21 resultados para terceiro debate téorico em Relações Internacionais


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Este trabalho surge de questionamentos de um professor de língua materna: por que professores que orientam a aquisição da escrita não se sentem à vontade para escrever? Que relação estes professores mantêm com a língua? Que concepção lingüística orienta seu trabalho? E que sujeito se manifesta no texto que os professores produzem? Para tentar dar conta de tais questões, analisam-se textos (enunciados) escritos por professores que atuam no Ensino Básico, procurando verificar, em situações efetivas de interação lingüística -- eu-tu-ele --, a configuração de subjetividade que se produz no texto do professor e as implicações dessa configuração no seu fazer. Trata-se, pois, de um estudo de enunciação escrita que se orienta pela seguinte tese: as relações de (inter)subjetividade que o professor mantém com o outro (o tu) são determinadas não apenas por esse outro, mas principalmente por um terceiro elemento constitutivo do processo de enunciação (o ele) e o tipo de ensino que faz é condicionado por essas relações. Por envolver relações de (inter)subjetividade, desenvolve-se da perspectiva das teorias da enunciação, buscando em Bakhtin e Benveniste o suporte teórico. No primeiro busca os conceitos de dialogismo e (inter)subjetividade; no segundo, a intersubjetividade na língua e a sistematização do aparelho formal da enunciação. A pesquisa constata, pelos enunciados analisados, que a concepção de língua (uma das formas que o ele assume) que tem sido tomada como referência no ensino -- língua conjunto de normas -- entra como elemento constitutivo, determinando o modo de o professor constituir-se sujeito em cada evento enunciativo. E em decorrência, tece considerações sobre as implicações que esse modo de constituir-se professor-sujeito tem para o ensino de língua.

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Este trabalho consiste em um estudo sobre a formação da joint venture Puig-Memphis, tendo como questão central investigar como o ambiente institucional e as relações de poder influenciam a formação de joint ventures internacionais entre empresas de países em diferentes estágios de desenvolvimento. O objetivo do trabalho é verificar a forma como as diferentes dimensões do ambiente moldam a decisão de entrar, ou não, em uma parceria, a decisão sobre o parceiro, a decisão sobre a estrutura da parceria e a influência na dinâmica de evolução da parceria. Objetiva, também, verificar como as relações de poder e o estágio de desenvolvimento dos países de origem das empresas-mãe influenciam nessas quatro fases. Para analisar o caso, foi desenvolvido um modelo teórico integrando três abordagens, as quais, no conjunto, permitiram uma melhor compreensão da natureza multifacetada desse fenômeno organizacional. As teorias que compõem o modelo são: a teoria institucional (aspectos sócio-culturais); a teoria dos custos de transação (aspectos econômicos e estratégicos) e a teoria da dependência de recursos (aspectos políticos). O método de pesquisa é eminentemente qualitativo, tipo estudo de caso, adotando a técnica de triangulação de dados (entrevista, questionário, pesquisa documental e observação direta). Concluiu-se que o ambiente institucional influenciou todas as etapas do processo de formação da joint venture Puig-Memphis por meio de uma interação entre fatores econômicos, políticos, sociais e culturais. Observou-se que as dimensões econômicas eram visualizadas claramente pelos dirigentes, enquanto que as dimensões políticas e sócio-culturais nem sempre eram compreendidas objetivamente. Observou-se, também, que as empresas-mãe deixaram de potencializar parte da sinergia estratégica em função de uma visão parcial do fenômeno em estudo.

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A precarização do trabalho vem sendo destacada como um dos principais problemas associados aos processos de reestruturação das formas de produzir e dos modos de organizar e gerir o trabalho que, no Brasil, vêm ocorrendo de modo mais efetivo a partir da década de 90, no bojo das transformações do sistema capitalista desencadeadas a partir do último quartel do século XX. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo geral investigar as repercussões desses processos na sociedade brasileira, analisando o modo como as mudanças vêm reconfigurando as relações de trabalho – desorganizando o padrão vigente que remetia a um crescente assalariamento da mão-de-obra e a uma maior proteção social – e criando e aprofundando situações de precarização no trabalho. Sendo um evento de proporções planetárias, o estudo das transformações aludidas requereu investigar suas principais características nas sociedades avançadas, com ênfase nos impactos sobre o trabalho e as interpretações forjadas com vistas a sua apreensão, em que sobressai o debate a respeito da centralidade do trabalho, contemporaneamente. No Brasil, onde tais mudanças se encontram condicionadas pelo legado histórico tanto quanto pela experiência nacional recente, de uma maior inserção na economia globalizada, foram destacados os desdobramentos das mutações sobre as formas de inserção dos trabalhadores no mercado de trabalho. Na revisão da literatura, procurou-se avançar no debate relativo à construção conceitual da noção de precarização, retomando e retrabalhando o enfoque sobre o setor informal, à luz dos achados empíricos e das questões debatidas na tese. No desenvolvimento do estudo, elaborou-se uma metodologia com vistas à apreensão de situações de precariedade no trabalho, utilizando informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA). A análise abrangeu diferentes estratégias: 1) uma classificação dos trabalhadores em categorias ocupacionais; 2) a seleção de variáveis e indicadores para caracterizar formas de inserção ocupacional, permitindo explicitar situações e graus de precarização na inserção laboral; e 3) a construção de um Índice de Precarização. Tais estratégias foram aplicadas também para investigar a precarização no trabalho sob o recorte de gênero. A análise dos dados indicou que as transformações recentes têm conduzido à precarização das formas de inserção da população economicamente ativa no mercado de trabalho – o que se manifesta através do aumento do desemprego e da ampliação de formas de inserções mais frágeis e instáveis nesse mercado, via de regra com menor proteção social –, paralelamente à retração de inserções ocupacionais cobertas pelas normas legais vigentes. Tal situação requer seja construída uma nova regulação social, que inclua o polimorfismo do trabalho, contra-arrestando situações de insegurança e vulnerabilidade sociais.

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O presente estudo trata da organização dos horários de trabalho em turnos fixos, analisando seu impacto na qualidade do sono, na utilização do tempo livre pelo trabalhador e de aspectos relacionados à sua percepção quanto à saúde. A pesquisa foi realizada com auxiliares do setor de impressão e acabamento de uma gráfica e editora localizada na cidade industrial, em Curitiba no estado do Paraná. Para avaliar a qualidade do sono, das relações sociais e da saúde, utilizou-se a versão traduzida do Standard Shiftwork Index (SSI) (JAFFE; SMOLENSKI; WUN, 1996). Para a identificação do cronotipo (vespertinidade/matutinidade) foi utilizado o questionário de Horne e Ostberg (1976). Os resultados demonstraram não haver diferenças significativas entre os três turnos quando comparados os valores médios dos escores de cada constructo, com exceção para as atividades sociais e familiares. Quando analisadas separadamente, cada questão do SSI referente ao sono, algumas tendências indicaram que quando o cronotipo é relacionado com o turno de trabalho, existem percepções diferentes quanto à qualidade do sono. Foi constatado também nos três turnos um anseio dos trabalhadores por um dia a mais de folga na semana, pois o descanso semanal não é suficiente para reparar a fadiga ocasionada pelo trabalho, principalmente para os trabalhadores do terceiro turno.

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O setor leiteiro passou por profundas transformações nos últimos 15 anos que modificaram o papel exercido pelas cooperativas de produtores de leite. Em 2003, a mudança de estratégia da principal empresa do setor no RS em relação a suas cooperativas parceiras reacendeu o debate sobre qual deve ser a função das cooperativas neste cenário. Na bacia leiteira de Santa Rosa-RS, as cooperativas que trabalham com o leite são cooperativas tritícolas que possuem o leite como uma alternativa de negócio. Elas são integradas ao Sistema Elegê, e decidiram adotar diferentes estratégias de atuação frente às mudanças ocorridas recentemente: duas decidiram abandonar a atividade leiteira, cedendo suas bacias leiteiras para a Elegê, e uma decidiu continuar e investir no setor, construindo uma plataforma para recebimento de leite. Neste contexto, realizou-se um estudo de caso junto à cooperativa que decidiu investir no leite, buscando entender qual a importância do trabalho com o produto leite para uma cooperativa tritícola e como ele pode afetar as relações entre cooperado e cooperativa, em especial a fidelidade do produtor à instituição, sob a ótica da Nova Economia Institucional. Foram realizadas entrevistas com a direção e conselheiros da cooperativa e com produtores de leite associados à cooperativa. Foram ainda coletados dados relativos ao desempenho econômico da cooperativa e do relacionamento comercial entre cooperados e cooperativa. A análise dos dados demonstrou que os produtores de leite participam com um percentual expressivo dos negócios da cooperativa, sendo responsáveis por 30% da entrega de milho e trigo, 40% da entrega de soja e 35% das compras realizadas na cooperativa. Os produtores que pararam de entregar leite na cooperativa diminuíram sua entrega de grãos e as compras realizadas. Nas entrevistas com os produtores de leite, os principais fatores apontados como importantes para a fidelidade do produtor foram a participação na cooperativa e a percepção da importância da cooperativa para as suas atividades. A atividade leiteira, por promover relações freqüentes entre produtor e cooperativa, aumenta a participação do produtor no cotidiano da cooperativa e faz com que ele perceba os benefícios da continuidade da relação, aumentando o custo da atitude oportunista e aumentando a fidelidade. A análise das entrevistas com os gestores da cooperativa demonstra a percepção de que o leite é uma importante forma de vincular o produtor à cooperativa, sendo estratégico na tentativa de fidelizar o produtor à cooperativa. O trabalho com o leite melhora o desempenho geral da cooperativa, ao promover o desenvolvimento de confiança entre o cooperado e cooperativa, fazendo com que o produtor negocie mais com a empresa.

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A aquisição da linguagem é um processo invariavelmente dependente da exposição ao ambiente. Contudo, a mais famosa e controversa hipótese desenvolvida por Chomsky sustenta que a criança traz para o processo de aprendizagem da língua um conjunto de recursos específicos – a Gramática Universal – para superar a pobreza de estímulos do ambiente e construir uma gramática final adequada, composta por princípios universais e parâmetros fixados de acordo com a experiência na comunidade lingüística. A Gramática Universal é, assim, entendida como uma dotação genética, necessária, mas não suficiente, para a aquisição da linguagem. Para além da hipótese do inatismo – central à tradição gerativista – a relação entre genes e linguagem vem sendo investigada há muitos anos, com evidências significativas de transmissão hereditária e etiologia genética para diversos tipos de distúrbios de linguagem. Mais recentemente, em 2001, foi descoberto o primeiro caso de um gene, o FOXP2, implicado na habilidade de adquirir e desenvolver a fala e a linguagem. Este trabalho parte de uma introdução ao processo de aquisição da linguagem em uma perspectiva inatista (Capítulo I) para enfocar os aspectos centrais à organização biológica da faculdade da linguagem (Capítulo II), propondo, a partir da análise dos efeitos da mutação do gene FOXP2, uma discussão introdutória sobre como o estudo dos distúrbios do desenvolvimento da linguagem, avaliados a partir de suas características fenotípica e genotípica, pode contribuir para a exploração de questões fundamentais acerca do desenvolvimento lingüístico e cognitivo (Capítulo III).