72 resultados para Sistema cardiovascular Doenças Fatores de risco - Teses


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Introduo: A hipertenso fator de risco importante para doenças cardiovasculares, mas o controle da presso arterial insatisfatrio. Um dos motivos para o controle inadequado a fraca adeso entre os pacientes que recebem antihipertensivos, parcialmente explicada pela ocorrncia de eventos adversos. A incidncia de eventos adversos chega a 28% em ensaios clnicos, mas a real magnitude do problema na prtica assistencial pouco conhecida. Mtodos: Realizou-se um estudo de coorte prospectivamente planejado, acompanhada de 1989 a 2000, no ambulatrio de hipertenso arterial do Hospital de Clnicas de Porto Alegre (Diviso de Cardiologia e Farmacologia Clnica do HCPA). Os objetivos foram, determinar a incidncia de eventos adversos (EA) relacionadas terapia anti-hipertensiva, referidos por pacientes hipertensos, descrever os EA mais freqentes e os fatores de risco para ocorrncia de EA. Em cada consulta, os pacientes eram indagados sobre a presena de evento adverso e, no caso de resposta positiva, era aplicada uma lista dirigida a eventos adversos especficos. Resultados: De 1957 pacientes da coorte, 1508 preencheram os critrios de incluso e foram seguidos por 12,3 12,2 meses (mediana, 10 meses), resultando em 18548 pacientes/ms. Entre todos os pacientes includos, 534 (35,4%) apresentaram pelo menos uma queixa de evento adverso durante o acompanhamento, resultando em 28,8 pacientes com EA /1000 pacientes/ms (IC 95% 26,4 a 31,3). Entre os pacientes em tratamento farmacolgico (1366), a incidncia foi de 31,3 pacientes com EA /1000 pacientes/ms (IC 95% 28,6 a 33,9) e, entre aqueles em uso de monoterapia, de 29,6 pacientes com EA /1000 pacientes / ms ( IC 95% 22,3 a 36,9). Os pacientes em uso de mais de um anti-hipertensivo apresentaram risco relativo bruto para eventos adversos de 2,10 (IC 95% 1,67 a 2,63). Houve associao entre a classe do anti-hipertensivo usado em monoterapia e a ocorrncia de eventos adversos em algum momento do seguimento (P < 0,001), os quais foram mais freqentes com bloqueadores dos canais de clcio comparados aos tiazdicos e betabloqueadores. Entre as queixas especficas, tontura (P = 0,007), cefalia (P = 0,003) e problemas sexuais (P= 0,045) foram mais freqentes no primeiro grupo. Concluses: O presente estudo descreveu a incidncia de eventos adversos em uma coorte de pacientes hipertensos de um ambulatrio especializado, confirmando dados de estudos observacionais e ensaios clnicos que indicam que estes so problemas freqentes. O uso de mais de um anti-hipertensivo aumenta significativamente o risco de eventos adversos e, entre as classes de antihipertensivos usados em monoterapia, os tiazdicos mostram-se os mais seguros.

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Introduo: A incidncia da doena arterial coronria uma das principais causas de morbidade e motalidade em diversos pases e o estudo dos fatores de risco tm grande importncia na preveno e no tratamento dessa enfermidade. Entre outros fatores, a obesidade e a obesidade abdominal tm sido associadas com a maior incidncia de DAC. A ingesto diria de nutrientes tambm pode estar relacionada com essa doena, porm, uma vez que a alimentao complexa e contm diversos nutrientes, ainda no foi possvel elucidar o impacto da alimentao no risco de desenvolver a doena arterial coronria. Objetivo: Avaliar a relao entre o consumo alimentar dirio, a presena de obesidade abdominal e achados angiogrficos de obstruo arterial em pacientes portadores de cardiopatia isqumica, submetidos a cateterismo cardaco. Mtodos: Foi realizado um estudo transversal, com 284 pacientes submetidos a cateterismo cardaco, da unidade de hemodinmica de um hospital universitrio. Foi avaliada a RCQ, o IMC, a ingesto alimentar diria atravs de um inqurito nutricional, a anlise bioqumica do sangue e a avaliao do laudo do cateterismo cardaco. Resultados: Dos pacientes avaliados, 172 indivduos (60,6%) apresentavam alteraes em uma ou mais artrias coronrias. A ingesto mdia diria de calorias foi de 2450,56 Kcal/dia. O consumo de protenas foi em mdia 1,66 g/Kg/dia, de carboidratos foi de 3,83 g/Kg/dia e de lipdeos foi de 1,21 g/Kg/dia. A idade, o sexo masculino, os nveis sricos de triglicerdeos, o consumo de lcool e a glicemia em jejum foram estatisticamente significativos na anlise multivariada. Concluso: Nos pacientes avaliados, o consumo dirio de calorias encontra-se adequado, porm a ingesto de protenas, carboidratos e lipdeos esto inadequados. Em relao aos fatores de risco para DAC, as mulheres apresentaram maior associao para desenvolver a sndrome metablica do que os homens.

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A hipoxemia pode ocorrer durante a Colangiopancreatografia Endoscpica Retrgrada (CPER) porque alguma analgesia e sedao precisam ser realizadas. O posicionamento do paciente em pronao dificulta a ventilao adequada. Um estudo transversal controlado foi utilizado para investigar possveis fatores preditivos de dessaturao de oxignio em pacientes submetidos CPER sedados com midazolam associado meperidina. No total, 186 pacientes foram monitorados continuamente com oxmetro de pulso. A regresso de Cox adaptada por Braslow foi utilizada para identificar fatores preditivos de dessaturao relacionados ao paciente e ao exame. As variveis estudadas foram: idade, gnero, hematcrito e hemoglobina, uso de escopolamina, exame diagnstico ou teraputico, midazolam ( mdia 0,07mg/Kg) e meperidina (mdia 0,7mg/Kg), escores da Sociedade Americana de Anestesiologistas (ASA) e tempo de exame. Dos 186 pacientes, 113 no dessaturaram (60,8%), 22(11,8%) apresentaram dessaturao moderada (SpO292%) e 51 (27,4%) apresentaram dessaturao grave (SpO290%). As variveis preditivas de dessaturao de oxignio detectadas foram idade 60 anos (p=0,004; RR:1,5;IC:1,12-1,93) e escore ASA III (p=0,013) As variveis idade (60 anos ou mais) e escore ASA III foram identificadas como de risco para dessaturao em pacientes que realizam CPER sob sedao consciente. Estes pacientes necessitam de maior monitorao para saturao e hipoventilao pela enfermagem, alertando para a depresso respiratria. A utilizao do oxmetro de pulso e solicitao de respirao profunda durante o exame auxilia a diminuir estes riscos.

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O presente trabalho teve como objetivo investigar, atravs de um delineamento longitudinal retrospectivo e prospectivo, as trajetrias do comportamento delinqente, em adolescentes infratores brasileiros. Tambm se investigou variveis individuais, familiares e sociais, consideradas fatores de risco para a delinqncia. Participaram 200 adolescentes, do sexo masculino, de baixo nvel scio-econmico, que cumpriam medidas scio-educativas pelo cometimento de atos infracionais. Os adolescentes foram entrevistados individualmente e sua trajetria de vida foi acompanhada durante dois anos. Os resultados mostraram que em 72,5% dos adolescentes investigados ocorreu a desistncia do comportamento delinqente, e que em 26,5% ocorreu a persistncia do comportamento delinqente. Durante a realizao da pesquisa dois adolescentes foram mortos. Anlises de regresso mostraram que os melhores preditores destas trajetrias foram variveis contextuais: trabalhar antes do cometimento dos atos infracionais, o nmero de internaes em unidades de proteo durante a infncia e a trajetria de insero no sistema de atendimento criana e/ou adolescente em situao de risco. Os resultados indicaram tambm a presena de caractersticas pessoais saudveis nos jovens investigados, tais como um estilo atribucional interno, estratgias de coping adaptativas, altos nveis de auto-estima e baixos ndices de depresso. Estes resultados devem ser levados em conta nas estratgias de interveno com adolescentes em situao de risco social e pessoal para a delinqncia. Tambm confirmam a importncia de intervenes que tenham como foco no somente os jovens, mas tambm sua comunidade, sua famlia, sua escola e o planejamento de programas que incrementem oportunidades de emprego.

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Objeto: As relaes entre caractersticas das malformaes arteriovenosas cerebrais (MAV) como o tamanho, localizao e a angioarquitetura com o risco subseqente de hemorragia podem ser teis para previso do comportamento das MAV e podem guiar estratgias de tratamento. Mtodos: Ns analisamos prospectivamente 390 pacientes com MAV cerebrais no Grupo de Estudo de Malformaes Vasculares cerebrais da Universidade de Toronto. A localizao, o tamanho, detalhes da angioarquitetura, suprimento sangneo e a forma de apresentao clnica foram anotados no incio do seguimento. Quarenta e seis pacientes tiveram sangramento devido MAV em um seguimento de 1205 paciente/anos (mdia de 3,1 anos/paciente). Na anlise ajustada para as mltiplas caractersticas da MAV, malformaes grandes sangraram mais freqentemente que leses pequenas (OR=2,5; 95%CI=1,41 a 4,35; p<0.0001) e MAV profundas tiveram mais sangramentos no seguimento que as superficiais (OR=5,56; 95%CI=2,63 a 12,5; p<0.0001) . Concluses: As MAV profundas e as grandes foram significativamente mais predispostas a eventos hemorrgicos no seguimento.

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O presente estudo procura avaliar as possveis patologias que se manifestam como hiperecogenicidade dos vasos talmicos (HEVT) ultra-sonografia cerebral (USC) e observar a freqncia com que ocorrem. A amostra foi constituda de 206 recm-nascidos (RNs) prematuros nascidos no Hospital de Clnicas de Porto Alegre (HCPA) no perodo de julho de 1998 a maio de 1999. Todos os RNs realizaram a USC na primeira semana de vida. Foram includos no estudo aqueles prematuros que necessitaram de internao hospitalar e que tiveram o termo de consentimento informado assinado por um dos responsveis. Foram excludos aqueles cuja USC evidenciava sangramento cerebral e/ou malformaes congnitas associadas e os que evoluram para bito antes da realizao do exame. A USC levou identificao de 65 RNs prematuros com HEVT e 141 RNs prematuros sem HEVT. A forma de apresentao do tipo plvica ao nascimento, a maior idade gestacional, o maior peso do RN ao nascimento e a classificao grande para a idade gestacional foram fatores de risco para a ocorrncia de HEVT. A presena de hipertenso materna durante o perodo de gestao tendeu a ser fator de proteo para HEVT. Os RNs que apresentaram crises convulsivas durante o perodo de internao hospitalar tiveram risco 3,2 vezes maior de ter HEVT quando comparados com os RNs que no apresentaram crises convulsivas.

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Esta tese consiste em dois estudos qualitativos, que investigam os processos de resilincia e vulnerabilidade em trs famlias - uma nuclear, uma reconstituda e uma uniparental, que vivem em condies adversas. Foram includas famlias com diferentes configuraes com o objetivo de analisar a influncia deste aspecto para os processos de resilincia e vulnerabilidade. Fatores de risco e proteo em nvel intra e extrafamiliar foram analisados, com base na teoria dos sistemas ecolgicos. A condio de risco foi determinada a priori a partir da situao de pobreza destas famlias e da violncia existente na comunidade na qual elas vivem. O objetivo do primeiro estudo foi apresentar o mtodo de insero ecolgica e os dados obtidos por meio dele, analisando o contexto no qual vivem as famlias. A insero ecolgica consistiu no acompanhamento das famlias, por quatro anos, pela equipe de pesquisa na comunidade, e incluiu observaes, conversas informais e entrevistas formais com os membros das famlias. O objetivo do segundo estudo foi analisar os processos de vulnerabilidade e resilincia familiar atravs do mtodo de estudo de caso com as trs famlias, nos quais foram examinados diversos aspectos, como prticas educativas, qualidade da parentalidade, experincia dos pais em suas famlias de origem, apoio conjugal e social. A anlise dos dois estudos permitiu identificar diversos fatores de risco e proteo, internos e externos a cada uma das famlias. A pobreza e a violncia existente na comunidade tendem a potencializar os efeitos negativos associados com fatores de risco internos famlia, como a violncia domstica, o alcoolismo e a depresso materna. No entanto, na ausncia destes fatores, a pobreza e a violncia no atuam como risco para estas famlias, uma vez que parecem ser moderadas pela presena de fatores de proteo, tanto internos como externos famlia, como as caractersticas pessoais dos seus membros, a coeso familiar e o apoio conjugal/social. A interao destes fatores de proteo contribui para a promoo da resilincia, tanto atravs de um processo compartilhado pela famlia como um todo, como atravs de processos individuais. A insero da equipe de pesquisa na comunidade e nas histrias das famlias possibilitou uma interveno, pois foi possvel compartilhar das relaes familiares, conhecer as dificuldades enfrentadas por elas no cotidiano e promover reflexo e insight, que proporcionaram bem-estar, apoio emocional e instrumental e melhoria da qualidade de vida. Tal insero garantiu a validade ecolgica da tese.

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Introduo: a obteno de um bom controle metablico essencial para a preveno das complicaes crnicas do Diabetes Melito (DM). O tratamento complexo e depende da implementao efetiva das diferentes estratgias teraputicas disponveis. Para que isso seja possvel, necessrio que o paciente entenda os princpios teraputicos e consiga execut-los. A precria educao em diabetes percebida como um dos obstculos para o alcance das metas teraputicas. Objetivo: analisar, os fatores associados ao controle metablico, em pacientes com DM tipo 2 (DM2) no usurios de insulina. Mtodos: foi realizado um estudo transversal em pacientes com DM2 no usurios de insulina, selecionados ao acaso entre aqueles que consultavam nos ambulatrios de Medicina Interna, Endocrinologia e Enfermagem do Hospital de Clnicas de Porto Alegre. Os pacientes foram submetidos avaliao clnica, laboratorial e responderam um questionrio que inclua o tipo de tratamento realizado para DM, outros medicamentos e co-morbidades, pesquisa de complicaes em ano prvio e avaliao do conhecimento sobre DM. Os pacientes foram classificados em dois grupos, com bom ou mau controle glicmico, de acordo com o valor da glico-hemoglobina de 1 ponto % acima do limite superior do mtodo utilizado. As comparaes entre variveis contnuas, com distribuio normal, foram analisadas pelo teste t de Student para amostras no-pareadas e para as variveis de distribuio assimtrica ou com varincia heterognea o teste U de Mann-Whitney. A comparao entre percentagem foi feita pelo teste de qui-quadrado ou exato de Fisher. Foi realizada uma anlise logstica mltipla para identificar os fatores mais relevantes associados ao controle metablico (varivel dependente). As variveis independentes com um nvel de significncia de P < 0,1 na anlise bivariada, foram includas no modelo. Resultados: foram avaliados 143 pacientes com DM2, idade de 59,3 10,1 anos, durao conhecida do DM 7,5 6,3 anos, ndice de massa corporal (IMC) de 29,7 5,2 kg/m.Destes, 94 pacientes (65,73%) apresentavam bom controle glicmico. Os pacientes com mau controle glicmico usavam mais anti-hiperglicemiantes orais como monoterapia (OR = 9,37; IC = 2,60-33,81; P=0,004) ou associados (OR = 31,08; IC = 7,42-130,15; P < 0,001). Da mesma maneira, no fizeram dieta em dias de festa (OR = 3,29; IC = 1,51-7,16; P = 0,012). A incluso do conhecimento sobre diabetes no foi diferente entre os pacientes com bom ou mau controle glicmico (OR = 1,08; IC = 0,97 - 1,21; P = 0,219). A anlise multivariada demonstrou que a consulta com a enfermeira educadora (OR = 0,24; IC = 0,108-0,534; P = 0,003), com o endocrinologista (OR = 0,15 ; IC = 0,063-0,373; P = 0,001) e o uso de hipolipemiantes (OR = 0,10; IC = 0,016 - 0,72; P = 0,054) foram associados ao bom controle glicmico, ajustados para a no realizao de dieta em festas, uso de anti-hiperglicemiantes orais e conhecimento sobre diabetes. Concluso: o controle metablico em pacientes DM2 influenciado pelas atividades de educao com enfermeira e endocrinologista. O tratamento do DM2 deve incluir atividades de educao de forma sistemtica.

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O uso de cateteres venosos centrais (CVC) para fins diagnsticos e teraputicos est incorporado prtica mdica diria. Complicaes srias, com elevada morbidade e mortalidade, como a sepse, esto associadas a este procedimento. O diagnstico das infeces relacionadas a cateter fundamentado em sinais clnicos e laboratoriais. Os fatores de risco para infeco devem ser considerados por ocasio da utilizao de CVC e esto relacionados ao paciente, ao cateter, ao tipo de soluo administrada, ao profissional que manipula o cateter e ao agente etiolgico. A identificao destes fatores permite a interveno precoce sobre os mesmos e o manejo adequado do CVC e das complicaes clnicas relacionadas.

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O transplante heptico o tratamento de escolha para uma srie de doenças terminais agudas e crnicas do fgado. Contudo, sua oferta tem sido restringida pela falta de doadores, o que tem provocado o aumento do nmero de pacientes em lista de espera. A escassez de rgos condiciona a aceitao para transplante de enxertos provindos de doadores sem as melhores condies para tal os chamados doadores marginais. O dano de isquemia/reperfuso (IR) resultado dos fatores perioperatrios inerentes ao procedimento, incluindo as condies do doador. Quanto pior o doador, pior o rgo transplantado, e maior a possibilidade de desenvolvimento de disfuno primria do enxerto (DPE). DPE comumente definida pela elevao das enzimas hepticas. As aminotransferases, entretanto, podem alterar-se por outras complicaes que no a leso de isquemia/reperfuso. A histologia heptica, por sua vez, pode fornecer informaes acerca da IR. Com o objetivo de estimar a extenso histolgica do dano de preservao (necrose hepatocelular e neutrofilia sinusoidal), correlacion-la a variveis bioqumicas (ndice de reperfuso: AST + ALT + LDH / 3) e avaliar a sua influncia no perodo ps-operatrio imediato (at 7 dias), foi realizado um estudo transversal com anlise sistemtica de 55 pacientes adultos que receberam seu primeiro enxerto heptico entre Setembro de 1996 e Dezembro de 1999. Foram comparados os fatores de risco relacionados ao doador, ao receptor, ao procedimento cirrgico e ao perodo ps-operatrio e analisadas as bipsias feitas antes e imediatamente aps o procedimento cirrgico. Houve dano de preservao em todos os pacientes estudados tanto por critrios anatomopatolgicos quanto por critrios bioqumicos. Houve associao significativa entre os achados bioqumicos e histolgicos (p=0,04; coeficiente gamma=0,49). A extenso da necrose hepatocitria parece ser o dado anatomopatolgico isolado que melhor se relaciona ao ndice de reperfuso (p=0,05; coeficiente gamma=0,48). Houve associao entre DPE e a histologia heptica (p=0,02). O ndice bioqumico associou-se DPE (p=0,001) e incidncia de insuficincia renal aguda (IRA) (p<0,0001). A mortalidade inicial foi maior nos pacientes com ndice de reperfuso grave (p=0,002). O ndice de reperfuso foi um fator de risco independente para a funo do enxerto (p=0,004) e IRA (0,04). A sobrevida atuarial em 1 ano foi significativamente menor nos pacientes com dano de preservao grave (p=0,003). A anlise da bipsia de reperfuso capaz de detectar o dano de preservao sofrido pelo enxerto e se correlaciona s variveis bioqumicas em sua estimativa.

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Introduo: O diagnstico microbiolgico da infeco por Legionella complexo, pois a bactria no visualizada colorao de Gram no escarro, e sua cultura no realizada na maioria dos laboratrios clnicos. A imunofluorescncia direta nas secrees respiratrias tem baixa sensibilidade, em torno de 40% e a tcnica da PCR no ainda recomendada para o diagnstico clnico (CDC, 1997). A deteco de anticorpos no soro a tcnica mais utilizada, e o critrio definitivo a soroconverso para no mnimo 1:128, cuja sensibilidade de 70 a 80% (Edelstein, 1993). Como critrios diagnsticos de possvel pneumonia por Legionella, eram utilizados: ttulo nico de anticorpos a L pneumophila positivo na diluio 1:256, em paciente com quadro clnico compatvel (CDC, 1990) e o achado de antgeno a Legionella na urina (WHO, 1990). Nos ltimos anos, porm, com o uso crescente do teste de antigenria, foram detectados casos de pneumonia por Legionella, que no eram diagnosticados por cultura ou sorologia, tornando-o mtodo diagnstico de certeza para o diagnstico de pneumonia por Legionella (CDC, 1997). Por sua fcil execuo, resultado imediato, e alta sensibilidade - de 86% a 98% (Kashuba & Ballow, 1986; Harrison & Doshi, 2001), tem sido recomendado para o diagnstico das PAC que necessitam internao hospitalar (Mulazimoglu & Yu, 2001; Gupta et al., 2001; Marrie, 2001), especialmente em UTI (ATS, 2001). Vrios estudos documentaram baixo valor preditivo positivo do ttulo nico positivo de 1:256, tornando-o sem valor para o diagnstico da pneumonia por Legionella, exceto, talvez, em surtos (Plouffe et al., 1995). Outros detectaram alta prevalncia de anticorpos positivos na diluio 1:256 na populao, em pessoas normais (Wilkinson et al., 1983; Nichol et al., 1991). A partir de 1996, o CDC de Atlanta recomendou que no seja mais utilizado o critrio de caso provvel de infeco por Legionella pneumophila por ttulo nico de fase convalescente 1:256, por falta de especificidade(CDC, 1997). A pneumonia por Legionella raramente diagnosticada, e sua incidncia subestimada. Em estudos de PAC, a incidncia da pneumonia por Legionella nos EUA, Europa, Israel e Austrlia, foi estimada entre 1% a 16% (Muder & Yu, 2000). Nos EUA, foi estimado que cerca de 8 000 a 23 000 casos de PAC por Legionella ocorrem anualmente, em pacientes que requerem hospitalizao (Marston et al., 1994 e 1977). No Brasil, a incidncia de PAC causadas por Legionella em pacientes hospitalizados tema de investigao pertinente, ainda no relatado na literatura. Objetivo: detectar a incidncia de pneumonias causadas por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, em pacientes que internaram no Hospital de Clnicas de Porto Alegre por PAC, por um ano. Material e Mtodos: o delineamento escolhido foi um estudo de coorte (de incidncia), constituda por casos consecutivos de pneumonia adquirida na comunidade que internaram no HCPA de 19 de julho de 2000 a 18 de julho de 2001. Para a identificao dos casos, foram examinados diariamente o registro computadorizado das internaes hospitalares, exceto as internaes da pediatria e da obstetrcia, sendo selecionados todos os pacientes internados com o diagnstico de pneumonia e de insuficincia respiratria aguda. Foram excludos aqueles com menos de 18 anos ou mais de 80 anos; os procedentes de instituies, HIV-positivos, gestantes, pacientes restritos ao leito; e portadores de doena estrutural pulmonar ou traqueostomias. Foram excludos os pacientes que tivessem tido alta hospitalar nos ltimos 15 dias, e aqueles j includos no decorrer do estudo. Os pacientes selecionados foram examinados por um pesquisador, e includos para estudo se apresentassem infiltrado ao RX de trax compatvel com pneumonia, associado a pelo menos um dos sintomas respiratrios maiores (temperatura axilar > 37,8C, tosse ou escarro; ou dois sintomas menores (pleurisia, dispnia, alterao do estado mental, sinais de consolidao ausculta pulmonar, mais de 12 000 leuccitos/mm3). O estudo foi previamente aprovado pela Comisso de tica em Pesquisa do HCPA. Os pacientes eram entrevistados por um pesquisador, dando seu consentimento por escrito, e ento seus dados clnicos e laboratoriais eram registrados em protocolo individual. No houve interferncia do pesquisador, durante a internao, exceto pela coleta de urina e de sangue para exame laboratoriais especficos da pesquisa. Os pacientes eram agendados, no ambulatrio de pesquisa, num prazo de 4 a 12 semanas aps sua incluso no estudo, quando realizavam nova coleta de sangue, RX de trax de controle, e outros exames que se fizessem necessrios para esclarecimento diagnstico.Todos os pacientes foram acompanhados por 1 ano, aps sua incluso no estudo.Foram utilizadas a tcnica de imunofluorescncia indireta para deteco de anticorpos das classes IgG, IgM e IgA a Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6 no soro, em duas amostras, colhidas, respectivamente, na 1 semana de internao e depois de 4 a 12 semanas; e a tcnica imunolgica por teste ELISA para a deteco do antgeno de Legionella pneumophila sorogrupo 1 na urina, colhida na primeira semana de internao. As urinas eram armazenadas, imediatamente aps sua coleta, em freezer a 70C, e depois descongeladas e processadas em grupos de cerca de 20 amostras. A imunofluorescncia foi feita no laboratrio de doenças Infecciosas da Universidade de Louisville (KY, EUA), em amostras de soro da fase aguda e convalescente, a partir da diluio 1:8; e a deteco do antgeno de Legionella pneumophila sorogrupo 1, nas amostras de urina, foi realizada no laboratrio de pesquisa do HCPA, pelos investigadores, utilizando um kit comercial de teste ELISA fabricado por Binax (Binax Legionella Urinary Enzyme Assay, Raritan, EUA). As urinas positivas eram recongeladas novamente, para serem enviadas para confirmao no mesmo laboratrio americano, ao fim do estudo. Foram adotados como critrios definitivos de infeco por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, a soroconverso (elevao de 4 vezes no ttulo de anticorpos sricos entre o soro da fase aguda e da fase convalescente para no mnimo 1:128); ou o achado de antgeno de L pneumophila sorogrupo 1 na urina no concentrada, numa razo superior a 3, conforme instrues do fabricante e da literatura.Os pacientes foram classificados, de acordo com suas caractersticas clnicas, em 1) portadores de doenças crnicas (doenças pulmonares, cardacas, diabete mellitus, hepatopatias e insuficincia renal); 2) portadores de doenças subjacentes com imunossupresso; 3) pacientes hgidos ou com outras doenças que no determinassem insuficincia orgnica. Imunossupresso foi definida como esplenectomia, ser portador de neoplasia hematolgica, portador de doena auto-imune, ou de transplante; ou uso de medicao imunossupressora nas 4 semanas anteriores ao diagnstico (Yu et al., 2002b); ou uso de prednisolona 10 mg/dia ou equivalente nos ltimos 3 meses (Lim et al., 2001). As caractersticas clnicas e laboratoriais dos pacientes que evoluram ao bito por pneumonia foram comparados quelas dos pacientes que obtiveram cura. Para a anlise das variveis categricas, utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher. Para as variveis numricas contnuas, utilizou-se o teste t de Student. Um valor de p< 0,05 foi considerado como resultado estatisticamente significativo (programas SPSS, verso 10). Foi calculada a freqncia de mortes por pneumonia na populao estudada, adotando-se a alta hospitalar como critrio de cura. Foi calculada a incidncia cumulativa para pneumonia por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, em um hospital geral, no perodo de 1 ano. Resultados: durante um ano de estudo foram examinados 645 registros de internao, nos quais constavam, como motivo de baixa hospitalar, o diagnstico de pneumonia ou de insuficincia respiratria aguda; a maioria desses diagnsticos iniciais no foram confirmados. Desses 645 pacientes, foram includos no estudo 82 pacientes, nos quais os critrios clnicos ou radiolgicos de pneumonia foram confirmados pelos pesquisadores. Durante o acompanhamento desses pacientes, porm, foram excludos 23 pacientes por apresentarem outras patologias que mimetizavam pneumonia: DPOC agudizado (5), insuficincia cardaca (3), tuberculose pulmonar (2), colagenose (1), fibrose pulmonar idioptica (1), edema pulmonar em paciente com cirrose (1), somente infeco respiratria em paciente com sequelas pulmonares (4); ou por apresentarem critrios de excluso: bronquiectasias (4), HIV positivo (1), pneumatocele prvia (1). Ao final, foram estudados 59 pacientes com pneumonia adquirida na comunidade, sendo 20 do sexo feminino e 39 do sexo masculino, com idade entre 24 e 80 anos (mdia de 57,6 anos e desvio padro de 10,6). Tivemos 36 pacientes com doenças subjacentes classificadas como doenças crnicas, dos quais 18 pacientes apresentavam mais de uma co-morbidade, por ordem de prevalncia: doenças pulmonares, cardacas, diabete mellitus, hepatopatias e insuficincia renal; neoplasias ocorreram em 9 pacientes, sendo slidas em 7 pacientes e hematolgicas em 2. Dos 59 pacientes, 61% eram tabagistas e 16,9%, alcoolistas. Do total, 10 pacientes apresentavam imunossupresso. Dos demais 13 pacientes, somente um era previamente hgido, enquanto os outros apresentavam tabagismo, sinusite, anemia, HAS, gota, ou arterite de Takayasu. A apresentao radiolgica inicial foi broncopneumonia em 59,3% dos casos; pneumonia alveolar ocorreu em 23,7% dos casos, enquanto ambos padres ocorreram em 15,2% dos pacientes. Pneumonia intersticial ocorreu em somente um caso, enquanto broncopneumonia obstrutiva ocorreu em 5 pacientes (8,5%). Derrame pleural ocorreu em 22% dos casos, e em 21 pacientes (35%) houve comprometimento de mais de um lobo ao RX de trax. Foram usados beta-lactmicos para o tratamento da maioria dos pacientes (72,9%9). A segunda classe de antibiticos mais usados foi a das fluoroquinolonas respiratrias, que foram receitadas para 23 pacientes (39,0%), e em 3 lugar, os macroldeos, usados por 11 pacientes (18,6%). Apenas 16 pacientes no usaram beta-lactmicos, em sua maioria recebendo quinolonas ou macroldeos. Dos 43 pacientes que usaram beta-lactmicos, 25 no usaram nem macroldeos, nem quinolonas. Em 13 pacientes as fluoroquinolonas respiratrias foram as nicas drogas usadas para o tratamento da pneumonia. Do total, 8 pacientes foram a bito por pneumonia; em outros 3 pacientes, o bito foi atribudo a neoplasia em estgio avanado. Dos 48 pacientes que obtiveram cura, 33 (68,7%) estavam vivos aps 12 meses. Os resultados da comparao realizada evidenciaram tendncia a maior mortalidade no sexo masculino e em pacientes com imunossupresso, porm essa associao no alcanou significncia estatstica. Os pacientes que usaram somente beta-lactmicos no apresentaram maior mortalidade do que os pacientes que usaram beta-lactmicos associados a outras classes de antibiticos ou somente outras classes de antibiticos. Examinando-se os pacientes que utiizaram macroldeos ou quinolonas em seu regime de tratamento, isoladamente ou combinados a outros antibiticos, observou-se que tambm no houve diferena dos outros pacientes, quanto mortalidade. Os pacientes com padro radiolgico de pneumonia alveolar tiveram maior mortalidade, e essa diferena apresentou uma significncia limtrofe (p= 0,05). Nossa mortalidade (11,9%) foi similar de Fang et al. (1990), em estudo clssico de 1991 (13,7%); foi tambm similar mdia de mortalidade das PAC internadas no em UTI (12%), relatada pela ATS, no seu ltimo consenso para o tratamento emprico das PAC (ATS, 2001). Foram detectados 3 pacientes com pneumonia por Legionella pneumophila sorogrupo 1 na populao estudada: 2 foram diagnosticados por soroconverso e por antigenria positiva, e o 3 foi diagnosticado somente pelo critrio de antigenria positiva, tendo sorologia negativa, como alguns autores (McWhinney et al., 2000). Dois pacientes com PAC por Legionella no responderam ao tratamento inicial com beta-lactmicos, obtendo cura com levofloxacina; o 3 paciente foi tratado somente com betalactmicos, obtendo cura. Concluses: A incidncia anual de PAC por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, no HCPA, foi de 5,1%, que representa a incidncia anual de PAC por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6 em um hospital geral universitrio. Comentrios e Perspectivas: H necessidade de se empregar mtodos diagnsticos especficos para o diagnstico das pneumonias por Legionella em nosso meio, como a cultura, a sorologia com deteco de todas as classes de anticorpos, e a deteco do antgeno urinrio, pois somente com o uso simultneo de tcnicas complementares pode-se detectar a incidncia real de pneumonias causadas tanto por Legionella pneumophila, como por outras espcies. A deteco do antgeno de Legionella na urina o teste diagnstico de maior rendimento, sendo recomendado seu uso em todas as PAC que necessitarem internao hospitalar (Mulazimoglu & Yu, 2001; Gupta et al., 2001); em todos os pacientes com PAC que apresentarem fatores de risco potenciais para legionelose (Marrie, 2001); e para o diagnstico etiolgico das pneumonias graves (ATS, 2001). Seu uso indicado, com unanimidade na literatura, para a pesquisa de legionelose nosocomial e de surtos de legionelose na comunidade.