72 resultados para Sistema cardiovascular Doenças Fatores de risco - Teses


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Introduo: A retinopatia diabtica (RD) a principal causa de novos casos de cegueira entre norte-americanos em idade produtiva. Existe uma associao entre RD e as outras complicaes microvasculares do diabete melito. A associao da RD com a fase inicial da nefropatia, a microalbuminria, no est esclarecida em pacientes com diabete melito (DM) tipo 2. Polimorfismos de genes (ENNP1; FABP2) relacionados resistncia insulnica, entre outros, poderiam estar associados RD. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar fatores genticos e no genticos associados RD avanada em pacientes com DM tipo 2. Mtodos: Neste estudo caso-controle foram includos pacientes DM tipo 2 submetidos avaliao clnica, laboratorial e oftalmolgica. Foi realizada oftalmoscopia binocular indireta sob midrase e obtidas retinografias coloridas em 7 campos padronizados. Foram classificados como casos os pacientes portadores de RD avanada (formas graves de RD no proliferativa e RD proliferativa) e como controles os pacientes sem RD avanada (fundoscopia normal, e outras formas de RD). Foram estudados os polimorfismos K121Q do gene ENNP1 e A54T do gene FABP2. Na anlise estatstica foram utilizados testes paramtricos e no paramtricos conforme indicado. Foi realizada anlise de regresso logstica mltipla para avaliar fatores associados RD avanada. O nvel de significncia adotado foi de 0,05%. Resultados: Foram avaliados 240 pacientes com DM tipo 2 com 60,6 8,4 anos de idade e durao conhecida de DM de 14,4 8,4 anos. Destes, 67 pacientes (27,9%) apresentavam RD avanada. Os pacientes com RD avanada apresentaram maior durao conhecida de DM (18,1 8,1 vs. 12,9 8,2 anos; P< 0,001), menor ndice de massa corporal (IMC) (27,5 4,2 vs. 29,0 9,6 kg/m2; P= 0,019), alm de uso de insulina mais freqente (70,8% vs 35,3%; P< 0,001) e presena de nefropatia diabtica (81,1% vs 34,8%; P< 0,001) quando comparados com os pacientes sem RD avanada. Na avaliao laboratorial os pacientes com RD avanada apresentaram valores mais elevados de creatinina srica [1,4 (0,6 -13,6) vs 0,8 (0,5-17,9) mg/dl; P<0,001] e de albuminria [135,0 (3,6-1816,0) vs 11,3 (1,5-5105,0) g/min; P<0,001] quando comparados com pacientes sem RD avanada. A distribuio dos gentipos dos polimorfismos do ENNP1 e FABP2 no foi diferente entre os grupos. A anlise de regresso logstica mltipla demonstrou que a presena de nefropatia (OR=6,59; IC95%: 3,01-14,41; P<0,001) e o uso de insulina (OR=3,47; IC95%: 1,60- 7,50; P=0,002) foram os fatores associados RD avanada, ajustados para a durao de DM, presena de hipertenso arterial, glicohemoglobina e IMC. Quando na anlise foram includos apenas pacientes normoalbuminricos e microalbuminricos, a microalbuminria (OR=3,8; IC95%: 1,38-10,47; P=0,010), o uso de insulina (OR=5,04; IC95%: 1,67-15,21; P=0,004), a durao do DM (OR=1,06 IC95%: 1,00-1,13; P=0,048) e a glicohemoglobina (OR=1,35; IC95%: 1,02-1,79; P=0,034) foram os fatores associados RD avanada, ajustados para a presena de hipertenso arterial e IMC. Concluso: Pacientes com DM tipo 2 portadores de formas avanadas de RD apresentam mais freqentemente envolvimento renal pelo DM, incluindo o estgio de microalbuminria. Uma avaliao renal com medida de albuminria dever ser incorporada como avaliao de rotina nestes pacientes.

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Objetivos: definir os dados demogrficos, as doenças de base e os fatores de risco associados aos episdios de candidemia ocorridos na Santa Casa Complexo Hospitalar entre 17/02/1995 e 31/12/2003; identificar as espcies envolvidas nestes episdios de candidemia e determinar a mortalidade global entre estes pacientes. Mtodos: estudo de coorte retrospectivo no-controlado com incluso de todos os casos consecutivos de candidemia diagnosticados na instituio entre 17/02/1995 e 31/12/2003. Como critrio de incluso no estudo, foi exigida a presena de sinais ou sintomas temporalmente relacionados ao isolamento de Candida em hemocultivo coletado de veia perifrica. Resultados: 210 pacientes com candidemia foram includos (infeco nosocomial em 91,0%). O sexo feminino foi mais prevalente (51,4%) e a idade mediana foi de 41,0 anos. A doena de base mais prevalente foi cncer (neoplasias slidas 30,5% e hematolgicas 9,0%). Candida albicans foi a espcie mais freqente (38,1%), seguida de Candida parapsilosis (27,6%) e Candida tropicalis (15,7%); candidemia por Candida glabrata ocorreu em 3,8%, e por Candida krusei, em 2,4%. Procedimentos cirrgicos foram realizados em 43,8%, cateter venoso central estava presente em 74,8%, cateter urinrio em 57,1%, ventilao mecnica em 48,6% e nutrio parenteral em 33,8%; o nmero mediano de antimicrobianos foi 4,0 por paciente (glicopeptdeos 54,3%, carbapenmicos 25,7%). A maioria dos pacientes com candidemia comunitria (52,6%) havia sido hospitalizada nos 60 dias anteriores candidemia; em 21,1%, Candida foi isolada de cateter; insuficincia renal crnica (p<0,001) e hemodilise (p=0,027) foram mais freqentes no grupo de candidemia comunitria do que no nosocomial; a distribuio das espcies de Candida foi semelhante entre os grupos. Comparadas aos adultos, as crianas com candidemia nosocomial foram mais expostas a antimicrobianos de amplo espectro (p<0,001), ventilao mecnica invasiva (p=0,002) e nutrio parenteral (p<0,001). Candidemia nosocomial por Candida parapsilosis foi mais freqente em crianas (p=0,002), bem como o isolamento de Candida de cateteres (p=0,019); crianas foram mais freqentemente tratadas com anfotericina B do que adultos (p<0,001), os quais receberam mais fluconazol (p=0,013). Entre os pacientes com cncer e candidemia nosocomial, tratamento prvio com corticosterides (p=0,004), quimioterapia (p<0,001) e cefepima (p=0,004) foram mais comuns naqueles com malignidades hematolgicas; cirurgias foram mais comuns em pacientes com tumores slidos (p<0,001), principalmente do trato gastrointestinal (p=0,016); a distribuio das espcies de Candida foi semelhante entre os grupos. Candidemia breakthrough (de escape) ocorreu em 10,5% dos pacientes com candidemia nosocomial; a maioria destes vinha em uso de anfotericina B em doses teraputicas, por perodo mediano de 6,5 dias; o isolamento de Candida de stios outros que o sangue foi mais freqente nestes pacientes (p=0,028). A mortalidade dos pacientes com candidemia foi 50,5%, sem diferenas estatisticamente significativas entre pacientes com candidemia comunitria ou nosocomial, com cncer ou outros diagnsticos e com infeco breakthrough ou no-breakthrough; a mortalidade foi maior em adultos do que em crianas (p=0,005). Concluses: espcies no-Candida albicans foram os principais agentes de candidemia; assim como em outros estudos brasileiros, a prevalncia de espcies como Candida glabrata e Candida krusei foi baixa. Fatores de risco j descritos na literatura foram freqentemente encontrados, e a distribuio dos mesmos variou de acordo com as diferentes caractersticas dos pacientes estudados. A mortalidade em pacientes com candidemia foi semelhante \ descrita na literatura.

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O cncer de esfago a sexta neoplasia maligna mais comum no mundo. No Rio Grande do Sul, Brasil, o carcinoma epidermide de esfago apresenta coeficientes de mortalidade elevados e com tendncia ascendente com, pelo menos, o dobro dos coeficientes padronizados de mortalidade encontrados em outros estados brasileiros ou em pases do cone sul da Amrica latina. O diagnstico tardio parece ser o principal responsvel pelo mau prognstico. Nos ltimos anos, diversos estudos tm demonstrado a possibilidade de identificao das leses precursoras do cncer esofgico, mas sem repercusso no prognstico, at o momento. Considera-se, atualmente, que a carcinognese esofgica est relacionada a uma interao entre fatores ambientais e anormalidades genticas Recentemente, estudos em biologia molecular tm demonstrado a influncia dos fatores reguladores do ciclo celular no prognstico de diversas molstias, inclusive o cncer. O Rb um gene supressor tumoral envolvido no mecanismo de controle do ciclo celular, cuja expresso tem sido demonstrada no cncer do esfago. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalncia da perda da expresso da protena pRb na mucosa esofgica de indivduos sob risco para o carcinoma epidermide de esfago, bem como relacionar esta expresso com o consumo de tabaco, lcool e chimarro, achados histopatolgicos e cromoscopia com lugol. Foram estudados 170 casos e 20 controles atravs de reao imunohistoqumica utilizando anticorpo monoclonal anti-pRb em amostras teciduais fixadas em formalina e armazenadas em parafina. Um total de 33 casos demonstrou perda da expresso imunohistoqumica da protena pRb, determinando uma prevalncia de 19,4% na amostra estudada. No houve associao estatisticamente significativa entre a perda da expresso da protena pRb e as variveis idade, raa, exposio ao fumo, lcool e chimarro, bem como a cromoendoscopia com lugol. Foi demonstrada uma associao significativa entre a perda da expresso da pRb com a histria de cncer na famlia. Da mesma forma, foi demonstrada uma associao linear significativa entre a perda da pRb e o grau histopatolgico das leses. Estes resultados demonstraram uma influncia da protena pRb na evoluo da carcinognese esofgica e permitem sugerir que os indivduos expostos aos fatores de risco estudados sejam candidatos a uma maior vigilncia.

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Considerando que as doenças cardiovasculares representam a maior causa de mortalidade e morbidade em pases ocidentais, a aterosclerose se destaca pelo fato de predispor os pacientes ao infarto do miocrdio, a acidentes vasculares cerebrais e a doenças vasculares perifricas. Neste contexto, a oxidao de lipoprotenas do plasma, particularmente LDL, um dos fatores de risco para eventos cardiovasculares, pois reconhecida e internalizada por macrfagos, ocasionando a sua diferenciao em foam cells. Diversos fatores participam deste processo de diferenciao, como a expresso de receptores de scavenger CD 36, proporcionando aumento na captao de LDL oxidada, aumento na sntese endgena de colesterol e ativao de fatores nucleares que iniciam a transcrio de protenas especficas e fatores de crescimento que disparam a aterognese. Os fenmenos celulares relacionados apoptose tambm so de especial importncia, tanto no desenvolvimento da leso aterosclertica como na estabilidade da placa e formao de trombos. As prostaglandinas (PGs) ciclopentennicas (CP-PGs), em particular a PGA2 e a 15-desxi-12,14-PGJ2 so uma classe especial de PGs que, em diminutas concentraes, disparam a expresso das protenas de choque trmico (hsp), que so citoprotetoras. Alm disso, CP-PGs bloqueiam a ativao do fator nuclear pr-inflamatrio NF-B tornando-as potentes agentes antiinflamatrios. Embora as PGs das famlias A e J guardem uma srie de caractersticas em comum, a 15-desxi-12,14- PGJ2 o ligante fisiolgico do fator nuclear pr-aterognico PPAR-, enquanto as PGs da famlia A ativam apenas a via citoprotetora das hsp. Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos das CP-PGs sobre a expresso gnica de fatores relacionados diferenciao de macrfagos em foam cells, bem como protenas reguladoras do processo de apoptose, em clulas da linhagem pr-monoctica humana U937. Para tal, as clulas foram tratadas com CPPGs em presena e/ou ausncia de LDL nat e LDL ox, o RNA foi extrado para a realizao de RT-PCR para PPAR-, CD 36, HMG-CoA redutase e protenas de apoptose Caspase 3, p53 e Bcl-xL. O tratamento estatstico utilizado foi anlise de varincia (ANOVA one-way) e teste t de student, com resultados expressos como mdias + desvios-padro da mdia, com P<0,05. Os resultados obtidos demontraram que as CP-PGs PGA2 (20M-24h) e PGJ2 (1,5M-24h) inibiram a expresso gnica do fator nuclear PPAR- (64 % (PGA2), 88 % (15- d-PGJ2)) nas clulas U937, em presena de LDL oxidada, quando comparado ao controle. PGA2 inibiu a expresso de HMG-CoA redutase (33 %), enzima chave da sntese de colesterol intracelular, e o tratamento com as CP-PGs tambm inibiu a apoptose nas clulas tratadas em presena de LDL oxidada. Os dados sugerem que as CP-PGs apresentam grande potencial para o tratamento da aterosclerose, j que, alm de apresentarem efeito antiinflamatrio, inibem a expresso do fator nuclear pr-aterognico PPAR-, do receptor de scavenger CD36 (apenas a 15-desxi-12,14-PGJ2) e da enzima HMG-CoA redutase. O bloqueio da apoptose nas clulas estudadas pode estar relacionado citoproteo oferecida por estas PGs. Embora investigaes in vivo deste laboratrio tenham mostrado a eficcia do tratamento com CP-PGs em camundongos portadores de aterosclerose, estudos adicionais so necessrios para esclarecer-se o efeito antiaterognico das mesmas.

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Esta tese aborda o tema do risco nas sociedades ocidentais, enfatizando a apropriao conceitual realizada no domnio da sade atravs da perspectiva epidemiolgica. O enfoque sobre os riscos na sade se justifica pela constituio de biossociabilidades e de identidades sociais fundadas sobre o olhar das biocincias. A epidemiologia tem um papel relevante na produo de conhecimentos sobre fatores de risco e determinantes da sade e da doena, fornecendo elementos para orientao e controle de normas mdicas e comportamentos sociais. Dois grandes eixos percorrem o trabalho. Um eixo de orientao clssica da Antropologia composta pelos conceitos de categoria do entendimento, classificaes e representaes sociais, na perspectiva de E. Durkheim e M. Mauss. Esse enfoque fundamenta, por sua vez, o reconhecimento da construo coletiva da noo de risco, inserida no contexto moderno de trplice fundao valorativa: razo, pragmatismo e individualismo, sendo que tais valores se articulam para constituir suas dimenses significativas. O outro compreende a ordem do campo cientfico, no qual a epidemiologia se enquadra e formaliza conceitualmente o risco. Os epidemiologistas configuram-se como coletividade de pensamento, cujo estilo de raciocnio se baseia na quantificao, na cientificidade e na aplicao do conhecimento critrios de pertencimento ao campo disciplinar. A observao de campo em dois grupos de epidemiologistas, as entrevistas realizadas, os relatrios, artigos, livros da rea entre outras fontes compuseram o cenrio etnogrfico estudado. As interpretaes resultaram do processo de interao entre sujeitos diferenciados frente ao desafio da constituio do objeto de estudo. Dois condicionantes atuam na interpretao: a pesquisa realizada num cenrio de concepo viril de verdade da cincia e a contextualizao mundial e brasileira da epidemiologia. O que exalta a complexidade do objeto e a abordagem a partir dos representantes das tradies disciplinares.

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Nefropatia diabtica (ND) uma importante complicao crnica do diabetes mellitus (DM), sendo responsvel por uma proporo importante dos novos casos de dilise. Os principais fatores de risco so a hiperglicemia, hipertenso arterial sistmica (HAS), a dislipidemia e o tabagismo. Est claro que a ND apresenta tambm um componente gentico, entretanto os genes envolvidos na sua etiologia ainda no esto totalmente identificados. O sistema renina-angiotensina (SRA) tem um importante papel na gnese e progresso da ND. Recentemente, acumulam-se evidncias que endotelinas tambm podem participar na patognese da ND. As endotelinas so peptdeos com potente ao vasoconstritora e atuam modulando o tono vasomotor, proliferao celular e produo hormonal. Estes peptdeos agem atravs de dois receptores (ET-A e ET-B) que so expressos nas clulas endoteliais e no msculo liso vascular. Ativao destes receptores nas clulas renais levam a uma complexa cascata de alteraes resultando em proliferao e hipertrofia das clulas mesangiais, vasoconstrio das arterolas aferentes e eferentes e acmulo da matriz extra-celular. Essas alteraes hemodinmicas renais esto associadas com o aparecimento e progresso da doena renal no DM. Nveis plasmticos elevados de endotelina-1 (ET-1) tm sido relatados em pacientes com DM, tanto com e sem microalbuminria, sugerindo que a disfuno endotelial relacionada ao DM poderia aumentar a produo vascular de ET-1, que levaria ao dano glomerular. O uso de drogas antagonistas do receptor da ET-1 em situaes de DM experimental tem mostrado propriedades nefroprotetoras, reforando a importncia deste sistema na ND.

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A despeito das campanhas de preveno que estimulam o uso do preservativo, a literatura mostra que uma parcela considervel da populao no se protege durante o ato sexual. Frente a isso, este trabalho se props a examinar as relaes entre o comportamento sexual de risco (CSR) de adolescentes e as caractersticas de sua famlia, tais como a forma de educao dos pais e a comunicao familiar. Participaram desta pesquisa 187 estudantes de escolas pblicas de Caxias do Sul, com idades entre 14 e 18 anos (M=16,1; dp=1,14), sendo 49,7% do sexo masculino. Os instrumentos, respondidos de forma annima, foram: questionrio de variveis sociodemogrficas, escalas de responsividade e exigncia parental, questionrio familiar e questionrio sobre comportamento sexual de risco. Os dados foram coletados de forma coletiva em escolas, aps autorizao das mesmas e consentimento dos adolescentes e pais. Encontrou-se uma tendncia das mdias de CSR mais baixas estarem entre os adolescentes que perceberam seus pais como autoritativos, porm apenas uma diferena mostrou-se significativa, para os meninos. Nesta amostra, as meninas pareceram estar mais vulnerveis quanto ao CSR. Por fim, so discutidas as limitaes metodolgicas e conceituais do estudo.

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A Sndrome do lcool Fetal (SAF) se refere a um conjunto de malformaes que podem estar presentes em crianas, filhas de mes que consumiram bebida alcolica durante a gestao. Esta sndrome apresenta um conjunto distinto de anomalias onde as mais freqentes so fissura palpebral estreita, lbio superior fino, filtro liso, restrio de crescimento e anomalias do sistema nervoso central. A exposio pr-natal ao lcool pode trazer srias conseqncias que permanecem a vida toda. Sua incidncia, nos Estados Unidos, chega a 1 em cada 100 nascimentos, mas esta estimativa varia de pas para pas devido a diferenas culturais, genticas e do mtodo de avaliao. O crebro o rgo mais vulnervel do corpo aos efeitos da exposio pr-natal ao lcool. O dano causado ao sistema nervoso central por tal exposio resulta em danos neurolgicos permanentes, incluindo anomalias de comportamento e atraso de desenvolvimento. A reduo no intelecto a manifestao comportamental mais comum observada do dano causado ao sistema nervoso central. Apesar disto, o dficit de comportamento social est se tornando uma seqela frequentemente encontrada em indivduos expostos. Recentemente, vrios estudos tm sugerido que crianas com SAF apresentam dificuldades emocionais e comportamentais que podem levar a uma srie de problemas secundrios. Este estudo tem como objetivo avaliar o consumo de lcool materno durante a gestao e verificar a presena de sinais relacionados SAF em adolescente e jovem adultos, de escolas pblicas, e comparar com uma amostra de indivduos institucionalizados. Tambm, analisar fatores de risco ambiental que possam estar relacionados com o comportamento antisocial observado nestes adolescentes. Cento e quarenta e cinco estudantes (controles) e 262 adolescentes da Fundao de Atendimento Scio-Edudativo - FASE (probandos) foram avaliados em relao a caractersticas maternas, histria familiar, consumo materno de lcool durante a gestao, exame fsico e teste de QI. Quase 40% dos controles e 49% dos probandos tiveram exposio pr-natal ao lcool. Todas as anlises estatsticas foram feitas comparando as variveis previamente citadas com a quantidade de ingesta materna de lcool durante a gestao: nenhuma, espordica e muita. Entre os estudantes, no encontramos diferenas significantes nas caractersticas gestacionais e de ambiente familiar quando comparadas entre os padres de consumo materno de lcool. No que diz respeito aos sinais fsicos da SAF, as seguintes medidas foram estatisticamente diferentes: permetro ceflico e fissura palpebral. Em relao aos adolescentes institucionalizados, diferenas foram encontradas entre as caractersticas de ambiente familiar: no amamentar mais comum entre as mulheres que bebem, bem como ter um membro da famlia condenado ou preso. A violncia domstica, criminalidade familiar, abuso infantil e alcoolismo familiar so as quatro variveis que predizem o uso de lcool durante a gestao. Quando comparamos ambos os grupos juntos como uma nica amostra constatou-se que algumas caractersticas do ambiente familiar eram muito importantes, como criminalidade familiar e abuso infantil; as medidas antropomtricas no foram diferiram entre expostos e no expostos, exceto pelo permetro ceflico. Estas particularidades do ambiente familiar esto influenciando o comportamento anti-social de modo a tornar os efeitos do consumo materno de lcool menos evidente entre os caracteres fsicos. Mesmo assim, todos os indivduos com sinais de SAF mostraram caractersticas similares: crescimento e desenvolvimento pobre, algumas dismorfias faciais e baixo escore no teste de QI.

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O presente estudo visou a investigar a percepo de adolescentes em situao de rua, de profissionais de sade e educadores acerca da condio de sade dos primeiros. A pesquisa foi realizada em duas instituies destinadas a crianas e adolescentes em situao de rua (servio de atendimento sade e abrigo diurno) e teve como participantes doze adolescentes, cinco profissionais de sade e quatro educadoras. Dois estudos foram delineados para analisar as concepes de sade e doena de cada grupo de participantes, a sua percepo acerca da influncia da rua sobre a sade dos adolescentes, as principais doenças enfrentadas, as estratgias utilizadas para cuidar da sade e a rede de apoio. Os resultados sugerem que necessria uma anlise dinmica entre os diversos fatores de risco e proteo relacionados ao contexto, s caractersticas individuais dos adolescentes e rede de apoio existente. Entre os fatores de risco, destacam-se: as condies inadequadas de vida (falta de proteo s variaes ambientais, condies inadequadas de higiene etc.), o uso de drogas e a violncia. J os fatores de proteo citados foram: a busca da rua como uma "estratgia saudvel" diante do ambiente familiar violento, a existncia de uma rede de assistncia a essa populao, assim como da resistncia criada pelos adolescentes ao contgio de algumas doenças. A anlise do binmio risco/proteo permite uma viso mais realstica da influncia da situao de rua sobre a sade e, ainda, a superao de uma viso de sade e doena como uma questo esttica, a-histrica e unidimensional. Por fim, ressalta-se a validade da Abordagem Ecolgica do Desenvolvimento Humano e da sua relao com os enfoques da Resilincia e da Psicologia Positiva para o estudo do desenvolvimento humano em contexto, assim como dos processos desenvolvimentais relacionados formao de comportamentos saudveis, mesmo diante das situaes adversas oferecidas pelo contexto da rua.

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Diarria, especialmente em ambiente hospitalar, gera mudanas no manejo do paciente, contribuindo para aumento no tempo e custos com a hospitalizao. Na prtica clnica, o uso de nutrio enteral amplamente apontado como fator de risco para diarria, demandando freqentes alteraes na terapia nutricional. Neste sentido, o objetivo desta dissertao determinar o efeito independente do uso de nutrio enteral no risco para diarria em adultos hospitalizados, controlando para outras variveis clnicas relacionadas com o desfecho. Para tanto, primeiramente foi realizada reviso da literatura, a fim de identificar diferentes fatores associados ocorrncia de diarria hospitalar. Foram utilizados como termos de busca diarrhea, diarrhoea, bowel movements, hospital, enteral nutrition, tube feeding, drug e pharmaceutical preparations, atravs do Pubmed, Cochrane Library e Scielo. Foram tambm avaliadas referncias citadas em publicaes selecionadas. Contatos com autores foram empregados quando textos completos no estavam disponveis para consulta. A incidncia de diarria observada na literatura, dentre adultos hospitalizados, foi de 5% a 70%, variando de acordo com os critrios adotados para sua definio e do perfil clnico do grupo de pacientes estudados. Poucos estudos foram delineados para identificar variveis associadas diarria. Uso de antibiticos, anticidos, quimioterpicos, gravidade clnica do paciente, nmero de dias de hospitalizao e uso de nutrio enteral foram fatores descritos como de risco para diarria. O efeito isolado de cada um destes fatores, no entanto, no suficientemente claro. Por esta razo, entre junho de 2004 e maio de 2005, foi conduzido um estudo de dupla coorte, de acordo com a exposio e no-exposio dos pacientes nutrio enteral. Foram acompanhados adultos internados em unidades clnicas e cirrgicas do Hospital de Clnicas de Porto Alegre, um hospital geral universitrio de alta complexidade. A fim de minimizar a variabilidade associada ao manejo dos pacientes pelas equipes assistentes e estabelecer perfil clnico comparvel, o grupo no-exposto nutrio enteral foi constitudo de acordo com a unidade de internao, equipe assistente/especialidade e exposio a antimicrobianos do grupo em uso de nutrio enteral. Para identificao dos fatores de risco independentemente associados diarria, foi realizada regresso mltipla de Cox. A incidncia de diarria identificada neste estudo foi de 18% entre expostos nutrio enteral e de 6% nos no-expostos (p<0,01). Foi verificado que pacientes em uso de nutrio enteral apresentam 2,7 (IC95%:1,6-4,7) vezes o risco de desenvolver diarria do que aqueles noexpostos nutrio enteral, se hospitalizados durante o vero o risco 2,4 (IC95%:1,5-3,9) vezes em comparao a outros perodos do ano e, a cada acrscimo de 1 ano na idade, o risco aumenta em 1,6% (IC95%: 0 - 3,3). Dentre os pacientes em uso de nutrio enteral, aqueles para quem foram mais freqentemente observadas (em mais de 75% dos dias avaliados) adeso s rotinas de higienizao e troca de equipos de administrao da dieta (verificadas em uma visita realizada em dias intercalados, observando a identificao da data no equipo e pela informao de entrega para a lavagem pelas atendentes de nutrio) apresentaram menor incidncia de diarria (6,5% vs. 20,3% e 5,9% vs. 19,8%, respectivamente). Assim, elevada a incidncia de diarria em ambiente hospitalar, sendo a exposio nutrio enteral fator de risco independente para este desfecho, alm da idade avanada e hospitalizao durante o vero.

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OBJETIVO: Determinar a etiologia, epidemiologia e os fatores prognsticos de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) em adultos imunocompetentes hospitalizados. MTODOS: Durante um perodo de 3 anos, foram estudados, prospectivamente, 110 pacientes consecutivos com diagnstico de PAC. RESULTADOS: Sessenta e seis (60%) pacientes eram homens, a idade mdia foi de 54 anos, 42 (38,2%) eram maiores de 65 anos, 81 (73,6%) apresentavam comorbidades, 70 (63%) pertenciam s classes IV e V de Fine e 24 (21,8%) pacientes foram admitidos em unidade de terapia intensiva (UTI). Um agente etiolgico foi identificado em 60 (54,5%) casos, incluindo Streptococcus pneumoniae em 23 (20,9%) casos, Staphylococcus aureus em 14 (12,7%), Pseudomonas aeruginosa em 7 (6,4%), Haemophilus influenzae em 5 (4,6%) e Legionella pneumophila em 5 (4,6%) casos, como os patgenos mais freqentemente isolados. O uso de antimicrobianos previamente admisso hospitalar ocorreu em 33,6% dos casos e foi significativamente associado com etiologia desconhecida. Houve 15 (13,6%) bitos e trs variveis foram estatisticamente associadas ao desfecho: idade > 65 anos, ndice de Fine V e IV e internao em UTI. Alteraes no tratamento emprico inicial foram realizadas em 43 (39%) casos devido obteno do diagnstico etiolgico. CONCLUSES: Em nosso estudo, S. pneumoniae foi o principal agente etiolgico de PAC, seguido de S. aureus e P. aeruginosa, que apresentaram freqncia elevada em indivduos com pneumonia grave e/ou fatores de risco conhecidos. A determinao do agente etiolgico serviu para otimizar o tratamento proposto pelos consensos e estimar a prevalncia local dos patgenos.