17 resultados para Negras Brasil Identidade racial

em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul


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Este trabalho trata da identidade palestina e dos processos sociais de construo de identidade tnica observados no extremo sul do Brasil. Focaliza os processos de recriao de tradies e as negociaes sociais que agiram no sentido de configurar um grupo tnico. Este estudo uma etnografia desenvolvida a partir da observao participante e da anlise de documentos produzidos pelos entrevistados que vivem na Chu (Rio Grande do Sul) na fronteira entre Brasil e Uruguai. Atravs da investigao de uma das falas recorrentes - aqui tudo palestino -, revela-se o universo de situaes sociais e negociaes que configuram uma identidade social e os conflitos envolvidos na produo de uma comunidade rabe como um grupo minoritrio. Analisa-se as expresses da identidade social relativas a um reconhecimento como palestinos, focalizando as diversas aes empreendidas do incio da dcada de 80 at o fim dos anos 90. O estudo aborda os mecanismos e processos sociais que deram vitalidade identidade social e proeminncia de uma identidade tnica, entre eles: as viagens Palestina e o modo como estas viagens incidem sobre a descoberta da identidade palestina; as festas de casamentos que estreitam laos entre famlias e que reverberam na produo de uma famlia rabe; e o interesse pela poltica partidria local como um palco especfico em que uma identidade social se configura como identidade tnica, traando fronteiras simblicas e revitalizando a preocupao com os destinos e lideranas da comunidade rabe.

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A Raa Brasil, revista dirigida ao leitor afro-descendente, objetiva-se a proporcionar auto-estima e visibilidade ao negro, a partir de uma representao baseada em valores considerados positivos. Lanada em setembro de 1996, a revista a mais importante publicao comercial etnicamente segmentada, em virtude da expressiva circulao que j apresentou em seu tempo de existncia. Esta dissertao busca identificar quem o negro representado na revista Raa Brasil. Para isso, estuda a forma como os meios de comunicao se posicionam frente questo racial, considerando o poder simblico que possuem. Alm disso, aborda a teoria da identidade e a construo da identidade brasileira, o que embasa o estudo dos valores partilhados na cultura nacional sobre os afro-descendentes e fundamenta a anlise da revista Raa Brasil. Junto anlise, apresentado um panorama geral da publicao atravs da descrio da revista. O estudo da publicao permite afirmar que o negro representado na revista Raa Brasil corresponde, entre outros aspectos, a uma pequena parcela dos afro-descendentes que conseguiram alcanar uma condio melhor de vida. Ou seja, para se dirigir a esses provveis consumidores, que compem a classe mdia formada por afro-descendentes, os produtores da revista Raa Brasil constroem uma representao com o propsito de que o leitor se identifique com exemplos de ascenso social do negro, auto-estima e a assuno de mestios como negros. Sendo assim, a revista pode ser compreendida como uma estratgia de identidade da parte dos seus produtores.

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As interpretaes acerca do budismo, mediadas por diversos mestres espirituais, tm encontrado espaos de aceitao e sntese religiosa no contexto ocidental. Este trabalho tem como objetivo situar uma destas mediaes, veiculada pelo Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEBB - Viamo - Estado do Rio Grande do Sul - Brasil). O centro coordenado por um lama nascido no Brasil, professor ligado ao budismo tibetano, Padma Samten, que fornece uma viso sistemtica e global do budismo. Por estarmos aqui diante de uma expresso budista sem razes tnicas, a abordagem de lama Samten negocia, no contexto de sua transmisso, com as vises j pr-existentes no imaginrio social. Para compreender as simpatias e percepes a esta abordagem, evocam-se as trajetrias religiosas atravs de entrevistas com participantes do CEBB, analisando as ressignificaes proporcionadas pelas crenas budistas. Ressaltamos tambm a importncia dos momentos rituais, pensando os retiros como local privilegiado da constituio de tramas intersubjetivas. Destas tramas emerge a identidade social do praticante, fundada no modelo estruturado de ascese proposto pelo lama, e narrada a partir da contnua adoo de um modo de subjetivao budista.

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Radiografando o cenrio nacional, a cada dia, emergem iniciativas de lideranas negras que vem despontando como uma iniciativa para superar as desigualdades de oportunidades entre brancos e negros no Brasil. Entre estas iniciativas os cursos pr-vestibulares tm demarcado espao na sociedade e na vida de alunos negros e carentes dando-lhes uma oportunidade de rever seus estudos rumo ao ingresso na universidade. Nesse sentido, a dissertao se prope a apresentar, informar, relatar e discutir as iniciativas desenvolvidas em dois cursos pr-vestibulares para negros e carentes em Porto Alegre RS. Observando e entrevistando a coordenao, professores e professoras, e, alunas e alunos, combina os dados coletados numa perspectiva etnogrfica, com as idias de autores que trabalham temas: raa, racismo, discriminao e ao afirmativa. Tais dados fizeram sentido para corroborar e reafirmar o preconceito e a discriminao que os negros sofrem na atual sociedade e, ao mesmo tempo, as aes que as lideranas negras vm propondo para superar a composio deste tabuleiro social. Estas aes estratgicas tem conquistado espaos e direitos no campo profissional e intelectual do pas. Implicam reconhecer avanos na ampliao da conscincia crtica da populao negra e na difuso, mesmo que lenta e gradativa do seu exerccio da cidadania. Os cursos apresentam, em sua organizao, disciplinas para alm dos contedos programticos exigidos no Exame Vestibular, que primam por uma formao de cunho racial e social, personalizadas para alcanar estes objetivos, o que implica na socializao dos sujeitos envolvidos.

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O objetivo desta pesquisa tratar das identidades vinculadas s representaes da masculinidade bissexual, a partir de material coletado num perodo de tempo bem marcado 1995 a 2000 , num espao delimitado Brasil e atravs de uma forma especfica uma rede postal integrada por homens informantes espalhados em numerosas cidades do pas. A anlise do material feita dentro do paradigma do construcionismo social, e tomando como referncia as construes culturais de gnero, sexo, sexualidade, identidade, representao e masculinidade, que auxiliam a entender a situao no apenas dos indivduos que vivem esta particular forma de masculinidade, mas a sexualidade de forma ampla. A ancoragem terica desta investigao situa-se nos campos dos estudos culturais, dos estudos de gnero e do psestruturalismo, que justamente propiciam a construo de explicaes sobre a sexualidade no restritas ao referencial biolgico e psicolgico, e radicam suas anlises no campo cultural, entendendo a cultura como um horizonte de luta por representaes e significaes. Todo esse esforo de compreenso trazido ao campo da educao, uma vez que nesta rea as reflexes sobre identidade e representao so estratgicas, pois que a construo da identidade sempre fruto de pedagogias postas em ao, no caso aqui, as chamadas pedagogias da sexualidade.

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O Centro de Porto Alegre (Brasil) caracteriza-se pela presena de vendedores de rua desde o sculo XVIII. Hoje, contudo, essa forma de comrcio informal assume propores extraordinrias, constituindo-se um fenmeno global relacionado produo e comercializao de pirataria, consumida generalizadamente em todas as camadas sociais. O universo desta pesquisa so os camels e sacoleiros regularizados que trabalham na Praa XV de Novembro da capital gacha e comercializam mercadorias contrabandeadas de Ciudad del Este (Paraguai), trazidas por eles prprios. A atuao dos camels no espao pblico envolve uma permanente negociao - ora pacfica, ora conflituosa - com o poder pblico, lojistas, meios de comunicao e vendedores de rua em situao irregular. Afora as dificuldades do trabalho de rua e a competitividade do ofcio, os comerciantes estudados formam suas redes de relaes (sejam elas de vizinhana, de parentesco ou de companheirismo de viagem) pautadas pela presena constante da solidariedade e lealdade - cdigos simblicos que do sustentao ao trabalho cotidiano, conferindo sentido ao trabalho e vida social. Procura-se, com isso, fornecer uma viso ampla do universo estudado, mostrando vrias de suas facetas, acompanhadas ao longo de uma etnografia que aconteceu tanto em Porto Alegre, quanto na fronteira do Brasil com o Paraguai.

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Esta tese interpreta o carter das mudanas que ocorrem na educao superior a partir do processo de reformas iniciado nos anos 1990. O contexto dos acontecimentos o das reformas polticas com dimenso globalizada. Focalizou-se a diversificao institucional por meio do estudo de casos de centros universitrios. A anlise exigiu o estudo de disputas histricas, da legislao recente e de concepes e prticas sobre a vida acadmica em instituies de ensino superior. A tica sobre a realidade e sobre elementos da filosofia poltica, a partir de Hannah Arendt e de Jurgen Habermas, bem como da sociologia poltica de Boaventura de Souza Santos permitiram a constituio das categorias analticas de carter pblico e de legitimidade pblica. A compreenso a que se chegou permite defender que a diversificao institucional na educao superior, uma tendncia internacional, possui carter pblico frgil e est presente no caso brasileiro, expressando-se por meio dos centros universitrios, os quais, no possuindo identidade acadmica consolidada, contam com baixa legitimidade no sistema, embora situem-se em um marco legal de definio crescente e tendam a aprimorar-se academicamente. Nos casos estudados, v-se que a legitimidade pblica existente oriunda dos histricos institucionais comunitrio e/ou confessional.

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O tema deste trabalho a discriminao racial no mercado de trabalho do Rio Grande do Sul. Analisamos a forma de participao dos indivduos brancos e negros nessa esfera social, procurando investigar a influncia da discriminao racial sobre as desigualdades existentes entre esses dois grupos raciais. Verificamos a relao existente entre a desigualdade scioeconmica e a desigualdade na forma de participao no mercado de trabalho. Por outro lado, apresentamos tambm exemplos de discriminao racial, ao analisar queixas de crimes de preconceito de cor ou raa registrados nas delegacias de polcia do Rio Grande do Sul entre 1998 e 2003, referente ao cotidiano das relaes de trabalho dos indivduos negros. Assim, pudemos construir uma categorizao das queixas de discriminao racial e examinar o discurso racial como forma de construo de uma identidade estigmatizada e estereotipada concebida para os negros.

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Esta tese aborda o futebol de espetculo a partir do processo de formao de atletas profissionais. Trata-se de uma etnografia tendo como objeto principal os dispositivos usados na converso de jovens talentos em atletas aptos a performances em forma de espetculo. Os dispositivos compreendem um conjunto variado de elementos, tais como: centros de formao, recrutamento e seleo de talentos, organizao para o trabalho, tecnologias de treinamento, redes de agenciamentos, normas legais, especialistas em vrios saberes e outros procedimentos que demarcam a rotina do referido processo. Do ponto de vista terico, a profissionalizao de jogadores usada estrategicamente em dupla perspectiva. Por um lado, investiga-se a circulao das emoes no espectro do futebol de espetculo, cuja fora motriz dada pela adeso dos torcedores aos clubes, instituies tradicionais a quem os jogadores disponibilizam os capitais incorporados ao longo da formao. Por outro lado, so abordadas as lgicas subjacentes prpria formao, com ateno especial circulao de jovens talentos e seus estatutos: de pessoas e de mercadorias. A observao participante foi realizada em vrios centros especializados em formao, no Brasil e na Frana, dentre os quais destacam-se o Sport Club Internacional (Porto Alegre) e o Olympique Marseille (Frana). A tese focaliza a singularidade das configuraes concretas, usando a diversidade das experincias para apresentar uma sntese de quem, quando, onde, como e com que finalidade produzem-se jogadores profissionais. O desafio de compreender um fato social extenso, integrado aos cenrios urbanos aos quais o pesquisador faz parte, atravessa esta investigao, cujo suporte etnogrfico foi decisivo em todos os momentos.

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O estudo buscou identificar as relaes entre letramento/alfabetizao e gnero, raa e condies de ocupao no Brasil e diferentes Unidades da Federao, tendo como base emprica os microdados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiclios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) em 2002. O modelo de anlise foi elaborado com base nos nveis de letramento propostos por Ferraro (2002) a partir da varivel anos de estudo concludos com xito, incluindo-se o nvel 0, que corresponde a quem se declarou sem instruo ou com menos de um ano de estudo. Verificaram-se grandes desigualdades entre as regies e as Unidades da Federao em termos de sua distribuio pelos diferentes nveis de letramento. Apenas o Distrito Federal e os estados de So Paulo e Rio de Janeiro, da Regio Sudeste, e Paran e Rio Grande do Sul, da Regio sul, apresentaram, no nvel mais alto de letramento, taxas superiores do Brasil como um todo. No nvel mais alto de letramento (Nvel 4 - 11 anos ou mais anos de estudo), as mulheres superam os homens em todos os grupos de idade mais jovens, de 10 a 14 anos at 50 a 54 anos. Apenas nos grupos de idade mais avanada, de 55 ou mais anos, os homens continuam a superar a mulheres nesse nvel de letramento Isto indica que, a partir de meados do sculo XX, foi verificando-se uma inverso histrica do fenmeno da desigualdade em educao, com vantagem, agora, para as mulheres no que se refere a nveis de letramento. A interseco de raa e gnero revelou que essas duas dimenses se somam e se sobrepem, mas mantendo cada uma dessas duas dimenses a sua especificidade. Com efeito, em todas as idades, independentemente de qual gnero leve vantagem em termos de letramento, os homens brancos sempre superam os homens negros, da mesma forma que as mulheres brancas sempre levam vantagem em relao s mulheres negras. As variveis gnero e raa contriburam tambm muito para o diagnstico das desigualdades no estudo do letramento quando analisadas em relao condio de ocupao das pessoas.

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A tese tem por objetivo analisar o processo de construo identitria dos operrios porto-alegrenses no final do sculo XIX e primeiras dcadas do sculo XX, no qual a interao das vivncias pessoais e sociais considerada de forma relacional, engajando-se, assim, em uma opo historiogrfica na qual a anlise das experincias constitutivas dos sujeitos sociais vm ocupando um espao cada vez maior. Parte-se de trs hipteses norteadoras: 1) A construo da identidade operria tem como um de seus fundamentos a busca de reconhecimento atravs do orgulho de sua capacidade produtiva. Isto implica que os operrios se distingam tanto dos exploradores capitalistas e das classes perigosas quanto da imagem construda pelo discurso dominante, que os associa ao vcio, preguia e indisciplina sempre que eles ameaam sair do controle e/ou reivindicam melhores condies de vida e trabalho; 2) As identidades sociais existem sempre em relao umas com as outras, influenciando-se mutuamente e contribuindo para que ocorram permanentes transformaes identitrias. Optou-se, na tese devido importncia percebida ao longo do trabalho com as fontes por analisar as interfaces entre as identidades operria, tnicas e de gnero; 3) A identidade operria construda no apenas a partir das peculiaridades do local e do contexto em que se encontram os trabalhadores, mas tambm da conjugao dessas peculiaridades com idias, smbolos e caractersticas que aparecem em diversos lugares e circulavam em diferentes pases, possibilitando aos operrios manter contato com as mltiplas dimenses dessa realidade, auxiliando na formao de uma identidade coletiva que ultrapassa barreiras geogrficas. No Primeiro Captulo, foi analisado o processo de construo da identidade operria atravs das operaes de reconhecimento dadas pela aproximao aos iguais e pela valorizao do trabalho, transformado em emblema, bem como pela oposio aos outros, atravs tanto da denncia dos exploradores capitalistas, quanto pela demonstrao das diferenas em relao s classes perigosas. O Segundo Captulo analisou as transformaes identitrias motivadas pela convivncia de novos contingentes populacionais que, chegados cidade a partir da segunda metade do sculo XIX, trouxeram novas caractersticas tnicas e/ou nacionais, que foram redimensionadas e/ou transformadas a partir da convivncia no mundo produtivo. Tambm se analisou as relaes estabelecidas entre as caractersticas identitrias de gnero e operrias, ocasionadas pela crescente entrada do elemento feminino no mercado de trabalho da cidade. No Terceiro Captulo buscou-se compreender as relaes identitrias estabelecidas entre o movimento operrio porto-alegrense com os de outras partes do Brasil e do exterior, observando, para isso, tanto a circulao de militantes locais em outras cidades do interior do Estado e do centro do pas, quanto os textos de autores nacionais e estrangeiros, publicados nos jornais locais, bem como as influncias de militantes que, vindos do centro do pas, aqui residiram. Analisou-se ainda as comemoraes do Primeiro de Maio, observando-se como sua memria e simbologia foram apropriadas e permitiram diferentes vises da data entre o operariado local, transformando-a tanto em momento de festa e confraternizao, quanto em ritual de reconhecimento, distino e luta.

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O presente estudo investiga o papel da lngua na constituio da identidade e etnicidade dos grupos de base imigrante em contato em uma comunidade rural multilnge em portugus, italiano e alemo de Imigrante, no Rio Grande do Sul, Brasil. A concepo bsica que subjaz a esse propsito a de que a lngua constitui um dos principais fatores de determinao da identidade e etnicidade de um grupo social, neste caso representado por descendentes de imigrantes alemes e italianos. A pergunta que orientou a pesquisa, na comunidade escolhida, como se d essa interrelao entre lngua e identidade no contato entre dois grupos de fala contrastantes, germnico e romnico, e ao mesmo tempo semelhantes, na medida em que compartilham o trao em comum de grupo minoritrio falante de uma variedade dialetal aloglota oriunda da imigrao a partir do sculo XIX. Tal objetivo envolveu quatro pontos essenciais: em primeiro lugar, pretendeu-se verificar o papel da lngua na constituio de padres de identidade, bem como se varia entre um grupo tnico e outro. Em segundo lugar, pretendeu-se analisar no sentido de sustentar a hiptese de uma identidade mltipla dos diferentes grupos tnicos e sociais em contato na comunidade e descrever os condicionadores dessa multiplicidade (situao, prestgio/estigmatizao, duplicidade de comportamento). Em terceiro lugar, buscou-se reconhecer padres identitrios entre os diferentes grupos de falantes da comunidade, descrevendo meios e mecanismos de expresso/manifestao da identidade tnica no comportamento lingstico dos falantes. E, por fim, objetivou-se reunir exemplos que atestam, no sentido inverso, o papel da identidade no comportamento lingstico dos falantes da comunidade. A presente dissertao enquadra-se no mbito de pesquisas do bilingismo, lnguas em contato e identidade, abordando tpicos como uso, manuteno e substituio de variedades lingsticas minoritrias e majoritrias, identidade, estigmatizao e preconceito lingstico. Do ponto de vista terico-metodolgico, o estudo baseia-se em uma pesquisa qualitativa, no sentido amplo. Os resultados da pesquisa nos levaram a constatar que a lngua continua sendo um dos principais fatores de identificao entre alemes, italianos e lusobrasileiros, e que tal se manifesta de forma mltipla e varivel nas relaes sociais da comunidade plurilnge. Revelou-se tambm que a constituio da identidade quanto ao uso e manuteno/substituio da lngua mais forte entre os descendentes de alemes que entre os descendentes de italianos.

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Este estudo analisa as mudanas de estrutura, de gesto e de insero no mercado financeiro ocorridas no Banco do Brasil como instituio que busca sua identidade no sistema financeiro nacional SFN. As mudanas so analisadas sob a influncia dos acontecimentos que interferiram (a) no cenrio financeiro internacional ps-Segunda Guerra Mundial e (b) no cenrio financeiro nacional que, de certa forma, regulou a atuao dos bancos pblicos e privados. A anlise da performance do Banco do Brasil feita a partir da dcada de sessenta, com nfase na dcada de noventa, perodo em que as alteraes so mais profundas, reafirmando o carter dual pblico/privado do Banco. O estudo empreendido leva-nos a avaliar a permanncia do Banco do Brasil no Sistema Financeiro Nacional pela legitimao da lgica empresarial e do carter privado de gesto, com atuao agressiva na colocao de produtos e servios no mercado, mesmo que mantida sua condio de Empresa sob o controle do Estado e de instrumento de algumas de suas polticas.

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A pesquisa consiste em um estudo qualitativo sobre as representaes do Brasil e dos brasileiros em sites da Internet gerados no exterior. A partir da hiptese de que as representaes de brasilidade, desde h muito, esto ligadas ao mito fundador do Brasil, busca-se discutir como se constroem representaes a respeito da identidade brasileira em tempos de mundializao da cultura, quando as narrativas, atravs de mdias como a Internet, crescentemente circulam em nvel global. A discusso proposta encontra nas obras de Castells (1999; 2003), Hall (2002), Chau (1986; 2000) e DaMatta (1993; 1994; 1996) os principais interlocutores para a formao de seu referencial terico. A investigao props trs objetivos distintos: a identificao das imagens utilizadas e veiculadas pelos sites para narrar a brasilidade; a verificao de como se constroem as representaes a respeito do Brasil e dos brasileiros em suas narrativas verbais e visuais e, finalmente, a identificao dos elementos do mito fundacional presentes nessas representaes. A anlise do material emprico, realizada atravs de uma anlise textual crtica baseada na semiologia barthesiana, permitiu verificar que, embora a brasilidade representada nos sites contenha elementos de ambigidade e contradio, tais representaes apontam predominantemente para a utilizao de formas mitolgicas de representao do Brasil e dos brasileiros. Ao circularem na Internet, tais representaes atualizam a mitologia verde-amarela que representa o Brasil como pas de riqueza natural e o brasileiro como povo pacfico, hospitaleiro, alegre e sensual.

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Com a inteno de conhecer a identidade e a diversidade da araneofauna relacionada com a cultura do arroz e as reas entorno da lavoura, foi realizado um inventrio, na Estao Experimental do Arroz (EEA), do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), Cachoeirinha, RS (50o5821W; 29o5530S), procurando contribuir com o conhecimento deste agroecossistema. Procurou-se avaliar a riqueza de espcies, abundncia e similaridade da fauna de aranhas entre as formaes e perodos escolhidos para a amostragem. Foram realizadas sadas de 20/10/2004 a 6/6/2005; o local de estudo (EEA) foi dividido em trs reas; a primeira um campo, que durante muitos anos foi utilizado para o cultivo do arroz, mas atualmente est desativado (em pousio), a segunda rea a lavoura de arroz, subdividida em duas subreas (arroz 1 e 2), e por fim, a terceira rea na borda de um fragmento de mata prximo ao campo. Em cada rea foram efetuadas coletas em transectos, dois em cada rea, totalizando oito a cada coleta. Nos transectos foram realizadas coletas matinais utilizando a metodologia de rede de varredura (35 cm de dimetro), para amostrar a araneofauna da vegetao herbcea e subarbustiva, tanto na cultura do arroz, no campo e na borda da mata. Em cada transecto foram efetuados 50 golpes com a rede em movimentos de avano pendulares. Trs perodos foram avaliados: antes do arroz ser semeado, durante o desenvolvimento do arroz e aps a colheita. Foram coletadas um total de 2717 aranhas, incluindo jovens e adultos. A partir do exame de todas as amostragens realizadas, houve uma maior abundncia de aranhas no campo, diferindo significativamente das outras reas. A comunidade de aranhas das reas estudadas constitui-se de 85 morfoespcies, pertencentes a 15 famlias, predominando, no geral, Oxyopidae, Araneidae e Tetragnathidae; no campo e borda ocorreu predomnio de Oxyopidae e no arroz (1 e 2) foi Araneidae. O grupo funcional com maior abundncia de aranhas, que prevaleceu em todas as reas, foi das caadoras emboscadoras, seguido das construtoras de teias orbiculares. Entre as morfoespcies as mais abundantes foram: Oxyopes salticus Hentz, 1845, Alpaida veniliae (Keyserling, 1865) e Misumenops pallidus (Keyserling, 1880). A famlia que registrou o maior nmero de morfoespcies foi Linyphiidae. A nica morfoespcie registrada em todos os perodos amostrais foi Oxyopes salticus, sendo a mais abundante no campo e borda; no arroz foi Alpaida veniliae. A maioria das morfoespcies foram raras, ocorrendo em somente uma ou duas coletas. Dos estimadores de riqueza de espcies o que mais se aproximou da riqueza observada foi Bootstrap nas reas de campo (estimando 30,55 espcies; 85,1% das espcies amostradas), arroz 1 (31,41; 82,8%) e borda (79,02; 78,5%); no arroz 2 foi Chao 1 (39; 82,1%). Abundncia e riqueza foram significativamente diferentes entre as reas e os perodos. Ocorreu predomnio expressivo de aranhas jovens (imaturas). Entre as aranhas adultas, no existiu diferena significativa nos tamanhos mdios entre as espcies das diferentes reas. Dos fatores abiticos, somente a temperatura teve relao com a maior abundncia na borda. Houve diferena significativa para a similaridade entre as reas e os perodos. So apresentados aspectos da fenologia das morfoespcies mais abundantes registradas nesta pesquisa e outros resultados encontrados sugerem a importncia de estudos da biodiversidade nos agroecossistemas.