36 resultados para articulação vida profissional e familiar


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Esse estudo teve como objetivo central compreender por que os alunos do curso de licenciatura em música fizeram essa escolha profissional, centrando-se em questões como: Por que especificamente esse curso e não outro? O que esperavam encontrar nele? Que triagem fizeram? Como ele figurou em suas expectativas profissionais no momento de escolha? A opção metodológica foi o estudo de caso, por sua possibilidade de aprofundamento e distanciamento de visões pre-estabelecidas. A unidade de caso escolhida foi um grupo de doze ingressos do ano de 2003, do curso de licenciatura em música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. As referências teóricas centraram-se na concepção do indivíduo como ser social e da escolha profissional como um evento também social. Nesse sentido foram adotados alguns conceitos de Pierre Bourdieu (1979, 1980, 1983, 1987) como habitus, estilo de vida e campo e, também, considerações sobre escolha e identidade profissional vistas em Soares (2002) e Dubar (1997), respectivamente. O estudo contribuiu para uma visão mais aprofundada das motivações sociais-individuais que levaram a unidade de caso à escolha pela licenciatura. Indicou que, por vezes, os candidatos demonstraram não ter noção da formação profissional e dos objetivos prescípuos do curso que escolheram, tendo as identidades de músico e de professor delineadas harmônicas e, às vezes, conflitantes. Demonstrou também que, para alguns dos calouros, a escolha esteve vinculada inicialmente à possibilidade de continuar os estudos músico- instrumentais e que estes, no momento da escolha, tinham uma visão superficial da diferença entre os cursos de licenciatura e bacharelado em música, basicamente sustentada pelas imposições dos respectivos testes específicos anteriores ao ingresso e pela percepção que relacionava a licenciatura a melhores oportunidades no mercado de trabalho. Além disso o estilo de vida, na totalidade da unidade de caso pesquisada, revelou uma identificação precoce e um forte desejo de pertencimento ao mundo da cultura, da arte, do brilho artístico e da partilha de saberes a esse respeito como componente importante para a decisão profissional: pela música, em primeiro lugar, e, pela licenciatura, finalmente.

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Introdução: Pirose e regurgitação são manifestações da Doença do Refluxo Gastresofágico (DRGE) que ocorrem freqüentemente no terceiro trimestre da gravidez, porém seu impacto na qualidade de vida de gestantes é pouco conhecido. Objetivos: 1. Mensurar a qualidade de vida em gestantes no terceiro trimestre da gravidez com Pirose e Regurgitação; 2. Avaliar a relação entre Pirose e Regurgitação e a dieta. Pacientes e Métodos: Gestantes no terceiro trimestre acompanhadas ambulatorialmente foram entrevistadas para colher dados referentes à história obstétrica, freqüência, intensidade e passado de P e R, qualidade de vida (mensurada a partir do questionário genérico SF-36), ingestão alimentar (avaliada por recordatório de 24h) e medidas antropométricas; Resultados: Foram estudadas consecutivamente 82 gestantes: 62 com pirose e/ou regurgitação e 20 assintomáticas. Pirose foi relatada por 62 (76%) gestantes e regurgitação por 58 (71%). A idade gestacional média foi 33,8±3,7 semanas, 35 (43%) apresentavam história familiar positiva de pirose e/ou regurgitação e 57 (70%) não apresentavam tais sintomas fora da gravidez. Houve redução estatisticamente significativa na qualidade de vida das gestantes sintomáticas nos seguintes domínios: Para pirose, em Limitação Física e Aspectos Sociais; para regurgitação, em Limitação Física, Aspectos Sociais, Aspectos Emocionais e Dor. Houve concordância entre presença de pirose em gestações passadas e a atual. Gestantes com pirose apresentaram-se significativamente com maior peso corporal. Ácidos graxos poli e monoinsaturados, cafeína, ácido ascórbico e sulfato ferroso foram significativamente associados com pirose e/ou regurgitação. Conclusões: 1.Pirose e / ou regurgitação diminuíram a qualidade de vida em gestantes no terceiro trimestre; 2. ácidos graxos, cafeína, ácido ascórbico e sulfato ferroso estiveram associados com pirose e/ou regurgitação.

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Observa-se que indivíduos e idosos, particularmente, utilizam diversas práticas terapêuticas, buscando o alívio ou a cura de algum desconforto físico ou mental. Culturalmente, em diferentes sociedades, os indivíduos utilizam-se de vários recursos para manter-se com saúde; além das práticas "formais", fazem uso de fórmulas caseiras ou medicamentos que possuem em casa. Com este estudo objetivou-se conhecer e compreender o uso de práticas terapêuticas entre idosos residentes em área urbana, na Zona Leste do município de Porto Alegre. Trata-se de um estudo exploratório descritivo com abordagem qualitativa. Foram desenvolvidas entrevistas semi-estruturadas com 24 idosos. Processou-se a caracterização sociodemográfica desses idosos e a análise temática das informações coletadas. Os idosos entrevistados eram na maioria do sexo feminino, com média de idade de 68 anos, tinham 4 anos completos de estudos, e renda familiar, em média, de três salários mínimos, a metade dentre eles possuía convênio de saúde particular. Para metade dos idosos entrevistados a saúde era considerada como ausência de doença, outra parcela considerava que o processo saúde e doença está diretamente ligado aos usos sociais do corpo, como, por exemplo, o trabalho e a realização de atividades diárias. Dentre os participantes 4 referiram a saúde como um processo mais complexo no sentindo de qualidade de vida, dependente de fatores biopsicossocias. A principal prática terapêutica referida pelos entrevistados foi a automedicação. Dessa forma, verifica-se que mesmo as práticas terapêuticas informais sofreram um processo de medicalização. O uso de chás caseiros restringe-se a problemas considerados comuns. A outra prática terapêutica referida pelos idosos foi a busca por um profissional médico. Esse fato foi evidenciado principalmente entre aqueles que possuem convênios de saúde. A busca por terapeutas populares foi a prática menos referida. Acredita-se que isso foi influenciado pela presença do profissional de saúde e pelo receio de serem "repreendidos". Outro fato que se observou foi a utilização simultânea de diferentes práticas terapêuticas. O que motiva a escolha por uma, ou outra alternativa, é a duração e a gravidade do desconforto físico e acessibilidade dos recursos terapêuticos. Observou-se um processo crescente de medicalização entre os entrevistados, influenciado pelo mercado da saúde e também pela mídia. Isso pode ser verificado pela busca de soluções mágicas e sem esforços que são a primeira opção, pois respondem à lógica da urgência e do mercado farmacêutico que acaba por induzir esses comportamentos imediatos. Considera-se que por meio da análise e discussão crítica da temática, pode-se subsidiar a capacitação de profissionais no campo da Educação em saúde e do trabalho da Enfermagem em particular, favorecendo, assim, os processos de autocuidado e de resolutividade terapêutica para os problemas da população idosa.

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De acordo com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano de 2000 (PMPA, 2004a, 2004b), existem grandes disparidades socioeconômicas entre os bairros Rubem Berta e Moinhos de Vento, em Porto Alegre/RS. Como exemplo, o rendimento médio mensal dos responsáveis pelo domicílio nos bairros referidos, captados em 2000, foi de 29,33 salários mínimos no bairro Moinhos de Vento e de 4,05 salários mínimos no bairro Rubem Berta. Inicialmente, elege-se o quesito renda para, então, partir-se em busca de dimensões mais abrangentes em termos de qualidade de vida. Objetiva-se verificar o acesso à qualidade de vida dos habitantes dos bairros Rubem Berta e Moinhos de Vento realizando-se um estudo comparativo entre os dois bairros pesquisados, por meio da Abordagem da Capacitação e, mais especificamente, das capacitações centrais de Martha Nussbaum (2000), como também sob a impressão dos próprios sujeitos estudados. Discute-se também a possibilidade do enfoque da capacitação contribuir para a elaboração e avaliação de programas sociais. Uma pesquisa de campo caracteriza o tipo de estudo. O método de investigação é a análise interpretativa, fundamentada em entrevistas baseadas nas dez capacitações centrais de Nussbaum (2000), bem como nos métodos comparativo e observacional casual. As entrevistas foram realizadas junto a membros das associações de moradores dos bairros Rubem Berta (Associação Comunitária de Moradores do Conjunto Residencial Rubem Berta - AMORB) e Moinhos de Vento (Moinhos Vive). Como resultados, a pesquisa apresenta alguns elementos que levam a crer que seis blocos temáticos (dos dez abordados) sintetizam as maiores preocupações dos moradores do bairro Rubem Berta (saúde; violência; nutrição e habitação; planejamento familiar; educação, cultura e diversão; e meio ambiente), e que dois blocos temáticos (violência e meio-ambiente) constituem as maiores preocupações do bairro Moinhos de Vento.

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Este estudo investigou o processo de tornar-se mãe em mulheres primíparas. Foram examinados quatro estudos de casos em três momentos: no final da gestação e no terceiro e oitavo mês de vida do bebê. As entrevistas realizadas nestes momentos foram analisadas com base na teoria psicanalítica, utilizando-se de quatro eixos teóricos interpretativos. O primeiro deles, o narcisismo, refere-se à necessidade de a mãe atualizar e reeditar o narcisismo infantil na relação com o seu bebê. O segundo, o mito familiar, refere-se ao lugar revelado através do discurso dirigido ao personagem que o bebê encarna e que será determinante para a constituição subjetiva dessa criança em particular. O terceiro, o Complexo de Édipo, refere-se ao destino possível para a maternidade esboçado pela herança identificatória infantil. Por fim, o quarto, o bebê imaginado (na gestação) e características do bebê (depois do nascimento), relacionam-se ao processo imaginativo materno sobre o futuro bebê e às atualizações do bebê imaginado ao bebê da realidade. Além de enfatizarem o momento atual, os relatos das mães durante as entrevistas acentuaram questões da própria infância e a relação com os próprios pais ou substitutos, o que permitiu compreender as atualizações e reedições da sua história constitutiva na relação com o bebê. Discutidos à luz da literatura os relatos e análises permitem pensar o processo de tornar-se mãe como uma reconstituição psíquica das mães pela atualização e reedição da própria constituição infantil.

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Esse trabalho analisa as condições sociais de emergência e as dinâmicas de participação na defesa de causas ambientais no estado do Rio Grande do Sul entre 1970 e início dos anos 2000. As mobilizações ambientalistas ocorridas em tal estado no início dos anos 70 são consideradas pela literatura pertinente como um dos marcos principais do nascimento do ambientalismo no Brasil, devido ao caráter precursor das associações e lideranças que participavam de tais mobilizações. Trata-se de demonstrar que elas também são representativas da configuração de um militantismo de reconversão profissional para atuação nas mais diferentes esferas sociais. Tal caracterização do ambientalismo como uma “área de atuação profissional” está relacionada ao fato de se tratar de uma causa cuja emergência e consolidação foi influenciada por variáveis exógenas e, mais especificamente, pela pressão e formulação de diretrizes ambientais nas instâncias internacionais. Ela resulta também da conformação das forças sociais e políticas que participaram das mobilizações e organizações nos diferentes momentos de sua constituição. Ela está respaldada em concepções militantistas da formação e do exercício profissional, segundo as quais a “profissão” sempre implica a capacidade ou a competência de associar os recursos adquiridos durante o processo de escolarização à “realidade” e à “prática” política Todavia, as mobilizações ambientalistas ocorridas a partir da década de 70 e sua expansão nos anos oitenta se caracterizam pela diversificação dos padrões de utilização da formação escolar e universitária como instrumento de politização para a atuação profissional em diferentes esferas de atividade. Passa-se de uma situação em que as predisposições e os recursos para tal militantismo resultavam da bagagem cultural e política vinculada ao meio familiar, para uma outra na qual eles resultam das inserções dos dirigentes em diversas redes de organizações e de “movimentos sociais”. Com isso, as gratificações obtidas com tal militantismo e as bases que sustentam e dão acesso ao exercício profissional nessas diversas esferas de atividade se encontram diretamente ligadas à vinculação simultânea dos dirigentes em tais redes sociais. Por isso, os objetivos e as intervenções associativas nas instâncias de proteção ambiental têm se caracterizado por um elevado grau de atomização e de segmentação e são muito difíceis de serem conciliadas, sendo que quando isso acontece é de forma muito circunstancial e provisória.