75 resultados para Língua japonesa Análise do discurso
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Tomando os pressupostos da Análise de Discurso AD fundada por Michel Pcheux, a tese trata da formulao da noo de Lugar Discursivo LD. Aplica essa noo no processo discursivo prprio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST. Situa o Sem Terra como sujeito poltico que emerge sob o efeito da tenso entre duas lgicas. Sem Terra e MST esto colocados na relao com a manuteno do litgio provocador de uma nova ordem social. As demandas do MST objetivam deslocar a ordem social vigente e instituir outra baseada na lgica da solidariedade horizontal. A questo fundamental mostra a relao entre os lugares sociais e os processos discursivos. O interdiscurso acolhe o social sob a forma de pr-construdos que, na formao social, so tomados como marcos dos lugares. O LD tratado como sentidos sedimentados que se colocam no processo de assujeitamento, dando forma discursiva ao lugar que interpela o sujeito junto com outros pr-construdos dispersos no interdiscurso. A diferena entre LD e posio-sujeito tem como base o fato de que a primeira efeito da circulao dos discursos e a outra, da constituio e da formulao.O sujeito que se dispersa nos LD e nas posies-sujeito se sustenta na utopia da possvel construo da nova ordem social.
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As problematizaes que me levaram a realizao desse estudo vinculam-se a minha formao como biloga e professora de Biologia. A partir de aproximaes com leituras do campo dos Estudos Culturais, dos Estudos Culturais da Cincia e de estudos com inspirao foucaultiana, passei a questionar tanto a formao acadmica que me constituiu, quanto o lugar que os objetos, as classificaes e as explicaes ligados ao corpo no campo da Biologia adquiriam nas prticas escolares. Nesse estudo, tomo o corpo como produo de prticas sociais; inscrito por discursos e prticas de diferentes instncias culturais que se articulam e se confrontam, constituindo corpos mltiplos, sujeitos particulares. Com esses entendimentos e questionamentos, busquei, nessa dissertao, conhecer e problematizar o corpo nas prticas escolares, ou melhor, como a escola lida com os corpos nas suas prticas cotidianas e naquelas relacionadas ao campo da Biologia, assim como alguns efeitos nos corpos dos estudantes. Realizei esta pesquisa numa escola da rede pblica estadual de Porto Alegre. Para tanto, freqentei o espao escolar e as aulas de duas turmas do segundo ano do Ensino Mdio, por aproximadamente dois meses, e tambm uma atividade extra-muros, um passeio 4 Bienal de Arte do Mercosul, com a turma da manh. Para a realizao da pesquisa na escola, utilizei ferramentas de cunho etnogrfico e realizei entrevistas com alguns estudantes. Nas análises, fui fazendo relaes com autores dos estudos anteriormente citados, conforme as questes que emergiam nessa trajetria. Ao integrar as atividades escolares cotidianas, passei a observar e analisar questes relativas aos efeitos de estratgias disciplinares, direcionadas fabricao de corpos escolares; ao mesmo tempo, busquei apontar alguns movimentos de resistncia e diferentes formas, que estudantes e professores, encontraram para lidar com tais estratgias Procurei mostrar como, nessas relaes configuram-se uma pluralidade de sujeitos e prticas que significam o espao escolar. Da imerso que empreendi na sala de aula, foram criadas questes relativas ao corpo no campo de saberes. Nessa discusso, o corpo associado aos discursos da disciplina biolgica foi trazido para a sala de aula vinculado a explicaes da rea cientfica, tais como a Embriologia e a Gentica, sendo que esse modo de tratar o corpo no articulou-se, muitas vezes, s experincias e problematizaes dos estudantes. Por ltimo, analisei uma aula especfica, que tratou da temtica do aborto numa gestao de um feto com uma patologia grave, sem perspectivas de vida. Essa aula foi uma encenao dos estudantes de um julgamento, em que a me pediu autorizao na justia para a interrupo da gravidez. Nesse momento, as problematizaes que fiz disseram respeito ao posicionamento de sujeitos mulher, homem, me, pai, filhos, experts, monstros e outros em nossa sociedade, por diferentes discursos mdicos, biolgicos, polticos, religiosos, morais, ticos, etc.
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Na perspectiva de que a linguagem linguagem porque faz sentido, partilho esse estudo, para que possamos refletir sobre a temtica provocada por discusses que problematizam as relaes sociais e polticas quanto incluso de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Volto meu olhar para os diferentes discursos que constituem as prticas dirias dos professores, trazendo como tema central os dizeres, saberes e fazeres do professor no contexto da incluso escolar como efeitos de sentido produzidos nos/pelos discursos. Meu objetivo verificar que sentido os professores do educao inclusiva, frente aos desafios dessa prtica escolar. A investigao sobre a qual me debruo inscreve-se no campo da educao, especialmente no que se refere aos sentidos produzidos pelos discursos acerca da educao inclusiva. Os sujeitos interlocutores dessa pesquisa so quatro professoras que atendem alunos com necessidades educacionais especiais, em uma escola regular da rede municipal de ensino de Novo Hamburgo. Esta escola tem experincia com a proposta de incluso h mais de seis anos, atendendo desde a educao infantil at a 5 srie do ensino fundamental. Para a realizao desta pesquisa, utilizei entrevistas semi- estruturadas (gravadas e transcritas) das quais fiz recortes para a análise de discursos que constituem os dizeres/saberes das professoras. Esta análise compe o corpus desta investigao, a partir da interpretao que passa tambm pela minha condio de sujeito, assim como pela minha formao pessoal. Meu estudo conduzido por um movimento constante de descrio e interpretao com base em noes tericas que sustentam a possibilidade de análise de discursos, sentidos, linguagem, sujeito e ideologia, frente aos desafios da prtica escolar. Os discursos se articulam e se entrelaam na constituio das prticas escolares e dos sujeitos alunos e professores. Em vista disso, organizei os ditos em oito conjuntos discursivos que so: 1) frustrao, ansiedade e culpa por parte do professor frente no-aprendizagem do aluno; 2) prticas de normalizao o tempo de escola versus o tempo do aluno; 3) inquietudes da corporalidade; 4) negao da posio de aluno; 5)o especialista como soluo; 6) a importncia do discurso mdico; 7) atribuies da famlia/atribuies da escola; 8) marcas que constituem o sujeito-professora.
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O discurso dos indivduos com Doena de Alzheimer (DA) descrito como desorganizado e vazio, apresentando um grande nmero de termos indefinidos e frases sem significado (Obler, Albert & Helm-Estabrooks, 1985). Alm disso, estudos apontam a ausncia de elementos importantes para a compreenso do discurso pelo interlocutor (Ripich & Terrel, 1988). Essas caractersticas discursivas refletem uma dificuldade evidente na produo do discurso, especialmente nos nveis pragmticos e semnticos do processamento. O objetivo desta pesquisa foi investigar a coerncia e os dficits no manejo do conhecimento de pessoas com DA em trs tarefas de discurso, comparando as relaes dessas caractersticas com habilidades cognitivas. Participaram do estudo 8 idosos com DA no estgio GDS 4, 10 com DA no estgio GDS 5 e 16 idosos do grupo controle sem DA. Os discursos foram analisados a partir de uma tarefa sem pistas informativas, uma tarefa com pistas informativas e uma tarefa com pistas visuais Os participantes foram avaliados com testes neuropsicolgicos relacionados compreenso verbal, memria semntica, memria episdica e memria de trabalho. Os resultados demonstraram que participantes com DA apresentaram escores de coerncia global mais baixos do que idosos sem D.A. Idosos com DA tambm apresentaram maiores dificuldades de manejo do conhecimento do que idosos normais. As caractersticas discursivas de participantes com DA correlacionaram-se com suas habilidades cognitivas. Os grupos GDS 4 e GDS 5 diferiram com relao coerncia local (na tarefa com pistas visuais) e ao dficit no manejo do conhecimento (na tarefa com pistas informativas). Os desempenhos discursivos dos participantes com DA diferiram significativamente entre as tarefas autobiogrficas e a tarefa com pistas visuais. Esses dados podem contribuir para ampliar e aprofundar os mtodos de deteco precoce, avaliao e interveno das desordens discursivas de pessoas com DA.
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Esta dissertao analisa produes textuais de autoria de alunas universitrias provenientes de distintas reas do saber cientfico (Cincias Humanas, Cincias Exatas, Cincias da Sade). Partindo do tema comum a todas essas produes, ser mulher ..., o objetivo deste trabalho discutir os processos em que se constitui a identidade feminina, como recurso para se chegar noo de identidade discursiva, questo central. Uma vez entendida como unidade imaginria, a noo de identidade discursiva permite pesquisar o modo como o sentido emerge pleno de atravessamentos, disponibilizados por uma memria que retorna, se atualiza e se transforma. Algo semelhante se observa na instncia do sujeito, pois a imagem de unicidade e fechamento apenas uma iluso que denega os processos que promovem seu descentramento. Assim, marcados pelo no-um, sentido e sujeito tm, na identidade, a presena da falta do significante via de entrada exterioridade. A primeira parte do trabalho est subdivida em trs captulos, que buscam organizar os fundamentos tericos que embasam a perspectiva discursiva a que se submete a noo de identidade. O primeiro captulo traz contribuies advindas da Psicanálise, para compreender o modo como o sujeito mulher se deixa determinar em sua condio desejante, faltante, atestando isso na imagem que faz de si. O segundo captulo percorre leituras situadas no campo dos Estudos Culturais, com o objetivo de averiguar como processos histrico-sociais contribuem na determinao e fragmentao da identidade feminina. O terceiro captulo rene as principais noes da Análise do Discurso Francesa, para fundamentar o conceito de identidade discursiva que baliza as análises seguintes. E, por fim, a segunda parte contm o quarto captulo, que se destina s seqncias discursivas, submetidas a dois momentos concomitantes de análise busca por posies-sujeito e delineamento da formao discursiva dominante , visando a compreender e discutir a configurao proposta noo de identidade: uma unidade imaginria.
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O jornalismo, entendido como construtor de sentidos sobre a realidade, um discurso que deve representar a diversidade de pensamento da sociedade contempornea. Nesta pesquisa, buscamos responder se os jornais O Globo e Folha de S. Paulo, principais jornais de referncia no Brasil, tratam de forma equilibrada a pluralidade de vozes para falar sobre o tema da Aids. Usando conceitos da Análise de Contedo e Análise do Discurso, realizamos um mapeamento dos temas abordados nos textos e, na seqncia, das fontes de informao, verificando os movimentos de dominncia e silenciamento dos diferentes grupos. Foram analisados 310 textos jornalsticos sobre HIV/Aids, o total publicado nesses dois jornais no ano de 2004. Verificamos que a Aids foi tratada, na maioria das vezes, como uma questo grave de sade pblica que deve ser combatida pelos pases desenvolvidos. Mesmo com o domnio de fontes oficiais, atravs do conceito de enunciador identificamos que as vozes dominantes foram as que cobraram aes dos governos na luta contra a Aids. Registramos o cruzamento de enunciadores nos textos, o que caracterizou a pluralidade de vozes; contudo, a fala das pessoas vivendo com HIV/Aids praticamente no esteve presente nos jornais pesquisados. Desta forma, no houve um equilbrio nas vozes em textos sobre HIV/Aids.
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Os pesquisadores e profissionais da rea de marketing conhecem, desde muito, a importncia da influncia pessoal no processo de deciso do consumidor. No entanto, a teoria sobre grupos de referncia remonta s dcadas de 60 e 70, quando foi elaborada grande parte das definies e classificaes utilizadas at hoje. Considerando o surgimento da internet como novo meio de interao e socializao, este estudo se prope a investigar as comunidades on-line como grupos de referncia para os consumidores que delas participam. A pesquisa foi realizada em uma comunidade on-line cujos temas so a gravidez e a maternidade utilizando a netnografia, um mtodo qualitativo que adapta as tcnicas de pesquisa etnogrfica para o estudo de comunidades virtuais e permite que acadmicos e profissionais de marketing investiguem o comportamento do consumidor em seu ambiente natural. Os dados coletados foram analisados com a ajuda da análise de discurso mediado por computador (ADMC) e os resultados mostraram que a troca de informaes e de experincias relacionadas a produtos e marcas freqente na comunidade. Os participantes tambm utilizam os fruns e debates para manifestar suas preferncias e valores, exercer presso para a conformidade e publicar mensagens de aquiescncia e reciprocidade. A criao de laos afetivos entre os participantes, bem como suas demonstraes de confiana nos membros mais experientes podem ser indicativos de fortes relaes de influncia na comunidade.
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Inicio com a argumentao dicotmica entre sujeito e objeto para compreender o gesto de interpretao das professoras no relato terico de suas experincias estudantil e profissional, explcito nas duas formas de registros tecnolgicos: o Memorial de Formao e o Forchat (Ambiente telemtico). Ambos so tecnologias intelectuais de escrita, potenciadores da relao cognitiva entre sujeito/instituio no processo de construo do conhecimento. O percurso analtico da argumentao tem como pressuposto terico a análise de discurso francesa que trabalha o acontecimento no entrecruzamento discursivo: parfrase e polissemia, objetivando compreender o movimento de tenso das professoras em relao s teorias que se apropriam e identificar as conseqncias tericas dessa apropriao no relato da prtica pedaggica refletidas no Memorial e no Forchat. No jogo tenso entre parfrase (repetio do mesmo) e polissemia (o diferente), expe-se o olhar/leitor a presena de trs acontecimentos discursivos: a sistematizao escrita do memorial, a auto-excluso discursiva e o discurso outro. Assim, na interseo, entre eles, torna visveis os seguintes pontos conclusivos de análise: a compreenso do gesto leitor/escritor das professoras e seus efeitos de sentidos, bem como, suas implicaes na vida prtica, levando a reflexo de que as conseqncias tericas na experincia discursiva no acontecem numa interlocuo ideologicamente institucionalizada, cujos sentidos sempre l, estabilizados, esvaziando a possibilidade do sujeito criar um espao pessoal de mltiplas interpretaes.
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Este estudo trata sobre memrias que so produzidas tendo imagens como evocadores. Procura abordar as mltiplas relaes que travamos com as imagens, interaes que constituem nosso olhar, que produzem nossas identidades, que se inscrevem em nossas memrias. Para o desenvolvimento da investigao, foi escolhida uma imagem em particular e procurou-se acompanhar o seu circuito e sua inscrio em memrias individuais e coletivas, atravs da análise de histrias de vida de sujeitos que interagiram com a imagem em diferentes tempos e contextos. Trata-se de Il Quarto Stato, de Pellizza da Volpedo, obra dada a pblico inicialmente na Itlia em 1901 e de ampla circulao no Brasil entre o final da dcada de 1970 e incio dos anos 80, no contexto de ascenso dos movimentos sociais, atravs de reprodues veiculadas em diversas materialidades. A pesquisa est inscrita nos campos da Histria da Educao e da Histria Cultural, utilizando-se, embora no exclusivamente, as construes tericas de Roger Chartier para pensar as maneiras atravs das quais uma imagem adquire significados de acordo com o suporte em que apresentada e o ato que a apreende. Para a descrio do circuito de Il Quarto Stato foi utilizada uma diversidade de materiais impressos, como jornais, revistas, cartazes, livros, manuais escolares, alm de objetos audiovisuais, como filmes e documentrios. As memrias produzidas a partir de Il Quarto Stato, tomado como evocador, foram narradas por dezenove entrevistados em quarenta e cinco entrevistas e analisadas a partir dos pressupostos metodolgicos da histria oral, ressaltando-se a complexidade da relao construda atravs da interao entre as subjetividades do entrevistador e do entrevistado. O estudo procura enfatizar a fora das imagens como privilegiados evocadores de memrias. Tambm destaca o carter heterogneo das lembranas que se produzem mediadas por Il Quarto Stato, entre as quais, memrias polticas, memrias de famlia e memrias de trabalho foram as mais expressivas. A pesquisa trata, ainda, do modo como os narradores, atravs de suas memrias, procuram produzir-se a si mesmos, tentando construir passados e identidades com os quais consigam conviver no presente.
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A construo da imagem do criminoso e da vtima e as formas de apresentao da morte no programa Linha Direta da Rede Globo so o foco desta pesquisa. Com a utilizao do suporte metodolgico da Análise do Discurso de linha francesa, analisamos o funcionamento discursivo do programa e as suas perspectivas de enunciao. Observamos quatro enunciadores principais no Linha Direta, os quais, na maioria das vezes, falam sob o mesmo ponto de vista e remetem mesma formatao no momento que atuam na construo das imagens dos criminosos e das vtimas. O criminoso caracterizado como uma pessoa m, que entrou na vida da vtima para acabar com a sua tranqilidade e fazer dela uma pessoa infeliz. J a vtima tem sua imagem apresentada como sendo essencialmente boa e dotada de qualidades. A vtima, de acordo com a perspectiva do programa, sempre foi uma pessoa batalhadora e o seu principal erro foi ter tido ligaes com a pessoa que acabou sendo o assassino. A morte apresentada direcionada, com autoria, praticada por pessoas que tm alguma relao com a vtima; uma morte violenta. Ento, na configurao geral do discurso do programa, h um foco especfico que a de um criminoso mau e de uma vtima boa, onde o mal s pode ser combatido com a realizao da delao do bandido por parte dos espectadores.
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A imagem mtica de perfeio dos apresentadores do Jornal Nacional Rede Globo de Televiso construda pela mdia o enfoque central desta pesquisa. Tanto no mbito das soft quanto das hard news de revistas, jornais e sites de informao, Ftima Bernardes e William Bonner so estruturados como um casal pleno na profisso, no amor e nas relaes familiares. no imbricamento entre jornalismo e pensamento mtico que se torna possvel essa leitura, revelando uma forte presena do imaginrio cultural na pretensa objetividade jornalstica. Usando conceitos de análise do discurso como suporte, analisamos 168 textos ao longo de um perodo de seis anos (1998 a 2004), apontando como a mdia constri essa imagem e que sentidos mobiliza ao imputar ao casal um lugar privilegiado no panteo de celebridades da cultura de massa. A pesquisa est estruturada em trs formaes distintas: a) amor, fama e beleza; b) trabalho, sucesso e predestinao; c) famlia e moral. Mais do que jornalistas, os apresentadores do telejornal so retratados como estrelas de moral impecvel, diferentemente das celebridades vulgares e sem predicados presentes na mdia atual.
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Esta tese de doutorado resultado de uma pesquisa qualitativa, que buscou realizar uma leitura psicanaltica da prtica docente em turmas de progresso de uma escola estruturada por ciclos de formao. Primeiramente, realizou-se um estudo piloto, no ano de 2000, que consistiu na observao diria da rotina da sala de aula em duas destas turmas (dois meses e meio em cada), buscando conhecer a sua realidade educacional. Constatou-se que o educador sofria quando acreditava que seu aluno no aprendia. Conflitos entre alunos, entre professor e aluno, bem como brigas dirias na sala de aula, tambm foram observados. Concomitantemente, um adoecer dos professores acarretava licenas mdicas que duravam dias, ou at semanas. Os alunos, por sua vez, pareciam tambm sofrer com a ausncia do seu professor. A partir disso, a pesquisadora retornou escola, no ano de 2002, com uma proposta de um trabalho de interveno junto aos educadores. Tal fato no se concretizou, em conseqncia de entraves que se fizeram presentes, o que ser analisado no decorrer do trabalho. Assim, a partir do material obtido nos anos de 2000 e 2002, atravs de observaes da rotina escolar e do seu registro em um dirio de campo, bem como de entrevistas com os profissionais da escola que trabalhavam direta ou indiretamente com esses alunos, realizou-se uma leitura psicanaltica, auxiliada pela Análise de Discurso. Fala-se, principalmente, sobre o mal-estar docente, da (in) disciplina escolar e do (re) estabelecimento do lao social do aluno excludo. Paralelamente, pensa-se em possibilidades de mudanas que poderiam auxiliar a prtica docente nas turmas de progresso e, tambm, na escola como um todo.
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A presente dissertao discute e analisa como se constitui o processo de escolarizao das Tecnologias da Informao e Comunicao (TICs) em turmas de sries iniciais no mbito da escola pblica. Na articulao dos estudos de Michel Foucault e dos Estudos Culturais Ps-estruturalistas, procurei investigar prticas escolares e examinar as relaes de poder-saber a implicadas. Alm disso, atentei para aqueles movimentos/aes com a finalidade de fuga, ruptura, que entraram em luta com os mecanismos/estratgias ligados constituio do processo em questo. Com esse objetivo, para compor o corpus de pesquisa, incursionei no espao escolar e desenvolvi observaes no laboratrio de Informtica em um perodo de aproximadamente quatro meses. De acordo com essas observaes, produzi um dirio de campo. Tambm realizei entrevistas com direo e vice-direo, professora responsvel pelo laboratrio de Informtica, professoras, alunos e alunas de sries iniciais. Participei de uma reunio de professores e reuni alguns materiais sobre as TICs que me foram disponibilizados pela escola. Explorei tais materiais atentando para as prticas de significao que os tornaram possveis, valendo-me dos pressupostos da análise de discurso foucaultiana, que aponta para a total inseparabilidade de discurso e prtica. Utilizei como ferramentas analticas os conceitos de prtica, relaes de poder-saber, linguagem, disciplina. A trama das ferramentas com os materiais possibilitou-me argumentar que a constituio do processo de escolarizao das TICs est relacionada a um elemento por mim identificado como tendo tornado esse processo possvel, qual seja, a necessria associao das TICs educao escolarizada e pblica. Do mesmo modo, analisei a disciplinarizao como um dos processos implicados na constituio da escolarizao das TICs. Por meio desse processo, foi possvel examinar algumas prticas/estratgias disciplinares, tanto no eixo do corpo quanto no eixo dos saberes, comprometidas em adequar/ajustar as TICs a uma determinada estrutura e organizao escolarizadas.
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O principal objetivo dessa Dissertao o de investigar e mostrar a literatura infanto-juvenil e o que ela produz, juntamente com outras instncias, principalmente a mdia, como parte de uma rede de inteligibildade sobre o ser gordo, que opera como um dispositivo da magreza nas sociedades ocidentais contemporneas. A pesquisa tem como suporte terico autores da vertente psestruturalista dos Estudos Culturais, especialmente dos estudos foucaultianos em suas conexes com a educao. A expresso recorrente na pesquisa, ser gordo, utilizada devido ao entendimento de que o que est em jogo no apenas o corpo gordo, e sim, toda uma formao discursiva que, para alm de referir-se apenas ao corpo gordo, tambm abarca um modo de vermos e pensarmos a alma desses sujeitos. O corpus da pesquisa foi composto pelo: a) conjunto de materiais coletados da mdia impressa e televisiva sobre a temtica (reportagens, peas publicitrias, srie televisiva, etc.); b) 18 obras de literatura infanto-juvenil que tematizam o ser gordo; c) manifestaes do grupo de crianas que leu os livros e se expressou atravs de falas, textos e desenhos. A pesquisa pretende mostrar o dispositivo da magreza em ao na rede de inteligibilidade composta pelos discursos que circulam na mdia impressa e televisiva, nas regularidades encontradas nas tramas dos livros infanto-juvenis, como tambm nas falas coletadas no trabalho de campo. As análises procuram mostram essa operacionalizao do dispositivo da magreza atravs do isolamento dos sujeitos considerados gordos como um problema, da produo de uma determinada identidade fixada para esses sujeitos, da produo de formas de controle sobre eles, como tambm da produo de saberes da biomedicina e do campo da esttica.