4 resultados para Peri
em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo:
Foi realizado um estudo da dinmica de assemblias de Drosofildeos em oito amostras insulares e continentais de Santa Catarina atravs de dados coletados em vrias visitas ao longo de dois anos. Dentre os resultados obtidos est a estimativa do grau de diversidade destas assemblias. Nossas coletas mostraram que a predio de qual espcie ser dominante, num determinado perodo amostrado, razoavelmente possvel. A anlise dos ndices de diversidade nos indica que o Morro da Lagoa o ponto de menor diversidade especfica, seguido de Ratones Grande. Contudo, os dois pontos tm um grande nmero de espcies diferentes, sendo a sua diversidade baixa em funo da alta dominncia do subgrupo willistoni neles encontrada. Analisando o componente S (nmero de espcies) da diversidade, nas ilhas pontos de coleta, percebe-se que a ilha maior (Ilha de Santa Catarina) tem realmente um maior nmero de espcies coletadas 46 no ponto A alm de 10 espcies diferentes coletadas no ponto D (56 espcies no total) do que as ilhas menores (42, 44, 40 e 50), o que corrobora a teoria da biogeografia de ilhas. No continente, a curva espcie/rea se comportou da mesma forma que nas ilhas se considerarmos a diversidade como um todo. Realmente estes pontos foram uns dos que apresentaram maior diversidade, principalmente o ponto F, com um H de 2,22, que se manteve com Mata Atlntica Primria at o final do perodo de coletas, sendo portanto o ponto mais preservado de todos utilizados e, teoricamente, o que apresentava maior diversidade de nichos ecolgicos para serem ocupados Outros Drosofildeos como Zaprionus, Zygotricha, Gitona, Cladochaeta, Diathoneura, Micodrosophila, Leucophenga e Amiota foram coletados. Embora nosso interesse preliminar fosse apenas o gnero Drosophila, a incluso destes outros gneros em nosso estudo visou uma maior compreenso das possveis associaes que podem ocorrer entre eles e espcies de Drosophila. Os dois primeiros gneros foram mais freqentes nas nossas coletas. Zaprionus indianus foi considerada uma espcie invasora, pois surgiu com freqncias baixssimas que aumentaram gradualmente nas coletas subsequentes, superando em freqncia as espcies nativas. Isto confirma o carter generalista e polifgico deste tipo de espcie. Neste trabalho, relatado o primeiro registro do Gnero Zaprionus (Diptera, Drosophilidae) para o Estado de Santa Catarina, na regio litornea central que inclui as Ilhas de Santa Catarina, Arvoredo, Ratones Grande, Ratones Pequeno e Campeche. Drosophila roerhae, D. unipunctata, D. schineri, D. bifilum, D. fuscolineata, D. meridionalis, D. neosaltans, D. bocainoides e D. platitarsus foram pela primeira vez registradas para a regio Sul do Brasil, aumentando, portanto o limite meridional de suas distribuies. Como um ponto de partida para estudar o polimorfismo para inverses cromossmicas em D. neocardini, foi construdo um fotomapa de referncia dos cromossomos politnicos de glndulas salivares de larvas de terceiro estgio. Pelo menos 258 indivduos (aproximadamente trs ncleos por glndula) de sete diferentes localidades (Serto do Peri, Ilha do Arvoredo, Serra do Tabuleiro, Ilha de Ratones Grande, Ilha de Ratones Pequeno, Morro da Lagoa da Conceio e Ilha do Campeche, todos no Estado de Santa Catarina) foram analisados e fotomicrografias foram obtidas, at se chegar a um consenso sobre a identidade dos elementos cromossmicos. Uma nova inverso no brao cromossmico IIIL foi registrada e denominada de IIILA. A variabilidade cromossmica encontrada nas espcies de Drosophila do grupo cardini em todas as localidades tambm foi pesquisada, e foi comparada visando contribuir para uma melhor compreenso da evoluo destas comunidades. Analisando o polimorfismo cromossmico de D. polymorpha encontramos nove inverses diferentes pela primeira vez descritas. Uma das inverses novas foi encontrada no cromossomo X, duas outras foram encontradas para o brao IIL; quatro foram catalogadas para o brao cromossmico IIIR e duas inverses novas foram achadas no brao cromossmico IIIL. Com relao ao polimorfismo, em D. neocardini foi encontrada apenas uma nova inverso no brao IIIL e para D. cardinoides uma nova inverso no brao IIIL. O estudo discute as implicaes ecolgicas e evolutivas deste tipo de polimorfismo, para um maior entendimento da evoluo deste grupo de espcies.
Resumo:
O tratamento cirrgico dos tumores hepticos tem sido um grande desafio na histria evolutiva da cirurgia. No passado, as altas taxas de morbidade e mortalidade limitavam sua aplicao como opo teraputica. O refinamento da tcnica de resseco heptica est associado a menores ndices de mortalidade e morbidade peri-operatria e, embora, a mortalidade tenha sido reduzida a menos de 10% nos servios especializados, a morbidade ainda bastante significativa, sendo que a hemorragia grave e a embolia area permanecem como complicaes graves das hepatectomias. O controle da perda sangunea o objetivo primordial durante este tipo de cirurgia. As tcnicas descritas, com a finalidade de conter a hemorragia transoperatria, so aquelas associadas reduo do fluxo sanguneo ao fgado, seja atravs da ocluso vascular aferente ou manobra de Pringle por clampeamento do pedculo heptico, seja por excluso vascular total do rgo. Hepatectomias parciais podem ser realizadas com pequeno sangramento e, mesmo quando associadas a perodos prolongados de isquemia tecidual, no foram identificadas leses parenquimatosas ou falncia heptica persistente. A reduo na necessidade de reposio de sangue, no perodo peri-operatrio, est associada a menor morbidade e diminuio significativa na incidncia de sepse abdominal. O objetivo deste estudo foi o de avaliar uma srie de hepatectomias parciais com ocluso do fluxo sanguneo aferente, em pacientes portadores de patologias benignas e neoplasias malignas. Foram analisadas 60 hepatectomias em 59 pacientes com ocluso do fluxo sanguneo aferente quanto a possveis fatores de risco para morbidade e mortalidade, bem como a relao entre o tempo de isquemia heptica e a variao das transaminases, tempo de protrombina e bilirrubinas, e destes, com a evoluo ps-operatria. A prevalncia de complicaes ps-operatrias foi de 43,3% e a mortalidade de 6,7%. O fator de risco significativo para mortalidade foi tempo cirrgico mais prolongado, quando comparado com os pacientes que no foram a bito. Para a morbidade ps-operatria, foram identificados como fatores de risco a idade acima de 60 anos, cirurgia por neoplasia maligna, parnquima heptico anormal, ou seja, presena de cirrose, esteatose ou colestase, perda sangunea necessitando reposio de mais de uma unidade de sangue e outros procedimentos cirrgicos concomitantes. Na anlise multivariada por regresso logstica, estes fatores de risco foram reduzidos, apenas, para presena de cirrose, esteatose ou colestase. O tempo de isquemia no apresentou relao com a morbi-mortalidade ps-operatria. A variao das transaminases foram mais acentuadas nos casos com maior tempo de isquemia, porm, retornaram aos nveis pr-operatrios em, aproximadamente, uma semana. No houve variao de tempo de protrombina e bilirrubinas quanto ao tempo de isquemia. A variao de AST e ALT no foram diferentes entre os pacientes com e sem morbidade ps-operatria.
Resumo:
Introduo A AIDS trouxe mudanas na apresentao clnico-radiolgica da tuberculose, com o surgimento de formas incomuns. Estas alteraes vm sendo discutidas na literatura internacional. Entretanto, o quadro clnico, radiolgico e epidemiolgico da apresentao pulmonar da tuberculose em pacientes infectados pelo vrus da imunodeficincia humana (HIV) em nosso meio no foi ainda completamente descrito. Pacientes e Mtodos Foram estudadas as radiografias de trax e coletados dados de pronturio de 231 pacientes com 37,7 12,9 anos de idade, com tuberculose pulmonar comprovada por baciloscopia do escarro e sem histria de tratamento prvio, internados no Hospital Sanatrio Partenon no perodo de janeiro de 1997 a dezembro de 2001. Os pacientes foram divididos em grupos, de acordo com a presena ou no de infeco pelo HIV e de AIDS e de acordo com os valores de linfcitos ( 1500 ou > 1500 clulas/mm3) e de CD4 ( 200 ou > 200 clulas/mm3) no sangue perifrico. Parmetros clnicos e radiolgicos foram comparados entre os grupos. Foram avaliados idade, sexo, cor da pele, estado geral, durao dos sintomas, alcoolismo, uso de drogas ilcitas, presena de diabetes melito, neoplasias ou adenomegalias superficiais e diagnstico prvio ou atual de doenas oportunsticas associadas ao HIV. Pacientes que apresentaram adenomegalias superficiais foram considerados como tendo doena multifocal. Pacientes infectados pelo HIV (HIV +) que apresentaram doenas oportunsticas foram classificados como tendo o diagnstico de sndrome da imunodeficincia adquirida (AIDS). As radiografias de trax (pstero-nterior e perfil) foram avaliadas para definir o tipo de tuberculose e a presena de adenomegalias intratorcicas associadas a leses pulmonares, de cavidades e de derrame pleural. A tuberculose tipo primria, forma atpica em adultos, foi caracterizada pela presena de adenomegalias hilares e/ou mediastinais associadas a focos de consolidao peri-ganglionar ou no segmento anterior do lobo superior, segmento basal do lobo inferior, lobo mdio ou lngula. Resultados Os pacientes HIV+ eram mais jovens (34,3 9,3 vs. 41,1 15,0 anos; p<0,0001), utilizavam drogas ilcitas mais freqentemente (61,3 vs. 12,5%; p<0,0001), apresentavam maior freqncia de doena multifocal (23,9 vs. 2,5%; p<0,0001) e contagem menor de linfcitos no sangue perifrico (1590 1077 vs. 2130 974 clulas/mm3; p=0,0003) do que os pacientes no infectados pelo HIV (HIV-). A freqncia dos tipos de tuberculose foi diferente entre os pacientes HIV+ e HIV- (p<0,001), pela maior prevalncia de tuberculose miliar, pneumonia tuberculosa e tuberculose tipo primria nos pacientes HIV+. A tuberculose tipo primria s ocorreu nos pacientes HIV+, sendo mais freqente nos pacientes HIV+ com AIDS, nos pacientes com valores de linfcitos 1500 clulas/mm3 e naqueles com valores de CD4 200 clulas/mm3. Os valores de CD4 foram mais baixos nos pacientes com tuberculose tipo primria [31 (3 71) clulas/mm3] do que nos com outros tipos de tuberculose (p<0,01), sem diferenas entre os demais tipos. Os pacientes HIV+ apresentaram menor freqncia de leses escavadas do que os pacientes HIV- (70,8 vs. 91,5%; p<0,0001). A freqncia de cavidades foi ainda menor nos pacientes HIV+ com AIDS e naqueles com CD4 200 clulas/mm3. Adenomegalias intratorcicas associadas a leses pulmonares foram observadas em 20,4% dos pacientes HIV+ e em 0,8% dos HIV- (p<0,0001). Pacientes com adenomegalias intratorcicas apresentavam freqncias maiores de doena multifocal (45,8 vs. 9,2%; p<0,0001), contagens menores de linfcitos no sangue perifrico (966 480 vs. 1974 1057 clulas/mm3; p<0,0001) e de CD4 [47 (3 268) vs. 266 (7 1288); p<0,0001], do que os pacientes com leses pulmonares exclusivas. Na regresso logstica mltipla, o HIV [RC = 11,5 (1,4 95,1); p=0,023], a doena multifocal [RC = 6,2 (1,7 22,2); p=0,005] e o tempo de sintomas [RC = 0,98 (0,96 0,99); p=0,025] estavam independentemente relacionados presena de adenomegalias intratorcicas associadas a leses pulmonares. Doena multifocal foi diagnosticada em 23,9% dos pacientes HIV+ e em 2,5% dos HIV- (p<0,0001), sendo mais freqente nos pacientes com AIDS do que nos HIV+ sem AIDS (34,2 vs. 0%; p<0,0001). Pacientes com doena multifocal apresentavam contagens menores de linfcitos no sangue perifrico (1244 983 vs. 1966 1038 clulas/mm3; p=0,001) do que os pacientes sem doena multifocal. Setenta e quatro por cento dos pacientes com doena multifocal apresentava contagem de linfcitos 1500 clulas/mm3. Na regresso logstica mltipla, o HIV+ [RC = 10,4 (3,0 36,0); p<0,001] e a idade [RC = 0,94 (0,90 0,99); p=0,014] estavam independentemente associados presena de doena multifocal. Os pacientes HIV+ sem AIDS no diferiram dos pacientes HIV- quanto aos tipos de tuberculose, quanto as freqncias de doena multifocal (0,0 vs. 2,9%; p=1,000), adenomegalias intratorcicas associadas a leses pulmonares (2,9% vs. 0,8%; p=0,398) e leses escavadas (88,2 vs. 91,5%; p=0,517), bem como quanto aos valores de linfcitos (2360 1198 vs. 2130 974 clulas/mm3; p=0,283). Concluses Os pacientes HIV+ desta srie apresentavam freqncia maior de adenomegalias intratorcicas associadas a leses pulmonares, com o surgimento de formas atpicas, principalmente nos pacientes com maior grau de imunossupresso. Apresentavam ainda maior prevalncia de adenomegalias superficiais, compatveis com disseminao extratorcica da tuberculose. Em adultos, a tuberculose se caracterizava por ser uma doena unifocal, geralmente comprometendo o pulmo e sem adenomegalias intratorcicas associadas. Somente ocorria envolvimento de mais do que um rgo nos casos de tuberculose miliar e de tuberculose de excreo, quando os bacilos se disseminavam por via canalicular. Na presente srie, observou-se proporo significativa de pacientes HIV+ com adenomegalias superficiais, o que pode corresponder tuberculose multifocal. A maior freqncia dessas alteraes nos pacientes com AIDS, bem como a freqncia aumentada de tuberculose miliar, corrobora com dados da literatura que demonstraram que as formas atpicas de tuberculose pulmonar e as formas graves so mais comuns em pacientes com imunossupresso avanada. A similaridade na freqncia dos tipos de tuberculose entre os pacientes HIV+ sem AIDS e os pacientes HIV- sugere que, em locais de alta prevalncia de tuberculose, adultos HIV+ com apresentao clnico-radiolgica usual de tuberculose, na ausncia de histria prvia ou atual de outras infeces oportunsticas, no devem ser classificados como tendo AIDS. Entretanto, importante lembrar que com a introduo da highly active antiretrovial therapy (HAART), que reduziu a morbidade e a mortalidade causada pela AIDS, tem-se observado aumento nos valores de CD4 e diminuio na incidncia de tuberculose em pacientes HIV+. Com isso, possvel que a tuberculose volte a se manifestar na sua forma clssica em pacientes com AIDS sob tratamento adequado. Com base nos achados do presente estudo os autores recomendam que, havendo suspeita clnica de tuberculose, a investigao prossiga, mesmo que as leses radiolgicas no sejam tpicas. Ainda sugerem que, em casos de tuberculose tipo primria ou de doena multifocal, o teste anti-HIV seja realizado e, se positivo, que os valores de CD4 e a presena de doenas oportunsticas associadas sejam avaliados. Em locais onde a contagem de linfcitos CD4 no se encontra disponvel, a contagem de linfcitos totais no sangue perifrico deve ser realizada, uma vez que esta pode contribuir para o atendimento de pacientes com HIV e tuberculose.
Resumo:
O presente trabalho objetivou avaliar o efeito do nmero de espermatozides na dose inseminante sobre a taxa de prenhez (TPr) e no nmero de embries de fmeas sunas inseminadas pela tcnica intra-uterina (IAU), em uma nica inseminao (IA), efetuada no intervalo de at 24 horas antes da ovulao, considerando o refluxo de smen ps-inseminao. Foram utilizadas 211 fmeas plurparas hbridas (Landrace x Large White), com ordem de parto variando de dois a nove e intervalo desmame-estro de dois a seis dias. O diagnstico de estro foi realizado duas vezes ao dia. Foram utilizadas doses com volume total de 20 ml contendo 0,25 x 109 (tratamento 1), 0,5 x 109 (tratamento 2) ou 1,0 x 109 (tratamento 3) espermatozides diludos em Beltsville Thawing Solution (BTS) produzidas em split sample. Quatro machos hbridos (Landrace x Large White x Pietrain) foram utilizados como doadores de smen. Foi acompanhada a motilidade (MOT) de uma dose de 100 ml contendo 2,5 x 109 espermatozides proveniente de cada coleta de smen com a finalidade de avaliar a viabilidade espermtica durante as 240 horas de armazenamento a 17C. A coleta do refluxo vulvar, at 60 minutos aps a IAU foi realizada com bolsas de colostomia descartveis fixadas na regio peri-vulvar. A determinao do nmero de espermatozides contidos no refluxo foi realizada em cmara hemocitomtrica. O diagnstico de gestao foi realizado aos 20-23 dias com auxlio da ultra-sonografia transcutnea em tempo real. As fmeas prenhes foram abatidas 34-41 dias aps a IAU, onde foram coletados o tero e os ovrios para contagem dos corpos lteos e embries. A passagem do cateter foi possvel em todas as fmeas. No houve refluxo no momento da realizao da IAU. No houve diferena (P>0,05) no percentual de volume (pvol) e de espermatozides (psptz) refludos at 60 minutos aps a IAU entre os trs tratamentos. O baixo (inferior a 15%) ou alto (superior a 15%) psptz refludos no influenciou a TPr, mas houve correlao negativa (P=0,0003; R=-0,34) do psptz refludos com o nmero de embries totais (NET). No houve refluxo em apenas oito fmeas e a amplitude do pvol variou de 0-136%. No presente trabalho, a MOT das doses inseminantes foi semelhante entre os quatro machos (P>0,05). A TPr no diferiu entre os tratamentos (P=0,36) porm foram verificadas diferenas (P<0,05) entre os machos dentro de cada tratamento. A reduo na taxa de prenhez foi mais acentuada para o macho D, quando foram utilizadas doses com menor nmero de espermatozides. No houve efeito do macho ou da interao macho com tratamento sobre o nmero de embries (P>0,05). O NET e viveis diferiu entre o T1 e T2 (P<0,05). Utilizando-se apenas uma nica inseminao intra-uterina no intervalo de at 24 horas antes da ovulao com 0,5 x 109 espermatozides, possvel alcanar ndices superiores a 85% de prenhez e 14 embries, aos 34-41 dias de gestao.