24 resultados para Cuba Política e Governo Revolução, 1959
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Resumo:
Esta tese tem por objetivo analisar os discursos dos principais sujeitos polticos envolvidos nos dois momentos de maior instabilidade política do governo Joo Goulart, a saber: primeiramente, o momento da crise sucessria decorrente da renncia de Jnio Quadros em agosto de 1961 e o segundo momento, entre 13 e 31 de maro de 1964, marcado pela crise dos ltimos dias do governo Jango. Para cada um desses momentos, sero analisados os discursos dos diversos grupos polticos que atuaram em tais episdios, a partir das categorias diagnsticos de desordem e solues de ordem, luz da Teoria do Discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe.
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Nesta dissertao, analiso as diferentes formas de engajamento dos produtores familiares s propostas de desenvolvimento apresentadas pelo Programa Social Agropecurio, na regio de Pampa de Achala, na Provncia de Crdoba, na Argentina. Os diferentes graus de adeso dos produtores esto relacionados as heterogeneidades na estrutura e volume de capitais carregados por esses agentes, suas diferentes trajetrias e expectativas de retribuio com relao ao projeto. O desajuste entre as expectativas dos produtores e as realizaes efetivas dos projetos gera conflitos e resistncia aos processos de normalizao provocados pelo processo de imposio desses programas de desenvolvimento. Identifiquei trs lgicas de engajamento diferenciadas. Na primeira que denominei apropriacionista, ocorre um envolvimento intenso dos produtores a essas propostas apresentadas e a resistncia se d na forma de disputa com os tcnicos pelo controle do processo de implementao do Programa. A segunda insero dos produtores se d em uma lgica de engajamento assistencialista e a resistncia se apresenta como atomizao das formas de participao. O terceiro caso paradigmtico consiste no de uma comunidade que no adere ao Programa. A construo dessas lgicas de adeso permitem explicar a complexidade da implementao de programas desse tipo e as relaes de poder subjacentes. Constatei que no espao de possibilidades que se abrem para as comunidades rurais empobrecidas na Argentina consolidam-se novos processos de dominao, como passagem de uma pobreza integrada a um processo de pobreza dependente, de políticas publicas especiais.
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Esta dissertao aborda o discurso do desenvolvimento do governo Leonel Brizola (1959-1963) no Rio Grande do Sul. A partir de uma perspectiva que associa as preocupaes da Cincia Política com a abordagem da Anlise do Discurso, este trabalho examina alguns dos principais aspectos da construo do referido discurso. Neste sentido, a pesquisa apresenta uma reflexo terica sobre a noo de discurso e sobre destacadas matrizes de pensamento acerca dos modelos de desenvolvimento. Isto oferece subsdios para um exame das políticas no campo econmico por parte deste governo estadual. Dentre as medidas adotadas por esta administrao, a dissertao enfatiza os processos de desapropriao de empresas estrangeiras nos setores de energia eltrica e de telecomunicaes. Baseado no estudo especfico destes eventos de interveno estatal, a pesquisa analisa a constituio heterognea do discurso do desenvolvimento do governo Brizola. Estes aspectos permitem averiguar: os distintos sentidos atribudos ao desenvolvimento, o significado poltico destas encampaes, a dinmica dos elementos discursivos envolvidos e a importncia de tais iniciativas governamentais na configurao de um projeto econmico para o Rio Grande do Sul.
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O estudo enfoca as diretrizes da política de financiamento da educao bsica brasileira, propugnadas ou estabelecidas no ordenamento constitucional-legal, no perodo compreendido entre os anos de 1987 a 1996, buscando analisar seu movimento textual a partir da articulao com as bases que lhes do funcionalidade. As diretrizes consideradas so: descentralizao, regime de colaborao, responsabilizao dos rgos educacionais e controle pblico e social da gesto financeira, estabilidade relativa do volume de recursos disponveis para a educao, hierarquizao da alocao de recursos e objetivao de critrios para fixao e distribuio de recursos. Os momentos da produo legislativa analisados so a Assemblia Nacional Constituinte, a Lei de Diretrizes e Bases da Educao, a Emenda Constitucional N. 14/96 e a Lei N. 9.424/96, ao que se acrescenta o planejamento da Educao para Todos. O foco de anlise recai sobre o teor de proposies e do produto, interpretando a configurao das competncias e da colaborao entre as esferas de governo no financiamento da educao bsica. Ao longo do perodo, e em cada frum, o movimento textual operado nas disposies normativas incidentes sobre a política de financiamento da educao revela dissensos entre os sujeitos, marcadamente no referente regulao das relaes entre o pblico e o privado, entre a sociedade política e a sociedade civil e entre as esferas de governo no campo educacional. O embate entre a liberdade de ensinar e uma filosofia democrtica da educao foi central na ANC. A longa gestao da LDB passou pela conciliao aberta, pelo sonho demirgico do senador Darcy Ribeiro e pela busca de constituio de um novo consenso, a partir do governo FHC. O Plano Decenal de Educao para Todos criou as expectativas de uma revoluo silenciosa e uma nova tica de gesto A Emenda 14/96 e a Lei N. 9.424 inseriram-se na inteno do Executivo Federal de implantar uma política esclarecida, cujo eixo central, o FUNDEF, ou fundo Robin Hood, foi questionado pela possibilidade de implantao da socializao da misria no que diz respeito disponibilidade de recursos financeiros. Na dcada, foram assumindo maior relevncia as deliberaes e os conflitos em torno s competncias e colaborao entre as esferas de governo no financiamento da educao, interpondo-se, tambm, os referentes s relaes entre a sociedade política e a sociedade civil na formulao da política educacional, sendo progressivamente secundarizado o conflito entre o pblico e o privado. O que ficou contemplado, e o que foi excludo ou desconsiderado em cada fase, expressam, tambm, o campo de possibilidades permitido pela correlao de foras no contexto poltico mais geral do pas e no Parlamento Federal. No final do intervalo, verifica-se que o ordenamento em foco foi enquadrado no programa reformista da administrao pblica, integrante da estratgia de ajuste estrutural, sendo, portanto, transversalizado por uma lgica pragmtica na distribuio de encargos educacionais e dos recursos financeiros para a manuteno e desenvolvimento do ensino pblico.
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E ste trabalho analisa como o governo do Estado do Rio Grande do Sul realizou políticas fiscais em relao ao setor de carnes a partir de 1980 at a atualidade, buscando registrar os seus resultados. Inicialmente, faz-se uma reviso da literatura para situar este trabalho dentro do contexto literrio. Em seguida, analisa-se teoricamente o imposto sobre o consumo, verificando seus efeitos macroeconmicos e microeconmicos, considerando ser este o instrumento utilizado na realizao das suas políticas. Depois, descreve-se o desempenho do setor de carnes relacionando-o ao tratamento tributrio a ele dado atravs do ICM/ICMS.
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Esta uma pesquisa sobre mdia e política que aborda o uso do rdio pelo governo da Frente Popular em Porto Alegre, no perodo entre abril de 1989 e setembro de 1990. um estudo de caso que trata do sistema de monitorao de rdio adotado pelo governo da Frente Popular em seis emissoras de rdio ( Gacha, Guaba, Farroupilha, Princesa, Bandeirantes e Pampa) durante 24 horas. Defende-se a tese de que o governo da Frente Popular, em Porto Alegre, ao responder aos ouvintes, apropriou-se de um lugar especfico da mdia para dar visibilidade ao seu projeto poltico de esquerda constituindo um novo cenrio da disputa política. Com esta estratgia de responder a interpelao dos ouvintes, a Frente Popular pautou a mdia e provocou uma alterao nos critrios de noticiabilidade no rdio ao mesmo tempo em que estabeleceu um controle da programao das emissoras. Os objetivos do estudo so verificar se a estratgia de Comunicao da Prefeitura Municipal de Porto Alegre de controlar as demandas dos cidados, atravs do rdio, resulta em crditos poltico; entender como, em uma sociedade dominada pela informao, produto de grandes empresas de comunicao, consegue ser seduzida pela estratgia política de um governo; compreender a eficcia do rdio como instrumento de uso poltico de governos democrticos; reafirmar que a pesquisa de campo, que leva em conta a prtica e a observao dos cidados comuns e seu cotidiano, a base para todo e qualquer estudo sobre a ao da comunicao, especialmente, do jornalismo na sociedade. O governo da Frente Popular atravs das diferentes secretarias e autarquias respondia aos ouvintes, prometendo executar o servio no espao da prpria emissora que havia veiculado a reclamao. Esta trama entre rdio, ouvinte e governo resulta no fortalecimento do projeto poltico da Frente Popular.
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Nos anos 50 e 60 a vontade de superao do arcaico rumo ao moderno, no Brasil, ganhou expresso na Ideologia do Desenvolvimento. Tratava-se de acreditar que atravs das idias e da divulgao destas seria possvel promover no povo brasileiro uma mentalidade que fosse compatvel com a modernidade. Ainda no governo de Caf Filho, foi criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), rgo financiado pelo Ministrio da Educao para tecer e debater esta ideologia. Mas, entre a ideologia do governo e a dos setores da sociedade brasileira que de algum modo foram influenciados por ela, havia uma diferena no uso de conceitos. Os conceitos chaves da Ideologia do Desenvolvimento so nao, povo, revoluo e imperialismo. Na presente dissertao, procurei mostrar como estes conceitos eram usados em peas de teatro do Centro Popular de Cultura da Unio Nacional dos Estudantes (CPC da UNE). Mesmo no assumindo diretamente a Ideologia do Desenvolvimento, o CPC da UNE fez uso de seus conceitos em suas peas. Houve mesmo uma aproximao entre o CPC e o ISEB, proporcionado pela publicao dos Cadernos do Povo Brasileiro, distribudos pelo primeiro que os encomendou ao segundo. Entretanto, as peas cepecistas, embora influenciadas pela idia de desenvolvimento e pelo clima de progresso industrial, nem por isso foram reprodutoras dos conceitos de povo, nao, revoluo e imperialismo do ISEB. Ao contrrio, significaram muitas vezes uma ruptura. No conceito de revoluo brasileira, por exemplo, no geral, os isebianos acreditavam na necessidade de uma revoluo burguesa pacfica a partir da aliana das classes operaria e burguesia nacional. Em contraste, no CPC, atravs de peas 6 como A mais valia vai acabar, seu Edgar, a aliana entre burguesia e operariado contestada, vide a incompatibilidade de interesses.
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Este trabalho tem como tema os movimentos sociais na abertura política (1979-85). O objetivo principal analisar como se desenvolveram os movimentos sociais- tanto os reivindicativos como os novos- no processo de redemocratizao, com nfase em Porto Alegre. Esta dissertao possui, alm das fontes bibliogrficas, a pesquisa em jornais do perodo e uma fonte primria peculiar: os pronunciamentos dos vereadores da capital gacha (1979-85). Atravs do Arquivo Histrico da Cmara foi pesquisada uma vasta documentao sobre a abertura. Como escreve Laclau, o modelo reducionista de classe dominante e classe dominada no pode mais servir de modelo explicativo para a evoluo histrica, j que o sculo XX apresentou profundas alteraes na composio da sociedade. Os novos movimentos sociais- NMS- distinguem-se dos chamados reivindicativos pela abrangncia de suas lutas j que extrapolam questes trabalhistas e de apelos setorizados, como categorias profissionais especficas. Assim, o movimento em prol dos direitos humanos e o movimento ecolgico aparecem como portadores de ideais universais. Em Porto Alegre, o seqestro dos uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Dias um marco do movimento em prol dos direitos humanos, assim como o surgimento da Associao Gacha de Proteo Ambiental (AGAPAN) o para o movimento ecolgico. Os movimentos reivindicativos esto apresentados em quatro greves: do magistrio estadual, dos bancrios de Porto Alegre, dos trabalhadores da construo civil e dos operrios das indstrias do vesturio. Nas duas primeiras participaram importantes lideranas, que aumentaram seu poder de representao no cenrio da política gacha ao longo dos anos. A reforma partidria foi um dos pontos de mudanas na abertura. Um caso interessante para anlise foram as eleies de 1982 para governadores dos estados. A fragmentao partidria, estratgia do governo para dividir a oposio, teve xito na maioria dos estados brasileiros. So Paulo e Rio de Janeiro tiveram como vitoriosos oposicionistas. No Rio Grande do Sul os situacionistas ganharam as eleies. A Campanha pelas Diretas J envolveu multides em todo o pas, ocasionando os maiores comcios da histria brasileira. Em Porto Alegre mais de 200 mil pessoas se reuniram no Largo da Prefeitura: exigiam eleies diretas para Presidente da Repblica. Os projetos para uma nova constituio para o Brasil se desenvolveram quase que paralelamente Campanha pelas Diretas. Vrios setores da sociedade- sindicatos, ordens profissionais, juristas, setores da Igreja e intelectuais- envolveram-se na elaborao da campanha em prol da nova constituio brasileira. Em Porto Alegre, importantes instituies, como a Ordem dos Advogados do Brasil, seo Rio Grande do Sul (OAB-RS), contriburam para o debate nacional.
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Este trabalho tem como objetivo analisar o mecanismo, que o estado do Rio Grande do Sul utilizou para atrair investimentos na indstria de transformao e aumentar sua participao no cenrio regional e nacional, denominado Fundo de Operao Empresa FUNDOPEM, incentivo financeiro, criado em 1972, e presente at os dias atuais. Antes de chegar a sua anlise, foi feita uma abordagem histrica sobre as diferentes formas de interveno que o governo estadual encontrou para movimentar a economia local, participando mais da estrutura industrial e facilitando mais sua insero, na tentativa de reverter as desvantagens da sua posio perifrica no cenrio nacional. Atravs de alguns mecanismos utilizados pelo governo, de provedor a investidor, consegue-se visualizar a importncia fundamental de sua funo no objetivo de incrementar e compartilhar com o mercado privado a gerao de renda e emprego para sua populao. Aps a descrio dos instrumentos utilizados pelo governo, partiu-se para a anlise da primeira fase de atuao do FUNDOPEM, atravs de estudos legais e quantitativos, bem como as outras alternativas, de financiamentos, que as empresas industriais gachas encontraram para substituir os benefcios concedidos pelo Fundo durante seu perodo de desativao, no final dos anos 70. Devido precariedade dos dados disponveis, sua anlise restringiu-se muito a documentos internos da Secretaria da Fazenda Complementar a esta descrio, foi feito, ainda, o estudo das mudanas ocorridas na legislao do Fundo na segunda fase de sua concesso, alm da anlise dos dados disponveis, na tentativa de mostrar sua importncia no fomento da participao industrial privada, analisando-se variveis como o nmero de empregos gerados, valor do benefcio fiscal concedido entre outros. Aps o estudo feito, a concluso qual se chegou foi a de que o FUNDOPEM, somente a partir de 1997, alcanou um nvel satisfatrio de participao das empresas interessadas em adquirir o incentivo financeiro para o financiamento de seus projetos (cerca de 21,26%). Fato importante para esse salto, foram as mudanas ocorridas na sua legislao conforme a viso estratgica do governo Britto, que aos poucos foi adequando suas normas para beneficiar regies carentes, incentivar setores e distribuir mais eqitativamente os benefcios s empresas privadas atravs de critrios de pontuao que as mesmas deveriam preencher para que seus projetos pudessem ser aprovados. As exigncias para a concesso do incentivo foram com o passar do tempo no um obstculo, mas uma forma mais eficiente de escolher e contemplar empresas que realmente trariam vantagens scio-econmicas para a populao e para o Estado A criao do incentivo financeiro, FUNDOPEM, pode no ter sido um instrumento muito procurado nos anos 70, devido crise mundial instalada, mas no final da dcada de 80 at os dias atuais, sua atuao para atrair e manter investimentos no estado do Rio Grande do Sul no foi desprezvel, considerando o nmero superior a 600 projetos incentivados, sendo um dos condicionantes importantes para a instalao de empresas industriais. Ao mesmo tempo em que a iniciativa privada necessita de incentivos formulados pelo Estado, o Estado necessita que a iniciativa privada continue investindo, gerando renda e emprego, e repassando seus impostos aos cofres pblicos, para que haja continuidade e incremento do crescimento e desenvolvimento econmico. Os investimentos fixos chegaram a deter R$ 9.342.918.384,00, os empregos projetados a 69.564, o ganho financeiro estadual estimado, isto o ICMS lquido, a R$ 8.063.255.047,00 e o ICMS a recolher a R$ 22.000.461.741,00. Os programas que mais se destacaram foram o FUNDOPEM normal, o PROPLAST, o PROINCI, e o NOSSO EMPREGO, enquanto as empresas pertencentes as regies Serrana, Vale do Rio dos Sinos, Vale do Rio Pardo, e Metropolitana tiveram o monoplio dos projetos protocolados.
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Este trabalho pretende contribuir para lanar luz sobre a política de colonizao implantada no Norte de Mato Grosso, em especial, sobre a política educacional embutida nos projetos de colonizao de Reforma Agrria. Política pensada pelo Governo Federal no sentido de resolver os conflitos pela posse da terra nas regies de ocupao antiga, mas, que, na verdade, escondia todo um conjunto de intenes e prticas que vinham a atender to somente aos interesses do grande capital. Ao migrante, colocado nos projetos como protagonista dessa política, no restou outro espao a no ser o de fornecedor de mo-de-obra barata ao grande proprietrio, ou seja, o de tornar-se um proletrio rural, um excludo do processo produtivo, quando no vtima da violncia e dos desmandos das colonizadoras. A pesquisa resgata as políticas de colonizao tendo por referncia histrica dois perodos, a ditadura Vargas (1930 45), principalmente a política adotada a partir do Estado Novo (1937), e a ditadura militar (1964 85) com destaque para os projetos de colonizao implantados na dcada de 70. Nesta pesquisa interessa-me, sobremaneira, a anlise das políticas educacionais implantadas nos projetos de colonizao, tendo, como estudo de caso, o Assentamento Projeto Casulo, no municpio de Santa Carmem/MT, onde a coleta de informaes deu-se atravs de entrevistas semi-estruturadas e da observao participante O analfabetismo vem-se mostrando como um dos grandes problemas ainda existentes entre os trabalhadores rurais em todo o pas, o que no diferente no caso dos pequenos agricultores que vieram para povoar Mato Grosso. Uma realidade que pode ser verificada nos mais diferentes projetos de colonizao de Reforma Agrria implantados neste estado. So frutos de uma política econmica e educacional adotada ao longo de nossa histria e que, como resultado, deixam um saldo de milhes de trabalhadores rurais que carregam a marca do analfabetismo, do preconceito e da no valorizao d seu trabalho.
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Nesta Dissertao, problematizo a política de subjetividade da infncia na atualidade, a partir da anlise do discurso especializado ratificado no programa Dirio de um beb veiculado pela Rede Brasil Sul de Telecomunicaes, entre janeiro de 1999 e janeiro de 2000. Para tal empreendimento, fiz uso de ferramentas analticas da produo de Michel Foucault, as quais possibilitaram que eu procedesse analtica do discurso especializado como prtica que produz, corporifica, significa, objetiva e subjetiva os sujeitos de que fala. Descrevi a maneira pela qual a materialidade discursiva do programa monta um determinado tipo de subjetividade infantil atravs de objetivaes especficas e normalizadoras. Tais objetivaes procedem ao governo da infncia, mas no apontam para uma subjetividade infantil reprimida, verdadeira, natural ou definitiva. Demonstrei como os mais diversos sujeitos adultos so instados a garantirem a sobrevivncia, a conservao e a evoluo dos infantis por meio de atividades cotidianas, num convvio pontual e condutor. Essas prescries conduzem as aes adultas na relao com os infantis, embora em meio a formas de saber e foras de poder instveis e no ditatoriais. Indiquei, assim, um campo de possibilidades que o mecanismo de governo Dirio de um beb articula na constituio da subjetividade infantil no tempo presente. Os procedimentos analticos possibilitaram-me finalizar este investimento de forma a apontar que o governo da infncia est imerso em relaes de liberdade e resistncia. Tais relaes instigam possibilidades de deslocamento das formas de ser sujeito infantil, abrindo perspectivas para a incitao de novas formas de subjetividade.
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A incorporao de restries institucionais para a gesto da política fiscal pode explicar resultados sub-timos, como dficits fiscais elevados e a demora para o processo de ajustamento. Uma dessas restries pode ser compreendida como o fato de que a política fiscal no o resultado apenas das decises de um formulador de política econmica. Quando se analisa o processo de deciso da política fiscal como o resultado de um processo de conflito de interesses entre agentes ou grupos, ento resultados sub-timos podem ser explicados sem qualquer apelo a irracionalidade ou ao comportamento no benevolente de uma autoridade fiscal. A modelagem da política fiscal sob a hiptese de fragmentao de governo pode ser feita com mais de uma forma. Nesta tese, com o objetivo de analisar o caso brasileiro recente, primeiro utilizaram-se jogos dinmicos onde uma autoridade fiscal central joga com outros agentes que afetam o resultado da política fiscal e que tm funes utilidade distintas da primeira. Em jogos desse tipo pode-se demonstrar a eficincia de mecanismos de punio e incentivo para o cumprimento de uma determinada meta fiscal. Posteriormente, foram feitos testes para observar o padro de ajustamento fiscal entre maio de 1992 e maio de 2002, no Brasil. Como a natureza do ajustamento fiscal, nos modelos com fragmentao de governo, infrequente, a aplicao da metodologia de mudana de regime markoviano pareceu ser a mais apropriada. Os resultados obtidos indicaram um padro de ajustamento esperado em relao s mudanas nos regimes do dficit primrio, da dvida pblica e ao impacto dos choques externos.
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O presente trabalho estuda a comunicao política governamental a partir do sistema de comunicao implantado pelo Governo Municipal de Porto Alegre, atravs da sua Coordenao de Comunicao Social, nas gestes 1989/92 e 1993/96, representantes de um projeto poltico denominado Administrao Popular. Analisa a sua contribuio para a constituio de um novo modelo da referida comunicao e suas relaes com o exerccio de uma determinada cidadania. Utiliza o mtodo histrico e documental. Apoia-se nos conceitos-chave de cidadania e democracia. Seu material emprico constitudo por documentos da Prefeitura Municipal, abrangendo formulaes estratgicas, planos de governo, registros de seminrios; documentos especficos sobre o setor de comunicao, abrangendo histricos, publicaes, materiais grficos e audiovisuais, planos de comunicao, campanhas publicitrias. Registra a ascenso ao governo municipal de uma frente política de esquerda, suas reeleies inditas, sua projeo internacional sustentada, especialmente, por uma nova modalidade de administrar os investimentos pblicos, denominada Oramento Participativo. Descreve o perfil poltico-administrativo assumido pelos governos e a criao, a implantao, a centralizao e as operaes do setor de comunicao. Analisa a produo de aes estratgicas de comunicao e as decorrentes promoes da cidade, da cidadania e do modo de governar instaurado. Descreve as relaes com a mdia, a monitorao sobre ela exercida, a utilizao de meios prprios de comunicao e as medidas para a constituio de políticas pblicas de comunicao.
Resumo:
Esta dissertao observa como se d a relao entre a coluna política PGINA 10, do jornal Zero Hora, e o Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul, num perodo de trs anos e meio at as eleies de 1998, quando o PT conquistou o governo do Estado. Neste perodo, em diferentes oportunidades, muitos textos da coluna motivaram manifestaes de integrantes do PT, contestando a informao do colunista ou aproveitando-a para fazer crticas a adversrios. A anlise considera que a política e a comunicao e dentro desta o jornalismo - so dois campos representados por PT e PGINA 10, respectivamente. Por isso, relata-se a formao da sociedade de comunicao, detalhando a formao do colunismo poltico no Rio Grande do Sul e seu posicionamento poltico e a formao do Partido dos Trabalhadores. Toma-se a hiptese de agenda-setting, que diz que os meios de comunicao tm capacidade de agendar a pauta da sociedade. Para ilustrar a tese, so reproduzidos tpicos da coluna que originaram manifestaes de integrantes ou da direo do PT e suas respostas, como demonstrao da importncia dos meios de comunicao na política. Conclui-se que o PT movimenta-se para contestar muitas das manifestaes do colunista ou apenas corrigi-las, utiliza o espao de imprensa para realizar seus embates internos ou comunicar-se com filiados e simpatizantes, que o colunismo poltico gacho tem caractersticas especficas diferentes do praticado no resto do Pas e que tem um perfil ideolgico conservador.
Resumo:
Este trabalho analisa a cobertura do jornal Zero Hora sobre o impasse entre o governo do Rio Grande do Sul e as montadoras de automveis Ford e General Motors, no perodo de 16/03/1999 a 03/05/1999. um estudo que procura, atravs do referencial da hermenutica de profundidade, demonstrar como construda a ideologia no jornalismo do grupo RBS maior conglomerado de mdia da regio Sul do Brasil , com base no conceito proposto por Thompson de sentido a servio do poder. A minuciosa pesquisa possibilitou perceber no s o agendamento de Zero Hora no caso envolvendo o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) e as montadoras, mas a construo ideolgica empreendida pelo jornal, legitimando o discurso das montadoras e da oposio, e desqualificando os argumentos do governo. O discurso neoliberal de reduo das atribuies do Estado, hegemnico nas pginas de Zero Hora durante a dcada de 90, trocado nos primeiros meses do governo petista por um discurso fragmentado, oportunista e descontextualizado do pensamento keynesiano, defendendo o papel importante do Estado na gerao de emprego e renda, como propulsor do desenvolvimento atravs de investimentos e outras políticas de incentivos capazes de gerar um crculo virtuoso na economia. A cobertura tendenciosa de Zero Hora se tornaria um dos elementos constitutivos de um Cenrio de Representao da Política (CR-P) desfavorvel candidatura petista na eleio para o governo do Rio Grande do Sul em 2002.