5 resultados para Brasil. [Código eleitoral (1932)]
em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo:
A teoria dos ciclos poltico-econmicos prope que as flutuaes econmicas possam ser explicadas pelo calendrio eleitoral. Sabendo que a situao econmica tem grande influncia sobre a deciso de voto dos eleitores, os governantes iro manipular a poltica econmica a fim de maximizar as chances de vitria do candidato governista. Os estudos empricos que visaram comprovar essa hiptese encontraram evidncias de oportunismo poltico tanto nas variveis macroeconmicas, quanto nos instrumentos de poltica econmica. A presente dissertao tem como objetivo testar a hiptese de oportunismo poltico nas variveis macroeconmicas, nos instrumentos de poltica fiscal e na taxa de juros do Brasil entre 1980 e 2000. Para proceder os testes economtricos sero utilizados modelos autoregressivos integrados de mdias mveis (ARIMA) com variveis dummy de intercepto nos meses que antecedem s eleies. Os resultados comprovaram a hiptese de oportunismo poltico na taxa de inflao e na despesa total do governo federal.
Resumo:
Esta dissertao estabelece as principais caractersticas do comportamento da maioria dos eleitores brasileiros e procura demonstrar que existe uma “razo” que move as escolhas eleitorais. Para tanto, utiliza-se da produo da cincia poltica brasileira sobre o comportamento eleitoral e de pesquisas realizadas em diversas cidades do interior do Rio Grande do Sul. O principal objetivo deste trabalho o de compreender como se processam as escolhas eleitorais, tendo em vista que a maioria do eleitorado brasileiro no acredita na poltica, mantm-se distante dos mecanismos de participao e vota na pessoa do candidato. O pressuposto bsico de que as escolhas eleitorais da maior parte da populao, em especial, as das camadas populares, so motivadas por uma cultura poltica ctica e personalista, que tem sua origem e manuteno nos condicionantes histricos-estruturais da poltica brasileira. As evidncias indicam que a maior parte do eleitorado, define o destino do voto de forma sensvel e emocional, a partir dos atributos simblicos dos candidatos e das imagens difusas das competies eleitorais. Nesse contexto, estabelece-se a lgica do comportamento da maioria dos eleitores brasileiros, que pode ser interpretado como emotivo, tendo em vista que as preferncias eleitorais tendem a direcionar-se aos candidatos que so mais “conhecidos positivamente”, e que, ao mesmo tempo, desfrutam de uma avaliao positiva de confiana, afinidade e simpatia. Nesses termos que a imagem de um candidato torna-se elemento-chave da deciso eleitoral. O eleitor emotivo vota no candidato que conhece positivamente e inspira confiana, porque o voto resultado de uma cultura poltica personalista e descrente. O eleitor brasileiro vota em quem “conhece”, porque “confia”.
Resumo:
Este estudo busca investigar as lgicas da ao em cooperativas de produo e associaes de catadores de lixo no bojo de processos de reestruturao econmica que no somente precarizam as condies de emprego, mas tambm implicam em processos de desassalariamento da fora de trabalho. Tomando como perspectiva analtica a sociologia da experincia de Franois Dubet, decompomos as lgicas da ao de trabalhadores com insero social distinta, ou seja, um primeiro grupo caracterizado por uma cultura operria e sindical e um segundo grupo caracterizado por um processo de dissociao em relao ao mundo do trabalho formal. Neste sentido, procurou-se investigar: a) as formas de insero e integrao sociais configuradas pelas relaes de solidariedade, b) a dimenso da racionalidade estratgica de cada grupo traduzida nas lutas por reconhecimento, e, c) os processos de subjetivao expressos na afirmao identitria de cada coletivo de trabalhadores. Ou seja, quais as condies de possibilidade da ruptura com as hierarquias que organizam e estruturam o universo de coletivos de trabalhadores com origens sociais to diversas quando confrontados com o princpio meta-social da igualdade? Noutras palavras, quando compelidos com a necessidade de organizar uma cooperativa ou associao, enquanto alternativa palpvel de subsistncia, os trabalhadores se deparam com um contexto bem diverso da situao de assalariamento. Com efeito, a experincia associativa ir implicar que a adeso cooperativa ou associao deve ser livre e voluntria e que a gesto e os processos de deliberao devem ser democrticos. A partir da pesquisa de campo verificou-se um processo de subjetivao marcado por estratgias distintas nas cooperativas e associaes: enquanto nas cooperativas a adeso dos trabalhadores era caracterizada por uma certa ambivalncia entre o compromisso com o projeto de construo da cooperativa e uma postura pautada por um certo pragmatismo tipificado por um campo de possveis restrito no tocante as alternativas de insero social, nas associaes de catadores de lixo verificou-se um processo de ruptura com os padres de sociabilidade primria acentuadamente hierarquizados a partir da participao das mulheres nas associaes, bem como um efetivo compromisso com o projeto associativo. Na esfera da ao coletiva, a constituio de cooperativas a partir de empresas em situao falimentar revelou uma nova estratgia sindical marcada por uma ao defensiva ante os processos de reestruturao econmica que eliminam postos de trabalho. J, na ao coletiva das associaes constatou-se um movimento de luta pelo reconhecimento de direitos e recuperao da cidadania. Tal movimento caracterizado por uma lgica do respeito possuindo uma dupla inflexo, ou seja, por um lado busca romper no mbito da esfera privada com a dominao masculina expressa num cdigo de honra, cuja conseqncia mais dramtica se traduz na violncia domstica, e por outro lado se constata um movimento em direo esfera pblica a partir da articulao de uma associao com um movimento social traduzindo desta maneira a reivindicao pelo reconhecimento da dignidade de indivduos sujeitos a todo tipo de reconhecimento recusado.
Resumo:
Na sociedade brasileira, as polticas sociais para infncia e juventude considerada desamparada e delinqente entre os anos de 1920 e 1940 caracterizam-se pelo fato de terem sido levadas a cabo pelos representantes do Poder Judicirio. Em Florianpolis (SC), o Juizado de Menores foi institudo, em 1935, pelo grupo que passou a governar o Estado de Santa Catarina com o propsito de promover, sob a tica da gesto da populao, uma assistncia social moderna para os filhos dos trabalhadores urbanos. Nessa pesquisa, investigou-se, a partir da documentao emitida pelo Poder Judicirio, porque a prole de determinados grupos sociais ─ migrantes, descendentes de aorianos e madeirenses e afrodescendentes ─ que habitavam na cidade, na dcada de 1930, ingressaram no programa social colocao familiar implementado pelas autoridades judicirias no perodo. Inicialmente foram identificadas as motivaes relativas aos meios de subsistncia e ao contexto scio-familiar que geralmente levavam mes e pais consangneos a transferir seus filhos para outros lares. Posteriormente analisou-se como a noo de menor abandonado, vigente no Cdigo de Menores de 1927, foi operacionalizada do ponto de vista jurdico-administrativo pelos representantes do Estado com o intuito de enviar os infantes pobres e os considerados infratores para as residncias dos guardies. Por fim, as experincias vivenciadas pelos menores declarados abandonados nos lares dos guardies foram descritas. Os guardies da capital catarinense e do interior do Estado acolhiam os “abandonados” de ambos os sexos com o objetivo central de obter mo-de-obra, sobretudo, para os servios domsticos. Esse programa social se mostrou relativamente ineficaz medida que no propiciou condies para que essas crianas e jovens oriundos dos grupos populares urbanos ascendessem de classe, garantindo, na maioria das vezes, apenas a subsistncia dessas pessoas. A anlise desse processo histrico relativo chamada famlia substituta explica, em parte, as direes tomadas pelas polticas sociais infanto-juvenis nas dcadas subseqentes no Brasil.
Resumo:
A preocupao bsica deste trabalho analisar o pensamento poltico de Joaquim Francisco de Assis Brasil, ressaltando os aspectos relativos a seu posicionamento quanto representao poltica, sua noo de democracia e sua defesa de circunscries eleitorais amplas. Salientamos que existe no pensamento poltico de Assis Brasil quanto representao proporcional, um dilema institucional bsico: como, em um contexto de subdesenvolvimento e instabilidade poltica, produzir um arranjo institucional que possibilite a representao poltica proporcional de todas as tendncias polticas que conquistem o quociente mnimo e, ao mesmo tempo, construir a governabilidade e produzir slidas maiorias parlamentares para a sustentao de governos. Ressaltamos que sua noo de democracia e quanto ampliao das circunscries eleitorais, antecipam o que contemporaneamente vem sendo discutido sobre o tema. Conclumos que o pensador gacho opta pelo fortalecimento da governabilidade e a adoo de mecanismos, dentro do sistema eleitoral proposto, que tornem possvel a criao de slidas e confiveis maiorias parlamentares.