11 resultados para Hospitalization
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Resumo:
Introduo. Embora muitas crianas com cncer possam ser curadas, um nmero significativo tm resposta insatisfatria por ineficcia da teraputica tornando necessrio identificar agentes anticncer mais efetivos contra tumores refratrios ou recados. Estudos com Etoposide revelaram uma clara relao entre o tempo de exposio e os seus efeitos citotxicos, mostrando resultados superiores com o uso de doses fracionadas quando comparado ao uso de uma dose nica. Estudos de farmacocintica sugerem que as concentraes plasmticas ativas de Etoposide se situa entre 1 e 5 g/ml e que nveis acima de 5 g/ml determinam uma mielotoxicidade importante. O Etoposide apresenta um bom espectro antitumoral mesmo em pacientes que j foram tratados por via parenteral e uma adequada biodisponibilidade pela via oral, podendo ser administrado com segurana em regime ambulatorial. Portanto, torna-se atraente a busca de esquemas de administrao deste agente, os quais produzem nveis de concentrao plasmtica seguras pelo maior tempo possvel. Objetivos. Os objetivos deste estudo de fase I avaliar o perfil de toxicidade, a toxicidade dose-limitante, a dose mxima tolerada, a farmacocintica plasmtica e a dose segura do Etoposide oral recomendada para estudos de fase II em pacientes peditricos portadores de tumor slido refratrio. Materiais e Mtodos. Todos os pacientes eram portadores de tumor slido no responsivo aos tratamentos estabelecidos. A dose inicial do Etoposide foi de 20mg/m2/dose, a cada 8 horas durante 14 dias seguido de um intervalo de 7 dias antes de iniciar o prximo ciclo. A farmacocintica plasmtica do Etoposide foi estudada durante o primeiro dia de tratamento e os nveis de Etoposide determinados pelo mtodo de HPLC. Resultados. Dezessete pacientes foram includos no estudo, sendo que em 13 foram realizados o estudo de farmacocintica. O nmero total de cursos de quimioterapia foi de 64. Nove pacientes foram includos no Nvel de dose I, sendo que leucopenia grau 2-3 foi observada em 5. A dose foi ento escalonada para 25 mg/m2 (Nvel de dose II) e fornecida a 8 pacientes subsequentes o que determinou leucopenia grau 3-4 em 4 deles. Este Nvel de dose foi ento considerado como DMT (Dose Mxima Tolerada). A TDL foi neutropenia. As concentraes plasmticas mximas de Etoposide nos pacientes includos no Nvel de dose I e II foram de 2,97 e 8,59 g/ml, respectivamente, e os nveis da droga >1 g/ml foi mantido durante cerca de 6,3 horas aps a administrao da droga em ambos os nveis de dose. Resposta parcial foi observada em 1 paciente e 4 apresentaram doena estvel. Concluses. A administrao prolongada de Etoposide oral nas doses de 20 mg/m2 a cada 8 horas durante 14 dias consecutivos, seguidos de 7 dias de repouso, foi bem tolerada e determinou uma toxicidade manejvel em crianas e adolescentes portadores de doenas malignas refratrias. A dose de 20 mg/m2 aparentemente preencheu os requisitos farmacocinticos que objetivam melhorar o ndice teraputico do Etoposide, ou seja, a obteno de nveis plasmticos citotxicos sustentados e abaixo do limite de toxicidade clnica da droga.
Resumo:
Duzentos e cinco pacientes hospitalizados em um grande hospital universitrio foram avaliados, em estudo transversal, para a identificao de sentimentos de coero no momento da hospitalizao. A amostra compunha-se de 64 pacientes psiquitricos, 58 pacientes cirrgicos e 83 pacientes clnicos, tanto involuntrios, quanto voluntrios. A voluntariedade dos pacientes psiquitricos foi determinada por seu status legal e, a dos cirrgicos e clnicos, pelo carter eletivo ou emergencial da hospitalizao. Os pacientes psiquitricos eram mais jovens, apresentavam nvel educacional mais elevado e escores superiores na escala SRQ em relao aos pacientes cirrgicos e clnicos. Esses grupos no diferiam entre si no que se refere aos escores em MMSE. O Admission Experience Survey: Short Form e as escalas utilizadas durante o MacArthur Coercion Study, foram aplicados a todos os pacientes. Os resultados indicam que os pacientes psiquitricos, tanto involuntrios quanto voluntrios, apresentam significativamente maior percepo de coero do que os demais. Os pacientes cirrgicos e clnicos no diferem entre si, entretanto referem haver sofrido tambm algum nvel de coero, fato que poderia merecer uma ateno maior de bioeticistas e juristas. A anlise de regresso logstica indica que as variveis associadas a hospitalizao involuntria so Perceived Coercion Scale, estado cognitivo e escolaridade, todas com coeficiente de correlao positivo.
Resumo:
Introduo: O conhecimento da distribuio da perfuso pulmonar pela cintilografia na bronquiolite viral aguda, pode auxiliar no entendimento das alteraes no equilbrio da ventilao - perfuso, peculiares a essa doena do lactente jovem. Objetivo: Avaliar o padro de distribuio da perfuso pulmonar em pacientes hospitalizados com bronquiolite viral aguda por meio de cintilografia pulmonar perfusional quantitativa com macroagregado de albumina com tecncio (99mTc-MAA), estabelecendo associao com as avaliaes clnica e radiolgica, bem como determinando o seu padro evolutivo at a condio de normalidade. Tipo de estudo: Dois estudos prospectivos com enfoque diagnstico: um transversal, comparativo, e um longitudinal, evolutivo, controlado. Pacientes e mtodos: A amostra da pesquisa foi constituda por pacientes hospitalizados no Hospital de Clnicas de Porto Alegre com diagnstico de bronquiolite viral aguda, no perodo de abril de 1998 a setembro de 2000, baseada em critrios clnicos de incluso: idade entre 01 e 24 meses, com quadro respiratrio obstrutivo de vias areas inferiores (primeiro episdio de sibilncia expiratria de incio sbito, com sinais de coriza, tosse irritativa, hipertermia, taquipnia, tiragem, batimentos de asa de nariz, esforo expiratrio), com gravidade suficiente para determinar a hospitalizao e cujos pais aceitaram participar do estudo. Todos os pacientes da pesquisa foram submetidos avaliao clnica, radiolgica e da perfuso pulmonar com o radiofrmaco. A cintilografia foi realizada na condio de crise (primeiras 24 horas da admisso) e na convalescncia (depois de 7 dias da alta hospitalar). A quantificao do fluxo sangneo pulmonar, representada em valores percentuais, foi realizada em trs reas de interesse, nas projees anterior e posterior, de ambos os pulmes. As comparaes foram feitas entre ambos os pulmes e entre as condies de crise e controle, considerando as reas de interesse e os gradientes entre elas e entre as projees anterior e posterior das mesmas. Para anlise comparativa das mdias foi utilizado o teste t de Student para amostras pareadas, considerando o nvel de significncia de 0,05. Resultados: Iniciaram o estudo transversal 38 pacientes e permaneceram no estudo longitudinal 19 pacientes; da amostra total, 22 eram do sexo masculino. A idade variou de 1 a 8 meses (mdia 2,8 meses). A distribuio do fluxo sangneo pulmonar regional foi maior na regio superior do pulmo esquerdo (PE) em relao ao pulmo direito (PD), na crise (P < 0,001), e maior na regio mdia do PD, no controle. Os gradientes de distribuio do fluxo sangneo pulmonar entre as regies superior e mdia e superior e inferior foi maior no PE, na crise e no controle (P < 0,05). O gradiente de distribuio do fluxo sangneo pulmonar entre as regies mdia e inferior foi maior no PD, na crise e no controle. O gradiente de distribuio do fluxo sangneo pulmonar no eixo ntero-posterior na regio superior foi > 1,0 em ambos os pulmes, na crise, e apenas no PE, no controle; na regio mdia, foi > 1,0 em ambos os pulmes, na crise e no controle; na regio inferior, foi > 1,0 apenas no PD, na crise e no controle (P < 0,05). A distribuio do fluxo sangneo pulmonar, comparada entre crise e controle, no mostrou diferena em quaisquer das regies ou dos gradientes avaliados. No houve associao entre o padro de distribuio do fluxo sangneo pulmonar regional na crise com a avaliao clnica ou com a avaliao radiolgica dos pacientes. Concluso: no se evidenciou uma distribuio do fluxo sangneo pulmonar com caraterstica de expressar o padro da relao ventilao-perfuso em lactentes jovens hospitalizados com bronquiolite viral aguda. Ocorreu apenas uma tendncia de redirecionamento da distribuio do fluxo sangneo pulmonar para as regies superiores.
Resumo:
Introduo Grande parte da populao de crianas portadoras de defeitos cardacos congnitos torna-se criticamente doente durante o primeiro ano de vida e necessita tratamento cirrgico. No entanto, durante cirurgias cardacas, ocorre uma resposta inflamatria intensa desencadeada pelo perodo de circulao extracorprea (CEC), o que provoca disfuno de rgos e tecidos. Os neutrfilos assumem um papel importante e complexo neste perodo, envolvendo a ligao s clulas endoteliais, ativao e liberao de mediadores inflamatrios. Esse processo iniciado e mantido atravs de molculas de adeso especficas, como a molcula de adeso intercelular-1 (ICAM-1) e a molcula de adeso celular-vascular-1 (VCAM-1). Formas solveis destas molculas apresentam variaes de seus nveis durante cirurgias cardacas com uso de CEC. H poucos dados na literatura relacionados ao comportamento destas molculas aps cirurgia cardaca com uso de CEC em lactentes, estando seu significado no plasma ainda por ser decifrado. Objetivos Mensurar os nveis plasmticos das molculas de adeso solveis ICAM-1 e VCAM-1 em condies basais e aps exposio ao circuito de CEC em lactentes submetidos cirurgia cardaca para correo de defeitos cardacos congnitos. Comparar os nveis plasmticos destas molculas entre pacientes acianticos e cianticos. Mtodos Foram estudados 21 lactentes, durante o perodo de junho de 1998 a maro de 1999, submetidos cirurgia cardaca com uso de CEC. Foram analisados os nveis plasmticos da ICAM-1 e da VCAM-1 solveis pelo mtodo de ELISA, na induo anestsica, ao trmino da CEC e 8 e 26 horas aps o trmino da CEC. Resultados As patologias cardacas congnitas mais comuns foram defeito do septo atrioventricular e tetralogia de Fallot. As mdias de idade e de peso foram 6,6 meses e 5,8 Kg. As medianas dos tempos de CEC e de clampeamento de aorta foram, respectivamente, 87 e 53 minutos. Todos os lactentes utilizaram inotrpicos. As medianas dos tempos de intubao e de internao foram 72 horas e 21 dias. A taxa de mortalidade dos pacientes foi de 9,5%. Os nveis basais da ICAM-1 e da VCAM-1 foram significativamente mais elevados do que aqueles considerados normais (P<0,0001). Os nveis da ICAM-1 diminuram significaticamente ao trmino da CEC (P<0,001), voltando a aumentar significativamente 8 horas aps o trmino deste perodo (P<0,005), sem no entanto, alcanar os valores basais 26 horas depois. A VCAM-1 apresentou comportamento semelhante. No entanto, 26 horas aps CEC houve diminuio significativa de seus nveis em relao ao valor identificado 8 horas aps tal perodo (P<0,005). No houve diferena estatisticamente significativa quanto aos valores das molculas entre pacientes acianticos e cianticos (P>0,1). No houve associao entre os valores das molculas e as variveis perioperatrias e os desfechos clnicos. Concluses Os nveis plasmticos das molculas de adeso solveis ICAM-1 e VCAM-1 so aumentados em lactentes com cardiopatias congnitas acianticas e cianticas no seu estado basal. Os nveis plasmticos de ICAM-1 e VCAM-1 solveis variam aps exposio ao circuito de CEC em lactentes submetidos cirurgia cardaca para correo de cardiopatias congnitas, apresentando um comportamento caracterstico nestes pacientes. No h diferenas no comportamento das molculas entre pacientes acianticos e cianticos.
Resumo:
O presente estudo procura avaliar as possveis patologias que se manifestam como hiperecogenicidade dos vasos talmicos (HEVT) ultra-sonografia cerebral (USC) e observar a freqncia com que ocorrem. A amostra foi constituda de 206 recm-nascidos (RNs) prematuros nascidos no Hospital de Clnicas de Porto Alegre (HCPA) no perodo de julho de 1998 a maio de 1999. Todos os RNs realizaram a USC na primeira semana de vida. Foram includos no estudo aqueles prematuros que necessitaram de internao hospitalar e que tiveram o termo de consentimento informado assinado por um dos responsveis. Foram excludos aqueles cuja USC evidenciava sangramento cerebral e/ou malformaes congnitas associadas e os que evoluram para bito antes da realizao do exame. A USC levou identificao de 65 RNs prematuros com HEVT e 141 RNs prematuros sem HEVT. A forma de apresentao do tipo plvica ao nascimento, a maior idade gestacional, o maior peso do RN ao nascimento e a classificao grande para a idade gestacional foram fatores de risco para a ocorrncia de HEVT. A presena de hipertenso materna durante o perodo de gestao tendeu a ser fator de proteo para HEVT. Os RNs que apresentaram crises convulsivas durante o perodo de internao hospitalar tiveram risco 3,2 vezes maior de ter HEVT quando comparados com os RNs que no apresentaram crises convulsivas.
Resumo:
Objetivos Descrever as caractersticas clnicas de crianas entre 1 e 12 meses hospitalizadas com diagnstico de bronquiolite viral aguda (BVA), nos primeiros dias de internao, e verificar se o tempo de dessaturao de oxignio (TD) tem valor prognstico nesses pacientes. Metodologia Estudo de coorte realizado de maio a outubro de 2001 com 111 pacientes entre 1 e 12 meses de idade internados no Hospital da Criana Santo Antnio, de Porto Alegre (RS), com diagnstico de BVA na admisso, com saturao transcutnea de oxignio da hemoglobina (SatHb) menor que 95% e em oxigenoterapia por cateter extranasal h menos de 24 horas. A gravidade foi verificada atravs do tempo de internao, tempo de oxigenoterapia e tempo para saturar 95% em ar ambiente (desfechos). Foram realizadas avaliaes clnicas duas vezes ao dia (manh e tarde), durante o perodo em que o paciente necessitou de oxignio suplementar (at atingir saturao transcutnea de oxignio de 95% em ar ambiente), com limite de dez avaliaes. Os pacientes tiveram o oxignio adicional retirado. Foi verificado, ento, o tempo necessrio para a saturao decrescer at 90% (TD90) e 85% (TD85), limitando-se a medida em no mximo cinco minutos. Foi constitudo um escore de gravidade com os sinais clnicos anotados. Utilizou-se o teste do qui-quadrado ou teste exato de Fischer para comparar entre si os grupos de variveis categricas e o teste t ou MannWhitney para variveis numricas. Foi utilizada a correlao de Spearman para avaliar associaes entre variveis contnuas de distribuio assimtrica (escore de gravidade, tempo de internao, tempo de oxigenoterapia total e tempo para saturar acima ou igual a 95% em ar ambiente). Considerou-se alfa crtico de 5% em todas as comparaes, exceto nas correlaes em que foi utilizada a correo de Bonferroni para comparaes mltiplas (30 correlaes: p= 0,002; 10 correlaes: p= 0,005). Os dados relativos ao peso e estatura para a idade foram digitados e analisados no programa especfico do EpiInfo que utiliza o padro NCHS (EpiNut). Resultados Houve leve predomnio do sexo masculino (54%), predominncia de idade inferior a quatro meses (61,3%), prevalncia maior nos meses de junho e julho, freqncia elevada de histria de prematuridade (23%) e de baixo peso de nascimento (14%). As manifestaes clnicas prvias hospitalizao (falta de ar, chiado no peito, febre e parar de respirar) ocorreram, na sua maioria, nos trs dias anteriores. Da populao estudada, 45% tinha histria de sibilncia prvia, a maioria com um ou dois episdios relatados (31,5%). Esses pacientes foram analisados separadamente e tiveram resultados semelhantes ao grupo com BVA. A freqncia de desnutrio moderada e grave, excludos os pacientes com histria de prematuridade, foi de 26 pacientes (23%). Todos os pacientes utilizaram broncodilatador inalatrio; 20% do grupo com BVA receberam corticosterides sistmicos e 47% de toda populao, antibiticos. A mediana do uso de oxignio em pacientes com BVA foi de 4,4 dias (IIQ 70,2-165,2) e o tempo de oxigenoterapia at saturar 95% em ar ambiente foi de 3,4 dias (IIQ 55-128). A mediana do tempo de internao hospitalar foi de 7 dias (IIQ 5-10,5) entre os pacientes com BVA; neste aspecto, apresentou diferena (p = 0,041) em relao ao grupo com sibilncia prvia, que teve um tempo de internao mais longo (9 dias, IIQ 5-12). Observou-se pouca variabilidade clnica no perodo estudado, atravs da aplicao do escore clnico. No se encontraram correlaes estatisticamente significativas entre os escores clnicos e os TDs com os desfechos. Concluses Os TDs como elementos auxiliares na avaliao de pacientes em oxigenoterapia no foram clinicamente teis neste estudo. possvel, no entanto, que, avaliando pacientes com maiores diferenas clnicas entre si, essas aferies possam mostrar-se importantes.
Resumo:
Medidas restritivas de controle de antimicrobianos tm sido propostas para controlar surtos epidmicos de infeco por germes multirresistentes em hospitais, mas so escassas as publicaes a respeito de sua eficcia. Em um estudo quaseexperimental com controles histricos, avaliou-se a efetividade de uma interveno restritiva ao uso de antimicrobianos para controlar a emergncia de germes multirresistentes em uma unidade de cuidados intensivos (UTI) de um hospital geral. Os Servios de Controle de Infeco e Comisso de Medicamentos restringiu o uso de drogas antimicrobianas em pacientes hospitalizados na UTI a no mais que dois agentes simultaneamente, exceto em casos autorizados por aqueles servios. A incidncia de eventos clnicos e bacteriolgicos foi comparada entre o ano que precedeu a interveno e o ano que a seguiu. No total, 225 pacientes com idade igual ou maior de 15 anos , com infeco, internados na UTI por pelo menos 48 horas, foram estudados no ano precedente a interveno e 263 no ano seguinte a ela. No ano seguinte interveno, um percentual menor de pacientes foi tratado simultaneamente com mais de dois antimicrobianos, mas no houve modificao no nmero total de antimicrobianos prescritos, na durao e no custo do tratamento. Mortalidade e tempo de internao foram similares nos dois perodos de observao. O nmero de culturas positivas aumentou depois da interveno, tanto para germes Gram positivos, quanto para germes Gram negativos, principalmente devido ao aumento do nmero de isolados do trato respiratrio. A maioria dos isolados foi Staphylococcus aureus dentre os Gram positivos e Acinetobacter sp dentre os germes Gram negativos. No ano seguinte interveno, a sensibilidade dos microorganismos Gram negativos para carbenicilina, ceftazidima e ceftriaxona aumentou, e para o imipenem diminuiu. A ausncia de resposta dessa interveno sobre desfechos clnicos pode ser em conseqncia da insuficiente aderncia ou a sua relativa ineficcia. A melhora da sensibilidade microbiana de alguns germes, semaumento de custos ou a incidncia de efeitos adversos, encoraja o uso de protocolos similares de restrio de drogas antimicrobianas para reduzir a taxa de resistncia bacteriana na UTI.
Resumo:
Introduo: O diagnstico microbiolgico da infeco por Legionella complexo, pois a bactria no visualizada colorao de Gram no escarro, e sua cultura no realizada na maioria dos laboratrios clnicos. A imunofluorescncia direta nas secrees respiratrias tem baixa sensibilidade, em torno de 40% e a tcnica da PCR no ainda recomendada para o diagnstico clnico (CDC, 1997). A deteco de anticorpos no soro a tcnica mais utilizada, e o critrio definitivo a soroconverso para no mnimo 1:128, cuja sensibilidade de 70 a 80% (Edelstein, 1993). Como critrios diagnsticos de possvel pneumonia por Legionella, eram utilizados: ttulo nico de anticorpos a L pneumophila positivo na diluio 1:256, em paciente com quadro clnico compatvel (CDC, 1990) e o achado de antgeno a Legionella na urina (WHO, 1990). Nos ltimos anos, porm, com o uso crescente do teste de antigenria, foram detectados casos de pneumonia por Legionella, que no eram diagnosticados por cultura ou sorologia, tornando-o mtodo diagnstico de certeza para o diagnstico de pneumonia por Legionella (CDC, 1997). Por sua fcil execuo, resultado imediato, e alta sensibilidade - de 86% a 98% (Kashuba & Ballow, 1986; Harrison & Doshi, 2001), tem sido recomendado para o diagnstico das PAC que necessitam internao hospitalar (Mulazimoglu & Yu, 2001; Gupta et al., 2001; Marrie, 2001), especialmente em UTI (ATS, 2001). Vrios estudos documentaram baixo valor preditivo positivo do ttulo nico positivo de 1:256, tornando-o sem valor para o diagnstico da pneumonia por Legionella, exceto, talvez, em surtos (Plouffe et al., 1995). Outros detectaram alta prevalncia de anticorpos positivos na diluio 1:256 na populao, em pessoas normais (Wilkinson et al., 1983; Nichol et al., 1991). A partir de 1996, o CDC de Atlanta recomendou que no seja mais utilizado o critrio de caso provvel de infeco por Legionella pneumophila por ttulo nico de fase convalescente 1:256, por falta de especificidade(CDC, 1997). A pneumonia por Legionella raramente diagnosticada, e sua incidncia subestimada. Em estudos de PAC, a incidncia da pneumonia por Legionella nos EUA, Europa, Israel e Austrlia, foi estimada entre 1% a 16% (Muder & Yu, 2000). Nos EUA, foi estimado que cerca de 8 000 a 23 000 casos de PAC por Legionella ocorrem anualmente, em pacientes que requerem hospitalizao (Marston et al., 1994 e 1977). No Brasil, a incidncia de PAC causadas por Legionella em pacientes hospitalizados tema de investigao pertinente, ainda no relatado na literatura. Objetivo: detectar a incidncia de pneumonias causadas por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, em pacientes que internaram no Hospital de Clnicas de Porto Alegre por PAC, por um ano. Material e Mtodos: o delineamento escolhido foi um estudo de coorte (de incidncia), constituda por casos consecutivos de pneumonia adquirida na comunidade que internaram no HCPA de 19 de julho de 2000 a 18 de julho de 2001. Para a identificao dos casos, foram examinados diariamente o registro computadorizado das internaes hospitalares, exceto as internaes da pediatria e da obstetrcia, sendo selecionados todos os pacientes internados com o diagnstico de pneumonia e de insuficincia respiratria aguda. Foram excludos aqueles com menos de 18 anos ou mais de 80 anos; os procedentes de instituies, HIV-positivos, gestantes, pacientes restritos ao leito; e portadores de doena estrutural pulmonar ou traqueostomias. Foram excludos os pacientes que tivessem tido alta hospitalar nos ltimos 15 dias, e aqueles j includos no decorrer do estudo. Os pacientes selecionados foram examinados por um pesquisador, e includos para estudo se apresentassem infiltrado ao RX de trax compatvel com pneumonia, associado a pelo menos um dos sintomas respiratrios maiores (temperatura axilar > 37,8C, tosse ou escarro; ou dois sintomas menores (pleurisia, dispnia, alterao do estado mental, sinais de consolidao ausculta pulmonar, mais de 12 000 leuccitos/mm3). O estudo foi previamente aprovado pela Comisso de tica em Pesquisa do HCPA. Os pacientes eram entrevistados por um pesquisador, dando seu consentimento por escrito, e ento seus dados clnicos e laboratoriais eram registrados em protocolo individual. No houve interferncia do pesquisador, durante a internao, exceto pela coleta de urina e de sangue para exame laboratoriais especficos da pesquisa. Os pacientes eram agendados, no ambulatrio de pesquisa, num prazo de 4 a 12 semanas aps sua incluso no estudo, quando realizavam nova coleta de sangue, RX de trax de controle, e outros exames que se fizessem necessrios para esclarecimento diagnstico.Todos os pacientes foram acompanhados por 1 ano, aps sua incluso no estudo.Foram utilizadas a tcnica de imunofluorescncia indireta para deteco de anticorpos das classes IgG, IgM e IgA a Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6 no soro, em duas amostras, colhidas, respectivamente, na 1 semana de internao e depois de 4 a 12 semanas; e a tcnica imunolgica por teste ELISA para a deteco do antgeno de Legionella pneumophila sorogrupo 1 na urina, colhida na primeira semana de internao. As urinas eram armazenadas, imediatamente aps sua coleta, em freezer a 70C, e depois descongeladas e processadas em grupos de cerca de 20 amostras. A imunofluorescncia foi feita no laboratrio de doenas Infecciosas da Universidade de Louisville (KY, EUA), em amostras de soro da fase aguda e convalescente, a partir da diluio 1:8; e a deteco do antgeno de Legionella pneumophila sorogrupo 1, nas amostras de urina, foi realizada no laboratrio de pesquisa do HCPA, pelos investigadores, utilizando um kit comercial de teste ELISA fabricado por Binax (Binax Legionella Urinary Enzyme Assay, Raritan, EUA). As urinas positivas eram recongeladas novamente, para serem enviadas para confirmao no mesmo laboratrio americano, ao fim do estudo. Foram adotados como critrios definitivos de infeco por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, a soroconverso (elevao de 4 vezes no ttulo de anticorpos sricos entre o soro da fase aguda e da fase convalescente para no mnimo 1:128); ou o achado de antgeno de L pneumophila sorogrupo 1 na urina no concentrada, numa razo superior a 3, conforme instrues do fabricante e da literatura.Os pacientes foram classificados, de acordo com suas caractersticas clnicas, em 1) portadores de doenas crnicas (doenas pulmonares, cardacas, diabete mellitus, hepatopatias e insuficincia renal); 2) portadores de doenas subjacentes com imunossupresso; 3) pacientes hgidos ou com outras doenas que no determinassem insuficincia orgnica. Imunossupresso foi definida como esplenectomia, ser portador de neoplasia hematolgica, portador de doena auto-imune, ou de transplante; ou uso de medicao imunossupressora nas 4 semanas anteriores ao diagnstico (Yu et al., 2002b); ou uso de prednisolona 10 mg/dia ou equivalente nos ltimos 3 meses (Lim et al., 2001). As caractersticas clnicas e laboratoriais dos pacientes que evoluram ao bito por pneumonia foram comparados quelas dos pacientes que obtiveram cura. Para a anlise das variveis categricas, utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher. Para as variveis numricas contnuas, utilizou-se o teste t de Student. Um valor de p< 0,05 foi considerado como resultado estatisticamente significativo (programas SPSS, verso 10). Foi calculada a freqncia de mortes por pneumonia na populao estudada, adotando-se a alta hospitalar como critrio de cura. Foi calculada a incidncia cumulativa para pneumonia por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, em um hospital geral, no perodo de 1 ano. Resultados: durante um ano de estudo foram examinados 645 registros de internao, nos quais constavam, como motivo de baixa hospitalar, o diagnstico de pneumonia ou de insuficincia respiratria aguda; a maioria desses diagnsticos iniciais no foram confirmados. Desses 645 pacientes, foram includos no estudo 82 pacientes, nos quais os critrios clnicos ou radiolgicos de pneumonia foram confirmados pelos pesquisadores. Durante o acompanhamento desses pacientes, porm, foram excludos 23 pacientes por apresentarem outras patologias que mimetizavam pneumonia: DPOC agudizado (5), insuficincia cardaca (3), tuberculose pulmonar (2), colagenose (1), fibrose pulmonar idioptica (1), edema pulmonar em paciente com cirrose (1), somente infeco respiratria em paciente com sequelas pulmonares (4); ou por apresentarem critrios de excluso: bronquiectasias (4), HIV positivo (1), pneumatocele prvia (1). Ao final, foram estudados 59 pacientes com pneumonia adquirida na comunidade, sendo 20 do sexo feminino e 39 do sexo masculino, com idade entre 24 e 80 anos (mdia de 57,6 anos e desvio padro de 10,6). Tivemos 36 pacientes com doenas subjacentes classificadas como doenas crnicas, dos quais 18 pacientes apresentavam mais de uma co-morbidade, por ordem de prevalncia: doenas pulmonares, cardacas, diabete mellitus, hepatopatias e insuficincia renal; neoplasias ocorreram em 9 pacientes, sendo slidas em 7 pacientes e hematolgicas em 2. Dos 59 pacientes, 61% eram tabagistas e 16,9%, alcoolistas. Do total, 10 pacientes apresentavam imunossupresso. Dos demais 13 pacientes, somente um era previamente hgido, enquanto os outros apresentavam tabagismo, sinusite, anemia, HAS, gota, ou arterite de Takayasu. A apresentao radiolgica inicial foi broncopneumonia em 59,3% dos casos; pneumonia alveolar ocorreu em 23,7% dos casos, enquanto ambos padres ocorreram em 15,2% dos pacientes. Pneumonia intersticial ocorreu em somente um caso, enquanto broncopneumonia obstrutiva ocorreu em 5 pacientes (8,5%). Derrame pleural ocorreu em 22% dos casos, e em 21 pacientes (35%) houve comprometimento de mais de um lobo ao RX de trax. Foram usados beta-lactmicos para o tratamento da maioria dos pacientes (72,9%9). A segunda classe de antibiticos mais usados foi a das fluoroquinolonas respiratrias, que foram receitadas para 23 pacientes (39,0%), e em 3 lugar, os macroldeos, usados por 11 pacientes (18,6%). Apenas 16 pacientes no usaram beta-lactmicos, em sua maioria recebendo quinolonas ou macroldeos. Dos 43 pacientes que usaram beta-lactmicos, 25 no usaram nem macroldeos, nem quinolonas. Em 13 pacientes as fluoroquinolonas respiratrias foram as nicas drogas usadas para o tratamento da pneumonia. Do total, 8 pacientes foram a bito por pneumonia; em outros 3 pacientes, o bito foi atribudo a neoplasia em estgio avanado. Dos 48 pacientes que obtiveram cura, 33 (68,7%) estavam vivos aps 12 meses. Os resultados da comparao realizada evidenciaram tendncia a maior mortalidade no sexo masculino e em pacientes com imunossupresso, porm essa associao no alcanou significncia estatstica. Os pacientes que usaram somente beta-lactmicos no apresentaram maior mortalidade do que os pacientes que usaram beta-lactmicos associados a outras classes de antibiticos ou somente outras classes de antibiticos. Examinando-se os pacientes que utiizaram macroldeos ou quinolonas em seu regime de tratamento, isoladamente ou combinados a outros antibiticos, observou-se que tambm no houve diferena dos outros pacientes, quanto mortalidade. Os pacientes com padro radiolgico de pneumonia alveolar tiveram maior mortalidade, e essa diferena apresentou uma significncia limtrofe (p= 0,05). Nossa mortalidade (11,9%) foi similar de Fang et al. (1990), em estudo clssico de 1991 (13,7%); foi tambm similar mdia de mortalidade das PAC internadas no em UTI (12%), relatada pela ATS, no seu ltimo consenso para o tratamento emprico das PAC (ATS, 2001). Foram detectados 3 pacientes com pneumonia por Legionella pneumophila sorogrupo 1 na populao estudada: 2 foram diagnosticados por soroconverso e por antigenria positiva, e o 3 foi diagnosticado somente pelo critrio de antigenria positiva, tendo sorologia negativa, como alguns autores (McWhinney et al., 2000). Dois pacientes com PAC por Legionella no responderam ao tratamento inicial com beta-lactmicos, obtendo cura com levofloxacina; o 3 paciente foi tratado somente com betalactmicos, obtendo cura. Concluses: A incidncia anual de PAC por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, no HCPA, foi de 5,1%, que representa a incidncia anual de PAC por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6 em um hospital geral universitrio. Comentrios e Perspectivas: H necessidade de se empregar mtodos diagnsticos especficos para o diagnstico das pneumonias por Legionella em nosso meio, como a cultura, a sorologia com deteco de todas as classes de anticorpos, e a deteco do antgeno urinrio, pois somente com o uso simultneo de tcnicas complementares pode-se detectar a incidncia real de pneumonias causadas tanto por Legionella pneumophila, como por outras espcies. A deteco do antgeno de Legionella na urina o teste diagnstico de maior rendimento, sendo recomendado seu uso em todas as PAC que necessitarem internao hospitalar (Mulazimoglu & Yu, 2001; Gupta et al., 2001); em todos os pacientes com PAC que apresentarem fatores de risco potenciais para legionelose (Marrie, 2001); e para o diagnstico etiolgico das pneumonias graves (ATS, 2001). Seu uso indicado, com unanimidade na literatura, para a pesquisa de legionelose nosocomial e de surtos de legionelose na comunidade.
Resumo:
O presente estudo desenvolve-se numa perspectiva prtica, visando integrao de conhecimentos gerados pela pesquisa a atividades assistenciais no hospital geral universitrio, dirigindo-se, especificamente, questo da deteco da depresso. A depresso um problema de sade pblica no mundo inteiro, transtorno mental de alta prevalncia, com elevado custo para os sistemas de sade. Entre pacientes clnicos e cirrgicos, hospitalizados, aumenta a complexidade dos tratamentos, implica maior morbidade e mortalidade, importando tambm no aumento do tempo e dos custos das internaes. Por outro lado, a depresso subdiagnosticada. Este estudo, originado de um projeto cujo objetivo foi criar um instrumento para a deteco de depresso, utilizvel na rotina assistencial, a partir da avaliao do desempenho de escalas de rastreamento j existentes, desdobra-se em trs artigos. O primeiro, j aceito para publicao em revista indexada internacionalmente, a retomada de estudos anteriores, realizados no final da dcada de 1980. apresentada a comparao da deteco de depresso, realizada por mdicos no-psiquiatras e por enfermeiros, no Hospital de Clnicas de Porto Alegre (HCPA), em 1987 e em 2002. O segundo artigo apresenta o processo de construo da nova escala, a partir da seleo de itens de outras escalas j validadas, utilizando modelos logsticos de Rasch. A nova escala, composta por apenas seis itens, exige menos tempo para sua aplicao. O terceiro artigo um estudo de avaliao de desempenho da nova escala, denominada Escala de Depresso em Hospital Geral (EDHG), realizado em uma outra amostra de pacientes adultos clnicos e cirrgicos internados no HCPA. O segundo e terceiro artigos j foram encaminhados para publicao internacional. Esses estudos, realizados em unidades de internao clnicas e cirrgicas do Hospital de Clnicas de Porto Alegre, permitiram as seguintes concluses: a) comparando-se os achados de 1987 com os de 2002, a prevalncia de depresso e o seu diagnstico, em pacientes adultos clnicos e cirrgicos internados, mantm-se nos mesmos nveis; b) foi possvel selecionar um conjunto de seis itens, que constituram a nova Escala de Depresso em Hospital Geral (EDHG), baseando-se no desempenho individual de cada um dos 48 itens componentes de outras trs escalas (BDI, CESD e HADS); c) a EDHG apresentou desempenho semelhante aos das escalas que lhe deram origem, usando o PRIME-MD como padro-ouro, com a vantagem de ter um pequeno nmero de itens, podendo constituir-se num dispositivo de alerta para deteco de depresso na rotina de hospital geral.
Resumo:
A bronquiolite viral aguda (BVA) uma doena respiratria que acomete crianas principalmente no primeiro ano de vida. O Vrus Sincicial Respiratrio responsvel por aproximadamente 75% dos casos de bronquiolite viral aguda; entretanto, outros agentes tambm podem desencadear doena semelhante, como Adenovirus1, 7,3 e 21, Rinovrus, Parainfluenza, Influenza, Metapneumovirus e, menos freqentemente, o Mycoplasma pneumoniae. A BVA uma doena com padro sazonal, de evoluo benigna na maioria dos lactentes hgidos, entretanto 0,5% a 2% necessitam hospitalizao, dos quais 15% necessitam cuidados intensivos, e destes apenas 3 a 8% desenvolvem falncia ventilatria necessitando de ventilao mecnica. A mortalidade entre crianas previamente hgidas est em torno de 1% dos pacientes internados. O objetivo deste trabalho identificar fatores de prognstico na BVA e correlacionar com tempo de internao em lactentes previamente hgidos. Durante o inverno de 2002, foram acompanhados em estudo de coorte 219 pacientes menores de um ano de idade com diagnstico clnico de bronquiolite viral aguda. Estes pacientes foram avaliados e classificados conforme escore clinico modificado (DE BOECK et al., 1997) na internao, no terceiro dia e no momento da alta hospitalar. O tempo de internao real foi registrado e foi estimado o tempo de internao ideal, conforme critrios de alta clnica definidos por Wainwright e cols. , em 2003, como no uso de oxignio por mais de 10 horas, tiragem intercostal mnima ou ausente, sem uso de medicao parenteral e com capacidade de alimentao via oral. O escore clinico na internao foi 3,881, 81, o tempo mdio de uso de oxignio 5,33,83 dias. Estes pacientes apresentaram tempo de internao real de 7,023,89 dias e tempo de internao ideal de 5,923,83 dias (p<0,001). Considerando tempo de internao ideal como varivel dependente em um modelo de regresso logstica, observa-se que para cada ponto de aumento no escore clinico aumenta em 1,9 a chance de o paciente permanecer internado por mais de trs dias. Conclui-se, ento, que se pode predizer o tempo de internao de lactentes hgidos com BVA atravs do escore clnico, indicando seu uso na avaliao inicial destes pacientes.
Resumo:
Contexto: O diabetes mellitus (DM) uma causa importante de morbimortalidade nas sociedades ocidentais devido carga de sofrimento, incapacidade, perda de produtividade e morte prematura que provoca. No Brasil, seu impacto econmico desconhecido. Objetivos: Dimensionar a participao do DM nas hospitalizaes da rede pblica brasileira (1999-2001), colaborando na avaliao dos custos diretos. Especificamente, analisar as hospitalizaes (327.800) e os bitos hospitalares (17.760) por DM como diagnstico principal (CID-10 E10-E14 e procedimento realizado) e estimar as hospitalizaes atribuveis ao DM, incluindo as anteriores e aquelas por complicaes crnicas (CC) e condies mdicas gerais (CMG). Mtodos: A partir de dados do Sistema de Informao Hospitalar do Sistema nico de Sade (SIH/SUS) (37 milhes de hospitalizaes), foram calculados indicadores por regio de residncia do paciente e sexo (ajustados por idade pelo mtodo direto, com intervalos de confiana de 95%), faixas etrias, mdias de permanncia e de gastos por internao e populacional em US$. Realizou-se regresso logstica mltipla para o desfecho bito. As prevalncias de DM foram combinadas aos riscos relativos de hospitalizao por CC e CMG (metodologia do risco atribuvel) e somadas s internaes por DM como diagnstico principal. Utilizou-se anlise de sensibilidade para diferentes prevalncias e riscos relativos. Resultados: Os coeficientes de hospitalizaes e de bitos hospitalares e a letalidade por DM como diagnstico principal atingiram respectivamente 6,4/104hab., 34,9/106hab. e 5,4%. As mulheres apresentaram os coeficientes mais elevados, porm os homens predominaram na letalidade em todas as regies. O gasto mdio (US$ 150,59) diferiu significativamente entre as internaes com e sem bito, mas a mdia de permanncia (6,4 dias) foi semelhante. O gasto populacional equivaleu a US$ 969,09/104hab. As razes de chances de bito foram maiores para homens, pacientes 75 anos, e habitantes das regies Nordeste e Sudeste. As hospitalizaes atribuveis ao DM foram estimadas em 836,3 mil/ano (49,3/104hab.), atingindo US$ 243,9 milhes/ano (US$ 14,4 mil/104hab.). DM como diagnstico principal (13,1%), CC (41,5%) e CMG (45,4%) responderam por 6,7%, 51,4% e 41,9% respectivamente dos gastos. O valor mdio das internaes atribuveis (US$ 292) situou-se 36% acima das no-atribuveis. As doenas vasculares perifricas apresentaram a maior diferena no valor mdio entre hospitalizaes atribuveis e no-atribuveis (24%), porm as cardiovasculares destacaram-se em quantidade (27%) e envolveram os maiores gastos (37%). Os homens internaram menos (48%) que as mulheres, porm com gasto total maior (53%). As internaes de pacientes entre 45-64 anos constituram o maior grupo (45%) e gastos (48%) enquanto os pacientes com 75, os maiores coeficientes de hospitalizao (350/104hab.) e de despesa (US$ 93,4 mil/104hab.). As regies mais desenvolvidas gastaram o dobro (/104hab.) em relao s demais. Consideraes Finais e Recomendaes: As configuraes no consumo de servios hospitalares foram semelhantes s de pases mais desenvolvidos, com importantes desigualdades regionais e de sexo. O gasto governamental exclusivamente com hospitalizaes atribuveis ao DM foi expressivo (2,2% do oramento do Ministrio da Sade). A ampliao de atividades preventivas poderia diminuir a incidncia do DM, reduzir a necessidade de internaes, minimizar as complicaes e minorar a severidade de outras condies mdicas mais gerais.