136 resultados para Lesões músculo-esqueléticas ligadas ao trabalho
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da idade, sexo, altura de cupim e tipificação de carcaças sobre as características quantitativas e qualitativas da carcaça e da carne bovina. Foram avaliados os pesos de carcaça quente, peso do quarto traseiro resfriado, área de olho de lombo, espessura de gordura de cobertura e grau de acabamento de 36 bovinos machos castrados de diferentes idades, avaliadas pela cronologia dentária, e 10 fêmeas adultas, escolhidos ao acaso na linha de matança de matadouro-frigorífico comercial. As carcaças foram tipificadas conforme o sistema Brasil. A qualidade da carne foi avaliada no músculo Longissimus dorsi quanto à marmorização, teor de gordura intramuscular, força de cisalhamento no primeiro, quinto e décimo dia de maturação, cor e capacidade de retenção de água. A marmorização e o teor de gordura intramuscular foram superiores em animais de oito dentes (P<0,05). Bovinos de oito dentes produziram contrafilé mais macio (4,99 Kg/cm2) do que novilhos de quatro e seis dentes (6,36 Kg/cm2) e dois e três dentes (6,06 Kg/cm2). As fêmeas apresentaram menor peso de carcaça e de quarto traseiro e menor área de olho de lombo. O grau de acabamento, grau de marmorirzação e teor de gordura intramuscular foram superiores nos machos (P<0,05). As fêmeas produziram contrafilé mais duro (7,10 Kg/cm2) que os machos da mesma categoria (4,99 Kg/cm2). A tipificação de carcaças não informou sobre o desenvolvimento das massas musculares, grau de marmorização e maciez.
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As atividades ligadas à medição da produção em uma organização industrial monoprodutora são facilmente feitas em função de uma única unidade de medida: a quantidade total produzida (controle físico), com seus custos totais de fabricação associados (controle monetário). A fabricação simultânea de vários produtos diversificados aumenta a complexidade dessas atividades, principalmente pela inexistência de uma unidade de medida comum a toda a produção. Este trabalho desenvolveu-se tendo em mente procurar uma solução alternativa aos métodos usuais utilizados para medir uma produção, quais sejam: número de horas, faturamento, quantidade física, entre outras, buscando racionalizar o processo de gestão Industrial, pela definição de uma unidade de medida comum a toda a produção o qual transforma uma fábrica multiprodutora real numa fábrica de um único produto representativo e equivalente a toda a produção. A Unidade de Esforço de Produção, UEPs, responde satisfatoriamente a essa necessidade, unificando e homogeneizando as atividades desenvolvidas por uma fábrica multiprodutora. Sua definição materializa sob uma mesma base de esforços (despesas) alocados aos vários postos operativos (máquinas e equipamentos) na fabricação dos diversos produtos. A organização escolhida para que fosse desenvolvido o presente trabalho, Estudo de Caso, serve como modelo para pesquisas futuras em outros tipos de organização que produzem produtos diversificados. O objetivo principal deste estudo é a Medição de uma Produção Diversificada e de seus Desempenhos, a saber: Custos, Rendimento, Eficiência, Produtividade tanto horária quanto econômica, num ambiente industrial pelo Método das UEPs. É uma contribuição para o controle das atividades no âmbito da gestão Industrial. Os resultados apresentados no presente trabalho indicam que as organizações industriais multiprodutoras tem neste Método (UEPs) uma ferramenta gerencial para poder Medir e Controlar os seus Desempenhos fazendo comparações entre os Desempenhos Planejados (Metas) e os Desempenhos verdadeiramente ocorridos.
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Este estudo problematiza a inserção dos psicólogos nas equipes municipais de saúde, a partir da análise da experiência de um grupo formado por psicólogas que trabalham nas equipes de saúde de municípios do Vale do Taquari. São municípios pequenos: um deles tem 70 mil habitantes, os demais são menores, entre 3 e 20 mil habitantes. O estudo foi realizado no período de março de 2002 a janeiro de 2004. Partiremos do pensamento foucaultiano com relação aos dispositivos, que no nosso estudo funcionam para o disciplinamento que forma-conforma psicólogos enquanto profissionais da área da saúde. Através de encontros mensais com o grupo de psicólogas, discutimos e conhecemos suas práticas nos serviços municipais de saúde, e os conceitos de Sistema Único de Saúde (SUS) e do processo saúde-doença que sustenta essas práticas. A separação entre teoria e prática, ciência e profissão, mantida pelos cursos de graduação, aliado à manutenção de currículos voltados para a clínica tradicional (modelo médico hegemônico), mostrou que os psicólogos não se reconhecem como trabalhadores do SUS, mas importam para os serviços do Sistema práticas tradicionais, desconsiderando necessidades e especificidades do contexto sócio-econômico e cultural. A partir destas constatações entendemos que o psicólogo não se reconhece como trabalhador de saúde do SUS e, uma das razões fortes pode ser atribuída ao modelo de formação e prática que vem produzindo e reproduzindo esses modelos há 41 anos. Precisamos formar parcerias para inventar estratégias e promover mudanças nos modos de “fazer psicologia”.
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O processo de negociação coletiva acompanhou as profundas transformações nas relações de trabalho, ocorridas principalmente durante as décadas de 80 e 90, frente às alterações no cenário econômico mundial. No Brasil, as negociações coletivas tiveram que se adaptar as sucessivas crises internacionais, a uma conjuntura econômica negativa, a um processo de reestruturação produtiva e de flexibilização das relações de trabalho. Esses fatores afetaram significativamente os resultados obtidos no processo de negociação coletiva. Diante desse cenário, essa dissertação analisa a influência dos fatores de caráter econômico externos ao processo de negociação sobre os resultados obtidos nos acordos coletivos da indústria calçadista no Rio Grande do Sul entre 1996 e 2001. Como objetivo central, buscamos investigar e testar a influência de oito determinantes econômicas – inflação, câmbio, volume exportado, preço do calçado exportado, nível de atividade, salário mínimo, salário médio do setor e emprego – sobre duas cláusulas presentes nas convenções coletivas - piso e taxa de reajuste - que constituem o foco desse estudo, procurando verificar quais determinantes são capazes de explicar os resultados dos acordos coletivos do setor selecionado Para alcançar esse objetivo foi construído um modelo econométrico de regressão para testar e verificar as possíveis relações entre as variáveis econômicas anteriormente citadas e os dados extraídos dos acordos coletivos de cinco sindicatos da região do Vale dos Sinos. Constatamos que as variáveis diretamente ligadas ao setor exportador - câmbio, preço de exportação do calçado e nível de atividade - foram determinantes na definição do reajuste salarial, revelando o preço do calçado exportado, como o elemento de maior influência. A inflação, em nenhum momento da testagem, apareceu como um elemento capaz de influenciar a determinação dos reajustes. Quanto ao piso, a variável determinante foi o salário mínimo. Os testes comprovaram observações realizadas durante as mesas de negociação coletiva do setor calçadista, em que a argumentação, tanto de trabalhadores como dos empregadores, foi construída levando em consideração dois elementos: preço médio da exportação e o reajuste do salário mínimo.
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O objeto desta investigação é o trabalho do enfermeiro em unidades de internação de um hospital geral localizado na 14ª Coordenadoria Regional de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (14ª CRS). Têm-se como objetivos: conhecer as atividades realizadas pelos enfermeiros que atuam em unidades de internação de um hospital geral da 14ª CRS; verificar as especificidades existentes nesse contexto, enfatizando as condições de trabalho, a relação existente entre a enfermagem e os demais setores do hospital. Caracteriza-se como um estudo de natureza qualitativa, tipo estudo de caso. A coleta de dados deu-se através de consulta a documentos, observação livre por amostragem de tempo, e entrevista semi-estruturada. Utilizou-se a fundamentação da perspectiva dialética para a análise dos dados. Classificou-se o material empírico em estruturas de relevância, posteriormente, reunidas em cinco núcleos temáticos: a organização do trabalho do enfermeiro em unidades de internação; a multiplicidade das atividades realizadas pelo enfermeiro e os instrumentos de trabalho utilizados; interdependência e complementaridade no trabalho de enfermagem; as condições de trabalho nas unidades de internação; a realidade do trabalho nas unidades de internação sob a ótica do enfermeiro. Constatou-se que o enfermeiro articula o trabalho dos diferentes agentes, assume inúmeras atividades e auxilia no redirecionamento da assistência. Evidenciou-se que o trabalho em equipe dificilmente acontece de forma sincronizada. Existem relações de poder que interferem e influenciam na qualidade das inter-relações. Identificou-se que o trabalho do enfermeiro provê as condições necessárias para execução do trabalho dos diferentes agentes que fazem parte da equipe de saúde. Verificou-se que a implementação da assistência requer interdependência e complementaridade de diferentes saberes.
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Esta pesquisa tem como sujeito de investigação o MST, mais especificamente as mulheres e homens do Assentamento Águas Claras, localizado no município de Viamão, RS. O objetivo foi conhecer o cotidiano das pessoas assentadas e pensar como a articulação das relações de gênero com o uso do tempo nos âmbitos de trabalho e lazer funcionaria como princípio educativo, entendendo a Educação como algo mais amplo que a escola. A pesquisa de campo foi um estudo de caso. As técnicas de coleta de dados foram 24 entrevistas semi-estruturadas, observação participante e análise documental. O referencial teórico usado é baseado nas teorias marxista e feminista. Procurei seguir uma abordagem de pesquisa qualitativa. A teoria aparece mesclada com questões históricas e dados coletados para uma maior compreensão da realidade. Os dados encontrados levantam alguns problemas que essas pessoas têm em relação à falta de recursos, à distância da lavoura, à falta de opções de lazer. O educativo das relações de gênero neste âmbito aparece como um processo que existe, mas ocorre de forma lenta e cheio de contradições. Por um lado os sujeitos reconhecem que as mulheres, na sua maioria, trabalham mais que os homens e têm menos tempo livre. No entanto, pouca coisa é feita para mudar essa realidade.
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Este trabalho apresenta um estudo sobre a relação existente entre as variáveis de rugosidade, dureza e condutividade térmica de alguns materiais utilizados em design de produto e a percepção tátil. Inicialmente, foram realizadas pesquisas de descritores subjetivos que os usuários relacionavam com o ato de tocar. A partir destes resultados, foram identificadas características superficiais dos materiais que estavam ligadas a estes descritores. Foi possível então, desenvolver amostras em diferentes materiais (cerâmicos, poliméricos, metálicos e naturais), para serem testadas em ensaios diversos. Os primeiros testes realizados, permitiam a visualização das amostras. Posteriormente, foram realizados ensaios de forma que os entrevistados não podiam visualizar as amostras. Desta forma, somente a percepção tátil era testada sem influência dos demais órgãos dos sentidos. Nestes testes, os entrevistados verificavam entre as variáveis abordadas no trabalho (rugosidade, dureza e condutividade térmica), se haviam diferenças entre as amostras e ordenavam de maior à menor conforme o que era percebido. Com base nas respostas obtidas, e também nos valores atribuídos às amostras para as variáveis já relacionadas anteriormente, foi possível verificar limiares de percepção e também, a relação existente entre o que é percebido e os valores atribuídos às respectivas variáveis tecnológicas. Os resultados obtidos indicam que a percepção de diferentes texturas, foi mais facilmente detectada do que diferenças de condutividade térmica e principalmente de dureza. A preferência por texturas menos rugosas foi detectada em grande parte das respostas obtidas Da mesma forma, pode-se dizer que a temperatura ambiente de realização dos testes para condutividade térmica, teve influência direta nas respostas obtidas. Para os ensaios aplicados, não houve diferença grande entre respostas de adultos e de crianças e também entre crianças com deficiência visual e crianças sem deficiência. A investigação da percepção tátil, e posteriormente a relação que se pode fazer desta com algumas das propriedades dos materiais, contribui tanto na seleção de materiais para projeto de produtos, como para seleção de processos de fabricação. Sendo assim, este estudo pode servir como mais uma ferramenta no processo de criação, considerando assim os futuros usuários. Desta maneira, o vínculo entre o usuário e o produto torna-se mais forte, já que este atende às necessidades e também considera a percepção do usuário em relação aos materiais utilizados, podendo, inclusive, evitar um descarte rápido contribuindo para aumentar a sustentabilidade. Além disto, este estudo permite também que a produção nas indústrias de determinados segmentos (têxtil, brinquedos, utensílios, etc.) possa ser orientada de forma que considere limiares de percepção, evitando assim investimentos desnecessários em processos de produção que resultariam em mudanças que podem não ser percebidas pelos usuários. Em suma, os resultados obtidos neste estudo, podem ser utilizados em diversas áreas da Engenharia e do Design, agregando a estas uma ferramenta na orientação de projetos.
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Esta tese, composta por três estudos, buscou descrever e analisar o processo de transição da universidade para o mercado de trabalho de jovens formandos e egressos universitários. O Estudo 1 abordou, em uma perspectiva quantitativa, as expectativas acerca da transição e os efeitos de um conjunto de variáveis pessoais e contextuais sobre o nível de decisão de carreira de concluintes de diversos cursos de uma universidade. Participaram deste estudo 252 formandos, que responderam a um questionário desenvolvido especialmente para a pesquisa. De um modo geral, os resultados mostraram que os formandos estavam otimistas quanto a suas chances de ingressar no mercado de trabalho. Uma análise de regressão revelou que a percepção pessoal de oportunidades profissionais, um senso de competência profissional e clareza de autoconceito foram os melhores preditores de decisão de carreira ao final do curso universitário. Por sua vez, comportamentos vocacionais exploratórios, assim como participação em pesquisa, mostraram-se bons preditores do senso de competência profissional. O Estudo 2, de caráter qualitativo e fenomenológico, descreveu as experiências de formação e as expectativas de ingresso no mercado de trabalho de 12 formandos universitários. O Estudo 3, também qualitativo, focalizou as experiências de transição de 14 egressos com diferentes níveis de inserção no mercado de trabalho de suas profissões. Os resultados dos Estudos 2 e 3 confirmaram os achados do Estudo 1 e revelaram ainda outros aspectos importantes relacionados à experiência de transição. Por exemplo, os depoimentos mostraram que as dificuldades enfrentadas pelos egressos foram maiores do que as esperadas. Além disso, verificou-se que os estudantes não se sentiam preparados para a transição ao final de seus cursos e não haviam planejado a transição de uma maneira consistente. As experiências na universidade em geral não favoreceram um maior comprometimento com a própria formação profissional, à exceção de atividades práticas como estágios, pesquisas e monitorias, que foram citadas como sendo muito importantes para o desenvolvimento de um senso de preparação profissional. Por sua vez, os projetos profissionais e não-profissionais dos entrevistados sugerem que a transição é um fenômeno que pode se estender para muito além do momento da conclusão do curso, constituindo-se ainda em um período exploratório e de construção da identidade para muitos jovens.
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O abscesso de pulmão continua sendo hoje, em plena era dos antibióticos, um importante problema médico. O presente trabalho se propõe mostrar aspectos diagnósticos e terapêuticos da doença em uma série de pacientes coletada nos últimos 34 anos em um hospital universitário especializado em doenças pulmonares. No período de 1968 a 2002 foram reunidos e estudados 241 casos de abscesso pulmonar de aspiração - 199 em homens e 42 em mulheres, com média de idade de 41,3 anos. Em 69,0% dos pacientes esteve presente a ingestão de álcool e em 64,0% o hábito tabágico. Tosse, expectoração, febre e comprometimento do estado geral foram os achados clínicos mais freqüentes, encontrados na quase totalidade dos casos; 62,5% tinham dor torácica e 30,0% hipocratismo digital. Verificaram-se dentes em mau estado de conservação em 81,7 % dos pacientes, episódio de perda de consciência em 78,0% e presença de odor fétido em 66,0%. Em 85,5% das vezes as lesões localizaram-se em segmento posterior de lobo superior ou segmento superior de lobo inferior, 97,1% delas unilaterais, ocorrendo com igual freqüência tanto no pulmão direito como no esquerdo. A maioria das lesões (66,0%) mediram entre 4,0 e 8,0 cm de diâmetro. Em 25 pacientes (10,4%) houve a associação de empiema pleural. Flora mista, indicativa da presença de germes anaeróbios, foi identificada em secreções broncopulmonares ou pleurais em 172 pacientes (71,4 %). Estreptococos e Gram negativos aeróbios foram também algumas vezes encontrados. Todos os pacientes foram inicialmente tratados com antibióticos (penicilina em 78,0% das vezes) e submetidos a sessões de drenagem postural. Em 51 (21,2%) acabou sendo necessário algum procedimento cirúrgico (24 drenagens de empiema, 21 ressecções pulmonares e 6 pneumostomias). Cura foi obtida em 231 pacientes (95,8%) e 10 (4,2%) foram ao óbito, estes em geral com grandes abscessos, três dos quais também com empiema.
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Este estudo visa analisar a relação entre a produtividade e as condições de trabalho de funcionários em uma área de Processamento de Vegetais de uma Indústria de Refeições Coletivas. O trabalho foi desenvolvido em forma de estudo de caso, e a metodologia utilizada, neste estudo, caracterizou-se como uma pesquisa descritiva, cujos sujeitos da pesquisa foram funcionários da área específica. Para tanto, os instrumentos utilizados para uma avaliação integrada da área da ergonomia, produtividade e layaul, foram: relatórios gerados pelo Departamento Pessoal da empresa; observação direta e utilização de filmagens e fotografias das atividades realizadas; entrevistas, elaboração da matriz produto x processo e de fluxos de processos constando tomadas de tempo e distância e, por fim, análise dos dados e recomendações. Fizeram parte deste estudo 29 funcionários, com a faixa etária variando entre 19 e 49 anos. Constatou-se que o trabalho exige esforço físico, movimentos repetitivos por longos períodos, carregamento e levantamento de peso, postura em pé e deslocamentos durante a realização das atividades. Algumas tarefas foram classificadas como penosas, segundo a percepção dos próprios funcionários, fato que pode estar relacionado com o significativo número de atestados e afastamentos. Observou-se também que ocorrem cruzamentos entre as tarefas, assim como a formação de gargalos, conseqüentemente ocasionando problemas de fluxo. As recomendações envolvem questões pertinentes às condições organizacionais, visando um funcionamento mais satisfatório, através de rearranjos dos postos de trabalho e redução do fluxo. Estas recomendações possibilitariam uma melhor organização nos postos de trabalho, um maior controle de produção, através da separação segundo as características dos processos e, possivelmente na qualidade das condições de execução das tarefas.
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Na prática do Ballet Clássico, diversos autores, como Tomes (1995), Guillot e Prudhommeau (1974), Bertoni (1992), Kostrovitskaya (1995), Vaganova (1941) e Baryshnikov (1976) priorizam a postura corporal através do alinhamento vertical do corpo, pressuposto este que é defendido por Kendall et al (1995). Contudo, esses pressupostos teóricos nem sempre são aceitos por outros estudiosos, como Solomon, Minton e Solomon (1990), Mckenzie (1985), Chaitow (1982), Denys Struyf (1995) e Malanga (2002), os quais não se fixam na premissa de que uma postura alinhada pode produzir menor gasto energético, ser mais confortável e prevenir lesões. Diante dessa controvérsia não encontrou-se um referencial teórico consistente que justificasse a postura adotada pelas bailarinas clássicas, mas sim apenas uma proposta postural defendida por maitres e/ou professores de Ballet Clássico utilizada no sentido de proporcionar às bailarinas aprimoramento técnico, benefícios estéticos e controle do número de lesões. Diante disso, este trabalho tem como objetivos: (1) verificar a coerência entre a postura solicitada pela maitre e/ou professor de Ballet Clássico e a postura adotada pelas bailarinas avaliadas; (2) descrever e analisar as características posturais específicas do grupo de bailarinas clássicas avaliadas, caso estas existam; (3) verificar a existência e o tipo de algias nas bailarinas clássicas avaliadas; (4) relacionar as características posturais específicas encontradas com os sintomas álgicos apresentados pelas bailarinas clássicas avaliadas; (5) verificar se as características posturais, adotadas pelas bailarinas clássicas avaliadas, lhes satisfazem. Para tal, a amostra foi dividida em um grupo formado por bailarinas clássicas (n=30; idade média=13,06 anos +1,98), um grupo de referência formado por não bailarinas clássicas (n=30; idade média=13,86 anos +1,61) e um grupo de maitres e/ou professores de Ballet Clássico (n=22). Foram aplicados os seguintes instrumentos: (1) questionário de aspectos posturais específicos em 3 versões - (1a) para o grupo de maitres e/ou professores de Ballet Clássico (r=1, p=0,0001), (1b) para o grupo de bailarinas clássicas (r=0,99, p=0,0001), (1c) para o grupo de não bailarinas (r=1, p=0,0001); (2) questionário de informações gerais; (3) questionário de dor (testado e adaptado por Souza e Krieger, 2000), (4) avaliação postural a partir de fotografia digitalizada, com três tomadas de intervalos de 2 horas, a uma distância de 3 metros. Os resultados mostraram que existem características posturais específicas para as bailarinas clássicas avaliadas e estas são coerentes com aquelas solicitadas por maitres e professores de Ballet Clássico; existem sintomas álgicos nas bailarinas, contudo estes não se relacionam com as suas características posturais específicas; o tipo de algias assinalado pelas participantes corresponde a algias leves esperadas na prática do Ballet Clássico; as bailarinas clássicas avaliadas encontram-se plenamente satisfeitas com a postura que adotam.
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Este trabalho trata de uma pesquisa junto aos soldadores de três empresas do setor metal-mecânico, em diferentes estágios tecnológicos, para levantamento e avaliação de sua demanda ergonômica por meio de método participativo, como contribuição para o projeto de seus postos de trabalho. Verificou-se que os problemas mais críticos para estes profissionais são de natureza ambiental, tendo sido questionada a validade dos valores limites estabelecidos de exposição a fumos de soldagem. Além disso, foi constatada a maior influência do fator empresa sobre a opinião e satisfação dos soldadores, com exceção da empresa onde está estabelecido um programa de ergonomia: nesta o nível de exigência dos soldadores é maior, portanto, os fatores pessoais representam maior impacto sobre sua opinião e satisfação. Também foi avaliado o impacto do nível tecnológico da empresa sobre os soldadores, concluindo-se que os que trabalham com sistemas de produção mais manual têm maior envolvimento com seu trabalho, enquanto os soldadores que participam de sistema mais automatizado não estão, necessariamente, livres de problemas relacionados a questões ambientais. Assim, é tão importante considerar as questões ambientais desde a concepção de uma fábrica, quanto as questões de organização do trabalho, pois ambas impactam no bemestar e, conseqüentemente, na produtividade de seus trabalhadores.
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A presente pesquisa é um estudo de caso de natureza qualitativa, com apoio nos pressupostos teóricos do materialismo histórico. Tem por objetivo compreender como o trabalho acadêmico (o ensino, a pesquisa e a extensão) se manifesta no processo de organização, desorganização e de desenvolvimento do espaço público na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nos últimos dez anos, com o avanço do neoliberalismo que incide sobre as Universidades, enfraquecendo os seus espaços públicos, e diante das relações vivenciadas pelo professor no processo de execução desse trabalho. Com base nas analises dos documentos pertinentes (leis, decretos, regimentos e outros), na literatura pesquisada, na experiência da investigadora e como profissional vinculada à UFSC, e nas entrevistas semi-estruturadas realizadas com os professores dessas Universidades, com respaldo nas distintas áreas de conhecimentos da CAPES, esta pesquisa se desenvolve a partir da tese de que, no exercício do trabalho acadêmico, o professor universitário tem possibilidades de, através das relações que estabelece com o seu trabalho, organizar, desorganizar, na perspectiva de desenvolvimento, diante das condições atuais de realização do trabalho, o espaço público na UFSC e na UFRGS. A partir dos resultados da pesquisa, analisando o exercício do trabalho acadêmico, no processo de desenvolvimento do espaço público, há evidências concretas de que esse processo se manifesta na Universidade, atendendo as necessidades estabelecidas pelo professor na interação com as condições de realização do trabalho acadêmico. Esse trabalho desenvolvido pelo professor é um trabalho consciente, no sentido de que é determinado pelas suas condições de vida e de trabalho. Neste contexto, o espaço público vem se degradando diante do processo de manifestação do trabalho acadêmico, porque tem se enfraquecido o processo de liberdade acadêmica diante das exigências do Estado, segundo as quais a Universidade necessita produzir competitiva e lucrativamente para se manter. Com a omissão do financiamento do Estado, os professores são compelidos a constituir parcerias com setores privados e, com isto, há um cerceamento da liberdade acadêmica, por exemplo, no processo de produção, de maturação e de desenvolvimento das pesquisas. Há uma tendência de enfraquecimento dos espaços públicos diante do enfraquecimento da liberdade acadêmica, na universidade pública. Com isto, há um fortalecimento do espaço privado e da legitimação das ações neoliberais. O professor vive essencialmente a necessidade de constituir e desconstituir, de organizar e desorganizar, de fortalecer e enfraquecer o processo de desenvolvimento do espaço público na Universidade. A universidade pública é constituída de antagonismos; é isso que a faz uma instituição instigante para quem com ela interage. Viver a universidade pública é desafiar o lógico, é viver entre a utopia e a realidade cada vez mais estreita e sufocante, e também entre o elitismo e o antielitismo, entre o que é necessário fazer e o que verdadeiramente se faz no desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão.