8 resultados para Katholieke Universiteit te Leuven (1970- )
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Do desequilbrio das finanas pblicas crise fiscal do Rio Grande do Sul : uma anlise do perodo 1970-98
Resumo:
A presente dissertao trata das finanas pblicas do Estado do Rio Grande do Sul e apresenta os elementos determinantes que desencadeiam a configurao de um ambiente de crise fiscal. A caracterizao do ambiente de crise fiscal no Rio Grande do Sul est relacionada com o esgotamento do padro de financiamento do Estado implementado nas ltimas trs dcadas tanto por razes polticas como administrativas. O dficit oramentrio uma constante na histria do Estado, o que diferiu, ao longo do tempo, foi a forma de financiamento do mesmo. Durante o perodo do regime militar, o dficit foi financiado atravs da contratao de novas operaes de crdito, que, no perodo, foram suficientes para custear o servio da dvida e proporcionar recursos adicionais para alavancar os investimentos e ampliar a estrutura administrativa do Estado. A partir de 1983 e no decorrer de toda a dcada de 80, a reduo da folha de pagamento, possibilitada pela conjuntura inflacionria, foi a forma de ajuste. De 1991 a 1994, a conjuntura inflacionria foi decisiva para o financiamento do dficit, permitindo tanto a reduo das despesas com pessoal como a obteno de receitas financeiras em valores significativos. De 1995 a 1998, o dficit foi financiado pelo processo de privatizao. O ambiente de crise fiscal configura-se nessa conjuntura, na qual se inviabiliza a forma de financiamento at aqui utilizada. A relativa estabilidade econmica no permite a reduo, a curto prazo, da folha de pagamento. O custo do endividamento passado consome no presente grande parte de seu oramento, e o projeto poltico que venceu as eleies contra a continuidade das privatizaes como paliativo para resolver os problemas de caixa. Logo, o dficit ter que ser financiado de maneira diferente, provavelmente via reorientao dos gastos e aumento de receitas, o que altera tambm a forma de relao do Estado com os interesses dos diferentes segmentos da sociedade gacha.
Resumo:
Esta dissertao busca retomar o debate sobre o processo de desenvolvimento da agricultura gacha, atravs da anlise crtica dos trs principais estudos produzidos durante os anos setenta a respeito daquele processo. A inteno da retomada deste debate defendida a partir da construo da hiptese de que as categorias "lavoura empresarial", "pecuria tradicional" e "agropecuria colonial", elaboradas no Projeto ACIIRS e, posteriormente, adotadas no estudo "25 Anos de Economia Gacha" e no "Projeto PERSAGRI", generalizaram uma interpretao distorcida da realidade agrria e agrcola gacha. Tal distoro explicita-se pela nfase dada idia de que a "lavoura empresarial" seria um segmento produtivo caracterizado pelo uso destacado da mo-de-obra assalariada e pela separao entre o proprietrio dos meios de produo e os proprietrios da fora de trabalho. Ao mesmo tempo, pela acentuao do fato de que a "agropecuria colonial" era um segmento onde seu carter de "unidade de produo no capitalista" a tornava uma unidade onde no haveria condies de acumulao de excedente. A anlise dos estudos acima indicados (captulos 2, 3 e 4) foi complementada por uma proposta metodolgica onde se recorreu, por um lado, tabulao modificada dos dados de mo-de-obra do Projeto ACIIRS, relacionados com os tipos de agricultura e as regies de programao definidas pelo mesmo Projeto. Por outro lado, utilizou-se dados de mo-de-obra dos censos agropecurios tabulados de acordo com trs grupos de municpios do Rio Grande do Sul, selecionados conforme os tipos de solo disponveis e a estrutura fundiria. Tal proposta metodolgica permitiu que se identificasse que a utilizao daquelas categorias conduziu a uma superestimao do papel desempenhado pela relao de trabalho por assalariamento, representada pela "lavoura empresarial" e, ao mesmo tempo, a uma subestimao do papel da mo-de-obra familiar, representada pela "agropecuria colonial", no processo de desenvolvimento da agricultura gacha.
Resumo:
Esta tese, intitulada uma histria de governamento e de verdades Educao Rural no Rio Grande do Sul (1950-1970), analisa como a educao rural constituiu-se em dispositivo que desenvolveu minucioso esforo de governamento da populao rural no perodo estudado A pesquisa inscreve-se no campo das discusses educacionais que examinam relaes de poder-saber e est considerando a perspectiva que toma a educao em seu papel na fabricao ativa dos indivduos. A investigao trata de um processo de produo de subjetividades de crianas, jovens e docentes para novos tempos vividos entre as dcadas de 1950 a 1970 e analisa investimentos estratgicos levados a efeito atravs da Revista do Ensino do Rio Grande do Sul e do manual didtico Escola Primria Rural. Conclui que tais investimentos no queriam produzir apenas os rurais escolares, mas tambm pretendiam atingir, o mais amplamente possvel, as comunidades rurais, as famlias; em ltima instncia, queriam atingir a vida dessas populaes, regulando-a, governando-a. Na primeira parte do trabalho, o objetivo montar o baralho da estratgia analtica, situando, alm do corpus discursivo, a perspectiva dos estudos Culturais Contemporneos e as contribuies da teorizao de Michel Foucault. Assim, so anunciadas as concepes utilizadas para realizao de uma analtica do governamento. Na segunda parte, faz-se uma leitura das prescries endereadas ao magistrio gacho e, atravs dele, comunidade. Inicialmente, so examinados alguns investimentos de poder sobre os escolares, tecnologias que colocaram em ao instrumentos disciplinares com vistas ao aparelhamento da escola, formao-atualizao docente e a educao integral dos estudantes, atravs do Clube Agrcola A seguir, a analtica realizada utilizou o conceito de biopoder desenvolvido por Foucault, para mostrar os investimentos de um poder poltico sobre o conjunto da populao rural. Inmeras campanhas, programas e projetos foram veiculados prescrevendo um conjunto de coisas ensinveis, relativas ao modo de vida da populao. Observa-se como docentes e estudantes rurais tiveram a pauta de um currculo cultural constituda por enunciados que pretenderam mudar a mentalidade da populao, modernizando-a. A mudana de hbitos dizia respeito alimentao, agricultura, sade e economia, bem como a cuidados com o corpo, a casa e o meio ambiente. Por fim, a investigao teve como propsito mostrar os sujeitos escolares rurais como efeito das prticas discursivas a que estiveram submetidos. O trabalho buscou problematizar o sujeito escolar rural descrito e prescrito pelos discursos em anlise, interrogando como os rurais constituram-se em objeto de conhecimento possvel e desejvel.
Resumo:
Investiga a pertinncia de considerar a configurao social contempornea como sendo uma sociedade de Moda, na qual os sujeitos sociais so desencaixados de suas experincias diretas e reencaixados por imagens, que os significam. O maior significante dessas imagens encontra-se no novo, e a sua manipulao permeia a busca de ser um outro, para qualificar o mesmo. Analisa as transformaes que Florianpolis passou entre os anos de 1950 a 1970, evidenciando a busca da modernidade como meio de assemelhar-se a outras cidades consideradas modernas, especialmente, o Rio de Janeiro. Apresenta tal historicidade como processo de emerso, tendo em vista que, os discursos propaladores da cidade moderna, foram considerados centrais na constituio da imagem de Florianpolis realizada. Analisa a constituio da potica moderna da aparncia, ressaltando o papel da publicidade, lato sensu, na instituio dos padres de elegncia e beleza e seus vnculos com a estratificao social. Salienta a presena da cultura francesa na instituio desses padres e relaciona-os a reconverso das elites contemporneas. Investiga os processos de recepo da potica da aparncia, no contexto florianopolitano, destacando a ao do cronismo social, que agencia a manipulao de fichas simblicas de elegncia, beleza, distino e do moderno para configurar novas formas de ser elite. As fontes so tratadas a partir da esttica da recepo de Jauss. As concepes de modernidade e de suas implicaes so baseadas em Marshall Berman e Anthony Giddens, especialmente. As concepes de poder partem dos pressupostos de George Balandier, entre outros. Aplica-se a definio de capital-aparncia de Pags-Delon e de reconverso social de Robert Castel e Dominique de Saint-Martin. Conclui que a positivao da aparncia, numa sociedade regida pela imagem do novo, promove subjetividades que encontram no parecer sua essncia de ser, isto , institua seres de parecer ou sujeitos-moda que, logo, estabelecem suas estratgias de poder por meio da aparncia.
Resumo:
Frente ao crescente interesse e necessidade de buscar mais informaes sobre a real relao do capital humano, nesse caso educao, com o crescimento econmico brasileiro, esta tese procurou examinar suas dinmicas de inter-relao seguindo os modelos clssicos de abrangncia na rea, exgeno e endgeno. Dessa forma, apresenta-se, na primeira parte do trabalho uma resenha sobre os textos clssicos na rea de estudo de crescimento econmico, exgeno e endgeno, que so os de MANKIW; ROMER e WEIL (1992), LUCAS (1988 e 1993) ROMER (1990) e KLENOW e RODRIGUEZ-CLARE (1997), focando na anlise das diferentes formas de medir a varivel capital humano (CH). Diferenas no faltam para medi-la, assim como formatos diferentes de expressar a mesma varivel de representatividade de qualificao educacional. Este processo de anlise tomou por base a proposta do ISCED-1997 elaborado pela UNESCO. Na segunda parte do trabalho buscou-se atravs de dois trabalhos (LAU et al., 1993; BENHABIB; SPIEGEL, 1994; ANDRADE, 1997) desenvolvidos para anlise da economia brasileira, mais precisamente estadual, analisar e comparar, via crosssection e dados de painel, qual o efeito da escolaridade sobre o crescimento econmico nacional entre o perodo de 1970 e 2001. A terceira parte apresenta um segundo grupo de anlises empricas desenvolvido neste trabalho envolvendo a varivel capital humano. Atravs do trabalho desenvolvido por SAB e SMITH (2001 e 2002), buscou analisar a convergncia do capital humano no mbito estadual (Brasil) atravs do processo da convergncia condicional e no condicional. Concluiu-se que existe uma relao tnue entre as variveis educao e crescimento econmico para os estados e o Brasil como um todo. Isso devido aos mais diversos fatores como qualidade dos dados, perodo analisado (tamanho da amostra), as diferentes medidas de capital humano, as diferenas de modelagem das variveis. Sugere-se, portanto, que outras variveis representativas inseridas nos modelos, em conjunto com a educao, podem mostrar resultados mais significativos para explicar o desenvolvimento econmico destas regies e do pas.
Resumo:
Esse trabalho analisa as condies sociais de emergncia e as dinmicas de participao na defesa de causas ambientais no estado do Rio Grande do Sul entre 1970 e incio dos anos 2000. As mobilizaes ambientalistas ocorridas em tal estado no incio dos anos 70 so consideradas pela literatura pertinente como um dos marcos principais do nascimento do ambientalismo no Brasil, devido ao carter precursor das associaes e lideranas que participavam de tais mobilizaes. Trata-se de demonstrar que elas tambm so representativas da configurao de um militantismo de reconverso profissional para atuao nas mais diferentes esferas sociais. Tal caracterizao do ambientalismo como uma rea de atuao profissional est relacionada ao fato de se tratar de uma causa cuja emergncia e consolidao foi influenciada por variveis exgenas e, mais especificamente, pela presso e formulao de diretrizes ambientais nas instncias internacionais. Ela resulta tambm da conformao das foras sociais e polticas que participaram das mobilizaes e organizaes nos diferentes momentos de sua constituio. Ela est respaldada em concepes militantistas da formao e do exerccio profissional, segundo as quais a profisso sempre implica a capacidade ou a competncia de associar os recursos adquiridos durante o processo de escolarizao realidade e prtica poltica Todavia, as mobilizaes ambientalistas ocorridas a partir da dcada de 70 e sua expanso nos anos oitenta se caracterizam pela diversificao dos padres de utilizao da formao escolar e universitria como instrumento de politizao para a atuao profissional em diferentes esferas de atividade. Passa-se de uma situao em que as predisposies e os recursos para tal militantismo resultavam da bagagem cultural e poltica vinculada ao meio familiar, para uma outra na qual eles resultam das inseres dos dirigentes em diversas redes de organizaes e de movimentos sociais. Com isso, as gratificaes obtidas com tal militantismo e as bases que sustentam e do acesso ao exerccio profissional nessas diversas esferas de atividade se encontram diretamente ligadas vinculao simultnea dos dirigentes em tais redes sociais. Por isso, os objetivos e as intervenes associativas nas instncias de proteo ambiental tm se caracterizado por um elevado grau de atomizao e de segmentao e so muito difceis de serem conciliadas, sendo que quando isso acontece de forma muito circunstancial e provisria.
Resumo:
A tese analisa a poltica fiscal do Estado do Rio Grande do Sul entre 1970 e 2003. O estudo est assim dividido: em primeiro lugar, rev o debate sobre se os dficits pblicos importam ou no; em segundo lugar, testa a hiptese de sustentabilidade da poltica fiscal do Rio Grande do Sul, por meio de testes de raiz unitria e de cointegrao; em terceiro lugar, testa a hiptese tax-smoothing para o caso do Rio Grande do Sul; em quarto lugar, testa diversas hipteses sobre os determinantes do dficit pblico, medido pela variao da relao dvida/PIB, e do dficit primrio para o caso do Rio Grande do Sul. As hipteses foram divididas em grupos de fatores: os econmicos, os institucionais e os polticos.
Resumo:
Este trabalho pretende colaborar com o registro e esclarecimento da histria da arquitetura moderna brasileira, a partir da produo do arquiteto Ruy Ohtake na dcada de 1960. Para isso, inicialmente apresenta o contexto histrico, poltico e cultural, nacional e internacional do perodo. Trata-se de um segundo momento para a arquitetura brasileira, aps a fundao de Braslia, que faz com que a arquitetura brasileira seja respeitada e reconhecida internacionalmente. Focaliza a arquitetura paulista e a formao do arquiteto, em meio a um perodo de efervescncia cultural. Aponta contingncias e influncias que vieram colaborar com a formao de um grupo coeso de arquitetos com uma produo que se destaca no cenrio internacional. Em um segundo momento o trabalho se concentra na produo residencial do arquiteto no perodo em estudo, identificando particularidades e semelhanas dentro desta produo paulista. Busca referenciais nos precedentes nacionais, na arquitetura japonesa, e no raciocnio plstico vinculado ao abstracionismo geomtrico derivado da convivncia com as artes plsticas atravs de sua me, Tomie Ohtake. Uma breve apresentao de trabalhos de carter pblico contrape a produo residencial. Enfim, trata-se de uma reflexo sobre a produo individual do arquiteto Ruy Ohtake, inserida na pluralidade de uma escola arquitetnica, atravs do exerccio analtico de sua produo. Procurou-se identificar as razes desta obra, suas bases conceituais, seus precedentes e suas particularidades e com isso colaborar para a compreenso de uma histria recente em que a arquitetura protagoniza relaes sociais, polticas e estticas.