12 resultados para Síndrome metabólica Adolescentes - Teses

em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul


Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

O Diabetes Mellitus uma síndrome metabólica caracterizada por hiperglicemia crnica e, esta por sua vez, contribui para o desenvolvimento das complicaes secundrias freqentemente observadas nos pacientes diabeticos. O estresse oxidativo decorrente dessa hiperglicemia um dos principais fatores envolvidos na fisiopatologia dessas complicaes. Vrios estudos comprovam o efeito nocivo in vivo e in vitro de concentraes altas de glicose sobre diferentes tecidos e rgos. Enzimas sulfidrlicas como -aminolevulinato desidratase (-ALAD), lactato desidrogenase (LDH) e succinato desidrogenase (SDH), so altamente sensveis a elementos pr-oxidantes. Uma freqente coexistncia entre Diabetes mellitus e porfiria tem sido observada em humanos e em animais experimentais, o que pode estar ligado inibio da -ALA-D observada em diabticos. Este estudo tem como objetivos induzir estresse oxidativo in vivo com exerccio fsico intenso ou dieta contendo altos nveis de sacarose e in vitro e com altas concentraes de acares redures e avaliar seus efeitos sobre os nveis de lipoperoxidao, fragilidade osmtica dos eritrcitos, atividade de enzimas antioxidantes (catalase e superxido dismutase) e enzimas sulfidrlicas (-ALA-D, LDH e SDH), verificar o efeito de um antioxidante seleno-orgnico (ebselen) e a suplementao de selnio sobre a atividade destas enzimas, bem como avaliar o possvel papel teraputico do ebselen sobre a fragilidade osmtica dos eritrcitos. Os resultados obtidos neste estudo demonstram que eritrcitos de pessoas com diabetes descontrolado so mais sensveis ao choque osmtico que eritrcitos de pacientes com diabetes controlado e eritrcitos de pessoas saudveis. Alm disso, uma funo protetora do ebselen contra a fragilidade osmtica, indica que eritrcitos de pessoas com diabetes descontrolada esto expostos a um aumento na produo de radicais livres in vivo. O ebselen tambm apresentou propriedade de inibir a glicao in vitro. O exerccio fsico intenso associado deficincia de selnio, capaz de diminuir a atividade das enzimas sulfidrlicas. No entanto, exerccio fsico moderado de menor intensidade melhora a sencibilidade insulina em camundongos com resistncia insulina, previne contra fatores nocivos comumente encontrados no diabetes como ganho de peso corporal e acmulo de gordura abdominal no capaz de afetar atividade da -ALA-D. Atravs dos 2 modelos experimentais utilizados, modelo de induo de peroxidao lipdica em eritrcitos incubados com concentraes elevadas de acares redutores in vitro e modelo de induo de resistncia insulina em animais treinados e sedentrios, pode-se concluir que: A incubao de eritrcitos in vitro com altas concentraes de glicose ou frutose leva a um aumento na lipoperoxidao e contribui para a diminuio da atividade de enzimas tilicas provavelmente por oxidao dos seus grupos SH. O exerccio fsico associado com baixos nveis de selnio na dieta prejudica a atividade de enzimas tilicas como -ALA-D e SDH. O exerccio fsico de intensidade moderada aumenta a sensibilidade insulina em camundongos com resistncia insulina induzida pela dieta com sacarose e previne contra o ganho de peso corporal e aumento do ndice de gordura abdominal.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

A desnutrio protica provoca efeitos deletrios sobre o metabolismo, principalmente quando imposta em perodos de crescimento e desenvolvimento corporal, em decorrncia de alteraes bioqumicas e hormonais. Muitos estudos, utilizando modelos de desnutrio materna, sugerem uma srie de adaptaes bioqumicas nos filhotes, cujas repercusses na vida adulta podem tornar-se importantes fatores de risco para doenas como Diabetes mellitus tipo ll, hipertenso e doena coronariana. Neste trabalho investigamos os efeitos da desnutrio protica imposta nos perodos pr-gestacional - gestacional - lactacional, bem como nos perodos gestacional e lactacional sobre alguns parmetros do metabolismo heptico, cerebelar e perfil lipdico plasmtico de ratos Wistar de 21 dias de idade. Os animais desnutridos (dieta: 7% de casena) foram divididos em trs grupos: a) pr-gestacional, gestacional e lactacional (grupo denominado PGGL); b) gestacional e lactacional em cuja dieta foi adicionada metionina (denominado GL(+)M); c) gestacional e lactacional sem adio de metionina dieta (denominado GL(-)M) e d) grupo controle (dieta: 25 % casena). Os pesos corporais dos filhotes foram verificados no 1, 7, 14 e 21 dias aps o nascimento e o peso do fgado, crebro e cerebelo apenas no 21 dia de vida ps-natal. Observamos que os ratos desnutridos apresentaram menor peso corporal aps o primeiro dia do nascimento. Aos 21 dias os ratos do grupo PGGL e do grupo GL(+)M no apresentaram diferena de peso entre si, contudo apresentaram peso inferior ao do grupo controle. O grupo GL(-)M apresentou uma diminuio ponderal em todos os parmetros avaliados. Hipoglicemia e hipoalbuminemia foram observadas em todos os grupos de ratos desnutridos. A concentrao de DNA cerebelar de ratos do grupo GL(-)M foi superior observada em todos os outros grupos; no entanto, nestes animais a concentrao cerebelar de protenas foi inferior aos demais grupos experimentais. No fgado, a concentrao de DNA dos grupos PGGL e GL(+)M no diferiu do controle, enquanto o grupo GL(-)M apresentou os menores valores A concentrao de protenas hepticas no grupo controle e no grupo GL(+)M foi semelhante, porm superior observada nos grupos PGGL e GL(-)M. A concentrao heptica de glicognio foi superior nos ratos do grupo PGGL, sendo que nos dois outros grupos de animais desnutridos foi inferior ao controle, porm no se observou diferena entre eles. Todos os grupos desnutridos apresentaram maior concentrao heptica de colesterol, sendo o maior valor encontrado no grupo GL(+)M. Os grupos PGGL e GL(+)M apresentaram os maiores valores de triglicerdeos hepticos e o grupo GL(-)M, o menor valor. No plasma, a maior concentrao de colesterol, HDL-c e LDL-c foi observada no grupo PGGL, enquanto que a concentrao de triglicerdeos do grupo GL(-)M foi superior aos dois outros grupos de animais desnutridos e no diferiu do controle. Os resultados obtidos sugerem que os animais expostos desnutrio protica nos perodos de desenvolvimento podem, na vida adulta, apresentar fatores de risco para vrias doenas crnico-degenerativas relacionadas com a Síndrome Metabólica.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

Hipertrofia ventricular esquerda um importante fator de risco em doena cardiovascular e pode ser responsvel por parte do elevado risco cardiovascular associado a diabetes. Apesar de que o estresse hemodinmico seja classicamente indicado como causa da injria miocrdica que leva ao remodelamento, a injria associada aos fatores neuro-humorais e a sinalizao celular atravs da ativao imuno-inflamatria tambm desempenham um papel, acompanhando os mecanismos recentemente descritos na síndrome metabólica, particularmente na obesidade, onde a ativao do sistema imune inato leva a uma resposta inadequada crnica mediada por citocinas em diversos sistemas corpreos. A ecocardiografia tem sido usada para identificar anormalidades da estrutura cardaca, porm, variaes metodolgicas e os diversos ajustes para os determinantes da massa ventricular como idade, sexo, tamanho corporal e outros correlatos clnicos so motivo de debate, assim como a definio dos estados de anormalidade, tanto para hipertrofia ventricular esquerda, como para outras medidas da estrutura ventricular. Em uma amostra populacional de 1479 Afro- Americanos do Estudo ARIC, investigamos de forma estratificada e multivariada as associaes independentes entre diabetes e as alteraes estruturais do ventrculo esquerdo, definidas por hipertrofia ventricular, aumento da espessura relativa e padres geomtricos anormais. Encontramos prevalncias elevadas dea alteraes estruturais nos indivduos com diabetes. Diabetes associou-se com hipertrofia ventricular em ambos os sexos e com espessura parietal aumentada e padres geomtricos anormais nas mulheres. Na maior parte dos modelos, as associaes com diabetes foram minimizadas com os ajustes para obesidade, sugerindo que o impacto da obesidade sobre as alteraes estruturais vistas em diabetes pode ser mediado por fatores outros do que a hiperglicemia. Essas novas evidncias esto em sintonia com o conhecimento contemporneo descrito.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

Fatores genticos e ambientais so apontados como fatores causais para explicar as diferenas no desenvolvimento de problemas de sade entre grupos tnicos. O conceito de raa/etnia definido, assim como as indicaes de seu uso. Diabetes melito (DM) como um estado de doena com uma marcada variabilidade tnico-racial utilizado como exemplo de anlise. Atravs de estudo transversal avaliou-se a prevalncia das complicaes vasculares em uma amostra de pacientes com DM tipo 2. Um total de 864 pacientes, incluindo 656 brancos, 104 mulatos e 104 pretos, classificados por auto-definio, foram avaliados atravs de protocolo padro para doena arterial coronariana (DAC), doena vascular perifrica (DVP), acidente vascular cerebral (AVC), retinopatia diabtica (RD), nefropatia diabtica (ND) e neuropatia diabtica sensrio-motora distal (NSMD). Pacientes brancos e mulatos eram mais velhos que os pacientes pretos (61,0 9,3 vs. 60,1 10,3 vs. 56,0 10,3 anos; P <0,001), embora o tempo de durao do DM fosse semelhante entre os grupos (14,8 8,2 vs. 14,2 6,7 vs. 13,3 7,0 anos; P = 0,169). Parmetros antropomtricos (ndice de massa corporal e medida da cintura), prevalncia de síndrome metabólica, hipertenso arterial sistmica, nveis de hemoglobina glicada, tambm foram similares entre os grupos. Em relao s complicaes crnicas do DM, brancos, mulatos e pretos apresentaram-se com uma prevalncia similar de DVP, AVC e NSMD. Mulatos e pretos, quando comparados com brancos, apresentaram uma maior prevalncia de DAC (45,4% vs. 60,4% vs. 39,2% ; P=0,004). As prevalncias de microalbuminria (22,4%, 21,2 e 22,1%; P= 0,906) e macroalbuminuria (16,2%, 19,2% and 13,5%; P= 0,915) foram similares entre os grupos. Doena renal avanada (dilise) (9% vs. 8,7% vs. 18,3%; P=0,012) e RDP (21,5% vs. 15,4% vs. 34,6%; P=0,005) foram mais freqentes em pretos. Estas diferenas se mantiveram aps ajustes para possveis fatores de confuso. Concluindo, em pacientes com DM tipo 2 com o mesmo tipo de assistncia mdica, controle pressrico e metablico, foi observada uma prevalncia maior de DAC, RDP e doena renal avanada em pacientes pretos. Os mecanismos pelos quais estas diferenas ocorrem no so claros e componentes genticos e/ou ambientais devem ser melhor explorados. Entretanto, at que este melhor entendimento seja disponvel, uma abordagem mais agressiva na avaliao e manejo dos fatores de risco para as complicaes do DM nos indivduos pretos deve ser pensada.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

Introduo: A incidncia da doena arterial coronria uma das principais causas de morbidade e motalidade em diversos pases e o estudo dos fatores de risco tm grande importncia na preveno e no tratamento dessa enfermidade. Entre outros fatores, a obesidade e a obesidade abdominal tm sido associadas com a maior incidncia de DAC. A ingesto diria de nutrientes tambm pode estar relacionada com essa doena, porm, uma vez que a alimentao complexa e contm diversos nutrientes, ainda no foi possvel elucidar o impacto da alimentao no risco de desenvolver a doena arterial coronria. Objetivo: Avaliar a relao entre o consumo alimentar dirio, a presena de obesidade abdominal e achados angiogrficos de obstruo arterial em pacientes portadores de cardiopatia isqumica, submetidos a cateterismo cardaco. Mtodos: Foi realizado um estudo transversal, com 284 pacientes submetidos a cateterismo cardaco, da unidade de hemodinmica de um hospital universitrio. Foi avaliada a RCQ, o IMC, a ingesto alimentar diria atravs de um inqurito nutricional, a anlise bioqumica do sangue e a avaliao do laudo do cateterismo cardaco. Resultados: Dos pacientes avaliados, 172 indivduos (60,6%) apresentavam alteraes em uma ou mais artrias coronrias. A ingesto mdia diria de calorias foi de 2450,56 Kcal/dia. O consumo de protenas foi em mdia 1,66 g/Kg/dia, de carboidratos foi de 3,83 g/Kg/dia e de lipdeos foi de 1,21 g/Kg/dia. A idade, o sexo masculino, os nveis sricos de triglicerdeos, o consumo de lcool e a glicemia em jejum foram estatisticamente significativos na anlise multivariada. Concluso: Nos pacientes avaliados, o consumo dirio de calorias encontra-se adequado, porm a ingesto de protenas, carboidratos e lipdeos esto inadequados. Em relao aos fatores de risco para DAC, as mulheres apresentaram maior associao para desenvolver a síndrome metabólica do que os homens.

Relevância:

40.00% 40.00%

Publicador:

Resumo:

A obesidade entre adolescentes vem aumentando sendo considerada um dos principais problemas de sade pblica. O objetivo deste estudo foi comparar a composio corporal, a taxa metabólica basal (TMB), o pico de consumo de oxignio (VO2pico) e a fora muscular de adolescentes com sobrepeso ou obesidade de um grupo submetido a 16 semanas de treinamento fsico misto em circuito com um grupo controle. Participaram 28 meninos pberes e ps-pberes, sendo 18 do grupo experimental (EXP) (13,4 anos de idade) e 10 do grupo controle (CON) (13,8 anos de idade). A massa corporal magra (MCM) e de gordura corporal (GC) foram obtidas por meio da Absortometria Radiolgica de Dupla-Energia (DEXA); a TMB, por meio de calorimetria indireta (MGC-CPX/D); o VO2pico, mediante teste em cicloergmetro (McMaster); e as foras de flexo de cotovelo (FCo) e extenso de joelho (EJ), mediante teste de 1RM. O treinamento foi realizado trs vezes por semana, durante uma hora e foi composto por nove exerccios contra-resistncia, intercalados com 3 a 5 minutos de exerccios aerbios. Foram utilizados a ANOVA de medidas repetidas e o teste T pareado e independente para comparaes intra e intergrupos, respectivamente. No houve diferenas significativas nas variveis IMC, GC (kg), TMB e VO2pico relativo MCM entre os grupos nos pr e ps-testes. Houve aumento significativo e igual entre os grupos nas variveis estatura (EXP pr 166,88,67 cm e ps 168,78,31 cm; CON pr 164,08,39 cm e ps 165,88,91 cm) e MCM (EXP pr 46,010,5 kg e ps 48,810,5 kg; CON pr 44,88,99 kg e ps 46,99,55 kg) aps o perodo do estudo. O grupo CON apresentou aumento significativo na MC (EXP pr 78,610,1 kg e ps 79,811,4 kg; CON pr 74,79,04 kg e ps 76,89,45 kg). O grupo EXP apresentou diminuio significativa no %GC (EXP pr 38,78,91% e ps 36,48,54%; CON pr 37,38,24% e ps 36,09,15%) e aumentos significativos no VO2pico absoluto (EXP pr 2,250,48 l/min e ps 2,520,47 l/min; CON pr 2,330,54 l/min e ps 2,440,53 l/min) e VO2pico relativo MC (EXP pr 28,64,57 ml/kg/min e ps 31,44,06 ml/kg/min; CON pr 31,05,09 ml/kg/min e ps 31,95,27 ml/kg/min). O grupo EXP apresentou aumentos maiores de fora muscular do que os do grupo CON tanto em FCo (EXP pr 13,34,84 kg e ps 19,64,89 kg; CON pr 13,85,60 kg e ps 15,15,48 kg) quanto em EJ (EXP pr 31,29,19 kg e ps 43,910,8 kg; CON pr 26,74,62 kg e ps 29,85,48 kg). O treinamento fsico misto em circuito em adolescentes obesos no aumentou a TMB, mas demonstrou benefcios na composio corporal, no pico de consumo de oxignio e na fora muscular comparado a um grupo controle.

Relevância:

40.00% 40.00%

Publicador:

Resumo:

A Síndrome do lcool Fetal (SAF) se refere a um conjunto de malformaes que podem estar presentes em crianas, filhas de mes que consumiram bebida alcolica durante a gestao. Esta síndrome apresenta um conjunto distinto de anomalias onde as mais freqentes so fissura palpebral estreita, lbio superior fino, filtro liso, restrio de crescimento e anomalias do sistema nervoso central. A exposio pr-natal ao lcool pode trazer srias conseqncias que permanecem a vida toda. Sua incidncia, nos Estados Unidos, chega a 1 em cada 100 nascimentos, mas esta estimativa varia de pas para pas devido a diferenas culturais, genticas e do mtodo de avaliao. O crebro o rgo mais vulnervel do corpo aos efeitos da exposio pr-natal ao lcool. O dano causado ao sistema nervoso central por tal exposio resulta em danos neurolgicos permanentes, incluindo anomalias de comportamento e atraso de desenvolvimento. A reduo no intelecto a manifestao comportamental mais comum observada do dano causado ao sistema nervoso central. Apesar disto, o dficit de comportamento social est se tornando uma seqela frequentemente encontrada em indivduos expostos. Recentemente, vrios estudos tm sugerido que crianas com SAF apresentam dificuldades emocionais e comportamentais que podem levar a uma srie de problemas secundrios. Este estudo tem como objetivo avaliar o consumo de lcool materno durante a gestao e verificar a presena de sinais relacionados SAF em adolescente e jovem adultos, de escolas pblicas, e comparar com uma amostra de indivduos institucionalizados. Tambm, analisar fatores de risco ambiental que possam estar relacionados com o comportamento antisocial observado nestes adolescentes. Cento e quarenta e cinco estudantes (controles) e 262 adolescentes da Fundao de Atendimento Scio-Edudativo - FASE (probandos) foram avaliados em relao a caractersticas maternas, histria familiar, consumo materno de lcool durante a gestao, exame fsico e teste de QI. Quase 40% dos controles e 49% dos probandos tiveram exposio pr-natal ao lcool. Todas as anlises estatsticas foram feitas comparando as variveis previamente citadas com a quantidade de ingesta materna de lcool durante a gestao: nenhuma, espordica e muita. Entre os estudantes, no encontramos diferenas significantes nas caractersticas gestacionais e de ambiente familiar quando comparadas entre os padres de consumo materno de lcool. No que diz respeito aos sinais fsicos da SAF, as seguintes medidas foram estatisticamente diferentes: permetro ceflico e fissura palpebral. Em relao aos adolescentes institucionalizados, diferenas foram encontradas entre as caractersticas de ambiente familiar: no amamentar mais comum entre as mulheres que bebem, bem como ter um membro da famlia condenado ou preso. A violncia domstica, criminalidade familiar, abuso infantil e alcoolismo familiar so as quatro variveis que predizem o uso de lcool durante a gestao. Quando comparamos ambos os grupos juntos como uma nica amostra constatou-se que algumas caractersticas do ambiente familiar eram muito importantes, como criminalidade familiar e abuso infantil; as medidas antropomtricas no foram diferiram entre expostos e no expostos, exceto pelo permetro ceflico. Estas particularidades do ambiente familiar esto influenciando o comportamento anti-social de modo a tornar os efeitos do consumo materno de lcool menos evidente entre os caracteres fsicos. Mesmo assim, todos os indivduos com sinais de SAF mostraram caractersticas similares: crescimento e desenvolvimento pobre, algumas dismorfias faciais e baixo escore no teste de QI.

Relevância:

30.00% 30.00%

Publicador:

Resumo:

Os fenmenos convulsivos despertaram o interesse de estudiosos e pensadores j na Antigidade, quando aspectos mgicos e sobrenaturais eram a eles associados. No sculo XIX foram lanadas as bases dos conceitos atuais sobre a desestruturao funcional cerebral na epilepsia, e Berger, em 1929, marcou definitivamente a histria com a descoberta dos ritmos cerebrais. Crise epilptica e epilepsia no so sinnimos, j que o ltimo termo refere-se a crises recorrentes espontneas. Ela costuma iniciar na infncia, da a preocupao com o risco de repetio do primeiro episdio e com a deciso de instituir tratamento medicamentoso. Fatores prognsticos so apontados, mas no h consenso. No Brasil existem poucas pesquisas nesta linha, tanto de prevalncia da epilepsia como de fatores envolvidos na recorrncia de crises. Este estudo teve como objetivo geral avaliar aspectos clinicoeletrogrficos capazes de auxiliar no prognstico e no manejo da epilepsia da criana e do adolescente. Foram objetivos especficos determinar a incidncia de crise epilptica no provocada recorrente; identificar fatores remotos implicados na ocorrncia de crise epilptica; relacionar tipo de crise com achados eletrencefalogrficos; relacionar tipo de crise, durao da crise, estado viglia/sono no momento da crise e achados eletrencefalogrficos com possibilidade de recorrncia; e identificar os fatores de risco para epilepsia. Foram acompanhados 109 pacientes com idades entre 1 ms e 16 anos, com primeira crise no-provocada, em mdia por 24 meses, a intervalos trimestrais, no Hospital de Clnicas de Porto Alegre (HCPA). Foram realizados eletrencefalogramas (EEG) aps a primeira crise; depois, solicitados anualmente. No foram includos casos com epilepsia ou síndrome epilptica bem definida, ou que fizeram uso prvio de drogas antiepilpticas. A mdia de idade foi 6 anos, com predomnio da faixa etria de 6 a 12 anos. Setenta eram meninos e 39, meninas. Os indivduos brancos eram 92, e os no-brancos, 17. O nvel de escolaridade dos casos esteve de acordo com a distribuio da idade e, entre os responsveis, predominaram 8 anos de escolaridade. Foi possvel concluir que as crises nicas no-provocadas mais freqentes foram generalizadas, e sem predomnio significativo do tipo de EEG. A incidncia de crise no-provocada recorrente foi 51,4%. Histria de intercorrncias pr-natais maternas aumentou em 2 vezes o risco de repetio de crises. Via de nascimento, escore de Apgar no 5 minuto, relao peso ao nascer/idade gestacional, intercorrncias no perodo ps-natal imediato e desenvolvimento neuropsicomotor no tiveram influncia na recorrncia. Histria familiar de crises mostrou tendncia significncia estatstica para repetio dos episdios, com risco de 1,7. No foi encontrada associao entre tipo de crise e achado eletrencefalogrfico. A maioria das crises foi de curta durao (at 5 minutos), mas este dado no esteve relacionado com a recorrncia. Estado de viglia teve efeito protetor na recorrncia. Se a primeira crise foi parcial, o risco de repetio foi 1,62, com tendncia significncia. Quando o primeiro EEG foi alterado, houve relao significativa com primeira crise tanto generalizada como parcial. O primeiro EEG com alteraes paroxsticas focais apontou risco de repetio de 2,90. Quando as variveis envolvidas na repetio de crises foram ajustadas pelo modelo de regresso de Cox, EEG alterado mostrou risco de 2,48, com riscos acumulados de 50%, 60%, 62% e 68%; com EEG normal, os riscos foram 26%, 32%, 34% e 36% em 6, 12, 18 e 24 meses respectivamente.

Relevância:

30.00% 30.00%

Publicador:

Resumo:

No prximo ano, completam-se 40 anos desde a primeira tentativa de transplante heptico (TxH) em seres humanos. H quase 20 anos, o transplante (Tx) tornou-se uma opo teraputica real para os pacientes portadores de doena heptica terminal. Atualmente, o TxH o tratamento de escolha para diversas enfermidades hepticas, agudas ou crnicas. Dos transplantes realizados na Europa ou nos EUA, em torno de 12% dos pacientes so crianas e adolescentes. No Brasil, 20,9% dos pacientes transplantados de fgado em 2001 tinham at 18 anos de idade e, destes, 60,7% tinham 5 anos ou menos. O objetivo do TxH a manuteno da vida dos pacientes com doena heptica irreversvel, e a principal forma de avaliao de sucesso a sobrevida aps o Tx. A primeira semana que se segue ao TxH, apesar dos excelentes progressos dos ltimos anos, continua sendo o perodo mais crtico. A maioria dos bitos ou das perdas do enxerto ocorrem nas primeiras semanas, em particular, nos primeiros 7 dias de TxH. Diversos fatores de risco para o resultado do TxH podem ser identificados na literatura, porm h poucos estudos especficos do Tx peditrico. As crianas pequenas apresentam caractersticas particulares que os diferenciam do Tx nos adultos e nas crianas maiores. Com o objetivo de identificar fatores de risco para o bito nos 7 primeiros dias aps os transplantes hepticos eletivos realizados em 45 crianas e adolescentes no Hospital de Clnicas de Porto Alegre entre maro de 1995 e agosto de 2001, foi realizado um estudo de caso-controle. Entre os 6 casos (13,3%) e os 39 controles foram comparadas caractersticas relacionadas ao receptor, ao doador e ao procedimento cirrgico e modelos prognsticos. Das variveis relacionadas ao receptor, o gnero, o escore Z do peso e da estatura para a idade, a atresia de vias biliares, a cirurgia abdominal prvia, a cirurgia de Kasai, a histria de ascite, de peritonite bacteriana espontnea, de hemorragia digestiva e de síndrome hepatopulmonar, a albuminemia, o INR, o tempo de tromboplastina parcial ativada e o fator V no foram associados com o bito na primeira semana. A mortalidade inicial foi maior nas crianas com menor idade (p=0,0035), peso (p=0,0062) e estatura (p<0,0001), bilirrubinemia total (BT) (p=0,0083) e bilirrubinemia no conjugada (BNC) (p=0,0024) elevadas, e colesterolemia reduzida (p=0,0385). Os receptores menores de 3 anos tiveram um risco 25,5 vezes maior de bito que as crianas maiores (IC 95%: 1,3487,7). A chance de bito aps o Tx dos pacientes com BT superior a 20 mg/dL e BNC maior que 6 mg/dL foi 7,8 (IC95%: 1,250,1) e 12,7 (IC95%: 1,3121,7) vezes maior que daqueles com nveis inferiores, respectivamente. Das caractersticas relacionadas ao doador e ao Tx, as variveis gnero, doador de gnero e grupo sangneo ABO no idnticos ao do receptor, razo peso do doador/receptor, causa do bito do doador, enxerto reduzido, tempo em lista de espera e experincia do Programa no foram associados com o bito nos primeiros 7 dias. Transplantes com enxertos de doadores de idade at 3 anos, ou de peso at 12 Kg representaram risco para o bito dos receptores 6,8 (IC95%: 1,143,5) e 19,3 (IC95%: 1,3281,6) vezes maior, respectivamente. O tempo de isquemia total foi em mdia de 2 horas maior nos transplantes dos receptores no sobreviventes (p=0,0316). Os modelos prognsticos Child-Pugh, Rodeck e UNOS no foram preditivos do bito. Os pacientes classificados como alto risco no modelo de Malatack apresentaram razo de chances para o bito 18,0 (IC95%: 1,2262,7) vezes maior que aqueles com baixo risco. A mortalidade na primeira semana foi associada a valores elevados do escore PELD. O risco de bito foi de 11,3 (IC95%: 1,2107,0) nas crianas com valor do PELD maior que 10. As crianas pequenas e com maior disfuno heptica apresentaram maior risco de bito precoce. Doador de pequeno porte e prolongamento do tempo de isquemia tambm foram associados mortalidade. Somente os modelos de Malatack e PELD foram preditivos da sobrevida.