10 resultados para Drogas Toxicologia - Teses

em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul


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Na presente tese, buscamos investigar o discurso do psiclogo sobre o sujeito dependente de drogas para analisar os aspectos ideolgicos constitutivos deste discurso, tendo como referencial terico-analtico a Anlise do Discurso de linha francesa. Escolhemos como espao discursivo o discurso do psiclogo sobre o sujeito dependente de drogas e o discurso do sujeito usurio e dependente de drogas onde analisamos o funcionamento das designaes utilizadas para referir-se ao sujeito que depende de drogas. Por conseguinte, trabalhamos com o discurso sobre e com o discurso do sujeito dependente. Dividimos nossa investigao em duas partes. Na primeira parte apresentamos os conceitos que sustentaro o trabalho, entre eles o conceito de sujeito e sentido, determinados pelas posies ideolgicas em jogo no processo scio-histrico em que o discurso produzido e pela interveno do inconsciente. Trabalhamos com os conceitos de imaginrio, real e simblico e com a designao bem como com categorias que nela intervm como silncio e memria. Ao final desta primeira parte, mostramos as repercusses decorrentes da concepo de sujeito e sentido da Anlise do Discurso para a analise do trabalho clnico. Na segunda parte da tese apresentamos nossa metodologia, mostramos a constituio do corpus e preparamos as anlises. Fazem parte do corpus discursivo desta tese seqncias discursivas extradas do discurso de oito psiclogos; de dois sujeitos dependentes de drogas em tratamento e de quatro sujeitos usurios de drogas que no esto em tratamento. Dividimos o corpus em dois Recortes. No primeiro Recorte, analisamos as imagens que o psiclogo tem de seu lugar e seu discurso sobre o sujeito dependente de drogas e, no segundo Recorte, estudamos o discurso do sujeito usurio e dependente de drogas sobre o sujeito dependente de drogas. No percurso do trabalho, foi possvel identificar que todas as posies-sujeito ocupadas pelo psiclogo esto inscritas numa mesma formao discursiva, existindo deslizamentos de sentidos que no representam uma ruptura com a formao ideolgica. A prtica discursiva do psiclogo est determinada pelo seu prprio processo histrico de constituio, que impe a neutralidade e objetividade na clnica assim como os sentidos que devem circular sobre os sujeitos a serem tratados. Nossas anlises indicam que no existe neutralidade na prtica discursiva do psiclogo: os sentidos que se produzem nessa formao discursiva so regulados pelas identificaes com os sentidos dominantes da Psicologia. Comparando o discurso dos psiclogos com o do prprio sujeito dependente, no existem posies ideologicamente contrrias. De acordo com a anlise de nosso corpus o sujeito dependente de drogas e em tratamento se encaixa nas expectativas do psiclogo e faz um movimento de incorporao dos sentidos do discurso do psiclogo.

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Esta dissertao surge das inquietaes e percepes vivenciadas, cotidianamente, junto a pessoas que convivem com a questo do uso e abuso de drogas e muitas vezes tambm, com o fato de serem portadoras do vrus HIV/Aids. Na Parte I, apresentamos e problematizamos a Reduo de Danos atravessada pela perspectiva genealgica de anlise proposta por Michel Foucault, apontando para as relaes entre a constituio de verdades, saberes e exerccio de dispositivos de poder, tanto no que diz respeito relao entre a Perspectiva de Reduo de Danos e a Poltica Anti-Drogas, quanto no prprio operar da reduo de danos enquanto um modo de interveno singular, tomando falas de usurios de drogas e/ou redutores de danos como a fonte mais vociferante para a construo destas relaes. Na Parte II, traamos a partir da perspectiva genealgica de anlise, algumas relaes entre os diferentes modos de interveno dirigidos ao uso e abuso de drogas, apontando as relaes de saber-poder que sustentam as prticas dos campos da psiquiatria biolgica, psicanlise e as de cunho religioso. Por fim, construmos uma tecitura que demarca sob a forma de um olhar, o percurso que engendra os diferentes modos de exerccio tico e constituio moral, acompanhando a visitao que fez Michel Foucault s culturas da antiguidade grega, passando pelos esticos e epicuristas at o fortalecimento do cristianismo. Para a contextualizao do cristianismo, tomamos Nietzsche e com Freud trazemos questes importantes na constituio do sujeito moral moderno que nos atravessa na contemporaneidade, subjetiva e culturalmente.

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A concepo deste trabalho surgiu a partir de observaes de lacunas na clnica das adies s drogas. Com o objetivo de oferecer maior suporte no tratamento do uso abusivo de drogas, essa pesquisa prope-se a abordar o problema reconhecendo a multiplicidade de fatores presentes nas adies. Inicialmente foi revisada a literatura sobre o uso de drogas na histria da humanidade e seu possvel significado de acordo com o momento histrico. Na pesquisa da literatura, procurou-se descrever o desenvolvimento psquico do sujeito, e foram abordadas formas de resoluo de conflitos comuns a quem chegou ao uso abusivo de drogas. Foi apresentada uma viso do sujeito na sua totalidade, tanto individual quanto social. Essa verso serviu como suporte para investigar a possvel interferncia da sociedade de consumo no uso de drogas. A investigao tambm deu nfase s vicissitudes surgidas durante a trajetria do adicto aps a tentativa de deixar esse comportamento. Para realizao desse trabalho, foi utilizada metodologia qualitativa de carter descritivo. Na pesquisa de campo, optou-se por entrevistas semi-estruturadas como instrumento de investigao. Essa escolha deu-se pela inteno de buscar na palavra do adicto uma percepo prpria a respeito de sua trajetria aps o tratamento, quando est experimentando um novo modo de existncia. A anlise das entrevistas mostrou um tipo de pensamento concreto presente no discurso do adicto. Isso foi identificado pela ausncia de uma percepo crtica a respeito da influncia do meio no uso de drogas. Essa verificao levou a algumas concluses. A droga, usada como uma mentira, evita, de forma onipotente, que o adicto entre em contato com as verdadeiras emoes. Com o uso de drogas, o adicto fica impossibilitado de pensar, j que o pensamento supe uma experincia emocional correspondente. Sem a possibilidade de ter uma referncia simblica, ele adere a crenas sem atingir o nvel do pensar. Portanto, importante que os profissionais envolvidos no tratamento das adies ajudem os sujeitos adictos a ampliarem a sua capacidade de pensar. Isso poder ser feito atravs da integrao do pensar e sentir. Somente assim ser possvel a utilizao da palavra como recurso simblico que permite tolerar e nomear, tanto a presena quanto a ausncia de satisfao. Sem a capacidade de pensar ampliada, produz-se um hbito sem que ocorram transformaes verdadeiras. Corre-se o risco de que o tratamento das adies no auxilie o sujeito a ter experincias reflexivas, onde o pensamento se antecipa ao.

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O uso de substncias psicoativas est em crescimento no mundo, sendo grande a sua prevalncia na populao jovem. A adolescncia conhecida por ser um perodo de vulnerabilidade para o uso de drogas, e os danos em conseqncia do seu uso so de forte impacto na vida dos adolescentes. Portanto, devem ser intensos os investimentos em intervenes para essa condio. Recentemente, algumas intervenes focadas em habilidades cognitivas tm sido incorporadas aos tratamentos, como, por exemplo, o treinamento de habilidades de enfrentamento e de estratgias de recusa oferta de drogas. Nessa perspectiva, o desenvolvimento de jogos teraputicos que possam promover tais habilidades uma alternativa inovadora e dinmica para o tratamento de adolescentes usurios de drogas. A presente dissertao, composta por dois artigos, teve por objetivo desenvolver um jogo teraputico para jovens usurios de drogas e avaliar o seu efeito. Intitulada O Jogo da Escolha, essa tcnica pretende, de uma forma ldica e atrativa, abordar crenas tpicas de jovens com problemas com drogas e promover estratgias de enfrentamento para situaes e pensamentos que os coloquem em risco para recada. O processo de desenvolvimento do O Jogo da Escolha est descrito no primeiro artigo. Essa fase constituiu-se da elaborao, da adaptao da linguagem e das instrues do jogo. Para tanto, foram realizados grupos focais com pacientes ambulatoriais de um Centro para tratamento de dependncia qumica em Porto Alegre. As sugestes obtidas nesses grupos foram submetidas avaliao por profissionais especializados em dependncia qumica; tambm foi realizada a avaliao do contedo da tcnica e da organizao de uma seqncia de apresentao das cartas do jogo. Um estudo piloto do jogo possibilitou modificaes finais nas instrues, e no formato de aplicao, chegando verso atual do Jogo da Escolha. A avaliao do efeito dessa verso, que constituiu o segundo artigo, foi realizada atravs de um quase-experimento. Os sujeitos foram recrutados por anncio de jornal e rdio, e 110 sujeitos preencheram os critrios de incluso e excluso, permanecendo no estudo 32 jovens, com idade mdia de 19 anos, sendo 91% do sexo masculino e 96,9% apresentava dependncia de substncias e uso freqente de crack e maconha. Os sujeitos foram submetidos a uma entrevista inicial que avaliou alm do uso de drogas, pensamentos a respeito das vantagens e desvantagens de usar drogas, e motivao para cessar o consumo. Aps a entrevista, eles participaram de trs sesses individuais do Jogo da Escolha, com um intervalo de sete dias entre cada aplicao. Na ltima semana, os sujeitos retornaram para a avaliao final, quando lhes foram reaplicados os instrumentos. Os achados sugeriram que aps a interveno os sujeitos apresentaram um aumento na motivao, movendo-se do estgio de Ambivalncia para o estgio de Ao; 27,6% da amostra moveu-se nessa direo (p=0,01). Eles tambm diminuram os dias de uso de crack e de maconha no ms. No caso de crack, passou de, em mdia, 10 para 6 dias (p= 0,017) e de maconha, em mdia, 18 para 12 dias (p= 0,01); no houve decrscimo significativo no uso de lcool e de outras drogas. Alm disso, a auto-eficcia, aferida atravs de uma escala de 0 a 10 para a pergunta o quanto voc se sente capaz de parar de usar drogas?, aumentou significativamente de uma mdia de 6,8 para 7,6 (p=0,31); A interveno, todavia, no mostrou efeito na pontuao da Balana Decisional. Os achados indicam que o Jogo da Escolha se presta para motivar pacientes que esto ambivalentes em relao a parar de usar drogas, aumentar o seu senso de autoeficcia e efetivamente diminuir o uso droga. Portanto, o jogo teraputico pode ser ou indicado para ser aplicado no incio do tratamento, como um motivador, ou como um pr-tratamento para pacientes que esto em uma lista de espera de atendimento. No entanto, so necessrios novos estudos para testar os efeitos especficos da interveno.