29 resultados para organizações trabalho saúde
Resumo:
Este trabalho estuda as relaes causais entre cargas de trabalho classificadas em organizacionais, psicossociais, fsico-ambientais e posturais/ do mobilirio e os seus efeitos enquanto determinantes de desgaste/ adoecimento entre os trabalhadores bancrios. Tem como objetivo avaliar o peso e a hierarquia de cada fator ou grupo de fatores causais para a produo do efeito sobre a saúde, nesta forma auxiliando a mobilizao pela transformao das realidades de trabalho. O estudo se constitui como uma apreciao ergonmica, sendo parte de um projeto mais amplo, de Vigilncia em Saúde do Trabalhador, o qual protagonizado pelo Sindicato dos Bancrios de Porto Alegre. Na metodologia, valoriza a percepo coletiva dos trabalhadores acerca de suas condies de trabalho e saúde, entendendo-os como os sujeitos sociais mais habilitados para revelar o essencial a ser transformado. O estudo foi realizado atravs da aplicao de um questionrio sigiloso e auto-aplicado, respondido por 1518 trabalhadores, dentre estes 1087 bancrios, 192 estagirios e 230 terceirizados, distribudos entre quatro instituies bancrias, dois Bancos Pblicos e dois Privados. O desgaste/ adoecimento foi analisado atravs de estatsticas descritivas e analticas, pelas diferenas de mdias, Anlise de Variana ANOVA, Teste Duncan, Teste Exato de Fisher com Simulao de Monte Carlo, Regresso Linear Mltipla, Coeficientes de Pearson e de Determinao Entre os achados com significncia estatstica, tem-se uma maior intensidade das cargas de trabalho, do estresse e do desgaste/ adoecimento percebido entre os bancrios do Pblico A e do Privado C, no sexo feminino, na funo de caixa, da faixa etria entre 40 a 49 anos, entre bancrios com tempo de banco acima de dois anos e jornadas de trabalho entre 8 e 10 horas. Entre todos os fatores causais analisados por diferenas de mdias, as cargas de trabalho foram as que mais impactaram o desgaste/ adoecimento. Pelo Teste de Regresso Linear Mltipla e Coeficiente de Determinao, constatou-se que as cargas de trabalho do tipo organizao do trabalho e psicossociais, em termos genricos, tm pesos semelhantes entre si e impactam muito mais o desgaste/ adoecimento comparativamente s fsico-ambientais e posturais/ do mobilirio. O impacto dessas cargas sobre o desgaste/ adoecimento especialmente mais intenso no Banco Privado Grande D, que mais moderno e reestruturado. Os fatores de maior peso estatisticamente significantes para todos os Bancos foram a atividade estressante, a desvalorizao do trabalho, a exigncia de esforo mental e de repetitividade das tarefas, alm dos posturais. No Banco Privado Grande D, outros fatores como as posturas das chefias, remunerao inadequada, volume de trabalho excessivo, pausas insuficientes e exigncia de alcanar metas tambm demonstraram ter grande peso explicativo para o desgaste/ adoecimento. Conclui-se que as cargas de trabalho so hierarquicamente distintas em relao sua capacidade de determinao do adoecimento e que a reestruturao produtiva no sistema bancrio incrementa grandemente os riscos saúde dos trabalhadores.
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Resumo no disponvel.
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A organizao do trabalho apresenta-se como um elemento particular nos espaos de trabalho. No sistema capitalista, muitas pesquisas analisaram e descreveram a relao entre a organizao do trabalho e os danos saúde mental dos trabalhadores. No Brasil, atualmente, as transformaes que o trabalho vem sofrendo impulsionaram novas propostas para gerar emprego e renda a um grande nmero de trabalhadores, desempregados, fora do mercado formal de trabalho. Esses trabalhadores encontraram a reinsero social atravs de experincias econmicas de carter solidrio. Mas o trabalho solidrio somente possvel com novas formas de organizao do trabalho e de relao com a produo. Essas formas, para tornarem-se uma organizao econmica inovadora, devem construir tambm uma nova relao com a saúde e o trabalho, possibilitando uma organizao autogestionvel, controlada pelos trabalhadores. Esta pesquisa aborda as vinculaes entre o prazer e/ou sofrimento e a organizao do trabalho no cotidiano dos(as) trabalhadores(as) de uma cooperativa. Como proposta do estudo articulamos uma interpretao macrossocial com uma anlise microssocial nas atividades de corte, costura e serigrafia desenvolvidas no empreendimento solidrio. Obtivemos, como consideraes finais, a identificao dos trabalhadores com o cooperativismo, bem como a possibilidade das relaes solidrias e do gerenciamento transformando o sofrimento em prazer, favorecendo a saúde mental atravs da rediscusso constante da organizao do trabalho e da criao de novos modos de viver o trabalho.
Resumo:
Partindo da experincia de trabalho da autora como psicloga de dois distintos servios substitutivos de saúde mental da rede pblica, o presente trabalho visa analisar algumas proposies caractersticas do processo da Reforma Psiquitrica brasileira, levantando, para alm das diretrizes indicadas pela Reforma, certos impasses que se evidenciam na sua efetivao. Destaca-se a importncia do suporte clnico, considerando-o fundamental para viabilizar o trabalho com sujeitos psicticos e prope-se o entendimento da clnica psicanaltica lacaniana como estratgia potencializadora neste processo. O trabalho com a produo delirante do psictico, assim como com a produo criativa deste, entendido, segundo a clnica psicanaltica, como fundador de uma possibilidade de constituio enunciativa capaz de ressituar o sujeito psictico no enlaamento social.
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O debate envolvendo a questo da segurana pblica destaca-se no cenrio nacional, colocando em pauta, dentre outras questes, a necessidade de problematizao do papel e das atribuies das instituies policiais. Freqentemente, vemos a atuao da polcia militar sendo veiculada pela mdia, colocando os policias numa posio ambgua, ora como heris, ora como viles. O trabalho policial constitui-se, portanto, em um territrio de controvrsias, onde se engendra uma realidade muitas vezes pouco conhecida pela sociedade: a do policial trabalhador. Esta pesquisa, de carter qualitativo, aborda o trabalho dos Capites da Brigada Militar, que, na escala hierrquica, inscrevem-se como Oficiais Intermedirios, a partir de dois eixos articulados: o das suas relaes com a produo de subjetividade e com a saúde mental, tomando como referncia os mecanismos disciplinares que caracterizam o trabalho policial militar e os aspectos deste ofcio que geram prazer e sofrimento. Os resultados apontam que as vivncias de sofrimento dos Capites esto fortemente ligadas rigidez da organizao do trabalho policial militar e que a profisso, tendo em vista o cdigo moral a ela relacionado, ocupa um lugar central na produo de subjetividade destes.
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Nos ltimos anos, as relaes interorganizacionais assumiram importncia acadmica e prtica em funo do potencial de inovaes e aprimoramentos que a gesto desse novo ambiente demonstra ter para as organizações e para a sociedade. Ao mesmo tempo, os atuais sistemas de saúde so concebidos para serem integrados e, com isso, ter maior efetividade. O objetivo desse trabalho propor uma sistemtica de anlise de cadeias produtivas de saúde. Consideram-se os referenciais tericos mais relacionados ao tema para a formulao dessa proposta: cadeias produtivas, eco nomia do custo das transaes, imbricamento das relaes sociais nas atividades econmicas, cooperao entre organizações, redes sociais, anlise de cenrios e qualidade em saúde. Essa sistemtica de anlise aplicada, de forma preliminar, em duas cadeias de saúde: os servios que atendem aos pacientes diabticos e outra destinada a atender aos pacientes com HIV/AIDS. Os resultados indicam que a sistemtica proposta identifica a predominncia de modos de governana entre as organizações, o uso de instrumentos de gesto do relacionamento, a presena de estruturas de rede entre unidades de saúde e as aes de cooperao entre organizações. Acredita-se que seu uso possa trazer importantes contribuies na formulao de polticas dos sistemas de saúde e organizacionais.
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Resumo no disponvel.
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Trabalhadores forados a alterar o ciclo sono/repouso em funo do turno de trabalho tendem a dessincronizar seus ritmos fisiolgicos (endgenos) em relao aos do meio ambiente (exgenos) acarretando transtornos na organizao dos sistemas fisiolgicos. Os objetivos deste estudo foram avaliar a relao do turno de trabalho (manh, noite e rotativo) e perfil cronobiolgico e seus efeitos sobre desempenho em testes de ateno e memria de profissionais (mdicos, enfermeiros e tcnicos/auxiliares de enfermagem) dos servios de emergncia de dois hospitais de Porto Alegre (RS/Brasil). Uma amostra aleatria de 140 profissionais, de ambos os sexos e idade entre 25 e 60 anos, foi avaliada num estudo transversal. Os sujeitos que relataram presena de doena (clnica, neurolgica ou psiquitrica), transtornos do sono prvios ao emprego atual, e uso de benzodiazepnicos nas 6 horas anteriores testagem foram excludos. Padro cronobiolgico (matutinidade/vespertinidade) foi definido pelo questionrio de Hidalgo-Chaves (2002). Os testes de ateno e memria foram span de dgitos, span palavras, stroop, memria lgica, e Wisconsin Card Sorting Test (verso computadorizada). Dficit de ateno foi definido pela combinao de testes positivos (50%+1). No se observou associao significativa entre cronotipo e turnos de trabalho. A freqncia de desempenho abaixo do ponto de corte em diversos testes foi maior no turno da noite. Dficit de ateno/memria foi observado em 51% dos profissionais do turno da noite, 21% do turno da manh, e 22% do rotativo. O desempenho nos testes de ateno/memria entre os sujeitos distribudos por cronotipo (tanto no total, como entre coincidentes com o turno de trabalho) no mostrou diferena estatisticamente significativa. Em concluso, a discordncia entre turno de trabalho e cronotipo pode ser explicada por diferentes motivos como a falta de opo para escolher o turno, questes financeiras, e desconhecimento quanto s caractersticas relacionadas ao perfil cronobiolgico. Os dficits observados podem expressar efeitos de longo prazo do trabalho em turnos e especialmente no noturno.
Resumo:
O objetivo da pesquisa investigar em que medida a organizao e as condies de trabalho em secretarias municipais da saúde, do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, influenciam na satisfao dos funcionrios com o seu trabalho. Para tanto, o conceito de satisfao com o trabalho foi estudado em uma perspectiva que leva em conta a teoria administrativa e as teorias que abordam os aspectos psicossociais ligados ao trabalho, buscando caracterizar um modelo de pesquisa que associa satisfao com a organizao e as condies de trabalho. O estudo est circunscrito avaliao do nvel de satisfao com o trabalho e identificao dos principais fatores que influenciam na satisfao ou insatisfao dos funcionrios que atuam nas secretarias da saúde dos municpios de Lajeado, Arroio do Meio e Imigrante. Os critrios para a escolha desses trs municpios foram o tamanho da populao usuria, o nvel de ateno saúde (baixa, mdia e alta complexidade) e a estrutura fsica da secretaria. O mtodo utilizado apresenta carter predominantemente descritivo e as tcnicas na coleta e anlise de dados foram sobretudo de carter quantitativo. No total, foram entrevistados 23 profissionais e aplicados 356 questionrios. Destes, retornaram 268, o que corresponde a 75% dos funcionrios que desempenham atividades nas trs secretarias. Concluiu-se que o nvel de satisfao com o trabalho est mdio baixo em relao maioria dos itens pesquisados e que, na percepo dos respondentes, entre os fatores de satisfao, esto a identificao com o trabalho, o relacionamento entre os trabalhadores e o reconhecimento da populao pelo trabalho desenvolvido, enquanto, entre os fatores de insatisfao, encontram-se a falta de reconhecimento e estmulo da chefia, a remunerao inadequada e a falta de condies e materiais para a execuo das atividades. Prope-se que essas concluses sejam lembradas em futuras intervenes, nas secretarias municipais da saúde, para produzir melhorias nos fatores que geram insatisfao identificados na pesquisa.
Resumo:
O objetivo desta pesquisa o estudo das relaes que se estabelecem entre o trabalhador e seu trabalho em organizações no convencionais, isto , que no se identificam com o modo capitalista de produo e que reivindicam, pelo contrrio, a criatividade e a originalidade de um trabalho mais autnomo, mais justo e mais responsvel: a economia solidria. O que significa, para o trabalhador, atuar nestas organizações? a pergunta que orienta este estudo. Dito de outro modo: a experincia vivida no trabalho cotidiano pelo trabalhador da economia solidria manifesta-se mediante prticas profissionais e prticas sociais reveladoras de novas formas de insero no trabalho e na sociedade? Seria essa experincia fruto de uma transformao que ocorre em alguns segmentos do mundo do trabalho e observvel em outros contextos econmicos ou um reflexo da situao particularmente fragilizada dos trabalhadores brasileiros? Tratar-se- ento de entender a singularidade da participao dos trabalhadores a este projeto, seu impacto sobre o desenvolvimento de seu trabalho e das relaes estabelecidas com a organizao e de estudar as transformaes que podem ocorrer nas relaes sociais a partir do trabalho. Este ser analisado sob uma dimenso subjetiva, como experincia de construo identitria, e sob uma dimenso institucional, como socializao para e pela solidariedade. O conceito de trabalho solidrio, que rene essas dimenses, ser analisado apoiando-se, em grande parte, na obra de Franois Dubet e sua teoria do ator, da estrutura social e da socializao. A pesquisa se inscreve numa perspectiva de contribuio Sociologia do Trabalho e das relaes de trabalho sem a pretenso de realizar uma sociologia da economia solidria, nas suas mltiplas relaes com a sociedade. O que est em foco a transformao das relaes entre o trabalhador e seu trabalho. O argumento defendido pela pesquisa que as relaes que nascem de uma experincia cotidiana do trabalho nas organizações da economia solidria so peculiares e diversificadas, mas interpelam e desafiam o conjunto das relaes sociais. Portanto, o trabalho realizado nessas organizações talvez seria, apesar de suas ambigidades, suscetvel de estimular novas formas de relaes sociais por meio de uma socializao assentada na solidariedade. Trs tipos de organizações referncias (tipos ideais) so construdos a partir do tipo de produo dominante e dos valores e objetivos que motivam a ao: organizações de produo, associaes culturais e organizações humanitrias. A comparao Brasil Frana, atravs das organizações investigadas em Porto Alegre e Paris, procura homologias, isto : correspondncias na construo da ao apesar de contextos diferentes, assim como a reconstruo de processos e procura de especificidades que possam enriquecer as interaes. No decorrer da investigao, o que se encontrou, tanto no Brasil quanto na Frana, foi de um lado, um discurso oficial (mentores, militantes da economia solidria e pesquisadores) que descreve a tarefa que se atribui a economia solidria: a responsabilizao de todos para transformar a sociedade. Por outro lado, encontrou-se, atravs do discurso dos trabalhadores, o relato da realidade quotidiana que aparece como um mundo de tenses e contradies. Para entender essa aparente incompatibilidade, foi preciso recriar os mecanismos de construo do trabalho solidrio: em que medida pode-se falar de experincia social e em que medida a socializao para e pela solidariedade bem sucedida. Para tanto, foi necessrio recompor o processo de construo das relaes sociais dentro e fora do trabalho, manifestado mediante estratgias dos atores que precisam se posicionar frente s lgicas de ao desenvolvidas pelas organizações. A seguir, analisou-se a possibilidade de encontrar semelhanas e diferenas entre o Brasil e a Frana na construo deste trabalho solidrio. Enfim, procurou-se responder pergunta que originou esta pesquisa: seria mesmo o trabalho solidrio gerador de novas relaes sociais no trabalho e no mbito mais amplo da sociedade?
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Esta uma pesquisa exploratria-descritiva, em forma de um estudo de caso, cuja questo norteadora a busca pelo significado do trabalho para os agentes comunitrios de saúde, trabalhadores exclusivos do Sistema nico de Saúde. Para tanto, utilizou-se a teoria de Cristophe Dejours e a evoluo histrica do setor saúde no Brasil. A coleta dos dados foi realizada atravs de um questionrio fechado, para caracterizar os entrevistados, e de entrevistas semi-estruturadas, com treze agentes comunitrios de saúde do municpio de Torres/RS. Para a anlise dos dados, foi utilizado o mtodo de anlise de contedo. Os resultados so apresentados em trs conjuntos de categorias: trinta categorias iniciais, posteriormente reagrupadas em oito categorias intermedirias e, por ltimo, reduzidas em trs categorias finais: a complexidade do SUS e o trabalho de agente comunitrio de saúde, que relata o trabalho do agente de saúde em termos mais amplos e sua relao com o sistema de saúde; a dicotomia prazer e sofrimento no trabalho do ACS, que mostra fatores de gerao de prazer e de sofrimento para os agentes, e a importncia dos relacionamentos, que compreende os vrios relacionamentos existentes no trabalho do agente de saúde em seu cotidiano.
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O objeto desta investigao o trabalho em equipe desenvolvido no mbito do Programa Saúde da Famlia (PSF) na perspectiva de enfermeiras. Tm-se como objetivos conhecer a concepo de enfermeiras que atuam no PSF sobre o desenvolvimento do trabalho em equipe, no que se refere articulao entre as aes realizadas pelos diferentes profissionais e interao entre eles, bem como identificar as dificuldades e facilidades encontradas pelas enfermeiras no cotidiano do trabalho coletivo. Caracteriza-se como um estudo descritivo de abordagem qualitativa. A coleta de dados deu-se por meio de entrevistas semi-estruturadas com 23 enfermeiras. A anlise dos dados foi realizada com base na anlise temtica e resultou em trs categorias: concepes das enfermeiras sobre o trabalho em equipe; articulao das aes dos profissionais no trabalho em equipe; e interao da equipe. Identificou-se que as enfermeiras tm uma concepo idealizada do trabalho em equipe, caracterizando-o como um processo dinmico e interativo no qual deve haver a participao de todos os profissionais desde o planejamento at a execuo das aes de saúde, assim como a integrao da equipe em funo de objetivos comuns. Porm, as enfermeiras encontram inmeras dificuldades que interferem no desenvolvimento do trabalho em equipe e as impedem, muitas vezes, de vivenciar esse ideal na sua prtica cotidiana. Tais dificuldades esto relacionadas alta rotatividade de profissionais no PSF, falta de pessoal, a condies de trabalho inadequadas e falta de capacitao dos agentes comunitrios de saúde. A articulao das aes ocorre principalmente com os agentes comunitrios de saúde e os auxiliares de enfermagem, devido superviso que a enfermeira realiza junto aos mesmos. A interao da equipe fica prejudicada pelas dificuldades de comunicao e por conflitos interpessoais, fatores estes causadores de insatisfao dos profissionais com seu trabalho. Foi possvel identificar que tanto a articulao das aes quanto a interao da equipe ficam prejudicadas pela excessiva demanda de usurios pelo servio, o que ocasiona sobrecarga de trabalho e falta de tempo para os profissionais. Dessa forma, as enfermeiras evidenciam limitaes para realizarem conexes entre os diversos trabalhos e interagir, referindo que isso fica restrito basicamente aos momentos de reunio de equipe. Com base nos depoimentos das enfermeiras, verificamos que o trabalho em equipe no PSF tem um carter ativo e dinmico, e apresenta momentos de integrao na equipe, mas tambm situaes em que os profissionais atuam de maneira independente e isolada. No entanto, so evidentes as dificuldades que as equipes encontram em realizar um trabalho efetivamente integrado. Essa realidade, certamente, compromete a qualidade da assistncia prestada aos usurios. Sugere-se repensar as condies de trabalho propiciadas aos profissionais que atuam no PSF, as quais necessitam de maiores investimentos e ateno. Alm disso, a formao acadmica deve ser capaz de fornecer subsdios aos profissionais, preparando-os para uma atuao multidisciplinar.
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Este trabalho constitui-se em um estudo exploratrio descritivo que busca compreender a opo freqente pelo trabalho no turno noturno entre auxiliares de enfermagem de uma instituio hospitalar. O referencial terico discorre sobre a categoria trabalho e a sua relao com a saúde/doena; aborda ainda as especificidades do trabalho da enfermagem e do trabalho de turno noturno. Os dados foram coletados nas unidades de internao cirrgica do Hospital de Clnicas de Porto Alegre no perodo de julho novembro de 2003. Os sujeitos da pesquisa formam 65 auxiliares de enfermagem que atuam em turno fixo noturno. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram anlise de documentos, questionrios e entrevistas individuais. Em um momento inicial foi aplicado um questionrio e posteriormente foram selecionados atravs de sorteio 10 trabalhadores para participarem da entrevista individual. Os dados dos questionrios foram analisados quantitativamente e apresentados atravs de quadros e figuras. As entrevistas foram analisadas a partir da anlise de contedo, mtodo proposto por Bardin (1979). Os resultados evidenciaram que entre os fatores determinantes da escolha pelo turno noturno de trabalho encontra-se a maior disponibilidade de tempo, tanto para o desenvolvimento de outras atividades como para acompanhar o desenvolvimento dos filhos, possibilidade de conciliar trabalho e estudo e ainda como forma de aumentar a renda familiar com o adicional noturno. Os trabalhadores relataram ainda como principais dificuldades do trabalho noite as alteraes no sono, o desgaste fsico decorrente da natureza do trabalho e da sobrecarga de trabalho e a inexistncia de um momento para repouso. Poucos trabalhadores manifestaram conhecimento ou leituras sobre a relao trabalho noturno/processo saúde e doena, e afirmam no possuir problemas de saúde que pudessem estar relacionados ao seu turno de trabalho, exceto distrbios de sono.