18 resultados para Bombesina : antagonistas

em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul


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A memria pode ser definida como o armazenamento e a evocao de uma informao aprendida. Sendo um processo dinmico, requer a ativao de diversos sistemas para que a informao adquirida seja consolidada. O ATP um importante neurotransmissor que, aps a sua liberao e conseqente ativao de seus receptores especficos, precisa ser inativado. Esta remoo do ATP da fenda sinptica ocorre atravs de sua hidrlise promovida pelas ectonucleotidases. Como um dos produtos da hidrlise do ATP, a adenosina considerada um potente neuromodulador e exerce suas aes atravs de receptores especficos com aes excitatrias (A2A e A2B ) ou inibitrias (A1 e A3). Vrios trabalhos j demonstraram a participao do sistema purinrgico nos processos relacionados a memria da tarefa da esquiva inibitria. Estudos realizados em nosso laboratrio mostraram a participao das ectonucleotidases sinaptossomais de hipocampo, crtex entorrinal e crtex parietal na consolidao da memria para esquiva inibitria. No entanto, existem poucos estudos a respeito do sistema purinrgico nos mecanismos de consolidao da memria em outras regies cerebrais, tais como o crtex cingulado anterior (CA) e posterior (CP) e a rea pr-central medial (FR2). Portanto, na primeira parte deste estudo, avaliamos as atividades ectonucleotidsicas em sinaptossomas de CA, CP e FR2 de ratos submetidos tarefa de esquiva inibitria. Nossos resultados demonstraram um aumento na hidrlise de ATP em sinaptossomas de FR2 e CA; e na hidrlise de ADP em sinaptossomas de FR2 e CP. Este aumento na hidrlise de ATP e ADP ocorreu devido ao choque administrado na tarefa, j que o grupo de animais que no recebeu choque no apresentou alteraes na hidrlise de ATP e ADP. Este efeito observado provavelmente no est associado consolidao da memria, mas a mudanas neuroqumicas e neurohumorais induzidas pelo estresse aps o choque. Alm disso, foi observado um aumento relacionado ao aprendizado na atividade ATPsica e ADPsica em CP e CA, respectivamente. Estes resultados sugerem fortemente que estas enzimas participam da consolidao da memria em CP e CA. O aumento na hidrlise de ATP e ADP sugere um possvel aumento na concentrao de adenosina nestas regies. Portanto, na segunda parte deste estudo, verificamos a influncia de agonistas e antagonistas de receptores de adenosina nas memrias de curta (STM) e de longa (LTM) durao na tarefa de esquiva inibitria. Ento, neste estudo administramos intrafuses de anlogos de adenosina em CP, imediatamente aps o treino em esquiva inibitria. Os resultados demonstraram que a intrafuso de DPCPX, um antagonista de receptores A1, em CP, na concentrao de 50 nM, aumentou significativamente a reteno da tarefa em ambas STM e LTM. Alm disso, a administrao de CPA, um agonista de receptores A1 de adenosina, no alterou ambas STM e LTM nas concentraes testadas. Portanto, este estudo sugere que os receptores A1 exercem uma modulao inibitria em CP tanto na STM quanto na LTM para o aprendizado de esquiva inibitria. A regulao dos nveis de ATP e adenosina pelas ectonucleotidases em CP, CA e FR2 controlaria a ativao dos receptores A1 nestas estruturas, podendo exercer efeitos modulatrios na consolidao da memria nestas estruturas.

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A disfuno neurolgica um sintoma comum em pacientes com Doena do Xarope do Bordo. Entretanto, os mecanismos que levam neuropatologia dessa doena so pouco conhecidos. Neste trabalho, ns investigamos os efeitos do cido -cetoisocaprico (CIC) na incorporao in vitro de protenas do tipo filamento intermedirio de crtex cerebral de ratos durante o desenvolvimento. Fatias de tecido de ratos de 09, 12, 15, 17, 21 e 60 dias foram incubadas com 32P-ortofosfato na presena ou na ausncia de CIC. A frao citoesqueltica foi isolada e a radioatividade incorporada nas protenas de filamento intermedirio foi medida. Ns observamos que o CIC diminui a incorporao in vitro de 32P nas protenas estudadas at 12 dias, entretanto, a fosforilao aumentou nas fatias de tecido de ratos de 17, 21 e 60 dias e nenhuma alterao ocorreu nas fatias cerebrais dos animais de 15 dias. Ns tambm testamos a influncia do sistema glutamatrgico na incorporao in vitro de 32P nas protenas estudadas, incubando fatias de crtex cerebral na presena de glutamato, agonistas e antagonistas glutamatrgicos. O glutamato apresentou um efeito similar ao observado para o CIC na fosforilao das protenas de filamento intermedirio durante o desenvolvimento, mas no afetou a incorporao in vitro de 32P nas protenas estudadas nos ratos de 60 dias, sugerindo que nos animais adultos o CIC aumenta a incorporao in vitro nas protenas estudadas por outros mecanismos. Alm disso, ns observamos que os agonistas glutamatrgicos ionotrpicos NMDA, AMPA e cainato mimetizam o efeito inibitrio do CIC, enquanto os agonistas metabotrpicos 1S, 3R ACPD e L-AP4 no induziram alteraes na incorporao in vitro de 32P nas protenas de filamento intermedirio estudadas nos animais de 09 dias. Nos ratos de 21 dias, somente os agonistas ionotrpicos NMDA e AMPA mimetizaram o efeito estimulatrio do CIC. Tambm observamos que quando fatias de crtex cerebral de ratos de 09 e 21 dias foram incubadas com 1mM CIC seguidas de incubao com o DL-AP5, um antagonista especfico para receptores NMDA, ou com CNQX, antagonista de receptores ionotrpicos AMPA e cainato, o efeito inibitrio ou estimulatrio do cido na fosforilao in vitro de ratos de 09 e 21 dias foi revertido. Estes resultados demonstram que o CIC, nas mesmas concentraes encontradas no sangue de crianas afetadas por DXB, altera o sistema de fosforilao associado com as protenas do citoesqueleto, via sistema glutamatrgico, de maneira regulada pelo desenvolvimento. Portanto, provvel que a alterao de fosforilao das protenas de citoesqueleto cerebral seja importante para o entendimento da patofisiologia da disfuno neuronal e das alteraes estruturais observadas do SNC dos pacientes com DXB.

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A esquizofrenia envolve um conjunto de sintomas de sensopercepo, cognio e afeto que compromete significativamente a vida do sujeito. O mais aceito modelo para se entender essa doena o modelo de hiperatividade dopaminrgica, pois drogas como anfetamina e cocana, que aumentam a atividade dopaminrgica, mimetizam alguns sintomas dessa patologia, e os frmacos usados para o tratamento so os que bloqueiam os receptores de dopamina. Alm da dopamina, o sistema glutamatrgico tambm tem sido relacionado esquizofrenia, pelo fato de antagonistas de receptores glutamatrgicos do tipo NMDA, tais como PCP, MK-801 e cetamina, provocarem alguns sintomas dessa doena, como desorganizao cognitiva e delrios em pessoas saudveis. adenosina, por sua vez, desempenha um papel neuromodulatrio tanto da atividade dopaminrgica quanto da atividade glutamatrgica, inibindo o tnus de ambos neurotransmissores por diferentes vias. Assim, sugerimos que antagonistas de receptores adenosinrgicos, como a cafena, tambm seriam um modelo farmacolgico para a doena. Com base nisso, demonstramos previamente que camundongos tratados cronicamente com cafena desenvolvem tolerncia cruzada ao efeito do antagonista NMDA MK-801 em provocar hiperlocomoo, mas no em seu dficit cognitivo na esquiva inibitria. Buscando ampliar e melhor caracterizar essa interao, os seguintes parmetros foram avaliados em camundongos: atividade locomotora realizando-se as curvas de dose e de tempo; memria de trabalho, avaliada na tarefa de alternao tardia; memria de longa durao, avaliada na tarefa de esquiva inibitria e a avaliao de ataxia. Os resultados nos mostraram que camundongos subcronicamente tratados com cafena na bebida (1 mg/mL, por 1, 3, ou 7 dias) apresentaram habituao semelhante entre os grupos e que MK-801 (0,25 mg/kg, i.p.) produziu hiperlocomoo nos animais tratados com gua e 1 dia de cafena, com efeito diminudo depois de 3 dias e praticamente abolido depois de 7 dias. Depois de 7 dias, o efeito tambm foi dose-dependente, sem tolerncia cruzada na dose de 0,1 mg/mL, intermediria na dose de 0,3 mg/mL e total a 1,0 mg/mL. Os escores de ataxia induzidos por 0,5 mg/kg de MK-801 no foram afetados pelo tratamento com cafena por 7 dias a 1 mg/mL, mas uma hiperlocomoo transitria foi observada. O tratamento com cafena por 7 dias a 1 mg/mL preveniu os dficits induzidos por 0,01 mg/kg de MK-801 na tarefa de esquiva inibitria e os atenuou, a 0,4 mg/kg de MK-801, na tarefa de alternao tardia, no labirinto em T. Conclui-se, ento, que a hiperlocomoo e os dficits cognitivos mas no a ataxia induzidos por MK-801 podem estar influenciados pela atividade reduzida da adenosina. Assim, os estudos sobre a ao da adenosina podem se fazer relevantes para a melhor compreenso da neurobiologia da esquizofrenia. Estes resultados so concordantes com o novo modelo proposto, que o de hipofuno adenosinrgica na esquizofrenia.

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O sistema renina - angiotensina tem um papel importante e bem descrito na modulao do sistema cardiovascular. Sua participao em processos cognitivos tem sido assunto de diversos trabalhos. de particular interesse a modulao da memria pela ao de seus metablitos funcionais, angiotensina II (AII) e IV (AIV), no sistema nervoso central. Apesar dos diversos trabalhos abordando o assunto, o papel da AII no processamento da memria continua controverso. Para tentar aprofundar essa questo utilizamos o paradigma da esquiva inibitria de uma nica sesso em conjunto com a infuso intra-hipocampal de AII, AIV, e antagonistas AT1 ou AT2. Ratos foram implantados com cnulas na regio CA1 do hipocampo dorsal, alguns dias depois da cirurgia foram treinados em uma tarefa de esquiva inibitria e, em tempos diferentes aps o treino, foram infundidos com veculo ou uma das drogas descritas acima. Os animais foram testados 3 ou 24 h aps o treino; no primeiro caso para avaliar memria de curta durao (STM) e para avaliar memria de longa durao (LTM) no segundo. Verificou-se um efeito amnsico para a AII na consolidao da LTM e STM quando infundida imediatamente ou 30 min ps-treino, e na evocao da LTM quando infundida 15 min antes do teste. O efeito amnsico da AII parece ser modulado exclusivamente por sua ao em receptores AT2, no tendo participao nem receptores AT1, nem sua converso endgena em AIV. A AII endgena no parece ter qualquer participao na formao da memria de esquiva inibitria.

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Nefropatia diabtica (ND) uma importante complicao crnica do diabetes mellitus (DM), sendo responsvel por uma proporo importante dos novos casos de dilise. Os principais fatores de risco so a hiperglicemia, hipertenso arterial sistmica (HAS), a dislipidemia e o tabagismo. Est claro que a ND apresenta tambm um componente gentico, entretanto os genes envolvidos na sua etiologia ainda no esto totalmente identificados. O sistema renina-angiotensina (SRA) tem um importante papel na gnese e progresso da ND. Recentemente, acumulam-se evidncias que endotelinas tambm podem participar na patognese da ND. As endotelinas so peptdeos com potente ao vasoconstritora e atuam modulando o tono vasomotor, proliferao celular e produo hormonal. Estes peptdeos agem atravs de dois receptores (ET-A e ET-B) que so expressos nas clulas endoteliais e no msculo liso vascular. Ativao destes receptores nas clulas renais levam a uma complexa cascata de alteraes resultando em proliferao e hipertrofia das clulas mesangiais, vasoconstrio das arterolas aferentes e eferentes e acmulo da matriz extra-celular. Essas alteraes hemodinmicas renais esto associadas com o aparecimento e progresso da doena renal no DM. Nveis plasmticos elevados de endotelina-1 (ET-1) tm sido relatados em pacientes com DM, tanto com e sem microalbuminria, sugerindo que a disfuno endotelial relacionada ao DM poderia aumentar a produo vascular de ET-1, que levaria ao dano glomerular. O uso de drogas antagonistas do receptor da ET-1 em situaes de DM experimental tem mostrado propriedades nefroprotetoras, reforando a importncia deste sistema na ND.

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Durante as ltimas dcadas os estudos do sistema purinrgico concentraram seu foco de ateno nas aes dos derivados da adenina (como adenosina e o ATP). Seus efeitos, receptores, agonistas e antagonistas encontram-se muito bem estabelecidos dentro do sistema nervoso central. Os resultados obtidos com os diversos estudos dos derivados da guanina trazem uma nova perspectiva para o estudo do sistema purinrgico. Os nucleotdeos derivados da guanina so classicamente associados ao sistema de transmisso de sinal transmembrana via protenas G. Alm disto, suas aes extracelulares sobre o sistema nervoso central, especificamente sobre o sistema glutamatrgico, tm tornado essa classe de molculas uma nova fronteira no estudo da neuroproteo. Estas molculas tambm so capazes de promover processos trfico e mitticos nas clulas do SNC, promover a liberao de fatores de crescimento e estimular o influxo de clcio nos astrcitos. Entretanto, suas aes sobre o sistema glutamatrgico so o alvo principal deste trabalho. Os derivados da guanina, especialmente a guanosina, so capazes de estimular a captao de glutamato em cultura de clulas astrocitrias e em fatias de tecido cerebral. Atuam como anticonvulsivantes pelas mais diversas vias de administrao, e ainda possuem efeito amnsico. O aumento provocado na captao de glutamato parece ser realizado especificamente pela guanosina, uma vez que os nucleotdeos necessitam ser hidrolisados para exercerem tais efeitos. Assim a guanosina acaba assumindo um papel importante na neuroproteo contra os efeitos de concentraes extracelulares txicas de glutamato no SNC. Nosso trabalho demonstra que a guanosina tambm a real efetora do efeito anticonvulsivante apresentado pelo GMP, uma vez que o uso de inibidores da converso de GMP para guanosina leva a uma diminuio do seu efeito. Ainda, a guanosina aumenta a Vmax da captao de glutamato em fatias, o que indicaria um maior contingente de transportadores presentes na membrana da clula ou uma menor taxa de turnover dos mesmos. Esse efeito nos transportadores parece permanecer mesmo depois que a guanosina retirada do meio de incubao. Os efeitos demonstrados pela guanosina in vitro foram confirmados em experimentos ex vivo. Alm disso, a concentrao de purinas no liquor dos ratos tratada no demonstrou aumentos significativos aps a administrao i.c.v. de guanosina ou GMP. Essa ao pode indicar que a guanosina dispara algum mecanismo que aumente o tnus glutamatrgico por um perodo maior do que o tempo de exposio a ela. Essas aes da guanosina devem ser desempenhadas atravs de seu receptor. Nossos resultados apontam para um novo receptor no sistema purinrgico, sensvel guanosina e adenosina, mas no antagonizado por cafena e ATP. Esse receptor parece ter protenas G acopladas, uma vez que o GTP-N foi capaz de inibir a unio de guanosina ao receptor. Esse receptor deve responder de acordo com a purina que estiver ligada a ele, pois a adenosina e a guanosina tm aes diversas e muitas vezes contrrias no SNC. O sitio de unio parece ser preferencialmente astrocitrio, o que ajudaria a explicar as aes encontradas para a guanosina na captao de glutamato. Somando-se todas as aes j descobertas para a guanosina e as suas mais variadas formas de proteger o crebro de excesso de glutamato extracelular, impossvel tratar a guanosina apenas como uma molcula coadjuvante no sistema purinrgico.

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A funo reprodutiva constitui-se em um dos diversos estados no qual o estresse pode atuar exercendo efeitos deletrios que colocam em risco a integridade individual e a manuteno da espcie. Dentre os diversos peptdeos que atuam controlando os processos reprodutivos, a angiotensina II (Ang II) possui um papel destacado pela sua atuao no controle de hormnios hipofisrios, alm de uma importante participao na regulao das respostas ao estresse. Considerando a importncia dos mecanismos que controlam as funes reprodutivas e as evidncias da influncia do estresse sobre esses processos, esta tese teve como objetivo estudar os possveis efeitos do estresse agudo sobre diferentes aspectos da funo reprodutiva em fmeas e a participao do sistema angiotensinrgico nesses mecanismos. Para isso, foi avaliada a resposta ao estresse de diversos hormnios com funes reprodutivas como a prolactina, o hormnio luteinizante e a progesterona em diferentes fases do processo reprodutivo. A participao do sistema angiotensinrgico foi avaliada atravs da utilizao de antagonistas da Ang II e da quantificao da densidade de receptores de Ang II em ncleos do sistema nervoso central como o ncleo arqueado, o locus coeruleus, o ncleo pr-ptico mediano e o rgo subfornicial em modelos experimentais com diferentes concentraes de estradiol e progesterona. O presente estudo demonstrou que o estresse agudo provoca uma reduo na concentrao plasmtica de prolactina em ratas ovariectomizadas tratadas com estradiol e progesterona e lactantes, sendo esta resposta mediada pelos receptores AT1 de Ang II no ncleo arqueado. Os esterides gonadais aumentam a densidade destes receptores de Ang II no ncleo arqueado e a progesterona parece ser a principal moduladora desta regulao. Alm disso, esse aumento tambm ocorre no locus coeruleus, ncleo pr-ptico mediano e rgo subfornicial, j que o tratamento de ratas ovariectomizadas com estradiol e progesterona provoca um aumento na densidade de receptores de Ang II nestes ncleos. J o estresse agudo na manh do proestro provocou uma reduo nas concentraes plasmticas de hormnio luteinizante, progesterona e prolactina na tarde do proestro, juntamente com uma reduo na ovulao, sendo estes efeitos mediados pelos receptores AT1 de Ang II. A aplicao de um estresse agudo por conteno durante 1 hora na tarde do proestro provocou uma reduo no comportamento sexual, porm esses efeitos no so mediados pelo sistema angiotensinrgico. Em conjunto, esses resultados permitem concluir que o estresse agudo provoca alteraes em diferentes aspectos do processo reprodutivo em fmeas, incluindo efeitos deletrios sobre a lactao, o comportamento sexual, a gerao dos picos hormonais pr-ovulatrios e a ovulao. O sistema angiotensinrgico tem uma participao efetiva em diversos mecanismos envolvidos na resposta ao estresse e parece ser um importante regulador dessas respostas.

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A esquizofrenia uma sndrome neuropsiquitrica, altamente incapacitante, que acomete em torno de 1% da populao, constituindo-se um grave problema de sade pblica. Apesar dos avanos neurocientficos das ltimas dcadas, sua neurobiologia e tratamento permanecem um desafio. As evidncias sugerem que a esquizofrenia seja uma doena do neurodesenvolvimento que envolve os sistemas dopaminrgico, serotoninrgico e glutamatrgico. O sistema purinrgico um importante sistema neuromodulador e neuroprotetor do SNC. A adenosina um efetor desse sistema que tem papel neuromodulador inibitrio dos sistemas dopaminrgico, serotoninrgico e glutamatrgico. Em 2000 Lara e Souza propuseram um modelo patofisiopatolgico que postula que na esquizofrenia haveria uma hipofuno adenosinrgica, buscando integrar diversas hipteses. A presente tese composta de dois captulos apresentados sob forma de artigos cientficos. O primeiro, intitulado: Involvement of adenosine in the neurobiology of schizophrenia and its therapeutic implications, apresenta uma reviso da hiptese purinrgica da esquizofrenia luz dos estudos publicados nos ltimos anos na literatura. Prope que na esquizofrenia haveria uma disfuno adenosinrgica. A adenosina seria a mediadora do dano cerebral precoce, levando a uma reduo de receptores A1 e perda de tnus inibitrio adenosinrgico sobre outros sistemas neurotransmissores como glutamato. E sugere como modelo farmacolgico os antagonistas adenosinrgicos cafena e teofilina, j com resultados de estudos em animais e de P50 em humanos. O segundo captulo, intitulado: Clinical trial of allopurinol adjuvant therapy for moderately refractory schizophrenia, apresenta o ensaio clnico randomizado, duplo-cego, cruzado de terapia adjuvante com alopurinol em pacientes esquizofrnicos com resposta pobre aos tratamentos convencionais. Nesse estudo, em uma amostra de 23 pacientes, 9 apresentaram melhora de 20% ou mais nos escores da PANSS total (resposta). A resposta foi mais proeminente para os escores da PANSS para sintomas positivos (11respondedores/23), em pacientes mais jovens e com menor tempo de doena. Com esses resultados demonstramos o efeito teraputico do alopurinol para o tratamento da esquizofrenia refratria, especialmente dos sintomas positivos. O tratamento com alopurinol foi bem tolerado e seu baixo custo favorece seu uso no sistema de sade pblica. Alm disso, seu efeito teraputico refora o papel da adenosina e do sistema purinrgico na esquizofrenia, estimulando novos estudos.

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Os objetivos da presente tese de doutorado foram os de buscar novos antipsicticos atpicos de baixo preo comercial e tambm procurar entender o mecanismo de ao que leva a um perfil antipsictico atpico. Os resultados da tese so divididos em duas partes, de acordo com sua natureza, em experimentais (primeira parte) e tericos (segunda parte). Para o desenvolvimento da primeira parte, foi necessria primeiramente a programao de um software para medir locomoo em roedores aps filmagem com webcam. A seguir, foram investigados os efeitos da guanosina, flunarizina e cinarizina em modelos animais de psicose, bem como em outros paradigmas comportamentais. A guanosina foi escolhida para estudo uma vez que tem se mostrado que ela interage com o sistema glutamatrgico que sabidamente est envolvido na fisiopatologia da esquizofrenia promovendo a captao astrocitria de glutamato. J a flunarizina e a cinarizina, dois bloqueadores de canal de clcio empregados para tratar enxaqueca e vertigem foram escolhidas pelo fato delas produzirem sinais e sintomas extrapiramidais em pacientes idosos, o que posteriormente foi relacionado s suas propriedades como antagonistas moderados dos receptores dopaminrgicos do tipo D2 A guanosina diminuiu o aumento de locomoo induzido por um antagonista NMDA (MK-801), enquanto que no apresentou efeito sobre o aumento de locomoo induzido por anfetamina, de forma que sua utilidade como potencial antipsictico deve ser ainda melhor estudada. Tanto a flunarizina quanto a cinarizina foram capazes de diminuir o aumento de locomoo induzido por MK-801 e por anfetamina em doses que no causam efeitos catalpticos importantes. Portanto, foi concludo que estes dois compostos apresentam um potencial perfil de antipsictico atpico, com as vantagens de j estarem disponveis para uso comercial, boa tolerabilidade e baixo custo quando comparados com os antipsicticos atpicos disponveis comercial. A segunda parte da tese apresenta alguns resultados tericos matemticos que podem ser derivados da teoria da lei de ao das massas aplicada ao binding de receptores, utilizando tambm resultados experimentais j conhecidos de PET Estes resultados apresentam insights ao entendimento das diferenas entre os perfis antipsicticos atpicos e tpicos em relao gerao de sinais extrapiramidais. discutido que fatores culturais e comerciais relacionados posologia atual empregada no tratamento com antipsicticos tpicos podem ser os responsveis pelas diferenas de perfis, uma vez que alguns deles so prescritos em doses proporcionalmente maiores em relao sua afinidade, atingindo assim maiores nveis de bloqueio dopaminrgico no estriado. Uma curta meia-vida plasmtica tambm apontada como um possvel parmetro importante na gerao de um perfil atpico. mostrado ainda alguns erros de concepo relacionados ao curso temporal da ocupao dopaminrgica que tem sido atualmente cometidos na literatura cientfica, como o conceito de meia-vida de ocupao de receptores. Como um ltimo resultado terico, proposto um algoritmo para a reduo de dose em pacientes tratados com antipsicticos apresentando sinais e sintomas extrapiramidais.

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Examinamos urodinamicamente 46 crianas com mielomeningocele que foram classificadas em presso de perda do detrusor maior de 40 cmH2O (33 pacientes) ou menor de 40 cmH2O (13 pacientes). As variveis estudadas foram: idade, sexo, presso intravesical, complacncia vesical, contraes vesicais no-inibidas, capacidade vesical, tipo de esfncter, hidronefrose, refluxo vesicoureteral e cicatriz renal. Os pacientes com presso de perda do detrusor maior de 40 cmH2O foram tratados com cateterismo vesical intermitente limpo 4 x/dia e cloreto de oxibutinina na dose de 0,2 mg/kg/dose 3 x/dia. Aps 30 dias de tratamento, avaliamos a resposta urodinmica da presso intravesical, complacncia vesical, contraes vesicais no-inibidas e capacidade vesical. A idade dos pacientes com presso de perda alta significativamente maior. O sexo no foi significativamente diferente entre os dois grupos. A presso intravesical e contraes vesicais no-inibidas so significativamente maiores nos pacientes com presso de perda alta e a complacncia vesical significativamente menor nestes casos. No houve correlao significativa entre capacidade vesical e presso de perda. Tambm no houve correlao significativa entre o tipo de esfncter e a capacidade vesical, contraes no-inibidas e presso intravesical. Os pacientes com dissinergia apresentam significativamente menor complacncia vesical e aqueles com sinergia apresentam significativamente maior complacncia vesical. A dissinergia esteve significativamente associada aos pacientes com presso de perda alta. Os pacientes com hidronefrose apresentam significativamente maior capacidade vesical e esto correlacionados significativamente com dissinergia e cicatriz renal. No houve correlao significativa entre hidronefrose e presso intravesical, complacncia vesical, contraes vesicais no-inibidas e presso de perda.Tambm no houve correlao significativa entre refluxo vesicoureteral e capacidade vesical, presso intravesical, complacncia vesical, contraes vesicais no-inibidas, tipo de esfncter e presso de perda, mas houve associao significativa com hidronefrose e cicatriz renal. Os pacientes com cicatriz renal apresentam significativamente maior capacidade vesical, mas no houve correlao significativa entre cicatriz renal e presso intravesical, complacncia vesical, contraes vesicais no-inibidas, tipo de esfncter e presso de perda. A mdia da presso intravesical inicial era 60,5 cmH2O e diminuiu significativamente para 50,2 cmH2O aps o tratamento. A complacncia vesical mdia era 2,8 ml/cmH2O inicialmente e aumentou significativamente para 5,2 ml/cmH2O. A mdia das contraes vesicais no-inibidas inicial era 37 cmH2O e diminuiu significativamente para 11,4 cmH2O. A capacidade vesical mdia inicial era 133,9 ml e aumentou significativamente para 215,3 ml. Houve significativa melhora nos parmetros urodinmicos com o tratamento que, contudo, no conseguiu atingir valores considerados normais. Isto pode ser explicado pelas alteraes viscoelsticas que j tenham ocorrido nestas bexigas e pela provvel presena de outros neurotransmissores envolvidos na neurofisiologia patolgica. Este trabalho deixa em aberto a possibilidade de que doses mais elevadas de cloreto de oxibutinina usadas por perodos mais prolongados possam ter efeitos benficos adicionais aos aqui demonstrados.

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As purinas extracelulares ATP e adenosina tm sido extensivamente estudadas em diferentes modelos e tipos celulares na modulao de vrias respostas fisiolgicas e patolgicas. No entanto, a inosina extracelular, produto da degradao da adenosina pela Adenosina Deaminase (ADA), foi considerada por muito tempo um simples metablito inativo. Recentemente, diversos trabalho tm demonstrado que este nucleosdeo possui importante papel na regulao de inmeros processos. As clulas de Sertli so as clulas somticas dos tbulos seminferos, e possuem fundamental importncia na espermatognese. Estas clulas, expressam diferentes purinoreceptores, estando estes envolvidos na regulao de diversas funes destas clulas relacionadas ao controle do desenvolvimento das clulas germinativas. No testculo, o TNF- produzido pelas espermtides redondas e pelos macrfagos ativados presentes no espao intersticial. As clulas de Sertli expressam os dois receptores descritos para TNF-, TNF-RI (p55) e TNF-RII (p75), e diversos trabalhos tem descrito a modulao de diferentes funes destas clulas por esta citocina, incluindo a modulao da produo de NO e da fosforilao das MAPKs. Recentemente, foi descrita a modulao purinrgica da sinalizao por TNF-, bem como, a atividade ATPsica do receptor TNF-R1. Assim, nesta dissertao, foi estudado o efeito do TNF- nos nveis das purinas extracelulares, alm da possvel participao purinrgica na sinalizao desta citocina, em clulas de Sertli em cultura. O tratamento destas clulas com TNF- leva a um rpido aumento (5minutos) da concentrao extracelular da inosina, que se prolonga at seis horas de incubao, sem alterar a concentrao dos demais nucleotdeos e seus metablitos. A inosina modula a produo de NO e a fosforilao das MAPKs ERK e p38 em clulas de Sertli em cultura, aparentemente, atravs de diferentes mecanismos, sendo o primeiro efeito independente do receptor para adenosina A1 e o segundo efeito dependente da ativao deste receptor. Alm disso, a inosina extracelular est envolvida na modulao da produo de NO e da fosforilao da MAPK ERK em clulas de Sertli em cultura pelo TNF-. A inibio do acmulo de inosina estimulado pelo TNF- atravs da incubao com um inibidor da adenosina deaminase cancela o aumento da produo de NO estimulada por esta citocina. Alm disso, o bloqueio do receptor para adenosina A1 por antagonistas especficos impede o aumento na fosforilao da ERK estimulada por esta citocina. Assim, nesta dissertao, descrito um papel intermedirio da inosina extracelular na sinalizao do TNF- em clulas de Sertli em cultura.

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Vrias evidncias sugerem que a histamina cerebral est envolvida no processo de consolidao de memrias, mas a real participao do sistema histaminrgico neste processo permanece controversa. Aqui ns mostramos que, quando infundida na regio CA1 do hipocampo dorsal de ratos imediatamente ps-treino em esquiva inibitria (EI), mas no depois, a histamina produz um efeito pr-mnsico dose-dependente, sem alterar a atividade locomotora, exploratria, o estado de ansiedade ou a expresso da resposta aversiva. O efeito facilitatrio da histamina intra-CA1 foi mimetizado pelo inibidor da histamina N-metil-transferase, SKF-91844, e pelo agonista H2, dimaprit, mas foi totalmente bloqueado pelo antagonista H2, ranitidina, mas no pelo antagonista H1 pirilamina, antagonista H3, tioperamida, ou pelo antagonista do stio das poliaminas do NMDAr, ifenprodil. Nenhum destes antagonistas, ranitidina, pirilamina, tioperamida ou ifenprodil, afetaram a consolidao da memria para EI. Nossos resultados indicam que, quando infundida bilateralmente intra-CA1 dorsal, a histamina aumenta a consolidao de memria para EI atravs de um mecanismo que envolve a ativao de receptores H2; contudo, a histamina endgena presente na regio CA1 do hipocampo dorsal parece no participar da consolidao da memria para EI, pelo menos no intervalo de tempo ps-treino que foi analisado.