24 resultados para Avaliação de serviços de saúde
em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo:
Este trabalho fruto de uma investigao que buscou elucidar a relao estabelecida entre os serviços de saúde e os seus usurios. Com esse objetivo, utilizou-se uma abordagem antropolgica que teve como referncia a experincia emprica ligada Unidade Conceio do Servio de Saúde Comunitria do Grupo Hospitalar Conceio, em Porto Alegre, RS. Funcionando nas dependncias do Hospital Nossa Senhora Conceio, a Unidade Conceio um posto de saúde vinculado ao Sistema nico de Saúde (SUS) em que mdicos gerais comunitrios e outros profissionais vm prestando atendimento de saúde, h cerca de 15 anos, aos moradores da sua vizinhana, calculados atualmente em mais de 20 mil pessoas. Tendo como pano de fundo as influncias da cultura no comportamento humano e na prestao de atendimento de saúde, os desdobramentos principais da relao entre a Unidade e os seus usurios foram analisados sob diversos eixos: a histria da Unidade, seus conflitos com a instituio e outras especialidades mdicas; a relao da Unidade com a rea geogrfica sob sua responsabilidade; a questo da participao popular nos serviços de saúde, mais especificamente a experincia do seu Conselho Gestor Local; e, por fim, a avaliação dos serviços de saúde, principalmente no que concerne perspectiva dos pacientes. Sempre que possvel, a anlise feita procurou fazer uma ligao com as mudanas ocorridas no sistema de saúde brasileiro nos ltimos anos. Resgatar os aspectos culturais como elemento essencial para o estabelecimento de uma comunicao efetiva entre os indivduos e os serviços formais de saúde mostrou-se fundamental para permitir o aprofundamento desse tipo de anlise e para qualificar as aes desenvolvidas pelos serviços de saúde.
Resumo:
O presente trabalho objetivou avaliar os sistemas de gerenciamento de resduos de serviços de saúde frente aos instrumentos legais e normativos vigentes no Brasil, acerca dos quais existem poucos estudos. O estudo envolveu coleta de dados reais, por um perodo contnuo de dois anos, analisando a eficincia da segregao, os sistemas de tratamento, e os custos decorrentes, em duas instituies de assistncia saúde em nvel tercirio (Hospital Escola do Sistema nico de Saúde - SUS e Hospital Conveniado). O sistema de gerenciamento de resduos iniciou com um diagnstico da situao das unidades hospitalares, definio das estratgias educativas de sensibilizao, treinamento e capacitao do quadro funcional, com nfase na segregao de resduos. A avaliação dos custos, decorrentes da utilizao de tecnologias de tratamento via esterilizao por vapor mido (hospital do SUS), e por oxidao trmica (hospital Conveniado), bem como dos custos estendeu-se ainda disposio final dos resduos. Foram analisados os ndices e percentuais de gerao das diferentes categorias de resduos (infectantes, especiais, comuns e reciclveis) nos dois estabelecimentos. Estudo piloto prvio implantao do sistema de gerenciamento, revelou um ndice de gerao total de resduos de 3,5 kg/leito/dia no Hospital Conveniado, e de 2,6 kg/leito/dia no Hospital SUS. Os ndices de gerao de infectantes nos referidos hospitais foram de 1,3 (Conveniado) e 1,1 kg/leito/dia (SUS). Os dados do monitoramento contnuo (24 meses), demonstraram, em nvel de significncia de 5%, uma reduo nos ndices de gerao de resduos infectantes de cerca de 35% no Hospital Conveniado e de 38% no Hospital SUS, e um aumento significativo nos ndices de gerao de resduos comuns e reciclveis, aps a implantao dos sistemas de gerenciamento e dos programas educativos, indicando falhas na segregao anteriormente a estes. Os resultados confirmaram a influncia positiva dos programas educativos e do sistema organizacional, e a possibilidade de serem alcanadas ndices e percentuais ainda mais baixos que os preconizados pela literatura. Os resultados apresentaram, tambm, altas taxas de reencape de agulhas (41% das conectadas e 51% das desconectadas no Hospital SUS; 68% das conectadas e 55% das desconectadas no hospital Conveniado), dando indicativos do potencial de risco com saúde ocupacional a que esto expostos os profissionais, e da necessidade de reforar os conceitos de auto cuidado com os mesmos. No tocante aos custos com os sistemas de gerenciamento, o Hospital Conveniado tem um custo final menor que o Hospital SUS. Porm, quando traduzido para paciente/dia, o Hospital SUS tem um custo de R$ 3,54 enquanto que no Hospital Conveniado o custo de R$ 5,13, ou seja, 45,1% maior que no Hospital SUS, apesar da oferta de serviços ser semelhante. Para o tratamento de resduos infectantes junto fonte geradora com tecnologia de esterilizao via vapor mido e microondas, somados despesa com serviços terceirizados para situaes de contingncia, tratamento de peas anatmicas e prfuro-cortantes, o Hospital SUS tem um custo de R$ 0,57 paciente/dia enquanto o tratamento via incinerao do Hospital Conveniado tem um custo de R$ 0,86 paciente/dia. Estes resultados evidenciam que o tratamento junto fonte geradora, consideradas as situaes avaliadas mais vantajoso do ponto de vista econmico e ambiental. Os custos ambientais totais obtidos para o hospital SUS so de R$ 3,54 paciente/dia para R$ 5,13 por paciente/dia no hospital Conveniado. O trabalho fornece subsdios metodolgicos para definio de ndices e percentuais de gerao, bem como para o clculo dos custos envolvidos no gerenciamento que podem servir de base para aplicao em outros estabelecimentos de assistncia saúde.
Resumo:
A rapidez com que as informaes se disseminam tem provocado necessidades novas nos clientes e exigido solues especficas. Alguns destes problemas so a confiabilidade, rapidez e compromisso dos fornecedores de serviços e informaes. Os provedores de serviços, atravs da Internet, tm se deparado com novos desafios, sendo os principais: alcanar a qualidade nos serviços e informaes, oferecer rapidez na sua disponibilidade e, acima de tudo, ter vantagens competitivas em relao concorrncia. Este trabalho foi especificamente dirigido ao estudo do segmento de advogados gachos para identificar necessidades e novas oportunidades de oferta de serviços para a rea jurdica. A pesquisa props-se a identificar que critrios so mais importantes para os advogados e, atravs de uma matriz de importncia desempenho, verificar em quais dimenses a PROCERGS poder focar seus esforos para adquirir e manter uma vantagem competitiva no mercado.
Resumo:
O tema do presente estudo o gerenciamento de resduos slidos de serviços de saúde (RSS) em hospitais. Os RSS so os resduos provenientes de todos os estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, tais como hospitais, laboratrios, serviços de diagnstico e tratamento, centros de saúde, clnicas, institutos de medicina legal e outros. O gerenciamento correto dos RSS significa no s controlar e diminuir os riscos, mas tambm alcanar a reduo da quantidade de resduos desde o ponto de origem, que elevaria tambm a qualidade e a eficincia dos serviços que proporciona o estabelecimento de saúde. O objetivo geral da pesquisa analisar o gerenciamento dos resduos slidos de serviços de saúde nos hospitais de Porto Alegre. O mtodo empregado para atingir o objetivo proposto foi a pesquisa descritiva por meio de um levantamento de todos os integrantes do universo pesquisado censo nos 28 hospitais de Porto Alegre. Foram utilizadas como fontes secundrias informaes obtidas em seminrios relacionados ao tema. Os resultados obtidos indicam que a segregao na origem e o encaminhamento reciclagem, reduzem o volume de resduos destinados ao aterro sanitrio, acarretando em benefcios ambientais e sociais, e, em alguns casos, economia de recursos financeiros para o estabelecimento de saúde. Os problemas relacionados ao gerenciamento de RSS esto diretamente ligados conscientizao de funcionrios, mdicos e gerncia do hospital, da importncia da correta segregao, armazenagem e manuseio dos resduos. Problemas secundrios so a falta de recursos e espao fsico. Observou-se deficincias em relao a planejamento, documentao e estatsticas bsicas para tomada de deciso no gerenciamento dos RSS. necessria uma maior mobilizao por parte dos estabelecimentos hospitalares para a discusso da legislao e de solues de problemas, com aes concretas guiadas por objetivos e metas a serem alcanados, compatveis com a realidade dos hospitais.
Resumo:
O objetivo deste trabalho estudar a codisposio de resduos slidos de serviços de saúde (RSSS) com resduos slidos urbanos (RSU), dando nfase aos microrganismos normalmente encontrados nos RSSS. O trabalho foi desenvolvido em trs etapas, julgadas relevantes para o entendimento da codisposio de RSSS com RSU, denominadas de forma geral: Codisposio, Recirculao e Inoculao. A Codisposio foi implementada a partir da montagem de seis clulas de 70 m3, portanto em escala real, escavadas sobre a Clula 4 do Aterro Sanitrio Zona Norte, na cidade de Porto Alegre. As clulas experimentais foram dispostas lado a lado, apresentando base inferior 2 x 3 m, base superior 7 x 8 m e profundidade 2,5 m. Cada clula recebeu, nesta ordem, cobertura de BIDIM 400, PEAD 2 mm e BIDIM 180. As duas coberturas de BIDIM funcionaram como membranas protetoras da manta de PEAD (impermeabilizante), visando minorar possveis danos mecnicos determinados principalmente por elementos prfuro-cortantes. As drenagens dos efluentes lquidos e gasosos de cada clula foram realizadas atravs de tubos hidrulicos de DN 40 mm, possuindo estes comunicao entre si no interior de cada clula, mas no entre clulas. Os tubos de sada de gs e lixiviado foram furados em sua superfcie para garantir a remoo dos efluentes do interior das clulas, sendo forrados com BIDIM 400 nas regies perfuradas para impedir a obstruo dos furos pelo resduo. As clulas foram denominadas C1, C2, C3, C4, C5 e C6, diferindo entre si devido s relaes de RSSS/RSU que foram utilizadas em seu preenchimento. De C1 a C6, as percentagens de RSU e RSSS foram, respectivamente, (100% e 0%), (95% e 5%), (75% e 25%), (50% e 50%), (25% e 75%) e (0% e 100%). Depois de preenchidas, as clulas receberam uma camada de argila compactvel de 60 cm. Foram analisadas diversas variveis fsicas, qumicas e microbiolgicas de controle. Na etapa de Recirculao, estudou-se a influncia da reposio de todo o lixiviado gerado em uma clula sobre a argila de recobrimento desta mesma clula. Foi estudado ainda o Poder Germinativo de quatro espcies vegetais das quais uma delas viria a ser utilizada para remoo de poluentes do lixiviado recirculado, sendo plantada sobre a superfcie superior das clulas. Foram elas ervilhaca (Vicia sativa), aveia preta (Avena strigosa), alfafa (Medicago sativa) e pensacola (Paspalum notatum), testadas na presena e ausncia de lixiviado;. Nesta etapa, foi testada a influncia da espcie vegetal ervilhaca (Vicia sativa) leguminosa de inverno , plantada na argila, como agente de depurao do lixiviado recirculado. Verificou-se que a utilizao desta espcie vegetal no teve influncia significativa na remoo de poluentes do lixiviado, nas condies do experimento. A reduo das concentraes de poluentes se deveu, portanto, operao de recirculao. Na etapa denominada Inoculao, foram estudadas as curvas de crescimento de trs espcies de microrganismos em lixiviado bruto e esterilizado. Foram utilizados reatores de 1,5 L preenchidos com 1 L de lixiviado esterilizado previamente, sendo inoculadas concentraes conhecidas dos microrganismos Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, separadamente. Para cada microrganismo, foram montados doze reatores: quatro com pH 5, quatro com pH 7 e quatro com pH 9. De cada conjunto de reatores de mesmo pH, trs foram inoculados com igual concentrao de microrganismos, e um, considerado reator de controle, recebeu somente gua deionizada e esterilizada. Desenvolveram-se, como esperado, as curvas de crescimento para as espcies estudadas. A espcie Pseudomonas aeruginosa se adaptou melhor (maior tempo de sobrevivncia e concentraes mais elevadas) no pH neutro, enquanto que a espcie Escherichia coli se desenvolveu melhor no pH cido. No pH 9, ambas as espcies foram inviabilizadas desde a primeira contagem. Para Staphylococcus aureus a concentrao reduziu-se drasticamente nas primeiras 24 h para todos os valores de pH. Comparando-se os pH, essa espcie se adaptou melhor no pH neutro e depois no pH cido. A partir dos estudos desenvolvidos, a codisposio de RSSS com RSU se mostrou uma tcnica aceitvel.
Resumo:
O trabalho proposto traz uma anlise dos mtodos de custeio, onde sero levantadas as particularidades, pontos fortes e fracos de cada um desses mtodos, bem como a rea em que cada um deles tem maior aplicabilidade. O trabalho de concluso traz, ainda, o estudo de caso de uma empresa do setor de serviços, na rea de planos de saúde, propondo uma combinao de mtodos, de acordo com a convenincia de cada um deles, sendo o custo-padro para alocao dos custos diretos e centro de custos e ABC para alocao dos custos indiretos. O objetivo permitir uma maior base de dados para o levantamento dos custos de cada cliente e como conseqncia fazer anlises de desempenho com dados reais de consumo de cada cliente. Atravs desse estudo, pretende-se fornecer empresa a utilizao do modelo ideal que permita obter informaes relevantes para o processo de tomada de decises sobre seus clientes. A sistemtica proposta trouxe mudanas significativas na lgica de anlise dos clientes, permitindo que os custos indiretos fossem apropriados aos clientes pelo uso efetivo que estes realizaram da estrutura da empresa. Desta forma, os clientes que no usaram a estrutura no absorvem no seu custo este item, que ser atribudo queles que consumiram recursos indiretos.
Resumo:
A presente dissertao tem como principal objetivo analisar os efeitos da implantao da Reforma Psiquitrica na saúde e nos processos de subjetivao dos trabalhadores de saúde mental. Valendo-se da genealogia, tal como entendida por Michel Foucault, o primeiro passo foi analisar as relaes de foras que perpassam os acontecimentos histricos, determinando os diferentes regimes de verdade que sustentam as polticas pblicas no Brasil, especialmente a saúde mental e a saúde do trabalhador. Identificamos, ainda, os cruzamentos e distanciamentos entre estes dois movimentos, a partir da anlise dos relatrios das Conferncias Nacionais de Saúde do Trabalhador e de Saúde Mental. Nosso segundo objetivo foi conhecer as polticas e aes de ateno saúde do trabalhador de saúde mental, concluindo que as aes voltadas ateno da saúde do servidor pblico no integram uma poltica pblica, sendo que os enunciados da saúde do trabalhador tm uma frgil penetrao em um campo ainda hegemnico da medicina do trabalho. O servidor pblico, como trabalhador, no tem merecido investimento, apenas controle, em consonncia com um longo histrico de desvalorizao do setor pblico Esta realidade reflete-se nos serviços de saúde mental, onde o acolhimento (ou no) das questes relacionadas saúde no trabalho dependem, exclusivamente, do funcionamento e das diretrizes de cada servio. Entre as questes apontadas pelos trabalhadores de serviços de saúde mental em relao s iniciativas de cuidado com o trabalhador, cumprem papel de destaque a equipe e a superviso. Outro fator apontado pelos entrevistados como fonte de estresse em seu trabalho, foram as limitaes no apenas dos serviços de saúde mental mas, sobretudo, de outros equipamentos e aes de suporte social. Mesmo com todas as exigncias e limitaes dos serviços sob a gide da Reforma Psiquitrica, a possibilidade de inventar o prprio trabalho, contrape-se falta de perspectivas caracterstica do trabalho nos hospitais psiquitricos. Por fim, buscamos estabelecer a relao entre a rede enunciativa presente nos textos de sustentao das polticas de Saúde Mental e de Saúde do Trabalhador, e como esta rede atravessa e constitui o sujeito trabalhador dos serviços de saúde mental (subjetivao Desenvolvemos a idia de que o trabalhador de saúde mental, hoje, constri-se em meio disputa dos discursos que refletem o embate interno ao campo designado como Saúde Mental. um espao tenso por estar habitado por diferentes formaes discursivas, desde a crena de que cuidar uma forma de caridade (discurso religioso), passando pela afirmao de que a cincia que pode falar do tratamento da loucura (discurso cientfico), at o entendimento de que no basta apenas conhecimento tcnico-cientfico, mas tambm implicao poltica e afetiva com a construo de um outro modo de se relacionar com a loucura (Reforma Psiquitrica). O trabalhador dos serviços de saúde mental constitui-se, ainda, na tenso entre o habitar um lugar rico para criao e inveno, e o confronto com a desvalorizao de seu papel de servidor pblico, com a falta de investimentos e de aes intersetoriais, que impem limites para a prtica e sobrecarregam o trabalhador. neste jogo que temos a subjetivao do trabalhador de saúde mental, considerando que no confronto com o sofrimento - seja valendo-se dele para criar, seja lutando para no adoecer - que se d o cotidiano do seu trabalho.
Resumo:
Esse estudo tem por finalidade contribuir para a discusso e o aprimoramento da gesto econmica e do desenvolvimento de ferramentas de apoio deciso estratgica para empresas de serviços de saúde suplementar. Com base nos fundamentos tericos sobre serviços, serviços de saúde suplementar, gerenciamento estratgico de custos e sistemas ABC/ABM, o estudo prope um modelo de sistema de gesto de custos indiretos em planos de saúde sob a ptica do ABC/ABM, que visa proporcionar aos gestores uma viso ampla sobre o desempenho econmico dos planos e dos clientes. Assim, este estudo pretende colaborar com o desenvolvimento desse setor, que tem sofrido nos ltimos anos o impacto da evoluo da tecnologia e da medicina, provocando a constante elevao dos custos da assistncia saúde. Com a finalidade de justificar o estudo, o modelo testado com a sua implementao em uma operadora de planos de saúde, possibilitando a discusso sobre as concluses obtidas em relao ao problema abordado.
Resumo:
A Qualidade de Vida (QV) em pacientes com cncer de cabea e pescoo afetada por fatores relacionados doena e seu tratamento. Este estudo teve por objetivo avaliar a QV em pacientes com cncer de localizao na cabea e no pescoo, relacionado-a as condies de saúde bucal. Foram examinados 30 pacientes com diagnstico de cncer de cabea e pescoo. Foram pesquisadas variveis socioeconmicas, hbitos e aspectos associados ao tumor, alm de variveis relacionadas saúde bucal CPOD, Uso e Necessidades Protticas, Xerostomia e Consulta ao Dentista nos ltimos seis meses, Mucosite e Mutilao. O questionrio utilizado para avaliação da QV foi o EORTC QLQ-C30, e o mdulo especfico para cncer de cabea e pescoo H&N35. A QV, no primeiro momento do estudo, foi considerada mediana, o nvel funcional moderado e baixa sintomatologia. No houve correlao estatisticamente significativa entre os componentes perdido e cariado do CPOD com a QV. O grupo de pacientes que necessitava de prteses relatou Desempenho Funcional e Funo Social menores do que aqueles que no necessitavam. A Fadiga, a Dor e a Insnia foram maiores para o primeiro grupo. O grupo de pacientes com xerostomia demonstrou menor QV, menor nvel funcional e maior sintomatologia quando comparado com aqueles sem queixa de xerostomia. O grupo dos fumantes apresentou maior sintomatologia e pior nvel funcional do que os no-fumantes. No foram encontradas diferenas significativas de QV entre os indivduos que ingeriam ou no chimarro. A QV dos pacientes no acompanhamento foi semelhante primeira parte do estudo, porm houve aumento dos sintomas e diminuio do nvel funcional. O CPOD aumentou, e o uso de prteses decresceu, enquanto a necessidade das mesmas aumentou No foi possvel verificar a associao entre a QV e a Mucosite, pois poucos pacientes foram afetados por esta condio. A Mutilao foi correlacionada negativamente com o Desempenho Funcional, Nusea e Vmito e Perda de Apetite. Apenas a avaliação clnica das variveis de saúde bucal foi insuficiente para predizer a correlao entre a condio de saúde bucal e a QV, porm essencial a atuao de uma equipe multidisciplinar de cuidado oncolgico, na qual o cirurgio-dentista deve estar inserido de modo a minimizar os danos saúde bucal desses pacientes, auxiliando na construo de uma melhor QV.
Resumo:
Trata-se de um estudo sobre acesso e fluxos de utilizao dos serviços de saúde em Municpios da Metade Sul do Rio Grande do Sul, que se insere no programa interdisciplinar Evoluo e diferenciao da agricultura, transformao do meio natural e desenvolvimento sustentvel em espaos rurais do Sul do Brasil. Tem como objetivo caracterizar a rede de serviços de saúde existente em Camaqu e a utilizao da mesma, pela identificao dos fluxos de utilizao, do acesso dos usurios aos serviços de saúde de mdia complexidade, e o motivo que os levam ao uso desses serviços. Possui abordagem quanti-qualitativa, sendo transversal e do tipo exploratrio e descritivo. A anlise das trajetrias, acesso, fluxos e motivos de utilizao dos serviços de saúde de mdia complexidade demonstra fragilidades do Sistema Pblico de Saúde em nosso Pas, representado no microespao (o Municpio). A anlise enriquecida quando se tem oportunidade de conhecer a trajetria teraputica dos usurios e o fluxo de utilizao desses serviços, em funo de um problema de saúde atual. Observa-se que a dificuldade est, por um lado, na falta de resolutividade dos problemas de saúde dos usurios, o que os leva a procurarem vrios serviços de saúde, com trajetrias diversas, nos diferentes Municpios da rea de estudo e, por outro lado, nas diferentes concepes das necessidades de saúde. Evidencia-se, portanto, a urgncia de um inevitvel engajamento poltico em prol da regionalizao.
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O objeto deste estudo o acolhimento e a produo de vnculo aos usurios adscritos a uma Equipe do Programa Saúde da Famlia, no Estado do Rio Grande do Sul (RS). Os conceitos de acolhimento e vnculo so considerados elementos das tecnologias leves, que tm como espao de realizao o encontro entre trabalhador e usurio. Tem-se o objetivo de analisar o trabalho de uma Equipe de Saúde da Famlia, no que se refere ao acolhimento dos usurios e produo de vnculo, durante o trabalho vivo em ato, caracterizando o modo de produo de saúde que est sendo construdo e tambm as concepes dos trabalhadores acerca do usurio, identificando o potencial de acolhimento e de construo de vnculo entre profissionais e usurios. Caracteriza-se como um estudo de caso. Os dados foram coletados atravs de observao livre, entrevista semi-estruturada e anlise de documentos. Foram observadas atividades individuais e coletivas, em jornadas de trabalho escolhidas aleatoriamente. Entrevistou-se o mdico, a enfermeira e trs auxiliares de enfermagem. Os dados foram analisados atravs da abordagem dialtica e classificados em estruturas de relevncia. Os resultados obtidos possibilitam uma avaliação da maneira de produzir saúde que est se delineando com o Programa de Saúde da Famlia. Verificamos uma relao entre a organizao do processo de trabalho e a possibilidade de concretizao das tecnologias leves. O trabalho da equipe est centrado no ato mdico. A enfermeira prioriza as atividades administrativas e educativas em detrimento dos atendimentos clnicos individuais e no se constitui enquanto referncia para as auxiliares de enfermagem. Essas trabalhadoras so as responsveis pela recepo na unidade e tm seu trabalho centrado em procedimentos. Observamos que existem lacunas no acolhimento aos usurios, sobretudo no que se refere abertura do servio para a demanda, responsabilizao pelos problemas de saúde da populao e ao estmulo autonomia do usurio. A produo de vnculo est relacionada com o desenvolvimento de atividades clnicas, pois foi constatado que a populao sente-se vinculada ao mdico. O usurio do servio, na concepo dos trabalhadores, tido, por vezes, como sujeito e, por outras, como objeto. No existe uma definio de projeto de trabalho enquanto equipe. Os princpios e diretrizes do Sistema nico de Saúde no so compreendidos e no se constituem enquanto projeto pensado dos trabalhadores, caracterizando-se o programa como focal e paralelo. Prope-se a aproximao da enfermeira a atividades clnicas e ao acolhimento aos usurios e a transformao dos serviços de saúde em espaos de defesa da vida, individual e coletiva.
Resumo:
A utilizao de uma emergncia por pacientes com problemas mdicos eletivos contribui para a demanda excessiva e impede de acesso a pacientes com emergncia verdadeira. O presente estudo se props: (1) investigar as caractersticas do usurio da emergncia em relao a aspectos demogrficos, local de moradia e tempo que apresenta os sintomas que o levaram a consultar; (2) identificar as diferenas da demanda entre o final de semana e durante a semana; (3) investigar a prevalncia de saúde mental, alcoolismo, doena coronariana e hipertenso; (4) avaliar como a utilizao e o acesso a serviços de saúde para pacientes que referem ter um mdico definido em comparao com quem refere no ter; (5) avaliar a satisfao dos pacientes com o atendimento na emergncia e (6) verificar se o atendimento atravs de um mdico definido ou em servio de ateno primria em saúde diminui o afluxo de casos no urgentes aos serviços de emergncia. Foi realizado um estudo transversal na Emergncia do Hospital N.S. da Conceio de Porto Alegre (RS) no perodo de 6 de janeiro a 25 de junho de 1996, tendo sido includos 20 dias escolhidos entre o meio-dia de sbado e o meio-dia de domingo, para caracterizar a demanda do final de semana, e o meio-dia de segunda-feira e meio-dia de tera-feira, para a dos outros dias. Fizeram parte da amostra 553 pacientes selecionados atravs de amostragem aleatria sistemtica, com uma taxa de resposta de 88%. A coleta de dados consistiu de questionrio de 156 questes aplicado aos pacientes. O registro e anlise dos dados foram realizados utilizando-se os programas Epi-Info, EGRET e SPSS. As anlises incluram tabulaes simples para determinao de prevalncia das condies investigadas e regresso logstica para avaliar o efeito conjunto das variveis independentes sobre cada uma das variveis dependentes. A populao que freqenta a emergncia do HNSC composta de jovens, predominantemente do sexo feminino, mora em Porto Alegre (especialmente, no bairro Sarandi) e na Grande Porto Alegre (especialmente, Alvorada), desloca-se preferencialmente de nibus at o servio de emergncia, vem acompanhada, na maioria das vezes, de algum familiar, e a maioria decide consultar por iniciativa prpria ou por indicao de algum familiar. Os homens internam com maior freqncia. Os serviços de ateno primria representaram 23% do atendimento habitual dos pacientes. As consultas foram definidas pelos emergencistas como de emergncia em 15% dos casos, de urgncia em 46%, e programveis em 39% poderiam ser programadas. A prevalncia de hipertenso foi 19%; de angina, 13%; de alcoolismo, 16%; de problema psiquitrico menor, 32% entre os homens e 51% entre as mulheres (p< 0,0001). Como desfecho da consulta, 73% dos pacientes foram encaminhados para o domiclio ou para um servio especializado, 10% foram para sala de observao e para apenas 5% foi indicada a internao. A maioria dos pacientes referiram estar satisfeitos com o atendimento. Os que consultaram no final de semana apresentaram, em mdia, um tempo menor de sintomas at decidir consultar, um menor tempo de deslocamento at o servio de emergncia, maior satisfao, mdia de idade maior, maior proporo de moradores de Porto Alegre e foram levados de carro at a emergncia mais do que aqueles que consultaram durante a semana. O modelo de regresso logstica identificou as variveis independentes determinantes de ter um mdico definido: consulta habitual em ateno primria em saúde (RC=3,22 IC95%=2,04-5,09), consulta definida como emergncia ou urgncia (RC=2,46 IC95%=1,55-3,92) e afastamento do trabalho (RC=1,59 IC95%= 1,03-2,45). Este resultado demonstra que o paciente que habitualmente consulta em serviços de ateno primria tem mais probabilidade para ter a continuidade no atendimento. A consulta ser de emergncia ou de urgncia apresentou associao significativa com as seguintes variveis independentes, aps ser colocada num modelo de regresso logstica: pacientes internados ou em observao (RC=5,80 IC95%=3,33-10,17), costume de consultar com o mesmo mdico (RC=2,98 IC95%=1,84-4,80) e ida de carro at a emergncia (RC=2,67 IC95%=1,75-4,05). A varivel hbito de consultar em servio de ateno primria deixou de ficar estatisticamente significativa ao ser colocada no modelo de regresso logstica. Este resultado revela que pacientes com mdico definido tm trs vezes mais chances de consultar por um problema de emergncia no servio de emergncia do que aqueles que no tm um mdico definido. Assim, uma estratgia para reduzir a ocorrncia de consultas no urgentes em serviços de emergncia o paciente ter tal vnculo. No entanto, aqueles pacientes que referiram o posto de saúde como local onde habitualmente consultam no evitam, necessariamente, a utilizao de um servio de emergncia por motivo considerado como programvel. necessrio otimizar o atendimento de pacientes com problemas no urgentes que chegam emergncia atravs de estratgias no nvel de ateno primria especialmente possibilitando o atendimento mdico continuado -, onde uma abordagem integral com nfase na preveno garanta um atendimento de melhor qualidade e custo menor.
Resumo:
Essa pesquisa busca, atravs da cartografia de uma Equipe de Saúde Mental, problematizar os mecanismos de subjetivao operados pelo modo de trabalhar em grupo. Para tanto, prioriza o trabalho como atividade coletiva e inventiva e suas relaes com a constituio de sujeitos e instituies, modos de produzir tecnologias, subjetividades e de se autoproduzir; e enfoca a implementao de um servio de saúde mental dito substitutivo ao modelo manicomial e sua relao com a Reforma Psiquitrica, o Movimento Antimanicomial e o Sistema nico de Saúde. Pretendemos que essa pesquisa nos possibilite pensar o quanto opera nesse grupo, elementos do discurso psiquitrico e classificatrio da doena mental; e, principalmente, o quanto opera elementos de outros discursos: de desinstitucionalizao, da Reforma Psiquitrica, do SUS e da poltica local. Essa pesquisa busca visibilizar algumas implicaes do trabalho grupal com os sujeitos da Equipe estudada, bem como o modo de trabalhar da mesma, tomando o grupal como plano de virtualidades capaz de engendrar novas modalidades de si e de mundos. Situa o operar em grupo como dispositivo de inveno, privilegiando conceitos como virtual, rede, autopoiese, transdisciplinaridade e clnica. Nessa perspectiva, o grupal tomado como prtica que atua diretamente na ontologia da realidade, no se limitando a influenci-la, mas sim, atravessando-a e constituindo-a.
Resumo:
O objeto deste estudo a viso dos usurios quanto aos fatores que influenciam a qualidade do atendimento prestado em uma unidade bsica de saúde de Porto Alegre, relativos ao acesso e ao acolhimento, considerando-os como elementos que compem o modelo assistencial, no contexto da municipalizao da saúde. Tem por objetivo caracterizar a forma como vem ocorrendo o acesso dos usurios ao atendimento e o acolhimento a eles dispensado. Trata-se de estudo descritivo, de abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada atravs das tcnicas de entrevista semi-estruturada e observao participante, no perodo de 13 de janeiro a 17 de abril de 2000. Os dados foram analisados atravs da anlise de contedo, do tipo temtica (Bardin, 1995). As categorias encontradas apontam para diversas facilidades e dificuldades quanto ao acesso dos usurios, do ponto de vista geogrfico, econmico e funcional, bem como quanto ao acolhimento, no que diz respeito forma de abordagem do usurio pelos trabalhadores em saúde. Nos resultados encontrados foi evidenciado o predomnio de aspectos relativos ao acesso, principalmente quanto ao acesso funcional. Com relao ao acolhimento, o modo de organizao do servio e a competncia profissional determinaram facilidades quanto forma de abordagem e conseqente satisfao dos usurios. Algumas dificuldades identificadas devem-se m recepo e ao desempenho profissional insatisfatrio. Concluiu-se que se faz necessria a implementao de medidas gerenciais que auxiliem na resoluo dos problemas encontrados na unidade estudada e na rede assistencial. Entre essas medidas destacam-se a necessidade de aumento do quadro de profissionais, a implantao de modalidade complementar de atendimento odontolgico, a antecipao de horrio de abertura do prdio para a marcao de consultas, a facilitao de acesso s consultas e exames especializados, a utilizao efetiva do critrio de moradia do usurio para priorizao de atendimento (territorializao) e a ampliao da capacitao de recursos humanos no que diz respeito ao acolhimento.