). Os pesos corporais dos filhotes foram verificados no 1, 7, 14 e 21 dias aps o nascimento e o peso do fgado, crebro e cerebelo apenas no 21 dia de vida ps-natal. Observamos que os ratos desnutridos apresentaram menor peso corporal aps o primeiro dia do nascimento. Aos 21 dias os ratos do grupo PGGL e do grupo GL(+)M no apresentaram diferena de peso entre si, contudo apresentaram peso inferior ao do grupo controle. O grupo GL(-)M apresentou uma diminuio ponderal em todos os parmetros avaliados. Hipoglicemia e hipoalbuminemia foram observadas em todos os grupos de ratos desnutridos. A concentrao de DNA cerebelar de ratos do grupo GL(-)M foi superior observada em todos os outros grupos; no entanto, nestes animais a concentrao cerebelar de protenas foi inferior aos demais grupos experimentais. No fgado, a concentrao de DNA dos grupos PGGL e GL(+)M no diferiu do controle, enquanto o grupo GL(-)M apresentou os menores valores A concentrao de protenas hepticas no grupo controle e no grupo GL(+)M foi semelhante, porm superior observada nos grupos PGGL e GL(-)M. A concentrao heptica de glicognio foi superior nos ratos do grupo PGGL, sendo que nos dois outros grupos de animais desnutridos foi inferior ao controle, porm no se observou diferena entre eles. Todos os grupos desnutridos apresentaram maior concentrao heptica de colesterol, sendo o maior valor encontrado no grupo GL(+)M. Os grupos PGGL e GL(+)M apresentaram os maiores valores de triglicerdeos hepticos e o grupo GL(-)M, o menor valor. No plasma, a maior concentrao de colesterol, HDL-c e LDL-c foi observada no grupo PGGL, enquanto que a concentrao de triglicerdeos do grupo GL(-)M foi superior aos dois outros grupos de animais desnutridos e no diferiu do controle. Os resultados obtidos sugerem que os animais expostos desnutrio protica nos perodos de desenvolvimento podem, na vida adulta, apresentar fatores de risco para vrias doenas crnico-degenerativas relacionadas com a Síndrome Metabólica.
Resumo:
Fatores genticos e ambientais so apontados como fatores causais para explicar as diferenas no desenvolvimento de problemas de sade entre grupos tnicos. O conceito de raa/etnia definido, assim como as indicaes de seu uso. Diabetes melito (DM) como um estado de doena com uma marcada variabilidade tnico-racial utilizado como exemplo de anlise. Atravs de estudo transversal avaliou-se a prevalncia das complicaes vasculares em uma amostra de pacientes com DM tipo 2. Um total de 864 pacientes, incluindo 656 brancos, 104 mulatos e 104 pretos, classificados por auto-definio, foram avaliados atravs de protocolo padro para doena arterial coronariana (DAC), doena vascular perifrica (DVP), acidente vascular cerebral (AVC), retinopatia diabtica (RD), nefropatia diabtica (ND) e neuropatia diabtica sensrio-motora distal (NSMD). Pacientes brancos e mulatos eram mais velhos que os pacientes pretos (61,0 9,3 vs. 60,1 10,3 vs. 56,0 10,3 anos; P <0,001), embora o tempo de durao do DM fosse semelhante entre os grupos (14,8 8,2 vs. 14,2 6,7 vs. 13,3 7,0 anos; P = 0,169). Parmetros antropomtricos (ndice de massa corporal e medida da cintura), prevalncia de síndrome metabólica, hipertenso arterial sistmica, nveis de hemoglobina glicada, tambm foram similares entre os grupos. Em relao s complicaes crnicas do DM, brancos, mulatos e pretos apresentaram-se com uma prevalncia similar de DVP, AVC e NSMD. Mulatos e pretos, quando comparados com brancos, apresentaram uma maior prevalncia de DAC (45,4% vs. 60,4% vs. 39,2% ; P=0,004). As prevalncias de microalbuminria (22,4%, 21,2 e 22,1%; P= 0,906) e macroalbuminuria (16,2%, 19,2% and 13,5%; P= 0,915) foram similares entre os grupos. Doena renal avanada (dilise) (9% vs. 8,7% vs. 18,3%; P=0,012) e RDP (21,5% vs. 15,4% vs. 34,6%; P=0,005) foram mais freqentes em pretos. Estas diferenas se mantiveram aps ajustes para possveis fatores de confuso. Concluindo, em pacientes com DM tipo 2 com o mesmo tipo de assistncia mdica, controle pressrico e metablico, foi observada uma prevalncia maior de DAC, RDP e doena renal avanada em pacientes pretos. Os mecanismos pelos quais estas diferenas ocorrem no so claros e componentes genticos e/ou ambientais devem ser melhor explorados. Entretanto, at que este melhor entendimento seja disponvel, uma abordagem mais agressiva na avaliao e manejo dos fatores de risco para as complicaes do DM nos indivduos pretos deve ser pensada.
Resumo:
Resumo no disponvel.
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Resumo no disponvel.
Resumo:
A insuficincia renal crnica (IRC) uma síndrome caracterizada pela perda geralmente progressiva e irreversvel da funo renal. O tratamento da IRC terminal envolve alguma forma de dilise ou transplante renal. O objetivo deste estudo foi avaliar a repercusso de uma sesso de hemodilise (HD) na funo pulmonar e estresse oxidativo de doentes renais crnicos. Foram estudados 33 pacientes, 17 mulheres e 16 homens com mdia de idade 42,76 14,25 anos, que realizavam HD na Unidade de Nefrologia do Hospital de Clnicas de Porto Alegre. Para participar do estudo, os pacientes no podiam apresentar doena pulmonar de base e nenhum episdio respiratrio nos seis meses que o antecederam. A avaliao respiratria deu-se atravs de exames de espirometria, manovacuometria, oximetria e gasometria, realizados antes e aps uma sesso de HD. As variveis espiromtricas foram analisadas em percentagens de valores de referncia em substituio a valores absolutos com o objetivo de eliminar efeitos de idade, altura e sexo. A capacidade vital forada (CVF), o volume expiratrio forado no primeiro segundo (VEF1) e o pico de fluxo expiratrio (PFE) apresentaram um aumento significativo aps sesso de HD. O fluxo expiratrio forado, 25 a 75% da manobra de capacidade vital forada (FEF25-75%), tambm apresentou melhora aps HD, porm, esta no foi estatisticamente significativa O aumento observado nas variveis espiromtricas se refletiu numa variao nos laudos espiromtricos em 27% dos pacientes, ocorrendo principalmente naqueles que apresentavam quadro de distrbio ventilatrio restritivo. Houve um aumento significativo no nmero de espirometrias normais, passando de 12 (37%) para 17 (52%). A manovacuometria foi utilizada para medir a fora muscular respiratria e os dados foram analisados em percentagens de valores previstos. A fora muscular inspiratria e expiratria, medida pela presso inspiratria mxima (PImx) e presso expiratria mxima (PEmx) respectivamente, apresentaram aumento significativo. A oximetria no acompanhou as variveis espiromtricas e fora muscular respiratria, permanecendo inalterada aps HD. Isso pode ser explicado pelos resultados encontrados na gasometria, aps HD houve um aumento substancial no pH e nos nveis de bicarbonato, caracterizando um quadro de alcalose metabólica. Observou-se tambm queda na presso parcial de oxignio e aumento na presso parcial de dixido de carbono, provavelmente na tentativa de restabelecer o valor do pH Assim, constatou-se que, mesmo sem apresentar sintomas respiratrios, pacientes renais crnicos, na maioria das vezes, apresentam alterao na funo pulmonar que melhora aps tratamento com HD. Dos 33 pacientes avaliados do ponto de vista respiratrio, 17 foram selecionados para anlise de estresse oxidativo. Utilizaram-se como critrios de excluso, pacientes com doenas hepticas, processos inflamatrios crnicos, doena cardaca conhecida, tabagistas e alcoolistas. Como no existem valores de referncia para estresse oxidativo, 18 indivduos saudveis e no fumantes formaram o grupo controle. A lipoperoxidao (LPO) em eritrcitos foi medida por quimiluminescncia (QL). Os doentes renais crnicos apresentaram nveis expressivamente maiores que os controles, que permaneceram os mesmos aps uma sesso de HD. O dano s protenas no plasma observado atravs da tcnica das carbonilas, no mostrou variao relevante aps sesso de HD, e os nveis apresentados pelos pacientes foram significativamente superiores aos observados nos controles. Nos eritrcitos, o sistema antioxidante enzimtico, foi verificado atravs da atividade das enzimas superxido dismutase (SOD) e catalase (CAT). Ambas apresentaram o mesmo perfil: atividade consideravelmente diminuda quando comparada com controles, no modificando aps uma sesso de HD. No plasma, a capacidade antioxidante total (TRAP), foi muito superior nos pacientes quando comparados aos controles, com importante reduo aps sesso de HD Analisou-se tambm o metabolismo do xido ntrico (NO) atravs de seus metablitos: nitritos e nitratos. Os nitritos mostraram-se expressivamente aumentados nos doentes renais, e ainda mais aps sesso de HD. Os nitratos quando comparados aos controles, apresentaram valor semelhante. Seus nveis aumentaram aps tratamento, porm, de forma estatisticamente irrelevante. Portanto, aps HD, houve incremento no estresse oxidativo caracterizado por elevao nos nveis de nitritos e reduo do TRAP, apesar do dano a lipdios e protenas no ter aumentado neste tempo de avaliao.
Resumo:
A prolactina (PRL) um hormnio peptdico sintetizado e secretado, principalmente, pelas clulas lactotrficas da glndula hipfise anterior, tendo como principal funo a induo e manuteno da lactao. Existem trs formas moleculares de PRL na circulao: PRL monomrica (little prolactin) com massa molecular de cerca de 23KDa, PRL dimrica (big prolactin) com 45 a 50KDa, e macroprolactina (big big prolactin) maior do que 150KDa. Esta ltima est geralmente ligada a imunoglobulinas G. Em condies normais, ou em pacientes com hiperprolactinemia sintomtica, predomina em circulao a forma monomrica. A hiperprolactinemia uma das disfunes endcrinas hipotlamo-hipofisrias mais comuns em mulheres em idade reprodutiva. Ocorre mais freqentemente por adenomas hipofisrios (prolactinomas) e secundria ao uso de drogas com ao central. Na ausncia de causas conhecidas, a hiperprolactinemia considerada como idioptica. Finalmente, pode estar associada ao predomnio de macroprolactina no soro, sendo denominada macroprolactinemia. A suspeita de macroprolactinemia ocorre quando um paciente com hiperprolactinemia no apresenta os sintomas tpicos e/ou no tem evidncias radiogrficas de tumor na hipfise, embora a macroprolactinemia possa estar ocasionalmente associada a prolactinomas. Os objetivos deste trabalho foram: avaliar a freqncia de macroprolactinemia, atravs da precipitao com PEG, numa amostra de mulheres com hiperprolactinemia; descrever associaes da macroprolactinemia com variveis clnicas, hormonais e de imagem da hipfise; e caracterizar a evoluo clnica e dos nveis de prolactina durante o seguimento desta coorte. Realizou-se um estudo descritivo, onde foi estudada uma coorte de pacientes do sexo feminino (n = 32), consultando no HCPA de 1989 a 2005, com diagnstico de hiperprolactinemia (>26ng/mL) e seguimento com agonistas da dopamina. Aps um perodo de 3 meses sem tratamento (washout), as pacientes dosaram prolactina para investigao dos nveis sricos e presena de macroprolactina, e foram classificadas como aquelas que normalizaram os nveis sricos de prolactina durante estes anos de seguimento (Grupo Hprl prvia) e as que continuaram hiperprolactinmicas. Estas foram reclassificadas como grupo de hiperprolactinmicas cuja forma circulante predominante a prolactina monomrica (Grupo Hprl mono) e o grupo de hiperprolactinmicas com predominncia de macroprolactina (Grupo Hprl macro). O percentual de macroprolactina foi calculado atravs dos valores de PRL totais obtidos das amostras ntegras em comparao com os nveis de PRL encontrados nas amostras precipitadas com PEG. Recuperaes de prolactina monomrica > 50% classificaram a amostra como tendo predomnio de formas monomricas, o percentual de recuperao 40% foi considerado como predomnio de formas de alto peso molecular (macroprolactinemia), e recuperao entre 40 e 50% indicou indefinio da forma predominante de PRL. A freqncia de macroprolactina foi de 28,1% (n = 32). Pacientes hiperprolactinmicas com macroprolactinemia so significativamente mais jovens do que as hiperprolactinmicas com a forma monomrica. Como esperado, tanto as pacientes do grupo Hprl macro como Hprl mono apresentam nveis de prolactina significativamente mais elevados que as pacientes Hprl prvia. Atravs do mtodo de precipitao com PEG, identificou-se a forma predominante de prolactina na circulao em 71,8% dos casos (n = 32). Verificamos ainda que as pacientes com predominncia de macroprolactina no apresentam os sintomas da síndrome hiperprolactinmica, e na maioria dos casos, possuem exames de imagem por TC normal.
Resumo:
A Síndrome do lcool Fetal (SAF) se refere a um conjunto de malformaes que podem estar presentes em crianas, filhas de mes que consumiram bebida alcolica durante a gestao. Esta síndrome apresenta um conjunto distinto de anomalias onde as mais freqentes so fissura palpebral estreita, lbio superior fino, filtro liso, restrio de crescimento e anomalias do sistema nervoso central. A exposio pr-natal ao lcool pode trazer srias conseqncias que permanecem a vida toda. Sua incidncia, nos Estados Unidos, chega a 1 em cada 100 nascimentos, mas esta estimativa varia de pas para pas devido a diferenas culturais, genticas e do mtodo de avaliao. O crebro o rgo mais vulnervel do corpo aos efeitos da exposio pr-natal ao lcool. O dano causado ao sistema nervoso central por tal exposio resulta em danos neurolgicos permanentes, incluindo anomalias de comportamento e atraso de desenvolvimento. A reduo no intelecto a manifestao comportamental mais comum observada do dano causado ao sistema nervoso central. Apesar disto, o dficit de comportamento social est se tornando uma seqela frequentemente encontrada em indivduos expostos. Recentemente, vrios estudos tm sugerido que crianas com SAF apresentam dificuldades emocionais e comportamentais que podem levar a uma srie de problemas secundrios. Este estudo tem como objetivo avaliar o consumo de lcool materno durante a gestao e verificar a presena de sinais relacionados SAF em adolescente e jovem adultos, de escolas pblicas, e comparar com uma amostra de indivduos institucionalizados. Tambm, analisar fatores de risco ambiental que possam estar relacionados com o comportamento antisocial observado nestes adolescentes. Cento e quarenta e cinco estudantes (controles) e 262 adolescentes da Fundao de Atendimento Scio-Edudativo - FASE (probandos) foram avaliados em relao a caractersticas maternas, histria familiar, consumo materno de lcool durante a gestao, exame fsico e teste de QI. Quase 40% dos controles e 49% dos probandos tiveram exposio pr-natal ao lcool. Todas as anlises estatsticas foram feitas comparando as variveis previamente citadas com a quantidade de ingesta materna de lcool durante a gestao: nenhuma, espordica e muita. Entre os estudantes, no encontramos diferenas significantes nas caractersticas gestacionais e de ambiente familiar quando comparadas entre os padres de consumo materno de lcool. No que diz respeito aos sinais fsicos da SAF, as seguintes medidas foram estatisticamente diferentes: permetro ceflico e fissura palpebral. Em relao aos adolescentes institucionalizados, diferenas foram encontradas entre as caractersticas de ambiente familiar: no amamentar mais comum entre as mulheres que bebem, bem como ter um membro da famlia condenado ou preso. A violncia domstica, criminalidade familiar, abuso infantil e alcoolismo familiar so as quatro variveis que predizem o uso de lcool durante a gestao. Quando comparamos ambos os grupos juntos como uma nica amostra constatou-se que algumas caractersticas do ambiente familiar eram muito importantes, como criminalidade familiar e abuso infantil; as medidas antropomtricas no foram diferiram entre expostos e no expostos, exceto pelo permetro ceflico. Estas particularidades do ambiente familiar esto influenciando o comportamento anti-social de modo a tornar os efeitos do consumo materno de lcool menos evidente entre os caracteres fsicos. Mesmo assim, todos os indivduos com sinais de SAF mostraram caractersticas similares: crescimento e desenvolvimento pobre, algumas dismorfias faciais e baixo escore no teste de QI.