42 resultados para Negros Identidade racial
Resumo:
Valendo-me principalmente das tcnicas de observao participante e entrevista semi-estruturada, fao um estudo da cultura rave a partir de uma etnografia na cidade de Porto Alegre. Realizo esta pesquisa pela insero entre dois grupos distintos que compem esta cena urbana, o de freqentadores e o de produtores musicais. Tenciono traar um quadro desta forma de sociabilidade contempornea da qual participam, pelo menos em Porto Alegre, quase que exclusivamente jovens de classe mdia. Focalizo como tema a relao entre a criao, a difuso/circulao e a recepo da msica eletrnica e da cultura rave no meio jovem enquanto constituidora de prticas culturais e identitrias mediadas principalmente pelos recursos tecnolgicos e miditicos. Procuro dar especial ateno dimenso ritual-performtica e experiencial do rave, buscando apreender os cdigos que orientam as prticas culturais e estticas dos atores envolvidos. A proposta central deste trabalho investigar como os jovens portoalegrenses experienciam a cultura rave e no que consiste a experincia rave para eles, procurando interpretar como articulam o que conhecem sobre o mundo rave internacional/global com as suas prticas culturais locais.
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Este estudo tem o objetivo de desvelar os processos envolvidos na construo da identidade coletiva dos professores de uma escola pblica, da Rede Municipal de Porto Alegre, problematizando a unidade assumida por seus atores e reconhecida publicamente.Partindo do modo com que os professores apresentam-se como ator coletivo e da auto-imagem que revelam, o estudo procura abordar as razes e os modos de viver em conjunto, bem como a dinmica das interaes que realizam, envolvendo conflitos, negociaes, intercmbios e decises. Surgem, a, os processos individuais de insero no coletivo de professores e no contexto escolar, exigindo o estudo das suas trajetrias profissionais e a influncia das culturas profissionais, dos espaos de formao e das prticas de gesto da escola, tanto na construo das identidades individuais, como da identidade coletiva docente. O estudo apresenta os contextos poltico e pedaggico no s da escola analisada mas tambm da rede de ensino de Porto Alegre, na medida em que eles produzem e exigem mudanas, geram crises e influenciam os processos identitrios dos professores. Na escola, a histria da comunidade e a conquista da prpria escola, assim como o projeto pedaggico voltado incluso irrestrita de alunos e, nele, o trabalho coletivo, os espaos de formao, a gesto administrativa e pedaggica surgem como fatores interrelacionados que influenciam significativamente o modo como se assumem professores, individual e coletivamente, para si e para os outros A identidade coletiva docente tem as marcas do lugar: de um morro chamado Morro Alto e de uma comunidade que conseguiu uma escola para seus filhos. A ao coletiva formaliza-se no projeto pedaggico que, ao mesmo tempo em que agrega novos valores, preserva os que lhe garantem a identificao com um projeto poltico, voltado para as classes populares. A pesquisa participante, desenvolvida no perodo de novembro de 2001 a outubro de 2002, envolveu a totalidade dos professores da escola em encontros coletivos, uma estratgia de entrevista coletiva. Foram realizadas entrevistas individuais com parte dos professores da escola e com ex-professores, com uma assessora pedaggica da Secretaria de Educao e com alguns ex-alunos, como possibilidade de olhares diversos e singulares sobre a escola e seus professores. A anlise documental incluiu especialmente textos produzidos pelos docentes e vdeos sobre a escola.Autores como Paulo Freire, Alberto Melucci, Claude Dubar, Georges Snyders, Cludia Vianna e Antnio Nvoa constituem as principais referncias tericas deste estudo.
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A identidade visual corporativa o resultado de um sistema organizado de aes e planejamentos com o objetivo de apresentar uma organizao ou evento para o seus pblicos internos e externos. Registra-se na sua breve histria mudanas fundamentais na forma de pensar, criar e implantar estes programas. Este trabalho busca elucidar algumas destas mudanas e trocas de paradigmas com o objetivo de tornar a prtica do Design de Identidades Visuais Corporativas uma atividade mais consciente e rica, possibilitando a explorao mxima destas mudanas e de novas percepes e sensibilidades.
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O objetivo desta pesquisa tratar das identidades vinculadas s representaes da masculinidade bissexual, a partir de material coletado num perodo de tempo bem marcado 1995 a 2000 , num espao delimitado Brasil e atravs de uma forma especfica uma rede postal integrada por homens informantes espalhados em numerosas cidades do pas. A anlise do material feita dentro do paradigma do construcionismo social, e tomando como referncia as construes culturais de gnero, sexo, sexualidade, identidade, representao e masculinidade, que auxiliam a entender a situao no apenas dos indivduos que vivem esta particular forma de masculinidade, mas a sexualidade de forma ampla. A ancoragem terica desta investigao situa-se nos campos dos estudos culturais, dos estudos de gnero e do psestruturalismo, que justamente propiciam a construo de explicaes sobre a sexualidade no restritas ao referencial biolgico e psicolgico, e radicam suas anlises no campo cultural, entendendo a cultura como um horizonte de luta por representaes e significaes. Todo esse esforo de compreenso trazido ao campo da educao, uma vez que nesta rea as reflexes sobre identidade e representao so estratgicas, pois que a construo da identidade sempre fruto de pedagogias postas em ao, no caso aqui, as chamadas pedagogias da sexualidade.
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Partindo da idia central de que o projeto ficcional de Vcios e virtudes refletir sobre o processo de construo romanesca e sobre os caminhos e descaminhos de Portugal em busca de sua identidade nesse tempo de incertezas, marcado pelo impacto da globalizao e mundializao da cultura, buscamos demonstrar, no presente trabalho, como a tessitura interna da narrativa articula, simultaneamente, uma crtica realidade cultural, social, poltica e econmica de Portugal com uma crtica prpria fico, colocando, muitas vezes, uma a servio da outra. para dar conta desse projeto que Vcios e virtudes se constitui num romance de romances que duplica histrias, narradores e personagens, pois essa uma estratgia narrativa que contribui para desvelar o fazer romanesco e desconstruir o discurso literrio tradicional ao discutir aspectos da teoria e da crtica literria, mas, tambm, para mostrar que as identidades s podem ser construdas num processo contnuo de alteridade. , tambm, atravs do resgate da tradio e de um dilogo contnuo com a Histria portuguesa que o romance desmitifica tanto os mitos do passado quanto os do presente, desvelando verdades ocultas e aspectos culturais enraizados no imaginrio portugus, responsveis pela construo da identidade nacional. Entretanto, nesse resgate que, em qualquer caso, funciona como discurso de resistncia pela afirmao da historicidade, no h uma negao e sim uma afirmao da hibridez cultural que integra a nao portuguesa. Assim, a obra busca preservar o que singulariza Portugal em oposio a uma possvel e indesejada identidade global.
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Este trabalho tem por objetivo verificar em que medida a representao da identidade gacha na obra O Continente (1a parte da Trilogia O Tempo e o Vento), de Erico Verissimo, contribui para a implantao, a continuidade ou a desconstruo do mito do gacho herico, uma vez que as obras de muitos intelectuais, historiadores, crticos e escritores contriburam para forjar a idia de um povo herico que desbravou ambientes inspitos, delimitou as fronteiras do sul e escreveu sua histria ponta de lana.
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Este trabalho tem como finalidade destacar a figura do negro como personagem literrio, (re)contando sua histria no continente americano. Ao tomar a palavra, o negro tem a oportunidade de narrar sua trajetria atravs do seu ponto de vista e algumas caractersticas como a passividade perante o sistema escravocrata vo sendo desconstrudas. As obras analisadas Viva o povo brasileiro, de Joo Ubaldo Ribeiro e Chang, el gran putas, de Manuel Zapata Olivella exemplificam as mudanas que esto ocorrendo na potica e na viso de mundo do romance histrico. Com o advento das teorias ps-ocidentais na Amrica Latina, as vozes que eram silenciadas passam a ser ouvidas e uma nova histria contada: a partir dos fatos histricos, resgata-se uma histria onde o mito tambm tem o seu lugar. A nova teorizao latino-americana engloba conceitos como transculturao, entre-lugar e crioulizao, demonstrando a emergncia de um terceiro espao onde surgem novos sujeitos transculturados representativos da mistura das vrias culturas que povoaram as Amricas.
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Este trabalho tem como objetivo disponibilizar um estudo referente s relaes raciais na Regio Centro-Oeste do pas, com a finalidade analisar as condicionantes sociais que levam agentes sociais a se verem como vtimas de discriminao racial e a denunciar dimenses de seu cotidiano de interaes sociais como sendo de injustia racial. O pano de fundo para a anlise que esteve em curso foi a observao da importncia da argumentao da vtima como uma prova da intolerncia diante da prtica discriminatria. Sendo o SOS Racismo, no perodo recortado pela pesquisa, a principal atividade do Instituto Casa da Cultura Afro- Brasileira, projeto idealizado pelo Ministrio de Justia e Secretaria Nacional de Direitos Humanos numa tentativa de desenvolvimento de uma relao maior da parceria entre esta instncia do poder pblico e da sociedade civil. A tentativa desta dissertao observar, como os agentes do ato discriminatrio procuram administrar seu papel de vtima a partir do ponto de vista de que um cidado exigindo ser tratado em bases iguais aos demais membros da sociedade. Se por um lado os nmeros do SOS Racismo confirmam o aspecto insipiente das denncias registradas pelo ato de discriminao racial no Mato Grosso do Sul, por outro, a anlise do cotidiano dessas vtimas indica que um universo amplo de fatores pode pesar muito na argumentao apresentada para se fazer denncia.
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Esta tese interpreta o carter das mudanas que ocorrem na educao superior a partir do processo de reformas iniciado nos anos 1990. O contexto dos acontecimentos o das reformas polticas com dimenso globalizada. Focalizou-se a diversificao institucional por meio do estudo de casos de centros universitrios. A anlise exigiu o estudo de disputas histricas, da legislao recente e de concepes e prticas sobre a vida acadmica em instituies de ensino superior. A tica sobre a realidade e sobre elementos da filosofia poltica, a partir de Hannah Arendt e de Jurgen Habermas, bem como da sociologia poltica de Boaventura de Souza Santos permitiram a constituio das categorias analticas de carter pblico e de legitimidade pblica. A compreenso a que se chegou permite defender que a diversificao institucional na educao superior, uma tendncia internacional, possui carter pblico frgil e est presente no caso brasileiro, expressando-se por meio dos centros universitrios, os quais, no possuindo identidade acadmica consolidada, contam com baixa legitimidade no sistema, embora situem-se em um marco legal de definio crescente e tendam a aprimorar-se academicamente. Nos casos estudados, v-se que a legitimidade pblica existente oriunda dos histricos institucionais comunitrio e/ou confessional.
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A alimentao no uma simples ingesto de calorias, necessrias sobrevivncia. Ela tambm envolve uma vasta gama de aspectos simblicos, que expressam relaes e pertencimentos grupais. Os Mby-Guarani atribuem sentidos aos seus alimentos (desde a sua produo, armazenamento, processamento, preparao e consumo) que mantm estreita relao com seus atributos tnicos e cosmolgicos. Desta maneira, a presente dissertao tem como objetivo uma anlise antropolgica das prticas alimentares que ocorrem neste grupo indgena. Mais precisamente, busca-se verificar de que maneira as prticas alimentares esto relacionadas com suas concepes cosmolgicas e de que forma so utilizadas como sinais diacrticos delimitadores de suas especificidades tnicas.
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Este trabalho trata da identidade palestina e dos processos sociais de construo de identidade tnica observados no extremo sul do Brasil. Focaliza os processos de recriao de tradies e as negociaes sociais que agiram no sentido de configurar um grupo tnico. Este estudo uma etnografia desenvolvida a partir da observao participante e da anlise de documentos produzidos pelos entrevistados que vivem na Chu (Rio Grande do Sul) na fronteira entre Brasil e Uruguai. Atravs da investigao de uma das falas recorrentes - aqui tudo palestino -, revela-se o universo de situaes sociais e negociaes que configuram uma identidade social e os conflitos envolvidos na produo de uma comunidade rabe como um grupo minoritrio. Analisa-se as expresses da identidade social relativas a um reconhecimento como palestinos, focalizando as diversas aes empreendidas do incio da dcada de 80 at o fim dos anos 90. O estudo aborda os mecanismos e processos sociais que deram vitalidade identidade social e proeminncia de uma identidade tnica, entre eles: as viagens Palestina e o modo como estas viagens incidem sobre a descoberta da identidade palestina; as festas de casamentos que estreitam laos entre famlias e que reverberam na produo de uma famlia rabe; e o interesse pela poltica partidria local como um palco especfico em que uma identidade social se configura como identidade tnica, traando fronteiras simblicas e revitalizando a preocupao com os destinos e lideranas da comunidade rabe.
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Este trabalho procura analisar a produo e a apropriao de significaes socioculturais ao longo da trajetria social dos produtores familiares modernos de laranja no Estado de So Paulo, municpio de Bebedouro. A pesquisa emprica realizada centrou-se no universo dos pequenos proprietrios de terra (com at 50 ha) devido s grandes transformaes pelas quais eles passaram no que diz respeito s formas sociais de produo, num perodo de duas ou trs geraes. Suas experincias vivenciadas no tempo e no espao social, ao fazerem, dinamicamente, parte do campo conflitual na citricultura em torno da terra, trabalho, tcnicas de produo e mercado, estruturam referncias significativas e particulares da identidade scioprofissional de empresrio rural, face aos outros grupos sociais presentes na esfera da produo agrcola. Estas referncias os articulam com o contexto atual de competitividade na citricultura, influenciando a direo das estratgias de desenvolvimento do setor. Os produtores familiares modernos apresentam uma grande adaptao lgica agroindustrial de produo e comercializao e revelam modos de insero estrutural, funcional ou cultural, a partir dos conflitos sociais. Trata-se, portanto, de compreender sua constituio social atravs da gnese e afirmao de seus princpios identitrios, levando em conta os fatores de ordem objetiva (complexidade estrutural), mas dando uma importncia particular anlise de suas representaes sociais e ao dos mediadores polticos a partir destas representaes.
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Esta tese tem como objeto o processo de construo de identidades culturais e de recriao e valorizao reinveno das tradies em um contexto de globalizao acelerada. Essa globalizao determina mudanas importantes na organizao poltica e econmico-social da sociedade gerando alteraes nos padres de desenvolvimento, com o redirecionamento das atividades produtivas para a insero no novo modelo de desenvolvimento capitalista, destacando-se entre estas atividades o turismo. No presente o produto turstico se caracteriza por busca do diferencial, que pode ser obtido atravs da mercantilizao da identidade cultural, da valorizao dos localismos e da recuperao das atividades folclricas enquanto atrativos tursticos. O processo de recriao das identidades culturais foi examinado tendo como referencial bsico os estudos de Manuel Castells sobre a construo de identidade social e sob as formas ou de identidade de projeto ou de identidade de resistncia. A pesquisa abordou, atravs de um estudo comparativo, os municpios de So Francisco de Paula e Nova Petrpolis com o objetivo de identificar os modos de recriao das identidades culturais locais enquanto cones que caracterizem o municpio no competitivo mercado turstico. Os dois municpios fazem parte do mesmo projeto turstico, Regio das Hortnsias, que abrange a serra gacha, considerada o principal plo de atrao turstica do Rio Grande do Sul apresentando, porm, trajetrias econmicas, sociais, poltico e culturais bastante diferenciadas. Em Nova Petrpolis ocorre a construo de uma identidade de projeto por meio da reinveno da cultura dos colonizadores alemes, para que est caracterize com base em sua etnicidade em cone no mercado turstico. Em So Francisco de Paula a identidade cultural local reforada adquirindo caractersticas prprias de um processo de construo de identidade de resistncia com a manuteno das atividades econmicas tradicionais e dos hbitos serrano-campeiros caractersticos do municpio. A anlise evidenciou que existem propostas claras de mercantilizao das identidades locais como elementos que caracterizem cada um desses municpios e seus eventos, no entanto as estratgias educacionais e polticas adotadas na reconstruo de significados culturais seguem trajetrias diferentes e, esto obtendo resultados distintos na implementao do turismo em cada um dos municpios.
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Esta dissertao de mestrado consiste em um estudo epistemolgico da questo ambiental, baseado na anlise das identidades territoriais das populaes habitantes de Unidades de Conservao (UCs). Tais populaes geralmente tm um modo de vida peculiar e muito vinculado com o espao onde vivem. Alm disso, elas tambm tm outras percepes sobre a questo ambiental e os conceitos relacionados. Estas percepes, entretanto, geralmente so subjugadas em nome da tecnocracia presente nos rgos e instituies que trabalham com a temtica ambiental. Neste contexto, o trabalho realiza um levantamento dos impasses e conflitos existentes a partir das consideraes acima expostas, e os relaciona com as vises, sobre a questo ambiental, dos diferentes grupos sociais envolvidos (poder pblico, setor privado, ONGs, movimentos sociais e populaes tradicionais). A esta anlise acrescenta uma (re)leitura dos mtodos cientficos luz da epistemologia (positivismo, neopositivismo, materialismo histrico e dialtico, fenomenologia, ps-modernismo e anarquismo), e o modo como cada um deles entende os conceitos de natureza e ambiente. Aps, relaciona estas concepes metodolgicas com as vises dos diferentes grupos, identificando a posio mais ligada a cada um deles. Com isso, as UCs so questionadas a partir de sua base epistmica, que reflete a matriz de pensamento ocidental moderno, e que por sua vez tende a dicotomizar homem e natureza. Ao final, so propostas outras leituras, baseadas em outras matrizes epistemolgicas, para superar os impasses relativos a este vis da questo ambiental.
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A tese tem por objetivo analisar o processo de construo identitria dos operrios porto-alegrenses no final do sculo XIX e primeiras dcadas do sculo XX, no qual a interao das vivncias pessoais e sociais considerada de forma relacional, engajando-se, assim, em uma opo historiogrfica na qual a anlise das experincias constitutivas dos sujeitos sociais vm ocupando um espao cada vez maior. Parte-se de trs hipteses norteadoras: 1) A construo da identidade operria tem como um de seus fundamentos a busca de reconhecimento atravs do orgulho de sua capacidade produtiva. Isto implica que os operrios se distingam tanto dos exploradores capitalistas e das classes perigosas quanto da imagem construda pelo discurso dominante, que os associa ao vcio, preguia e indisciplina sempre que eles ameaam sair do controle e/ou reivindicam melhores condies de vida e trabalho; 2) As identidades sociais existem sempre em relao umas com as outras, influenciando-se mutuamente e contribuindo para que ocorram permanentes transformaes identitrias. Optou-se, na tese devido importncia percebida ao longo do trabalho com as fontes por analisar as interfaces entre as identidades operria, tnicas e de gnero; 3) A identidade operria construda no apenas a partir das peculiaridades do local e do contexto em que se encontram os trabalhadores, mas tambm da conjugao dessas peculiaridades com idias, smbolos e caractersticas que aparecem em diversos lugares e circulavam em diferentes pases, possibilitando aos operrios manter contato com as mltiplas dimenses dessa realidade, auxiliando na formao de uma identidade coletiva que ultrapassa barreiras geogrficas. No Primeiro Captulo, foi analisado o processo de construo da identidade operria atravs das operaes de reconhecimento dadas pela aproximao aos iguais e pela valorizao do trabalho, transformado em emblema, bem como pela oposio aos outros, atravs tanto da denncia dos exploradores capitalistas, quanto pela demonstrao das diferenas em relao s classes perigosas. O Segundo Captulo analisou as transformaes identitrias motivadas pela convivncia de novos contingentes populacionais que, chegados cidade a partir da segunda metade do sculo XIX, trouxeram novas caractersticas tnicas e/ou nacionais, que foram redimensionadas e/ou transformadas a partir da convivncia no mundo produtivo. Tambm se analisou as relaes estabelecidas entre as caractersticas identitrias de gnero e operrias, ocasionadas pela crescente entrada do elemento feminino no mercado de trabalho da cidade. No Terceiro Captulo buscou-se compreender as relaes identitrias estabelecidas entre o movimento operrio porto-alegrense com os de outras partes do Brasil e do exterior, observando, para isso, tanto a circulao de militantes locais em outras cidades do interior do Estado e do centro do pas, quanto os textos de autores nacionais e estrangeiros, publicados nos jornais locais, bem como as influncias de militantes que, vindos do centro do pas, aqui residiram. Analisou-se ainda as comemoraes do Primeiro de Maio, observando-se como sua memria e simbologia foram apropriadas e permitiram diferentes vises da data entre o operariado local, transformando-a tanto em momento de festa e confraternizao, quanto em ritual de reconhecimento, distino e luta.