38 resultados para Brasil Relações Exteriores
em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo:
O objetivo desta pesquisa o estudo das relações que se estabelecem entre o trabalhador e seu trabalho em organizaes no convencionais, isto , que no se identificam com o modo capitalista de produo e que reivindicam, pelo contrrio, a criatividade e a originalidade de um trabalho mais autnomo, mais justo e mais responsvel: a economia solidria. O que significa, para o trabalhador, atuar nestas organizaes? a pergunta que orienta este estudo. Dito de outro modo: a experincia vivida no trabalho cotidiano pelo trabalhador da economia solidria manifesta-se mediante prticas profissionais e prticas sociais reveladoras de novas formas de insero no trabalho e na sociedade? Seria essa experincia fruto de uma transformao que ocorre em alguns segmentos do mundo do trabalho e observvel em outros contextos econmicos ou um reflexo da situao particularmente fragilizada dos trabalhadores brasileiros? Tratar-se- ento de entender a singularidade da participao dos trabalhadores a este projeto, seu impacto sobre o desenvolvimento de seu trabalho e das relações estabelecidas com a organizao e de estudar as transformaes que podem ocorrer nas relações sociais a partir do trabalho. Este ser analisado sob uma dimenso subjetiva, como experincia de construo identitria, e sob uma dimenso institucional, como socializao para e pela solidariedade. O conceito de trabalho solidrio, que rene essas dimenses, ser analisado apoiando-se, em grande parte, na obra de Franois Dubet e sua teoria do ator, da estrutura social e da socializao. A pesquisa se inscreve numa perspectiva de contribuio Sociologia do Trabalho e das relações de trabalho sem a pretenso de realizar uma sociologia da economia solidria, nas suas mltiplas relações com a sociedade. O que est em foco a transformao das relações entre o trabalhador e seu trabalho. O argumento defendido pela pesquisa que as relações que nascem de uma experincia cotidiana do trabalho nas organizaes da economia solidria so peculiares e diversificadas, mas interpelam e desafiam o conjunto das relações sociais. Portanto, o trabalho realizado nessas organizaes talvez seria, apesar de suas ambigidades, suscetvel de estimular novas formas de relações sociais por meio de uma socializao assentada na solidariedade. Trs tipos de organizaes referncias (tipos ideais) so construdos a partir do tipo de produo dominante e dos valores e objetivos que motivam a ao: organizaes de produo, associaes culturais e organizaes humanitrias. A comparao Brasil Frana, atravs das organizaes investigadas em Porto Alegre e Paris, procura homologias, isto : correspondncias na construo da ao apesar de contextos diferentes, assim como a reconstruo de processos e procura de especificidades que possam enriquecer as interaes. No decorrer da investigao, o que se encontrou, tanto no Brasil quanto na Frana, foi de um lado, um discurso oficial (mentores, militantes da economia solidria e pesquisadores) que descreve a tarefa que se atribui a economia solidria: a responsabilizao de todos para transformar a sociedade. Por outro lado, encontrou-se, atravs do discurso dos trabalhadores, o relato da realidade quotidiana que aparece como um mundo de tenses e contradies. Para entender essa aparente incompatibilidade, foi preciso recriar os mecanismos de construo do trabalho solidrio: em que medida pode-se falar de experincia social e em que medida a socializao para e pela solidariedade bem sucedida. Para tanto, foi necessrio recompor o processo de construo das relações sociais dentro e fora do trabalho, manifestado mediante estratgias dos atores que precisam se posicionar frente s lgicas de ao desenvolvidas pelas organizaes. A seguir, analisou-se a possibilidade de encontrar semelhanas e diferenas entre o Brasil e a Frana na construo deste trabalho solidrio. Enfim, procurou-se responder pergunta que originou esta pesquisa: seria mesmo o trabalho solidrio gerador de novas relações sociais no trabalho e no mbito mais amplo da sociedade?
Da operao Pan-americana aos entendimentos de uruguaiana : as relações Brasil-Argentina (1958 a 1962)
Resumo:
O objetivo proposto por este estudo investigar a contribuio da Operao Pan-Americana (OPA), lanada pelo Brasil, em 1958, durante o Governo JK, para o estreitamento das relações entre o Brasil e a Argentina, cujo pice foram os Acordos de Uruguaiana, firmados em 1961. A crescente parceria estendeu-se at a desestabilizao provocada pelo golpe militar, que destituiu o Presidente argentino Arturo Frondizi, em 1962. Este trabalho procura demonstrar que, durante o perodo de 1958 a 1962, atingiu-se um alto nvel de cooperao bilateral, como resultado de uma ampla mobilizao por parte tanto do corpo diplomtico, quanto das assessorias diretamente ligadas ao Poder Executivo dos governos desses dois pases.As razes que motivaram uma convergncia nas aes dos governos do Brasil e da Argentina foram: no aspecto econmico, a necessidade de ampliao do mercado regional, visando a uma maior insero internacional dessas economias; no aspecto poltico, o esforo para a manuteno da autonomia frente aos Estados Unidos, potncia mundial com hegemonia na regio. Tal posicionamento foi influenciado, principalmente, pela tentativa de ingerncia norte-americana em determinados pases, como foi o caso da Guatemala, em 1954. Portanto, a cooperao internacional dos pases latino-americanos (a partir do lanamento da OPA), ampliou o enfoque, que antes era exclusivamente bilateral (com os Estados Unidos), para o mbito regional, por meio da qual se buscou fortalecer as economias da regio. A iniciativa brasileira, de carter hemisfrico, caracterizada pela OPA, acabou contribuindo para que houvesse uma aproximao entre os dois pases. Nesses termos, os entendimentos de Uruguaiana, so, aqui, analisados como o resultado de um aprofundamento do projeto de JK; isso porque, apesar de ter havido o fortalecimento dos laos, especialmente, dos dois maiores pases do Sul do Continente, mediante os Acordos de Uruguaiana, a OPA abriu tambm uma nova perspectiva para os demaispases da regio, que resultou na criao da Associao Latino-Americana de Livre Comrcio (ALALC).
Resumo:
O tema desta tese a Gesto do Conhecimento, abordagem em evidncia crescente nos meios acadmicos e empresariais, espaos em que o conhecimento comea a ser visto como recurso substituto do trabalho. A discusso da ruptura entre os conceitos de conhecimento e trabalho vigora desde a antiguidade at os dias de hoje. E foi esse argumento de ruptura que impulsionou a definio do foco desta pesquisa: a discusso das relações entre conhecimento e trabalho, e a forma como esses conceitos interagem no contexto das organizaes. A pesquisa de campo foi realizada em uma instituio financeira brasileira de grande porte, o Banco do Brasil, diante do contexto do sistema financeiro. Buscou-se construir um quadro referencialterico das relações entre conhecimento e trabalho nessa empresa. Para o desenvolvimento da tese, foi utilizado um referencial terico multidisciplinar baseado nas interfaces da Gesto do Conhecimento com a Filosofia (concepes de vita contemplativa e vita activa) a Sociologia (o conhecimento como construo social e histrica) e a Psicologia (o conhecimento associado ao desenvolvimento humano). Para a realizao da pesquisa, optou-se por um mtodo de orientao ps-moderna, que se admite o uso das tcnicas cientficas mais recentes, sem excluir o uso de abordagens tradicionais. Entende-se que a viso ps-moderna transcende a modernidade, sem exclu-la. Para a coleta de informaes, foi utilizada uma abordagem multimtodos, que abrangeu a aplicao das seguintes tcnicas: questionrios fechados, entrevistas em profundidade, observao participante e anlise documental. Os questionrios foram aplicados, exclusivamente, junto a profissionais do Banco do Brasil. As entrevistas em profundidade foram realizadas com profissionais do Banco do Brasil e de outros bancos pblicos e privados (das cinco regies do pas) e tambm com representantes do Sindicato dos Bancrios de Braslia e com um tcnico do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada - IPEA. Como resultados da pesquisa, foram identificadas seis categorias analticas (Concepo de Gesto do Conhecimento, Ambiente de Trabalho, Compartilhamento de Conhecimento, Aprendizagem, Identidade Profissional e Identidade Corporativa) as quais so necessrias para a compreenso das relações entre conhecimento e trabalho no mbito da instituio finaceira pesquisada. A partir desses resultados, foi construdo um modelo terico da Gesto do Conhecimento.
Resumo:
Este estudo apresenta reflexes a respeito das relações Brasil-Angola no perodo compreendido entre os anos de 1990 e 2002. Tendo como ponto de partida o estabelecimento (e aprofundamento) das relações bilaterais no perodo entre os anos de 1975 e 1990, o presente estudo fornece subsdios que orientam o teor do contato Braslia-Luanda no perodo ps-Guerra Fria. Entre esses subsdios encontram-se os condicionantes internos, que em cada pas influram de modo determinante na sua respectiva atuao externa, aliados ao contexto de reestruturao internacional. Assim, pela relevncia da adaptao por que passaram esses contatos bilaterais, o trabalho distingue essas relações entre diretas e indiretas, estas ltimas efetivadas pela via multilateral, seja no cenrio regional (notadamente na implantao da CPLP e possibilidade de concretizao da ZOPACAS), seja no cenrio internacional, com a atuao conjunta nas Naes Unidas.
Resumo:
Os barreiros so reas de depresses, com pouca cobertura vegetal e solos midos, visitadas por muitos animais. O consumo de solo (geofagia) nestes locais reconhecido para vrias espcies de vertebrados em diversas regies do mundo, sugerindo que os barreiros sejam importantes componentes do hbitat desses organismos. Na Amaznia e no Pantanal, estes lugares so muito procurados por populaes humanas tradicionais para a caa. Assim, o conhecimento sobre o uso destas reas pela fauna importante para o delineamento de estratgias conservacionistas. A intensidade e horrios preferenciais de uso de oito barreiros por vertebrados foram avaliados atravs de armadilhas fotogrficas na Reserva Particular do Patrimnio Natural SESC-Pantanal, nordeste do Pantanal brasileiro. As amostragens foram realizadas durante as estaes seca e cheia do ano de 2005. Durante 7375 horas de amostragem, foram registradas 24 espcies de mamferos, 11 de aves e 2 de rpteis utilizando os barreiros de alguma forma. Em 14 destas espcies a geofagia foi documentada, sendo a forma de uso predominante. Este comportamento foi registrado para a cutia (Dasyprocta azarae), o bugio-preto (Alouatta caraya), ungulados (Tayassu pecari, Tapirus terrestris, Pecari tajacu, Sus scrofa, Mazama americana e M. gouazoubira), cracdeos (Penelope ochrogaster, Pipile pipile, Crax fasciolata e Ortalis canicolis) e pombas (Leptotila sp. e Claravis pretiosa). Carnvoros, como a ona-parda (Puma concolor) e a jaguatirica (Leopardus pardalis), visitam estas reas provavelmente devido grande concentrao de presas. O queixada (T. pecari) e a anta (T. terrestris) foram as espcies que mais utilizaram os barreiros. Os horrios preferenciais de uso, em geral, so semelhantes aos padres de atividade conhecidos para as espcies. A composio de espcies e intensidade de uso foram diferentes entre os barreiros avaliados e entre as estaes. Barreiros pequenos apresentaram menor riqueza de espcies e ndice de uso mais baixo, parmetros que foram mais altos na seca em comparao estao cheia. Diversos fatores, relativos aos barreiros e/ou aos organismos envolvidos, podem estar associados a estas variaes. Fatores como tamanho dos barreiros, composio qumica e estrutural do solo, composio e arranjo da paisagem de entorno, relações dos organismos com esta paisagem e relações intra e interespecficas podem estar atuando isoladamente ou em sinergismo. Uma das espcies mais freqentes nos barreiros foi a anta (T. terrestris), um ungulado capaz de responder heterogeneidade de paisagens em um amplo espectro de escalas. Anlises foram realizadas com o objetivo de avaliar se os barreiros, unidades de hbitat em uma escala refinada, so importantes elementos na paisagem para a predio da distribuio local dessa espcie na rea da RPPN SESC-Pantanal. Correlações entre a intensidade de uso de oito barreiros por T. terrestris e a composio da paisagem de entorno em diferentes escalas foram realizadas. As probabilidades de ocorrncia de antas, obtidas atravs de um modelo de distribuio potencial a partir da composio da paisagem em reas de diferentes tamanhos centradas nos barreiros, tambm foram correlacionadas com a intensidade de uso dos barreiros pela espcie. reas com composio da paisagem similar apresentaram diferentes intensidades de uso dos barreiros e locais com reduzida probabilidade de ocorrncia de antas apresentaram elevada intensidade de uso, indicando que os barreiros so unidades discretas da paisagem relevantes para a gerao de modelos de ocorrncia potencial de T. terrestris na regio. Considerando estes resultados, os barreiros no nordeste do Pantanal podem ser reconhecidos como importantes unidades de hbitat para diversas espcies de vertebrados. Estratgias conservacionistas locais e regionais, como o zoneamento da RPPN SESC-Pantanal e projetos de manejo e sustentabilidade de caa em reservas extrativistas, devem considerar estas informaes para uma maior efetividade.
Resumo:
Esta dissertao analisa algumas caractersticas da cadeia produtiva do trigo no Brasil, com o objetivo de descrever a evoluo da produo, consumo e polticas relacionadas at os dias de hoje e analisar as possibilidades de gerao de emprego e renda. A cadeia produtiva do trigo composta a montante por um grande nmero de indstrias de insumos, mquinas, equipamentos e servios; e pelo setor produtivo a jusante, composta principalmente pelas indstrias moageiras e de transformao que correspondem aquelas de massas, biscoitos, pes e o consumidor final. Constatou-se que o segmento agrcola o mais prejudicado pelas importaes, mas atualmente todos os segmentos da cadeia produtiva comeam a ser ameaados com as importaes. O limite e a quantificao das relações inter-setoriais da cadeia produtiva do trigo foram realizadas atravs da matriz insumo-produto. Alm disso, este modelo foi utilizado para quantificar o nmero de empregos gerados na atividade agrcola produtora de trigo em gro e nas principais atividades ligadas a ela. O insumoproduto um modelo esttico comparativo e serve para determinar variaes nos valores de equilbrio das variveis endgenas, quando houver variaes nos parmetros ou variveis exgenas. Foram realizadas nove simulaes com diferentes nveis de produo de trigo a partir da matriz de 1995, quando a produo brasileira foi de 1.436,5 mil toneladas com o objetivo de observar os impactos na gerao de emprego, alterao no Valor Bruto da Produo e na utilizao de insumos das atividades ligadas a cadeia produtiva do trigo. Neste ano foram gerados 40.108 postos de trabalho o que permite afirmar que a cada 24,4 hectares cultivados criado um emprego. Mas, a ampliao da produo gera emprego tambm fora do segmento agrcola, principalmente na indstria de insumos, mquinas, equipamentos e servios. Os resultados sugerem polticas que venham viabilizar a ampliao da produo de trigo no Brasil, medida que o cultivo deste cereal gera emprego e renda na atividade agrcola contribuindo para a reduo da migrao do campo para a cidade.
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Este estudo sociolgico analisa a famlia em transformao. O foco da anlise est nos impactos da luta pela terra sobre o processo de democratizao das relações intrafamiliares de assentados. Compe a unidade de anlise trs Assentamentos de Reforma Agrria de dois municpios da regio Sul do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Foram selecionadas quatorze famlias. Que transformaes nelas ocorreram a partir da articulao da luta pela terra? Que impactos incidem nelas? As famlias aqui estudadas tm vrias origens scio-culturais e professam a f em diferentes igrejas. Elas provm de municpios da regio Norte do Estado do Rio Grande do Sul; especificamente da micro-regio do Alto Uruguai. Hoje, esto agrupadas na regio Sul do Estado no espao constitudo pelos Assentamentos e continuam reivindicando Reforma Agrria. A luta pela terra ocasionou transformaes nas famlias assentadas. As transformaes so identificadas num recorte temporal. Nele, o perodo de acampamento referencial da anlise. Para este estudo as famlias esto separadas em dois grupos: um, das famlias constitudas antes dos acampamentos e, o outro, daquelas constitudas depois dos acampamentos. Neles, foram observados: a partilha das atividades e a tomada de decises; para os trabalhos de casa e da lavoura, e o gerenciamento dos bens culturais e patrimoniais. Agora, nos Assentamentos os pais querem prosperar na terra conquistada e ver os filhos estudando. As famlias assentadas tendem democratizao participativa das relações intrafamiliares, combatendo a discriminao e incentivando a participao da mulher e dos filhos; mas se encontram em meio a ambiguidades e paradoxos decorrentes da luta pela terra e do processo de modernizao.
Resumo:
O presente trabalho analisa a manuteno/transformao das concepes de conhecimento e de sociedade, nos currculos de cincias agrrias, no Brasil e nos cursos de Veterinria e de Agronomia da UFRGS. Parte do pressuposto de que ir s razes da regulao social e procurar opes, necessariamente envolve o questionamento das grandes reformas, como as que foram levadas a efeito pelos cursos objeto desta investigao, para delas derivar possibilidades de futuro. Esta tese organizada em trs partes: a primeira traz uma descrio histrica da problemtica curricular das carreiras agrrias no Brasil, com foco na Veterinria e na Agronomia. Tambm introduz a retomada dos questionamentos formao profissional que, ao final dos anos 90, se depara com o aprofundamento das contradies no resolvidas e potencializadas no momento atual; a segunda parte busca as razes da formao profissional, contextualizando o projeto scio-cultural da modernidade na sua articulao com o capitalismo enquanto modo de produo e, tambm, nas suas relações com a produo cientfica, a educao geral e o ensino agrcola superior; a terceira parte resgata panoramicamente as relações entre os currculos e a histria da educao universal para embasar a anlise da metodologia de construo dos projetos curriculares da Veterinria e da Agronomia da UFRGS, localizar seus conflitos e suas contradies, a par de aventar possibilidades que possam estar postas para esses cursos, na busca de rupturas com a racionalidade cognitivo-instrumental, hegemnica no ensino, na pesquisa e na extenso.
Resumo:
A Icnologia, os Argilominerais e a Geoqumica foram integradas aos estudos de Associao Faciolgica com objetivo de test-las como ferramentas auxiliares na caracterizao de Seqncias Deposicionais, segundo os conceitos da Estratigrafia de Seqncias (sentido Exxon). Para isso, foi selecionado o intervalo estratigrfico, compreendido do Sakmariano ao Kunguriano (Permiano), correspondente s formaes Rio do Sul, Rio Bonito e base da Formao Palermo. A rea de estudo est situada na borda leste da Bacia do Paran, nos municpios de Orleans e Lauro Mller, regio sul do estado de Santa Catarina. Como metodologia de trabalho, foi selecionado um arcabouo estratigrfico considerando uma hierarquia de eventos de 3a e 4a ordem, inseridos em um evento de 2a ordem, correspondente a uma superseqncia. Para isso, foram selecionados dez afloramentos, e os poos PB-18 e PB-20, com testemunhos, totalizando 500 m. Foram interpretadas seis associaes faciolgicas, representadas, da base para o topo, por rochas glcio-marinha, plataforma marinha dominada por ondas com estrutura hummocky, arenito de shoreface mdio/superior, bioturbados, pelitos marinho/marinhos marginais, flvio-estuarino e ilha de barreira/laguna. Admitiu-se ainda a formao de vales incisos para as regio de Lauro Mller e para a rea do poo RL-6, a partir da deposio das rochas flvio-estuarinas. O uso da Icnologia limitou-se interface entre o topo da formao Rio do Sul e a base do Membro Triunfo da Formao Rio Bonito, onde a identificao da Icnofbrica de Glossifungites auxiliou na delimitao de limites de seqncia de alta freqncia. Alm disso, foram reconhecidas, o predomnio das Icnofbricas de Thalassinoides e Teichichnus e, secundariamente, Planolites, Ophiomorpha, Arenicolites, Cylindrichnus, Monocraterion, Diplocraterion e Rosselia, permitindo posicionar a interface entre estas formaes na Icnofcies Skolithos/Cruziana. Helminthopsis, Condrites e Palaeophycus passam a predominar quando da presena de subambientes mais restritos tipo baas e lagunas. Os argilominerais identificados foram a caolinita, a clorita, a ilita e o interestratificado ilita-esmectita (I-S) do tipo ordenado. O predomnio da clorita e da ilita, na Formao Rio do Sul e o da caolinita no Membro Siderpolis, indicam variaes paleoclimticas, onde, inicialmente, existiram condies mais frias e secas, passando para condies de clima mais quente e mido. Os pelitos transgressivos do Membro Paraguau da Formao Rio Bonito foram caracterizados pelos valores relativos mais elevados do interestratificado I-S, e do SiO2 e Na2O e, os menores valores relativos do Al2O3, K2O, Fe2O3, MgO e TiO2. Interpretou-se uma provenincia detrtica para estes argilominerais sendo associados a minerais micceos e feldspticos. As relações V/(V+Ni) e V/Cr indicam condies paleoambientais restritas, de carter redutor, praticamente para todo o intervalo estudado. A relao Sr/Ba mostrou-se boa indicadora de eventos transgressivos no PB-18 e no poo 1-TV-4-SC, perfurado em posio mais distal na bacia. Embora o uso da Taphonomia no tenha sido contemplada no objetivo inicial, a utilizao da razo plens/esporos foi satisfatria. Pulsos transgressivos de alta freqncia puderam tambm ser balizados pelas razes mais elevadas desta relao, havendo uma correlao razovel com as indicaes advindas da curva da razo Sr/Ba. Integrando-se os resultados destas vrias ferramentas foi possvel dividir o intervalo estratigrfico no PB-18, em sete seqncias deposicionais de 4a ordem e, em cinco seqncias deposicionais, no PB-20. As variaes encontradas nos estilos de estaqueamento estratigrfico entre as reas perfuradas por estes poos, deve-se s variaes locais no estilo tectono-sedimentar, dentro do modelo de bacias tipo foreland parte distal, modelo este adotado para a sedimentao destas seqncias e que tiveram, na subsidncia e no controle glcio-eusttico, os agentes moduladores deste padro estratigrfico.
Racionalidade imperfeita e inrcia inflacionria : uma nova estimao da Curva de Phillips para o Brasil
Resumo:
O presente trabalho estima uma nova relao entre emprego e inflao para o Brasil, tendo como pano de fundo hipteses propostas pelo arcabouo neo-keynesiano. Quatro hipteses so testadas e sustentadas ao longo de todo o trabalho: i) os agentes no possuem racionalidade perfeita; ii) a imperfeio no processo de formao das expectativas dos agentes pode ser um fator determinante no componente inercial da inflao brasileira; iii) a inflao possui um componente inercial autnomo, que no depende de choques verificados em mercados isolados; e, iv) relações no-lineares entre inflao e desemprego so capazes de fornecer melhores explicaes para o comportamento da economia nos ltimos 12 anos. Enquanto as duas primeiras hipteses so verificadas atravs de um modelo com mudanas markovianas, as duas ltimas so testadas a partir da estimao de uma Curva de Phillips convexa, estimadas pelo Filtro de Kalman. Entretanto, mesmo fazendo uso destas estimativas, as funes de resposta da poltica monetria apresentam as mesmas propriedades de estimativas tradicionais para o Brasil.
Resumo:
Esta pesquisa tem como objetivo analisar o impacto das fuses e aquisies no desempenho operacional dos bancos comerciais e mltiplos que operam no mercado brasileiro no perodo compreendido entre 1996 e 2000. Foram examinadas as mudanas na performance de uma amostra de trinta e trs bancos envolvidos nestes processos. Para isto foram calculados dezenove indicadores pertencentes s seguintes categorias: retorno para os acionistas, eficincia operacional e qualidade da gerncia. A seguir, foram aplicados dois tipos de testes. O teste de sries com sinal de Wilcoxon permitiu provar a significncia das mudanas percentuais dos indicadores . O teste foi utilizado para avaliar as seguintes diferenas: dos indicadores de bancos - alvo e dominantes antes das fuses, dos indicadores dos bancos participantes de aquisies para um ano anterior e posterior compra e dos indicadores dos bancos constituintes das incorporaes para um ano antes e depois do acontecimento. O teste t para amostras emparelhadas foi aplicado para avaliar as diferenas nos indicadores de bancos fundidos contra bancos no fundidos durante todo o perodo de estudo. Foi possvel verificar que os processos de aquisio e fuso no resultaram em ganhos significativos na eficincia operacional, quando a eficincia medida por relações de despesas. Observa-se que estas propores so maiores nos bancos fundidos, o que mostra uma desvantagem, em termos de eficincia, dos bancos fundidos em comparao com os outros bancos. Para as aquisies observou-se uma melhora nos indicadores de rentabilidade e qualidade da gerncia, aps a compra. Porm, em comparao com o grupo de controle estes indicadores foram inferiores na maioria dos anos. Por sua vez, as incorporaes apresentaram uma diminuio nestes indicadores, mas esta reduo no foi significativa. Poder-se-ia inferir que os bancos no fundidos reportaram maiores margens de lucro para os acionistas.
Resumo:
A famlia Hydrobiidae, que apresenta maior diversidade entre os moluscos lmnicos e estuarinos, com mais de 300 gneros e cerca de mil espcies Recentes, constitui-se em um importante componente bitico de guas continentais. A monofilia da famlia ainda duvidosa, uma vez que a maioria das espcies apenas conhecida pelos caracteres da concha, oprculo, pnis e rdula, insuficientes para traar relações filogenticas em Hydrobiidae. Apresentam alta diversidade especfica e genrica, nos diferentes continentes, sendo a Amrica do Sul uma exceo, com 120 espcies em sete gneros recentes, enquanto que na Amrica do Norte as mais de 200 espcies da famlia esto distribudas em 40 gneros, como registrado pela literatura. Estes caracis acham-se distribudos ao longo de toda Plancie Costeira do Rio Grande do Sul, Brasil. A presente tese objetiva: identificar, definir e redefinir os hidrobiideos ocorrentes em ambientes lmnicos e estuarinos da Plancie Costeira do Rio Grande do Sul, a partir de colees cientficas e amostragens de material vivo. Examinou-se Hydrobiidae das colees: Museu Museu de Cincias Naturais da Fundao Zoobotnica do Rio Grande do Sul (MCNZ); Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); coleo particular de Rosane Lanzer (RL); The Academy of Natural Sciences of Philadelphia (ANSP); The Natural History Museum, Londres (BMNH). Realizou-se coleta no rio Herclio em Santa Catarina, nas lagoas Itapeva, Tramanda, Rondinha, Fortaleza e arroio do Carvo (bacia do rio Maquin) no Rio Grande do Sul, utilizando peneira com malha de 1mm de abertura para a amostragem. Material coletado est depositado na coleo de moluscos da UFRGS. Obtiveram-se dados conquililgicos, conquiliometricos e morfoanatmicos in vivo - cabea-p, cavidade palial, sistemas reprodutores feminino e masculino e rdula. As ilustraes correspondem a desenhos da morfo-anatomia, e fotomicrografias da concha, oprculo, cabea-p e rdula. Foram inventariados 145 txons do grupo da espcie de Hydrobiidae, descritos para a Amrica do Sul, acrescidos de lista sinonmica e informaes morfolgicas de material-tipo. Registram-se os seguintes hidrobdeos para Plancie Costeira do Rio Grande do Sul: Heleobia australis (Orbingy, 1835) (rio Tramanda, lagunas Tramanda e Armazm, lagoas Custdia e Paur e laguna dos Patos); Heleobia bertoniana (Pilsbry, 1911) (lagoa Caieiras); Heleobia cuzcoensis (Pilsbry, 1911) ( lagoa Rondinha); Heleobia doellojuradoi (Parodiz, 1960) (lagoas Figueiras, Bojuru Velho e Mangueira); Heleobia parchappei (Orbigny, 1835) (lagoas Itapeva, Quadros, Ramalhete, Negra, Malvas, Marcelino, Quinto, Barro Velho, Moleques, Peixe, Jacar, Mangueira e Laguna dos Patos); Heleobia xi sp. (lagoas Itapeva, Quadros, Malvas, Palmital, Pinguela, Lessa, Peixoto, Marcelino, laguna Tramanda, lagoas Gentil, Manuel Nunes, Fortaleza, Rondinha, Cerquinha, Rinco das guas, Cip, Porteira, Capo Alto, Quinto, Charqueadas, Barro Velho, So Simo, Veiana, laguna Mirim, lagoas Nicola e Jacar); Potamolithus kusteri (Strobel, 1874) (arroio Carvo); Potamolithus philippianus Pilsbry, 1911 (lagoas Itapeva e Figueiras). Registra-se pela primeira vez para o Brasil, H. bertoniana, H. doelojuradoi e P. kusteri; para o Rio Grande do Sul, P. philippianus; e para a Plancie Costeira, H. cuzcoensis. A partir de toptipos, redescrito o txon Potamolithus catharinae Pilsbry, 1911, assinalado na literatura para o litoral norte da Plancie Costeira do Rio Grande do Sul, cuja ocorrncia no confirmada. Heleobia charruana (Orbigny, 1835), registrada na literatura para o litoral norte do RS, no tem sua ocorrncia confirmada. Transfere-se o gnero monotpico Parodizia, arrolado entre os hidrobdeos, para Pyramidellidae (Gastropoda, Heterobranchia), a partir da morfologia das partes moles, desconhecidas at o presente. A morfologia do pnis de exemplares de Potamolithus kusteri (Strobel, 1874), do arroio Carvo, justifica sua remoo de Heleobia para Potamolithus. Heleobia australis nana (MARCUS & MARCUS, 1963) considerada sinnimo de H. australis, por tratar-se de txons morfoanatomicamente iguais. As distintas dimenses da concha (2,0 a 8,4 mm) de populaes, ao longo da distribuio da espcie (Rio de Janeiro Baa San Bls), decorrem de fatores ambientais, provavelmente relacionados com o grau de variao da salinidade.
Resumo:
Tomando como pressuposto a caracterizao da Federao entre as forma de Estado originais, busca-se analisar o Municpio, no modelo adotado pelo Brasil e pela Argentina, ao longo da histria. Parte-se, ento, do federalismo clssico ou de competio, com sua repartio horizontal de competncias, para se chegar ao federalismo de cooperao ou de participao, no qual se constata a repartio vertical e aplica-se o princpio da subsidiariedade. Comparam-se, pois, evoluo, organizao atual, competncias normativas e poltico-administrativas dos Municpios nos dois pases, a fim de verificar a efetividade ou a viabilidade do federalismo de colaborao e do princpio da subsidiariedade, sob o aspecto jurdico, nos pases vizinhos. Ressalta-se a importncia de uma entidade local forte para a harmonizao das relações desde as comunidades locais s internacionais.