1 resultado para Brucker, Wilber Marion, 1894-1968. Governors--Michigan

em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul


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O presente trabalho analisa a ditadura civil-militar uruguaia (1973-1984) a partir da perspectiva da poltica de Terror de Estado, mecanismo implementado para aplicar as premissas da Doutrina de Segurana Nacional e defender os interesses dos setores dominantes locais. Da mesma forma, possibilitou o disciplinamento da fora de trabalho, exigncia implcita nas novas demandas do capitalismo mundial, o que significou, na prtica, a destruio do questionamento social e das manifestaes por mudanas promovidas pelas distintas organizaes populares nos anos 60 e 70. Este perodo, alis, foi marcado, na Amrica Latina, tanto pela efervescncia produzida pela Revoluo Cubana quanto pelo esforo dos EUA em disseminar as concepes contra-insurgentes e reforar a pentagonizao regional. Foi durante as administraes de Pacheco Areco e de Bordaberry (1968-1973), marcadas por acentuada guinada autoritria ainda em regime democrtico, que comearam a ser aplicadas determinadas prticas repressivas de Terror de Estado, fato que se projetou, ampliou e consolidou posteriormente, com o regime de exceo. O objetivo norteador da pesquisa foi estudar o conceito de Terror de Estado e analisar sua aplicao na experincia concreta da ditadura uruguaia enquanto metodologia de atuao de um sistema repressivo complexo que abrangeu as mltiplas dimenses da sociedade Assim, procurou-se destacar a diversidade e articulao das diferentes modalidades de atuao implementadas: a interdio do Poder Legislativo; a subordinao do Poder Judicirio Justia Militar; a proibio de partidos polticos, sindicatos e organizaes sociais; a interveno no sistema de ensino; a imposio de uma poltica global de censura; a iniciativa de refundao societria; a subjugao e destruio do inimigo interno; a aplicao de aes contra-insurgentes (a tortura, o grande encarceramento, a poltica de refns e os seqestros seguidos de desaparecimentos forados); etc. A participao ativa uruguaia na conexo repressiva internacional (Operao Condor) expressou o deslocamento da violncia estatal da guerra interna contra os ncleos exilados nos pases vizinhos. Em sntese, a dinmica imposta caracterizou o Terror de Estado implementado no Uruguai como sendo abrangente, prolongado, indiscriminado, preventivo, retroativo e extraterritorial alm de conter pretenses pedaggicas e ser gerador de seqelas que se projetaram no perodo democrtico posterior.