15 resultados para Igreja e problemas sociais Igreja Católica
em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo:
Atravs de uma viso que privilegia a participao discente, o presente estudo analisa aspectos que sustentam as diferenas ideolgico-educacionais existentes em duas das mais antigas Instituies Escolares ainda em funcionamento na cidade de Pelotas: o Colgio Gonzaga, de ensino catlico e o Colgio Pelotense, de ensino laico, criado pela Maonaria. O clima de disputa ideolgica que havia entre a Igreja Católica e a Maonaria, a partir da dcada de 1930, se transferiu de forma peculiar para os alunos do Pelotense e do Gonzaga. O significado e os desdobramentos dessas disputas no contexto scio-cultural da cidade de Pelotas, a principal questo a partir da qual se desenvolve esse estudo que enfatiza as dcadas de 1930 a 1960 - poca de explcitas rivalidades entre as duas escolas; reflexo, tambm, da disputa que vinha ocorrendo no Brasil entre os princpios educacionais que as sustentavam: o ensino laico (no confessional) e o ensino catlico. A pesquisa est dividida em quatro eixos. No primeiro, apresentada uma contextualizao histrica da cidade de Pelotas no perodo que abrange esse estudo. No segundo, so abordados aspectos sobre o laicismo e o catolicismo no campo educacional em Pelotas, atravs da anlise dos peridicos O Templrio (manico) e A Palavra (catlico) e de observaes sobre o embate dos dois grupos antagnicos que propunham reformas na educao nacional neste perodo: os catlicos e os liberais (laicistas). No terceiro eixo, analisam-se aspectos da histria dos Colgios Gonzaga e Pelotense que levaram constituio de sua identidade, tendo como base as influncias poltico-ideolgicas a presentes, assim como as relaes de poder que se estabeleciam em mbito municipal e que, logicamente, estavam relacionadas ao contexto rio-grandense e brasileiro E, por fim, no quarto eixo deste estudo, so analisadas as manifestaes dos Gatos Pelados e dos Galinhas Gordas - apelidos dos alunos do Pelotense e do Gonzaga, respectivamente - junto comunidade pelotense: a atuao dos grmios estudantis, a imprensa estudantil, os festivais de teatro, os Pe-Gons (jogos de futebol disputados entre o Pelotense e o Gonzaga) e as passeatas que os Gatos Pelados realizavam pela cidade. Busco, desta forma, caracterizar um habitus especfico aos alunos do Pelotense e aos alunos do Gonzaga, a rivalidade que havia entre eles, identificando sua insero nos espaos sociais e culturais de Pelotas. Os desdobramentos dessa disputa acarretaram pontos positivos, tais como a valorizao do sentimento de pertencimento a um grupo, a participao da comunidade junto s atividades escolares, assim como, em decorrncia da competitividade, o constante aprimoramento e busca de superao das dificuldades em relao ao ensino ministrado nas duas escolas.
Resumo:
Esta tese examina os textos sobre a histria do Servio Social Latino-Americano e Brasileiro questionando as generalizaes formuladas. Mostra-se que no est de todo clara a caracterizao e a explicao da gnese e do processo de estruturao do Servio Social Brasileiro. Com base na metodologia de Lucien Goldmann foram estudados os textos produzidos pelos primeiros assistentes sociais brasileiros at dezembro de 1947, ano de realizao do I Congresso Brasileiro de Servio Social. Identificou-se sete autores significativos, isto , que expressavam a maior coerncia em relao viso social de mundo contida na totalidade do material produzido. A partir dos autores significativos e, com base na Doutrina Social da Igreja católica, identificou-se a estrutura de viso social de mundo assumida pelos mesmos. Foram analizados os aspectos do homem, da famlia, da educao, da sociedade, do estado, do governo e do direito e justia social. Todos se estruturam dentro da perspectiva denominada Democracia Crist. Da mesma forma foram examinados os conceitos, finalidades, a ao e a formao profissional do assistente social no perodo. Especial ateno foi dada discusso: Servio Social - profisso ou apostolado. Identificou-se alguns pontos divergentes entre os autores, o que prova que a homogeneidade atrbuida aos mesmos no corresponde realidade constatada.
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O presente trabalho tem por objeto o estudo dos padres de recrutamento e de seleo da elite eclesistica no estado do Rio Grande do Sul a partir da segunda metade do sculo XX. Partindo do exame das relaes entre o processo de reestruturao institucional católica e o fenmeno da imigrao europia no-lusa no extremo sul do Brasil, o estudo tratou de apreender os condicionantes histricos, sociais e culturais implicados na composio daquela elite religiosa. Ao tomar em conta a dinmica do enquadramento religioso catlico concentrado nas reas de imigrao e seus efeitos de atrao sobre populaes majoritariamente rurais de origem alem e italiana, evidenciaram-se as bases scio-culturais sobre as quais a Igreja assentou uma notvel consolidao material e simblica, tornando o estado nacionalmente reconhecido como celeiro de vocaes. A anlise do conjunto de recursos sociais e culturais, de suas formas de mobilizao e das estratgias de investimento profissional de religiosos bem-posicionados na instituio procurou trazer tona as principais modalidades de composio de carreiras exitosas no interior da Igreja. O exame das transformaes do sistema de formao escolar religioso e de seus impactos na definio da excelncia religiosa e dos modos de seu exerccio revelou, em especial, o peso crescente de trunfos escolares como base para a ocupao de postos superiores. Parte central nos instrumentos de adaptao do corpo clerical s modificaes sofridas pela estrutura social, a aquisio de uma cultura religiosa mais diversificada busca ajustar as mensagens produzidas pelos especialistas da Igreja a novas clientelas. Mais bem provida em ttulos escolares e prxima do universo leigo que h cinco dcadas, a elite dirigente da instituio católica no Rio Grande do Sul permanece, no entanto, sendo recrutada fundamentalmente entre descendentes do colonato alemo e italiano que define a imagem social consagrada do religioso gacho.
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A partir do modelo etnolgico, esta Tese de Doutorado busca compreender o complexo xamnico dos Kaingang, uma sociedade J que passou por profundas transformaes sociais, religiosas e ambientais no decorrer dos ltimos dois sculos. Trata-se de uma pesquisa realizada entre os Kaingang catlicos da Terra Indgena Votouro e do Capo Alto (Terra Indgena Nonoai), duas sociedades falantes do dialeto kaingang Sudoeste, localizadas na bacia do Rio Uruguai, respectivamente s margens leste e oeste do rio Passo Fundo, regio Alto-Uruguai, norte do Rio Grande do Sul, Brasil, Amrica do Sul. De forma especfica, na perspectiva do saber guiado kaingang, esta pesquisa analisa os dois sistemas ideolgicos que marcam essa instituio xamnica, quais sejam: o sistema kuj ligado ao domnio floresta virgem e influncia dos Guarani e o sistema caboclo ligado aos domnios casa e espao limpo e influncia dos caboclos. No mesmo sentido, este trabalho visa perceber a maneira como o complexo xamnico se estabelece contemporaneamente entre os Kaingang da T.I. Votouro, a partir da influncia exercida pela Igreja Católica Apostlica Romana e pelo Estado brasileiro.
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Esta dissertao procura compreender como a performance ritual contribui na elaborao e sustentao do ethos carismtico em duas distintas instituies religiosas: a Igreja Evanglica de Confisso Luterana no Brasil e a Igreja Católica Apostlica Romana. Para isso, procuro verificar que recursos de performance so acionados no ritual de cada um destes grupos carismticos. Centro a anlise na compreenso de como os artificios da performance agem sobre os participantes do ritual. A fim de alcanar este entendimento, so usados os pressupostos de teorias sobre ritual e performance. Alm de estudar o fenmeno supracitado nas duas igrejas separadamente, esta dissertao prope uma anlise comparativa entre as mesmas. O trabalho foi construdo com base na pesquisa etnogrfica realizada junto a comunidades carismticas das instituies religiosas em referncia, situadas em algumas cidades da Regio Metropolitana de Porto Alegre.
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Essa dissertao busca retratar o perfil de uma publicao dirigida, de carter comunitrio, que se mantm forte e atuante junto comunidade imigrante ao longo de quatro dcadas. Coordenado por padres da Igreja Católica, o Boletim do CIBAI Migraes completou em 2005 seu 35 aniversrio. Sua histria cheia de idas e vindas e reflete muitas identidades de diversas culturas. Atravs da construo de histrias de vida dos imigrantes receptores do Boletim possvel contemplar a trajetria do veculo tendo como pano de fundo o cotidiano de imigrantes de diferentes nacionalidades que compe A Famlia da Pompia.Os depoimentos dos imigrantes selecionados para a construo das histrias de vida apontam para os principais elos entre o Boletim e seus receptores. Esses vnculos englobam questes identitrias, religiosas e cultuais. Nstor Garca Canclini e Jsus Martin-Barbero so autores basilares na tentativa de entender o processo de comunicao desenvolvido por esta mdia ao longo de sua trajetria.
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Esta pesquisa enfoca as dinmicas econmicas, scio-ambientais e polticas de organizao, construo da identidade coletiva e empoderamento de trabalhadores em associaes de reciclagem, levando-se em conta suas relaes com diversos agentes externos. A escolha desse objeto do estudo prende-se a dois aspectos principais: - caracterizao dessa atividade como uma ocupao em estruturao e processo de reconhecimento, representando uma possibilidade de sustentabilidade e autonomia para setores da populao de baixa renda em pases em desenvolvimento; - a uma situao peculiar de relao entre Estado e sociedade, na qual as associaes de catadores/recicladores interagem simultaneamente com rgos dos governos municipais respectivos, do governo estadual e com entidades no-governamentais, como setores da Igreja Católica e ONGs nacionais e internacionais. Atravs da anlise comparativa das caractersticas de trs associaes de reciclagem na Regio Metropolitana de Porto Alegre, verificam-se resultados diferenciados no que diz respeito a processos internos de organizao do trabalho e de participao nas decises, bem como em relao s percepes, motivaes e expectativas dos catadores/recicladores quanto a sua ocupao.
Resumo:
No Brasil, principalmente a partir da Constituio de 1988, vem ocorrendo uma descentralizao poltico-administrativa do governo federal para os estados e municpios. A descentralizao uma opo para diversificar os espaos para o exerccio dos direitos e liberdades civis, a autonomia da gesto municipal, a participao social, o controle e a autogesto. O provimento de recursos financeiros necessrios para essa descentralizao, porm, no tem ocorrido, bastando constatar que o Brasil revela uma das piores distribuies de renda do mundo e a distribuio regional de renda no consegue alterar o desenvolvimento desigual das diferentes regies ocasionando problemas sociais de difcil soluo no prprio mbito local e acaba pressionando outras regies pela movimentao da populao em busca de melhores condies de vida. Um fator que contribui com a disparidade na distribuio das transferncias governamentais o fato de a Constituio Federal impor que a participao de cada municpio no bolo do ICMS seja em funo do valor adicionado gerado em cada municpio, com um peso de pelo menos 75% do total das variveis envolvidas para a repartio dos recursos arrecadados e os demais 25% por definio do poder pblico estadual. Esse formato de distribuio no leva em conta as cleres mudanas verificadas principalmente no setor pblico, e estados e municpios ficam engessados a uma legislao que no acompanha as mutaes que ocorrem nos campos econmico, social e geopoltico. O trabalho analisa as distores ocasionadas no ndice de Participao dos Municpios pelos benefcios fiscais e financeiros concedidos pelo Estado s empresas e a concentrao de recursos do ICMS em alguns municpios, em decorrncia da instalao, pelos poderes pblicos da Unio e do Estado, de usinas hidreltricas e outras e de polos petroqumicos. A anlise da distribuio da receita do ICMS aos municpios paranaenses e a tentativa de apresentar uma frmula que torne mais simtrica a repartio deste imposto o ponto central deste trabalho.
Resumo:
O objeto deste estudo analisar os resultados do Plano Nacional de Formao Profissional (PLANFOR), com sua forma no Rio Grande do Sul o Qualificar no perodo de 2000 a 2002, envolvendo os gestores das polticas e os alunos adultos dos cursos, conformando um estudo de caso na cidade de Pelotas. A metodologia qualitativa implementada de carter etnogrfico, atravs da conformao de uma amostra com alunos e alunas egressos do curso Integrar, realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Alimentao, e do programa Coletivos de Trabalho, executado pelo prprio governo estadual, registrando, em dirios de campo, as visitas aos alunos e s alunas nos seus locais de moradia, e a participao de algumas de suas atividades pedaggicas, organizativas. Tambm so realizadas entrevistas com os gestores estaduais, municipais e instituies executoras dos cursos, e aplicados questionrios nos integrantes dos Coletivos de Trabalho, considerando a concepo e a efetivao das polticas pelos gestores e os efeitos dessas na vida dos desempregados, alunos dos cursos. O levantamento emprico orientou a escolha dos ordenadores tericos, transitando por autores do campo da Educao, Antropologia, Filosofia, Histria e Sociologia, tais como: Georges Balandier, Norbert Elias, Alberto Melucci, Rodolfo Kusch, Robert Castel, respeitando as especificidades das contribuies tericas para o objeto de estudo. Os direitos trabalhistas, a carteira de trabalho enquanto constructos modernos de nosso idiossincrtico Estado de bem estar social representavam uma certa seguridade para o trabalhador, que atualmente se encontra de luto pela perversidade da perda de tal condio, de luto pela carteira de trabalho no- assinada O desempregado, a desempregada, ao participarem dos cursos do Qualificar, vivenciam um processo de fagocitao do estar desempregado, enquanto figura de desordem na ordem do emprego, de luto pela carteira de trabalho - no assinada, para o estar desempregado na luta cotidiana pela garantia de sua sobrevivncia. A condio do ser e do estar mulher representa um agravante da desordem, estando ela potencialmente aberta para alternativas cooperativas, associativas de gerao de trabalho e renda. O ser e o estar pentecostal, umbandista, e, a partir desses credos religiosos, a constituio de ticas religiosas que corroboram com os resultados das polticas pblicas; o ser e o estar negro em uma regio de herana escravista, aristocrtica, com a presena marcante do latifndio pastoril; dormir para vencer refeies; participar do Movimento dos Trabalhadores Desempregados na busca de linguagens e smbolos prprios em funo de seu carter indito, tudo isso se constitui como possibilidade de produo e reproduo do ser e do estar desempregado, na perspectiva da tica do cuidado ou na sua ausncia. A efetivao de polticas pblicas estatais em Educao Profissional, enquanto uma procura incessante da ordem presente na desordem do desemprego, ocorre em uma conjuntura histrica em que, paradoxalmente, o xito do capital, a complexidade e gravidade dos problemas sociais parecem inibir superaes, reconhecendo a possibilidade de novas relaes de trabalho que privilegiem o cuidado, a solidariedade, novas formas do ser e do estar no mundo.
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Este trabalho foi desenvolvido com a finalidade de reunir o conhecimento necessrio para a aplicao da trao eltrica no transporte urbano e, desta maneira, auxiliar na diminuio dos impactos nocivos causados pelo homem ao meio ambiente. sabido que 80% das emisses jogadas na atmosfera provm do escapamento de veculos equipados com motores de combusto interna. Estas emisses so responsveis diretas pelo chamado efeito estufa que notoriamente tem causado alteraes climticas indesejadas em nosso planeta. Segundo especialistas, estas alteraes no clima j esto ocasionando quebras na produo agrcola, doenas respiratrias e outros problemas sociais. Visando minimizar estes danos ao ambiente, vrias empresas j concluram que faz-se necessrio desenvolver uma tecnologia para tornar nossos veculos menos poluentes. Uma das tecnologias pesquisadas e que mais tem prosperado ultimamente a da clula de combustvel. Independentemente da tecnologia a ser adotada, j consenso entre os pesquisadores e engenheiros que a trao eltrica ser o sistema adotado nos futuros veculos. Seja movido clula de combustvel, baterias ou outro meio, o motor eltrico ser o componente principal do veculo do futuro. imperativo que a tecnologia da trao eltrica seja dominada de maneira a permitir que pases em desenvolvimento tambm possam projetar veculos limpos e assim participar do esforo mundial por um futuro livre do efeito estufa Vrios pases j exploram as vantagens do veculo eltrico. Pode-se encontrar disponveis comercialmente opes variadas que vo desde motonetas at caminhes e nibus eltricos. Ainda assim o veculo eltrico no apresenta um preo compatvel com a renda da maioria dos habitantes de pases em desenvolvimento. Como alternativa a este problema pode-se adotar o processo em que um veculo convencional equipado com motor de combusto interna convertido para operar atravs da trao eltrica. Este processo requer um conhecimento especfico j que exige habilidade para especificar a potncia nominal do motor (e conseqentemente a faixa de torque em que este operar) e a capacidade do banco de baterias para que se possa atingir a autonomia desejada para o veculo. Para tal fim, o trabalho descreve e valida, atravs de experimentao, o mtodo proposto pela Bosch para a determinao dos coeficientes de arrasto aerodinmico e de rolamento. De posse destes coeficientes possvel especificar o motor e baterias a serem utilizados na converso. Este trabalho demonstra ainda que o veculo eltrico proporciona mais economia em relao ao veculo convencional ao mesmo tempo que ajuda a reduzir drasticamente a emisso de gases geradores do efeito estufa.
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Este estudo ocupou-se da avaliao dos impactos socioambientais gerados pela implementao de polticas pblicas de cunho ambiental como o caso do Subprograma Manejo e Controle da Contaminao por Agrotxicos, inserido no Programa para o Desenvolvimento Racional, Recuperao e Gerenciamento Ambiental da Bacia Hidrogrfica do Guaba Pr-Guaba. A proposio metodolgica de um estudo analtico comparativo, considerando o espao temporal entre dois momentos distintos do subprograma, valendo-se da construo de ndices de sustentabilidade para as dimenses ambiental e social. A determinao dos indicadores de sustentabilidade usados como instrumentos de avaliao quantitativa e qualitativa, respeitadas as limitaes impostas pelo estudo e pelo objeto de anlise, demonstrou ser pertinente, mesmo que no tenha permitido uma anlise das mltiplas dimenses de sustentabilidade passveis de considerao em estudos deste tipo. No transcorrer da anlise pde-se identificar elementos que apontam para a priorizao das aes do subprograma no componente conservao de solo e a opo por prticas que podem garantir incrementos de produtividade, refletindo o carter produtivista da proposta, estabelecendo-se uma viso dicotmica entre sociedade e natureza, sem o devido estabelecimento de relaes de interdependncia entre os problemas sociais e ambientais. Considerando os aspectos socioambientais, a educao ambiental surgiu como um elemento de destaque na percepo dos atores envolvidos, mesmo diante dos escassos recursos financeiros destinados a este componente. A anlise evidencia a necessidade de incorporao de alguns pressupostos inovadores no sentido de tornar o programa mais eficiente, para que possa desempenhar adequadamente os objetivos que lhe foram atribudos enquanto poltica pblica.
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Este trabalho tem como tema os movimentos sociais na abertura poltica (1979-85). O objetivo principal analisar como se desenvolveram os movimentos sociais- tanto os reivindicativos como os novos- no processo de redemocratizao, com nfase em Porto Alegre. Esta dissertao possui, alm das fontes bibliogrficas, a pesquisa em jornais do perodo e uma fonte primria peculiar: os pronunciamentos dos vereadores da capital gacha (1979-85). Atravs do Arquivo Histrico da Cmara foi pesquisada uma vasta documentao sobre a abertura. Como escreve Laclau, o modelo reducionista de classe dominante e classe dominada no pode mais servir de modelo explicativo para a evoluo histrica, j que o sculo XX apresentou profundas alteraes na composio da sociedade. Os novos movimentos sociais- NMS- distinguem-se dos chamados reivindicativos pela abrangncia de suas lutas j que extrapolam questes trabalhistas e de apelos setorizados, como categorias profissionais especficas. Assim, o movimento em prol dos direitos humanos e o movimento ecolgico aparecem como portadores de ideais universais. Em Porto Alegre, o seqestro dos uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Dias um marco do movimento em prol dos direitos humanos, assim como o surgimento da Associao Gacha de Proteo Ambiental (AGAPAN) o para o movimento ecolgico. Os movimentos reivindicativos esto apresentados em quatro greves: do magistrio estadual, dos bancrios de Porto Alegre, dos trabalhadores da construo civil e dos operrios das indstrias do vesturio. Nas duas primeiras participaram importantes lideranas, que aumentaram seu poder de representao no cenrio da poltica gacha ao longo dos anos. A reforma partidria foi um dos pontos de mudanas na abertura. Um caso interessante para anlise foram as eleies de 1982 para governadores dos estados. A fragmentao partidria, estratgia do governo para dividir a oposio, teve xito na maioria dos estados brasileiros. So Paulo e Rio de Janeiro tiveram como vitoriosos oposicionistas. No Rio Grande do Sul os situacionistas ganharam as eleies. A Campanha pelas Diretas J envolveu multides em todo o pas, ocasionando os maiores comcios da histria brasileira. Em Porto Alegre mais de 200 mil pessoas se reuniram no Largo da Prefeitura: exigiam eleies diretas para Presidente da Repblica. Os projetos para uma nova constituio para o Brasil se desenvolveram quase que paralelamente Campanha pelas Diretas. Vrios setores da sociedade- sindicatos, ordens profissionais, juristas, setores da Igreja e intelectuais- envolveram-se na elaborao da campanha em prol da nova constituio brasileira. Em Porto Alegre, importantes instituies, como a Ordem dos Advogados do Brasil, seo Rio Grande do Sul (OAB-RS), contriburam para o debate nacional.
Resumo:
A mquina narrativa da Igreja Universal do Reino de Deus movimenta recursos no s lingsticas, mas tambm outros que induem processos imaginativos engajados com o corpo, encenando nas suas performances uma teodicia de guerra onde a luta final tem lugar nos carpos das pessoas, acionando uma forte mobilizao das emoes. De outra parte, o Estado-nao uruguaio fruto de uma intensa luta simblica e poltica desenvolvida no final do sculo XIX e princpios do sculo XX, da qual surgiu triunfadora uma lngua legtima moderna, secularizada e estadocntrica que deu lugar a um fOlte processo de individualizao e homogeneizao das pessoas como indivduos cidados. Os processos de converso para esta Igreja implicam tempos e graus de engajamento diferenciados nas narrativas dos fiis, que se acomodam impronta individualista e igualitria herdada da tradio moderna uruguaia, e s prprias necessidades das pessoas que articulam diferencialmente com a mquina narrativa da Igreja. A irrupo da Igreja Universal no campo religiosos uruguaio tem resultado numa forte interpelao da lngua legtima do Estado-nao com sua arraigada secularizao e sua tradicional demarcao entre o espao pblica e a privatizao do religioso.
Resumo:
O presente trabalho teve por objetivo traar um quadro das dificuldades enfrentadas pelos professores que lidam com a Educao Fsica nas escolas de 1, 2 e 3 graus de Porto Alegre e apresentar alternativas prticas para a superao destas dificuldades. Fizeram parte do estudo professores de Educao Fsica de 74 escolas estaduais, particulares e municipais de 1 e 2 graus e, professores de 6 estabelecimentos particulares e federais de ensino superior de Porto Alegre, num total de 275 indivduos. A coleta de dados realizou-se atravs de questionrio aberto, escala de opinio tipo Likert, observao de aulas e anlise de documentos legais. Para a interpretao estatstica utilizou-se os testes t anlise de varincia e teste U de Mann-Whitney. Para as informaes de natureza qualitativa utilizou-se a tcnica da Anlise de Contedo. Os resultados obtidos indicaram que em relao formao profissional recebida no curso de Educao Fsica atender s exigncias da realidade de trabalho, no houve diferena significativa entre os professores das escolas particulares e pblicas de 1 e 2 grau. Os professores, de forma geral, consideraram a rea biolgica como a mais adequada, seguida das reas tcnico-profissional e didtico-pedaggica. A rea humanstica foi considerada a menos adequada. Em relao aos aspectos estruturais houve diferena significativa entre as respostas dos professores das escolas particulares e pblicas de 1 e 2 graus. Os professores das escolas particulares consideram suas condies mais adequadas que os professores das escolas pblicas. No ensino superior a situao se inverteu, os professores das escolas pblicas consideraram suas condies melhores do que os das escolas particulares. Em relao ao local de trabalho constatou-se diferena significativa entre as escolas pblicas e particulares de 1 e 2 grau. Os professores das escolas particulares consideram as condies de seu local de trabalho mais adequadas. Quanto aos aspectos didticos-pedaggicos, tanto os professores das escolas pblicas como das particulares de 1 e 2 graus consideraram que seus alunos mostram-se comprometidos com as aulas de Educao Fsica. Esses resultados formaram um quadro bastante coerente quando confrontados com a poltica econmica adotada pelo governo nas ltimas dcadas que repercutiu na educao sobre a forma de privatizao e de utilizao do ensino superior como instrumento de formao de mo-de-obra para o desenvolvimento do pas nos moldes capitalistas. Como alternativas para a superao dessas dificuldades recomendamos: - a nvel de formao profissional: o acrscimo de disciplinas da rea humanstica que permitam a aquisio de conhecimentos mais aprofundados sobre as questes polticas e sociais do professor de Educao Fsica; - a nvel de local de trabalho: a integrao dos contedos das aulas de Educao Fsica aos contedos das outras disciplinas curriculares principalmente nas primeiras sries do 1 grau; - em relao aos aspectos didtico-pedaggicos: fornecer conhecimentos tericos sobre a Educao Fsica que permitam aos alunos desenvolver atividades fsicas e desportivas, mesmo fora da escola, de forma consciente e independente, com condies de identificar seus benefcios e malefcios sem auxlio do professor; - a nvel estrutural recomendamos a militncia em espaos que permitam uma interferncia mais direta nas questes polticas e econmicas do pas, tais como: associaes, sindicatos e partidos polticos.
Resumo:
Nos ltimos 30 anos, a problemtica ambiental tem se apresentado, para a espcie humana, como um importante espao de discusso acerca de novos valores ticos, polticos e existenciais regulatrios da vida individual e coletiva na biosfera terrestre. Em um primeiro momento, este recente despertar global para a temtica do meio ambiente parece estar associado exacerbao dos problemas (agora tidos como planetrios) a ele vinculado. Contudo, por trs deste aparente jogo de causa-efeito, escondem-se motivaes muito mais profundas e que so, de fato, aquelas que levaram a sociedade contempornea a identificar conscientemente tais problemas. Este processo est intimamente relacionado prpria historicidade que envolve a construo social de uma problemtica que, apesar de parecer indita, antiga e recorrente na histria da humanidade. Alm disso, as conseqncias desse aparente despertar no podem ser medidas somente em relao ao que representam em termos de eventuais avanos nas polticas de preservao ou, da mesma forma, quanto capacidade de responder adequadamente aos chamados novos riscos globais. Exemplo disso o fato de que, por trs destes macroprocessos ecolgicos, esto em curso certas derivaes no programadas relacionadas s populaes e realidades locais e regionais. Neste sentido, os grupos sociais que vivem no que se costuma chamar de meio rural (expresso que, neste trabalho, insere-se dentro do conceito de agro-eco-sistema) no necessariamente iro aderir completamente as polticas ambientais pensadas pelos planejadores dos rgos pblicos, das instituies de pesquisa ou, ainda, das organizaes no-governamentais. Em suma, existe a uma apropriao criativa e que no pode ser facilmente medida ou antecipada Ser justamente a reflexo sobre como est se dando este processo de interferncia da problemtica ambiental nos agro-eco-sistemas o objeto desta dissertao. Para tanto, optou-se, primeiro, por escolher um determinado espao social e geogrfico (o agro-eco-sistema da bacia do Rio Maquin) para realizar as anlises empricas e, segundo, tomar como base analtica os pontos de vista de dois grupos sociais distintos: os agricultores familiares e seus mediadores sociais. Assim, pde-se constatar que, nestes espaos, a problemtica ambiental tem proporcionado, efetivamente, o desencadeamento de novos processos de reestruturao das relaes homem-meio ambiente. Contudo, por outro lado, pde-se, igualmente, perceber que este fenmeno possui um carter paradoxal. Isto, porque h, neste caso, a imposio de uma srie de novas normas legais, padres produtivos e valores morais antes inexistentes e que agora tem que ser incorporadas pelas populaes locais. Ao longo da pesquisa, feita segundo uma perspectiva ao mesmo tempo histrica e espacial, vrias contradies que se seguiram chegada dos novos valores ecolgicos puderam ser identificadas. Neste sentido, um dos resultados mais interessantes foi perceber que (pelo menos no agro-eco-sistema estudado), tal como foram os processos envolvendo a chamada modernizao conservadora da agricultura, tambm a introduo de polticas ambientais se mostrou amplamente desigual (no que diz respeito diversidade social destes espaos e as oportunidades disponveis aos agentes), desestruturante (principalmente no que tange aos modos de vida existentes) e pouco democrtica (havendo uma completa desconsiderao dos conhecimentos e experincias dos agricultores em relao ao ambiente onde eles prprios vivem, trabalham, se divertem e, obviamente, retiram aquilo que garante sua reproduo social ao longo do tempo).