3 resultados para Comunicação e Divulgação Científica

em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul


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O presente trabalho investiga o funcionamento do discurso de Divulgação Científica, tomando como corpus de análise as revistas Superinteressante e Ciência Hoje. Partindo da concepção de ciência enquanto prática social e ideológica e tendo como referencial teórico a Análise de Discurso de linha francesa, a preocupação central dessa investigação está pautada no modo como os diferentes sujeitos - o cientista, o jornalista e o leitor - se movimentam, isto é, se constituem no discurso de Divulgação Científica, sendo interpelados tanto pelo poder/verdade da ciência quanto pelo poder/verdade da mídia. Para investigar, então, o funcionamento de tal discurso, a tese está dividida em seis capítulos. O primeiro capítulo aborda a concepção de ciência, de forma a marcar os limites entre a ciência e a não-ciência, bem como trata dos deslocamentos sociais produzidos a partir do conhecimento científico. Entre esses deslocamentos, está o Jornalismo Científico e, por sua vez, o discurso de Divulgação Científica, que também é caracterizado nesse primeiro capítulo. No segundo capítulo, trava-se um diálogo entre três autores: Mikail Bakhtin, Michel Foucault e Michel Pêcheux, havendo um destaque para Pêcheux, que é o fundador da Análise do Discurso. A partir desse diálogo, são apresentadas as principais noções da teoria do discurso que sustentarão as análises sobre o funcionamento discursivo da Divulgação Científica. O terceiro capítulo trata da constituição do corpus e da explicitação da metodologia a ser adotada durante as análises. No quarto capítulo, são apresentadas as primeiras análises sobre o modo como são representadas as imagens da ciência e do cientista no discurso de Divulgação Científica. O quinto capítulo privilegia a discussão acerca do lugar discursivo em que se inscrevem tanto o jornalista quanto o cientista no discurso de Divulgação Científica. Ainda são analisadas as posições-sujeito que operam nesse discurso, a partir da inscrição do jornalista e/ou do cientista em um determinado lugar discursivo. No sexto e último capítulo da tese, as análises estão centradas no sujeito-leitor, enfocando a construção do efeito-leitor e da imagem projetada à ciência, a partir de seqüências selecionadas das Cartas de Leitores de ambas as revistas - Superinteressante e Ciência Hoje. Tais análises focalizam a distinção entre leitor real e leitor virtual. Dessa forma, essa tese enfoca a caracterização do discurso de Divulgação Científica como um espaço discursivo intervalar, no qual se entrecruzam diferentes sujeitos, mas também as diferentes ordens de saberes/as diferentes vozes que esses sujeitos mobilizam, bem como as instituições que eles representam, o que atesta a constituição eminentemente heterogênea desse discurso.

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Esta dissertação focaliza um gênero textual denominado texto de divulgação científica, o qual tem por objetivo divulgar as recentes descobertas científicas. Ao se tratar de um modelo textual com peculiaridades próprias, busca-se, a partir do conceito bakhtiniano de gênero, classificá-Io corno um gênero emergente, por estar cadavez mais freqüente na rnídia impressa e eletrônica. Assim, o objetivo desse trabalho é mostrar como esse gênero textual é configurado por meio de estratégias lingüísticas que caracterizam o dialogismo e a polifonia. Para atingir tal propósito procedeu-se a uma análise enunciativa de textos de divulgação científica veiculados na Folha online, procurando verificar os diferentes recursos lingüísticos empregados para reformulação do referido texto a partir do texto original -o artigo científico. Os resultados apontam o texto de divulgação científica como um gênero predominantemente politõnico, pois, ao jogar com recursos disponíveis na língua, como por exemplo aspas, parênteses e certos marcadores discursivos, o divulgador tem a possibilidade de transformar um texto que apresenta maior grau de objetividade, imparcialidade e emprego de palavras técnicas, características próprias do artigo de cunho científico, em um texto constituído por uma - linguagem com palavras próximas do cotidiano do leitor e, portanto, permitindo uma leitura mais acessível.