28 resultados para Brasil Comércio exterior
Resumo:
O comércio internacional da carne bovina apresenta-se protegido por medidas restritivas como as barreiras tarifrias e no-tarifrias. A presente pesquisa teve como objetivo geral identificar as barreiras comerciais que afetam as exportaes de carne bovina, sob a tica dos frigorficos do Rio Grande do Sul. Especificamente foi caracterizado o processo de exportao, identificados os mercados importadores e barreiras no-tarifrias que influenciam as exportaes dos frigorficos. Para subsidiar a anlise, foram utilizados os conceitos de competitividade, barreiras comerciais, cadeia agroindustrial e o Modelo Integrado Agronegocial (SIAN). Para identificar e caracterizar as barreiras comerciais, os agentes, a cadeia agroindustrial exportadora de carne bovina, os mecanismos de atuao dos agentes exportadores e fatores de competitividade. Trata-se de uma pesquisa exploratria. Para identificar e classificar as barreiras comerciais foi utilizado um questionrio com escala no comparativa de classificao por itens, graduada de sete pontos. Os resultados obtidos demonstraram que os principais compradores da carne bovina gacha so Alemanha, Arbia Saudita, Argentina, Canad, Chile, Coria do Sul, Espanha, EUA, Hong Kong, Itlia, Pases Baixos, Porto Rico, Portugal, Reino Unido e Uruguai. Quanto s barreiras no-tarifrias, especificamente as barreiras tcnicas so as que mais afetam as exportaes, na percepo dos frigorficos, sendo as principais: requisitos de inspeo, registro do estabelecimento exportador-SIF, inspeo prvia, sanitrias, requisitos de etiquetas, registro do produto, regulamentaes tcnicas e padronizao, requisitos ambientais (ISO 14000), normas e impostos indiretos e trmites aduaneiros excessivos. As barreiras tarifrias so importantes, porm mereceu menos ateno no contexto deste estudo. O processo de exportao de carne bovina envolve trs operaes bsicas, que so as comerciais, financeiras e burocrticas, alm de envolver rgos Gestores (Secretaria da Receita Federal, Banco Central, Secretaria de Comércio Exterior), rgos Anuentes (Ministrio da Agricultura SIF e outros) e Agentes Especializados (Despachante Aduaneiro, Transportadoras Martimas e Rodovirias, Bancos, Corretores de Cmbio, Trading Agent, Embalagens e Seguradoras, entre outros).
Comércio eletrnico no Brasil : estgio de utilizao por parte das maiores empresas da regio sul do pas
Resumo:
Esta pesquisa refere-se anlise da utilizao do comércio eletrnico (CE) por parte de grandes empresas da regio sul do Brasil. Justifica-se a escolha porque pesquisas recentes indicam que as empresas brasileiras ainda no utilizam plenamente as vrias possibilidades oferecidas pela Tecnologia de Informao em seus negcios e seus administradores ainda no tm em mente muitas vantagens proporcionadas pelo CE em relao aos canais de venda tradicionais. H, portanto um campo oportuno de negcios a ser explorado. A pesquisa visou avaliar o estgio de utilizao do CE, de modo a verificar aspectos de adoo tecnolgica e relacionamento com clientes e fornecedores, a adequao de produtos e servios ao novo canal, assim como a estratgia e o comprometimento organizacional, a partir do referencial terico e baseada em um foco regional. Atravs da lista divulgada anualmente pela Revista Expresso, sobre as 300 Maiores Empresas do Sul, conduziu-se um estudo quantitativo exploratrio com executivos da rea de Informao, que pudesse fornecer subsdios para processos de tomada de deciso por parte das empresas em relao ao CE. Os resultados indicam que so empresas que atuam em setores tradicionais da economia e que ainda no esto conscientes das possibilidades trazidas por processos de CE, embora j se observe o surgimento de vantagens competitivas atravs da adoo destes processos, no que se refere ao contato entre empresas e a alianas mais slidas entre os membros da cadeia produtiva.
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O uso da Internet, de forma comercial, comeou no incio dos anos 90 do sculo passado, de tal forma que j se passaram em torno de 10 anos de atividades desta nova forma de comércio. Tambm de conhecimento no mundo dos negcios que os varejistas so considerados os principais responsveis pela distribuio dos produtos e servios gerados pela economia de um pas. Isto decorre, principalmente, de sua alta capilaridade. Como o objetivo principal deste trabalho apresentar como esto posicionados na Internet os maiores varejistas no Brasil, aps uma dcada de introduo do Comércio Eletrnico via Internet, realizamos uma pesquisa com os varejistas presentes na publicao EXAME MAIORES E MELHORES (2003). Os resultados obtidos atravs de um estudo de casos mltiplos e exploratrios demonstram claramente que mesmo entre os maiores existe uma diversidade muito grande na forma de utilizao da Internet em seus negcios. Encontramos tanto empresas que ainda no esto nem presentes na Internet bem como outras que chegaram a criar uma empresa especfica para operar no Comércio Eletrnico. Tambm possvel verificar que um processo de total desintermediao, que levaria a eliminao dos varejistas, parece estar longe de ser a realidade nas prximas dcadas e acreditamos que deveremos assistir nos prximos anos a ascenso de uma categoria de varejistas aos quais denominamos de e-varejistas.
Resumo:
Este trabalho analisa um dos setores econmicos mais desenvolvidos do Brasil, a indstria financeira. Mais especificamente, as situaes de trocas relacionais com os clientes finais (pessoas-fsicas), tanto atravs dos contatos tradicionais (com empregados do banco) quanto atravs do comércio eletrnico (via internet). So descritos aspectos dos comportamentos dos clientes bancrios em seus relacionamentos comerciais, notadamente como a confiana desses clientes em relao empresa construda e quais as suas conseqncias para o relacionamento com o Banco. Atravs de uma survey com 611 clientes usurios de Internet Banking do Banco do Brasil de todo o Pas, confirmou-se a hiptese de que os clientes realizam avaliaes do servio atravs de facetas mltiplas: o Web Site, os Empregados de Fronteira e as Polticas e Prticas Gerenciais. De maneira geral, a competncia operacional e a benevolncia de cada uma das facetas foram confirmadas como antecedentes (ou formadores) da confiana. Ratificou-se, tambm, que os clientes avaliam os servios em dois contextos distintos: situaes rotineiras e quando ocorrem problemas (a chamada recuperao de servios). A hiptese central do trabalho de que, em situaes de trocas relacionais, a confiana que os clientes tm em cada uma das facetas gera o comportamento de lealdade foi confirmada. A mediao dessa relao pelo valor que o cliente percebe na relao de troca tambm mostrou-se consistente. A maioria dos resultados obtidos apresentou-se conforme o esperado e de acordo com a reviso de literatura realizada, sendo que muitos deles foram similares, em termos de magnitude e significncia estatstica, a trabalhos anteriores sobre tema semelhante em outros pases. A partir desses resultados, so apresentadas limitaes do trabalho e sugestes para pesquisas futuras em relao aos aspectos tericos, metodolgicos e prticos abordados.
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Este trabalho descreve os principais mecanismos financeiros de estmulo s exportaes disponveis no Brasil e estima o impacto dos financiamentos sobre a rentabilidade das empresas. Os mecanismos financeiros de estmulo s exportaes disponveis so quatro: a) financiamentos com base em contratos de cmbio; b) o Programa de Financiamento s Exportaes PROEX; c) o Programa BNDES-Exim ; e d) o Seguro de Crdito Exportao SCE. Os financiamentos com base em contrato de cmbio so realizados com recursos privados captados no exterior e operacionalizados de trs diferentes formas: a) Adiantamento sobre Contrato de Cmbio - ACC; b) Adiantamento sobre Cambiais Entregues ACE; e c) Trava de Cmbio. Nos dois primeiros instrumentos, o exportador recebe um adiantamento com base no contrato de cmbio, enquanto que no caso da trava de cmbio o exportador empresta a importncia do contravalor em moeda nacional do contrato de cmbio de exportao ao banco. Por meio da comparao das taxas de juros cobradas no mercado domstico com as taxas de juros dos financiamentos exportao, prximas s taxas internacionais, para cada uma das modalidades de financiamento, estimado, em termos globais, o ganho de arbitragem que as empresas envolvidas com as exportaes brasileiras obtm, utilizando os financiamentos a eles disponibilizados.
Resumo:
A sociedade organizada e moderna vive num mundo cada vez mais globalizado, onde a competitividade entre as empresas aumenta significativamente. Os clientes esto cada vez mais exigentes e bem informados acerca dos produtos e das empresas. A Internet mostrou-se nos ltimos anos uma grande ferramenta estratgica nestas transformaes, causando mudanas e forando as empresas a repensarem seu posicionamento no mercado e em seus modelos de negcios. O turismo na tica do cliente formado basicamente por informao que pode ser disponibilizada largamente pela Internet. Cada vez mais surgem novas empresas, utilizando-se da Internet para realizar negcios relacionados ao mercado de turismo. Destas empresas h aquelas que disponibilizam seus produtos somente pela Internet e aquelas que se utilizam de modelos tradicionais de comercializao. Neste contexto, esta pesquisa estuda algumas empresas e instituies envolvidas com o setor de turismo no Brasil, buscando abstrair a percepo de cada caso sobre quais as influncias da utilizao da Internet em seus negcios e no mercado. Evidencia possveis causas de as empresas utilizarem ou no a Internet como meio de comunicao e venda em seus negcios, possibilitando obter uma viso do uso da Internet e o comércio eletrnico pelas empresas na efetivao do negcio turismo no Brasil.
Resumo:
Este trabalho analisa os efeitos que a formao da rea de Livre Comércio das Amricas (ALCA) poder exercer sobre o fluxo de comércio de um grupo de pases que faro parte deste bloco, a partir da utilizao de um modelo gravitacional. Inicialmente, apresentamos a fundamentao terica sobre a formao de blocos econmicos, enfatizando os principais conceitos como criao de desvio de comércio. Um breve relato sobre o andamento das negociaes para a formao da ALCA apresentado a seguir, com nfase no seu desenvolvimento histrico e temas ainda pendentes. A terceira parte do trabalho destina-se comentar alguns estudos sobre o mesmo tema que utilizaram metodologias diferentes para analisar o mesmo tema. Na quarta parte, so estimados os efeitos sobre o comércio de trs importantes blocos j em vigor na regio (Pacto Andino, MERCOSUL e NAFTA) atravs do modelo gravitacional. Este modelo permite identificar os efeitos sobre o comércio que podem ser atribudos exclusivamente a formao dos blocos, separando-os dos demais fatores que influenciam o padro de comércio. Os resultados obtidos por meio da equao gravitacional servem de base para a criao de cenrios prospectivos da ALCA. No cenrio mais otimista, o comércio do Brasil com os principais parceiros da ALCA cresceria significativamente, assim como os fluxos comerciais entre os demais pases analisados.
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O estudo analisa a orientao das exportaes brasileiras de seis produtos de base agrcola (acar, caf, frango, fumo, soja e o suco de laranja), procurando observar se ela vem ocorrendo em direo da futura rea de Livre Comércio das Amricas (ALCA), valendo-se do ndice de Orientao Regional. Busca tambm avaliar a importncia destes produtos na pauta de exportaes brasileiras, atravs do ndice de Vantagens Comparativas Reveladas (VCR). Descreve as tarifas de importao de alguns pases que iro compor a ALCA juntamente com o Brasil, no intuito de concluir o benefcio da eliminao das mesmas para cada um dos produtos. Constata-se que os produtos brasileiros devero beneficiar-se da abertura comercial promovida atravs da ALCA, salvo no caso da carne de frango que deve ser considerado como um produto sensvel para que no sofra concorrncia dos EUA num primeiro momento.
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O plano de ajuste econmico brasileiro implementado em julho de 1994, conhecido como Plano Real, provocou profundas mudanas na economia do pas, em especial no Sistema Financeiro Nacional - SFN. Com o acentuado declnio da inflao, as instituies bancrias foram obrigadas a rever suas estratgias de atuao em busca de novas receitas que substitussem os ganhos inflacionrios. Os bancos mais estruturados e organizados conseguiram reagir com rapidez e se adaptar nova realidade. Muitos, no entanto, no tiveram capacidade e condies de sobreviver num ambiente to competitivo e, por diversas razes, desapareceram. O Banco do Brasil BB - faz parte do Sistema Financeiro Nacional e nele sempre desempenhou papel destacado. o banco oficial da Unio; possui mais de 7.500 pontos de atendimento em todo o territrio nacional e no exterior e aproximadamente 91.000 colaboradores, entre funcionrios e estagirios. As medidas econmicas resultantes do Plano Real tambm o atingiram, obrigando-o a passar por profunda reestruturao nas mais diversas reas e setores. Este trabalho tem por objetivo mostrar as principais alteraes ocorridas na instituio aps o Plano Real. Partindo de um histrico, o texto apresenta a nova estrutura do SFN e relata o conjunto de aes adotadas pela diretoria do BB a partir de 1994. O objetivo demonstrar que a eficincia na conduo dessas aes, bem como a eficcia das estratgias permitiu empresa dar uma resposta altura s demandas do mercado, bem como manter a posio de maior banco do Brasil e da Amrica Latina.
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O Centro de Porto Alegre (Brasil) caracteriza-se pela presena de vendedores de rua desde o sculo XVIII. Hoje, contudo, essa forma de comércio informal assume propores extraordinrias, constituindo-se um fenmeno global relacionado produo e comercializao de pirataria, consumida generalizadamente em todas as camadas sociais. O universo desta pesquisa so os camels e sacoleiros regularizados que trabalham na Praa XV de Novembro da capital gacha e comercializam mercadorias contrabandeadas de Ciudad del Este (Paraguai), trazidas por eles prprios. A atuao dos camels no espao pblico envolve uma permanente negociao - ora pacfica, ora conflituosa - com o poder pblico, lojistas, meios de comunicao e vendedores de rua em situao irregular. Afora as dificuldades do trabalho de rua e a competitividade do ofcio, os comerciantes estudados formam suas redes de relaes (sejam elas de vizinhana, de parentesco ou de companheirismo de viagem) pautadas pela presena constante da solidariedade e lealdade - cdigos simblicos que do sustentao ao trabalho cotidiano, conferindo sentido ao trabalho e vida social. Procura-se, com isso, fornecer uma viso ampla do universo estudado, mostrando vrias de suas facetas, acompanhadas ao longo de uma etnografia que aconteceu tanto em Porto Alegre, quanto na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Resumo:
O objetivo proposto por este estudo investigar a contribuio da Operao Pan-Americana (OPA), lanada pelo Brasil, em 1958, durante o Governo JK, para o estreitamento das relaes entre o Brasil e a Argentina, cujo pice foram os Acordos de Uruguaiana, firmados em 1961. A crescente parceria estendeu-se at a desestabilizao provocada pelo golpe militar, que destituiu o Presidente argentino Arturo Frondizi, em 1962. Este trabalho procura demonstrar que, durante o perodo de 1958 a 1962, atingiu-se um alto nvel de cooperao bilateral, como resultado de uma ampla mobilizao por parte tanto do corpo diplomtico, quanto das assessorias diretamente ligadas ao Poder Executivo dos governos desses dois pases.As razes que motivaram uma convergncia nas aes dos governos do Brasil e da Argentina foram: no aspecto econmico, a necessidade de ampliao do mercado regional, visando a uma maior insero internacional dessas economias; no aspecto poltico, o esforo para a manuteno da autonomia frente aos Estados Unidos, potncia mundial com hegemonia na regio. Tal posicionamento foi influenciado, principalmente, pela tentativa de ingerncia norte-americana em determinados pases, como foi o caso da Guatemala, em 1954. Portanto, a cooperao internacional dos pases latino-americanos (a partir do lanamento da OPA), ampliou o enfoque, que antes era exclusivamente bilateral (com os Estados Unidos), para o mbito regional, por meio da qual se buscou fortalecer as economias da regio. A iniciativa brasileira, de carter hemisfrico, caracterizada pela OPA, acabou contribuindo para que houvesse uma aproximao entre os dois pases. Nesses termos, os entendimentos de Uruguaiana, so, aqui, analisados como o resultado de um aprofundamento do projeto de JK; isso porque, apesar de ter havido o fortalecimento dos laos, especialmente, dos dois maiores pases do Sul do Continente, mediante os Acordos de Uruguaiana, a OPA abriu tambm uma nova perspectiva para os demaispases da regio, que resultou na criao da Associao Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC).
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A pesquisa consiste em um estudo qualitativo sobre as representaes do Brasil e dos brasileiros em sites da Internet gerados no exterior. A partir da hiptese de que as representaes de brasilidade, desde h muito, esto ligadas ao mito fundador do Brasil, busca-se discutir como se constroem representaes a respeito da identidade brasileira em tempos de mundializao da cultura, quando as narrativas, atravs de mdias como a Internet, crescentemente circulam em nvel global. A discusso proposta encontra nas obras de Castells (1999; 2003), Hall (2002), Chau (1986; 2000) e DaMatta (1993; 1994; 1996) os principais interlocutores para a formao de seu referencial terico. A investigao props trs objetivos distintos: a identificao das imagens utilizadas e veiculadas pelos sites para narrar a brasilidade; a verificao de como se constroem as representaes a respeito do Brasil e dos brasileiros em suas narrativas verbais e visuais e, finalmente, a identificao dos elementos do mito fundacional presentes nessas representaes. A anlise do material emprico, realizada atravs de uma anlise textual crtica baseada na semiologia barthesiana, permitiu verificar que, embora a brasilidade representada nos sites contenha elementos de ambigidade e contradio, tais representaes apontam predominantemente para a utilizao de formas mitolgicas de representao do Brasil e dos brasileiros. Ao circularem na Internet, tais representaes atualizam a mitologia verde-amarela que representa o Brasil como pas de riqueza natural e o brasileiro como povo pacfico, hospitaleiro, alegre e sensual.
Resumo:
A falta de informaes sobre a distribuio e status do macaco-prego (Cebus nigritus) no Estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Brasil, dificulta os trabalhos de conservao da espcie. Estudos sobre as relaes das populaes humanas locais com os animais silvestres so raros, porm interessantes, pois atravs destes estudos torna-se possvel reconhecer o conhecimento e as atitudes dessas populaes frente a estes animais. O presente estudo visa contribuir com informaes sobre a distribuio de C. nigritus e o conhecimento ecolgico local sobre a mastofauna na regio do Parque Estadual de Itapeva (PEVA) e arredores, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Brasil. De junho de 2004 a fevereiro de 2006, foram realizadas entrevistas e coletados relatos da populao residente no entorno de 36 fragmentos, os quais indicaram: a) presena de C. nigritus em 20 fragmentos; b) ausncia do mesmo em 16; c) captura, caa e suplementao alimentar como principais atividades humanas afetando a espcie. De outubro de 2004 a fevereiro de 2006, foram realizadas expedies a campo, nas quais a presena da espcie foi confirmada em 13 fragmentos e o fornecimento de alimentao de origem antrpica foi registrado em dois destes. A interao de C. nigritus com cultivos foi citada por moradores para sete fragmentos, porm no se obteve o registro da mesma em nenhum deles. Oito mtricas relacionadas rea, forma, isolamento e matriz dos 36 fragmentos foram analisadas. Para trs dessas mtricas (rea, ndice da forma e ndice de proximidade) a diferena entre fragmentos onde a espcie est presente e fragmentos onde est ausente foi significativa. A anlise multivariada das oito medidas tambm apresentou diferena significativa entre esses dois grupos de fragmentos. A dinmica de sobrevivncia de C. nigritus na regio estudada complexa e provavelmente a manuteno de suas populaes seja dependente do conjunto de fragmentos na paisagem, sendo possvel que as mesmas constituam uma metapopulao. Atravs de visitas a instituies mantenedoras de C. nigritus em cativeiro no Rio Grande do Sul e de informaes obtidas atravs de instrumentos de mdia popular e de divulgao cientfica, foi realizado um levantamento sobre: a) condies oferecidas em cativeiro; b) aes, em nivel regional, de apreenso e soltura por rgos de fiscalizao ambiental. As principais deficincias nas condies de cativeiro foram a dieta oferecida, a superlotao e a falta de enriquecimento ambiental nos recintos. Parece comum a relocao, sem planejamento e monitoramento, por instituies mantenedoras e rgos de fiscalizao ambiental. Com relao ao conhecimento da populao local sobre a mastofauna da regio do PEVA e arredores, os resultados revelaram que a comunidade analisada sabe reconhecer as espcies que compunham e/ou ainda compem a mastofauna local e possui alguns conhecimentos a respeito da biologia geral destes animais. Ainda, as entrevistas e relatos demonstraram que a situao de ocorrncia e abundncia dessas espcies, no passado e no presente, est relacionada : presso de caa, presso de captura, destruio do habitat e construo da rodovia RS-389. Assim sendo, atividades cruciais para um programa de conservao das populaes remanescentes da fauna silvestre incluem: a) o desenvolvimento de aes de educao ambiental na regio do PEVA e arredores; b) a reviso do status regional de conservao de C. nigritus; c) a criao e manuteno de unidades de conservao e corredores ecolgicos; d) a inibio eficaz do comércio ilegal de animais silvestres; e) a capacitao dos agentes fiscalizadores dos rgos ambientais para a realizao adequada de relocaes. Ainda, ressalta-se a importncia de considerar os conhecimentos da populao humana local no planejamento de aes conservacionistas como passo fundamental para que estas obtenham sucesso.