9 resultados para necessidades adicionais de suporte
em REPOSITÓRIO ABERTO do Instituto Superior Miguel Torga - Portugal
Resumo:
O objectivo do presente estudo consistiu em verificar a influência do suporte social e dos estilos de coping sobre a percepção de bem-estar subjectivo e de estados emocionais negativos numa amostra de 41 indivíduos (27 homens e 14 mulheres) portadores de doença mental crónica, com idades compreendidas entre os 18 e 61 anos. Foram, ainda, identificados os principais estilos de coping utilizados por esses indivíduos, bem como um estudo de comparação entre doentes institucionalizados e não-institucionalizados. Foram utilizados os seguintes instrumentos: Escala de Satisfação com o Suporte Social, constituída por quatro subescalas (satisfação com amizades, intimidade, satisfação com a família e actividades sociais); Questionário dos Estilos de Coping, formado igualmente por quatro subescalas (Coping Racional, Coping Emocional, Coping Evitante e Coping Distanciado/Desligado); Escala de Satisfação com a Vida e, por último, a Escala de Depressão, Ansiedade e Stress. Os resultados demonstram que o valor global de suporte social e as suas dimensões “satisfação com amizades”, “intimidade”, “satisfação com a família” e “actividades sociais” se correlacionam positivamente, a nível estatisticamente significativo com o bem-estar subjectivo. Relativamente ao estilo de coping racional, verifica-se que este se relaciona negativamente com a sintomatologia depressiva, ao contrário do coping emocional que apresenta uma correlação positiva com os estados emocionais negativos (depressão, ansiedade e stress) e uma relação inversa com o bem-estar. Os doentes institucionalizados, comparativamente aos não-institucionalizados, apresentam o uso mais frequente de coping desadaptativo (emocional) e níveis mais elevados de ansiedade. O suporte social, os estilos de coping e a percepção de bem-estar subjectivo demonstram estar associados de modo teoricamente esperado, mostrando a importância dos factores psicossociais na adaptação à doença mental crónica. / The aims of this study was to verify the influence of social support and coping styles on the perception of subjective well-being and negative emotional states in a sample of 41 subjects (27 men and 14 woman) with chronic mental illness (aged between 18 and 61 years). We also identified the main coping styles used by these subjects, as well as a comparative study of institutionalized patients and non-institutionalized. Instruments used include the Satisfaction with Social Support (with four dimensions: satisfaction with friendships, intimacy, satisfaction with family and social activities); Coping Styles Questionnaire (with four coping dimensions: rational, emotional, avoidant and distance); Scale of Satisfaction with Life and, finnaly, the Scale for Depression, Anxiety and Stress. Results shows that the global social support and its dimensions “satisfaction with friendships”, “intimacy”, “satisfaction with family” and “social activities” have a statistically significant positive correlation with subjective well-being.and It appears that the rational coping styles is negatively related to depressive symptoms, unlike the emotional coping has a positive correlation with negative emotional states (depression, anxiety and stress) and an inverse relationship with well-being. The institutionalized patients, compared to non-institutionalized, have more frequent use of maladaptative coping (emotional) and higher levels of anxiety. Social support, coping styles and perception of subjective well-being are associated according to the theoretical models, showing the role of psychosocial factors in adaptation to chronic mental illness.
As Relações de Vizinhança nas Redes de Suporte Social dos Residentes no Bairro de Santiago em Aveiro
Resumo:
O presente estudo descreve o suporte social dos residentes do Bairro de Santiago em Aveiro. Numa perspectiva sistémica são analisadas as características estruturais, funcionais e contextuais da rede social pessoal do indivíduo, nomeadamente as relações que desenvolve com a vizinhança do bairro. A amostra é constituída por 80 moradores do bairro, 50 mulheres e 30 homens, com idades compreendidas entre os 18 e os 83 anos. Para a avaliação das variáveis em estudo foi utilizado um questionário para a caracterização da situação sociodemográfica e socioprofissional, assim como a caracterização da residência e da relação percebida com a vizinhança; o Instrumento de Análise da Rede Social Pessoal numa versão adaptada (Guadalupe, 2009); e o eco-mapa para a caracterização da relação percebida com a rede secundária (Hartman &Laird, 1983). Os sujeitos da amostra são maioritariamente naturais da freguesia da Glória, residem com a família nuclear e apresentam um tempo médio de residência no bairro de 16 a 20 anos. A maior parte dos sujeitos reside em habitações arrendadas, sendo que cerca de metade da amostra refere que gosta de viver no bairro, sendo o seu local ideal de residência, indicam ainda ter uma relação muito próxima com os vizinhos. Os residentes mais velhos do bairro apresentam redes de suporte mais pequenas, mas com um tamanho maior nas relações de vizinhança na rede, associada a um tempo de residência no bairro mais alargado e ao facto de não apresentarem uma actividade produtiva, embora não se tenha verificado que estes valores sejam significativos. O local ideal de residência e a proximidade nas relações de vizinhança parecem ser decisivos na qualidade de suporte que a sua rede lhe oferece, nomeadamente na frequência de contactos com este quadrante da rede social. Este estudo permite-nos compreender alguns factores que tecem a rede interna deste bairro, percebe-se assim que cada vez mais a intervenção tem de ser voltada para o bairro como um todo, característica fundamental quando se pensa na intervenção neste contexto.
Resumo:
O “Espaço de Mudança”, projecto gerido pela Santa Casa da Misericórdia do Concelho de Oliveira do Bairro, tem um Programa de Educação Parental (PEP) que funciona por encaminhamento e sinalização de entidades deste Concelho. Neste sentido, o PEP é construído de forma a responder às características e especificidades da população-alvo que atende, não se baseando em nenhum programa- -modelo. Por este motivo, o presente estudo constituiu-se num estudo de caso com o objectivo de avaliar se o PEP está a responder aos fins para os quais foi construído. Neste sentido, incorpora a caracterização e avaliação familiar de cada participante, a avaliação do seu desempenho no decorrer das sessões, a análise de mudanças significativas ao nível das variáveis adaptabilidade e coesão familiar, recursos familiares, coping familiar e suporte social, e também a análise de mudanças nas dificuldades e/ou nos problemas identificados na sinalização. Através deste estudo foi possível verificar que as mulheres participantes do PEP constituem um grupo com baixas qualificações, com percursos de pobreza, sendo beneficiárias da prestação de Rendimento Social de Inserção (RSI), e com problemáticas que se encadeiam e influenciam várias áreas das suas vidas. Contudo, constituem-se num grupo heterogéneo a nível de competências e necessidades. Tidas no seu conjunto, podemos concluir que 4 das 5 participantes tiveram um bom desempenho, concluindo-se que o PEP foi adequado para esta maioria Ao nível das variáveis adaptabilidade e coesão familiar, recursos familiares, coping familiar e suporte social não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas ao longo do programa, porém é de realçar que, de forma global, as participantes melhoraram os seus resultados. É ainda possível verificar que o PEP teve um impacte positivo nas mesmas 4 formandas, as quais conseguiram ultrapassar algumas das dificuldades e/ou problemas que motivaram o encaminhamento. Foi possível concluir que o facto de se tratar de um grupo heterogéneo veio trazer ganhos para as participantes, contudo um dos elementos, que tinha uma problemática associada ao alcoolismo, deveria ter sido integrado num grupo com características diferentes, razão pela qual o PEP não se constituiu como uma resposta adequada para este elemento. O estudo revela ainda que o PEP no Espaço Mudança constitui uma mais-valia para colaborar na activação das competências pessoais, sociais e parentais das mães que passam por dificuldades acrescidas, sendo de promover e potenciar este tipo de intervenções construídas a partir das características e necessidades da população-alvo. /
Resumo:
As definições tradicionais de prostituição tendem a enfatizar três aspectos: a existência de uma interacção de tipo sexual, a existência de uma retribuição económica por essa interacção e a existência de indiferença afectiva entre as partes envolvidas, isto é entre cliente e prostituta (Machado & Gonçalves, 2002) O conceito de “rede” tem surgido recentemente nos mais diversos domínios e com inúmeras designações associadas, pelo que pode falar-se de redes em áreas e aplicações tão diversas, pois é usado para “designar uma grande variedade de objectos e de fenómenos”. Os vínculos numa rede primária são, assim, essencialmente de natureza afectiva, não havendo qualquer formalidade na relação. Já as redes secundárias reportam-nos aos membros da nossa rede com os quais estabelecemos relações num contexto formal e com objectivos funcionais (Guadalupe, 2009) Tendo em conta o objecto de estudo, pretende-se com este trabalho de pesquisa, perceber quais as redes de suporte desta população, bem como a eficácia da rede em relação aos vínculos afectivos. Podemos assim apurar que relativamente às redes de suporte primárias estas prostitutas têm mais perto de si os seus companheiros e em seguida os seus filhos, mantendo, 29.4 % uma boa relação com a sua família e uma percentagem igual uma má relação familiar. Relativamente às redes de suporte secundárias, uma parte desta população recorre a politicas sociais activas, implementadas pelo Ministério do Trabalho e da Segurança Social operacionalizadas pela Segurança Social de Coimbra para o apoio social. Ao nível da intervenção social directa, recorrem à Associação Existências para o apoio emocional, psicossocial e de aconselhamento em contexto de gabinete ou em contexto outreach. /
Resumo:
Sendo um dos objetivos do Serviço Social a promoção do bem-estar social, e considerando a relevância das redes sociais pessoais e do suporte social no bem-estar das pessoas idosas, o presente estudo analisa perfis de redes sociais pessoais de idosos, tendo em conta as suas características estruturais, funcionais e relacionais-contextuais, na perspectiva do Serviço Social sistémico. Na última etapa da vida identificam-se na rede social de um individuo vários determinantes com efeitos cumulativos que favorecem o estreitamento das redes sociais, sendo os contextos de vida, as necessidades de apoio de respostas sociais e a institucionalização, fatores relevantes para a investigação. A investigação quantitativa, utilizou um inquérito por questionário para caracterizar sociodemograficamente a amostra e o Instrumento de Análise de Rede Social Pessoal (Guadalupe, 2009) para caracterizar a rede nas suas dimensões e características, privilegiando-se uma análise bivariada das variáveis. A amostra é composta por 317 idosos com idade igual ou superior a 65 anos. Comparámos três subamostras: 209 idosos que não usufruem do apoio de respostas sociais (65,9%), sendo estes maioritariamente de sexo feminino, casado(a)s ou a viver em união de facto e com média de 75 anos; 71 idosos que usufruem de apoio de respostas sociais (22,4%), na sua maioria de sexo feminino, viúvo(a)s e com 80 anos de média de idade; 37 idosos institucionalizados em Lar (11,7%), mulheres na sua maioria, viúvo(a)s, com média de 83 anos. A hipótese inicial do nosso estudo era a existência de três perfis distintos nas redes sociais pessoais de idosos, conforme a sua relação com as respostas sociais, no entanto, concluiu-se que existe um padrão comum nas redes sociais destes idosos, quer a nível estrutural, como a nível funcional ou contextual. Todavia, identificamos algumas diferenças significativas (p < 0,041) entre os perfis explorados, na composição das redes, na reciprocidade de apoio, na satisfação da rede, na densidade, na frequência de contactos, na distância geográfica e na durabilidades das relações. O estudo constitui-se como um contributo para o Serviço Social, na medida em que oferece conhecimento sobre as redes sociais dos idosos em diferentes contextos de vida, não oferecendo, no entanto, uma categorização que possibilite a construção cabal de tipologias, mas antes, fornece uma base orientadora da avaliação das redes sociais pessoais e de suporte social de idosos para o diagnóstico social. / Being one of Social Work goals the promotion of social well-being, and considering the relevance of personal social networks and social support in the well-being of the elderly, the present study analyzes personal social network’s profiles of elderly people, taking into account their structural, functional and relational-contextual characteristics, in a Social Work systemic perspective. In the last stage of life are identified in an individual's various social network determinants with cumulative effects favouring the narrowing of social networks, being life contexts, the support needs of social responses and institutionalization, relevant factors to the investigation. Our quantitative research used a survey to characterize socially and demographically the sample and the Personal Social Network Analysis Tool (Guadalupe, 2009) to characterize the network in its dimensions and characteristics, using a bivariate analysis of the variables. The sample is composed of 317 elderly aged 65 years old or more. We compared three sub-samples: 209 seniors who do not have the support of social services (65.9%), mostly female, married or cohabiting and with an average of 75 years old; 71 seniors who have support of social services (22.4%), mostly women, widowed and with 80 years of average age; 37 institutionalized elderly (11.7%), mostly women, widowed, with an average age of 83 years. The initial hypothesis of our study was the existence of three distinct personal profiles on social networks, according to their relationship to the social services, however, we have concluded that there is a common pattern in social networks of these elderly, at their structural, functional or contextual level. However, we identified some significant differences (p < 0.041) between the explored profiles, in the composition of networks, support reciprocity, network satisfaction, density, frequency of contacts, geographical distance and durability of relations. The study is a contribution to Social Work, insofar as it provides knowledge about personal social networks of the elderly in different life contexts, not offering, however, a fully categorization that allows the construction of typologies, but rather, provides guidance lines in the evaluation of personal social networks and social support of the elderly to the social diagnosis.
Resumo:
A presente investigação pretendeu ver cumpridos três dos principais objetivos: 1) Estudar as variáveis sociodemográficas e clínicas que caracterizam os doentes com cancro do pulmão; 2) Explorar a relação entre o ajustamento mental ao cancro do pulmão, a autocompaixão, o suporte social e os estados emocionais negativos dos doentes; 3) Examinar o impacto da autocompaixão e do suporte social em relação ao ajustamento mental e aos estados emocionais negativos em doentes com cancro do pulmão. A amostra é constituída por 55 indivíduos (38 homens e 17 mulheres) diagnosticados com cancro do pulmão e com idades compreendidas entre os 44 e os 87 anos, acompanhados medicamente no Hospital de Dia de Oncologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Como instrumentos de medida para avaliar o ajustamento mental ao cancro, a autocompaixão, o suporte social e os estados emocionais negativos dos participantes foram utilizadas a Escala de Ajustamento Mental ao Cancro (MiniMac), a Escala de Autocompaixão (Selfcs), a Escala de Satisfação com o Suporte Social (Esss) e a Escala de Sintomatologia Psicopatológica (Eads-21). Os resultados obtidos revelaram uma associação significativa entre algumas variáveis clínicas, nomeadamente ser fumador, perceção da gravidade da doença, existência de antecedentes familiares com doença oncológica, e as variáveis em estudo (ajustamento mental, autocompaixão, suporte social e psicopatologia). Foram ainda encontradas correlações significativas entre o ajustamento mental e as estratégias de regulação emocional (autocompaixão), suporte social e psicopatologia. Por último, as análises de regressão linear múltipla mostraram que o modelo preditor da sintomatologia depressiva e do ajustamento mental (avaliado pela dimensão de desânimo) inclui o mindfulness como um preditor significativo. Já em relação ao modelo preditor do stress, o grau de satisfação com o suporte dos amigos revelou ser um contributo importante. Estes resultados têm implicações práticas, sugerindo que estes doentes podem no seu programa terapêutico beneficiar do desenvolvimento deste tipo de estratégias (novas formas de se relacionarem com as suas experiências emocionais e qualidade das suas redes sociais) no sentido de promover um melhor ajustamento mental à sua condição. / The current investigation intended to study three main objetives: 1) to study the sociodemographical and clinical variables which characterize those who suffer from lung cancer; 2) to explore the relation between the mental adjustment to lung cancer, selfcompassion, social support and the negative mental conditions of the sick person; 3) to analyse the impact of self-compassion and the social support in relation to the mental adjustment and to the negative mental conditions of a sick person with lung cancer. The sample is made of 55 individuals (38 males and 17 females) diagnosed with lung cancer, aged between 44 and 87 years old, using medicines at the Hospital de Dia de Oncologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. The Mini Mental Adjustment to Cancer Scale (MiniMac), the Self-Compassion Scale (Selfcs), the Escala de Satisfação com o Suporte Social (Esss) and the Depression Anxiety Stress Scales (Eads-21) scales were used as measuring instruments of evaluation of the mental adjustment to lung cancer, selfcompassion, social support and the negative mental conditions of the sick person. The results revealed a significant association between some clinical variables (being a smoker, awareness of the gravity of sickness, precedent relatives who suffered from cancer) and the variables in study (mental adjustment, self-compassion, social support and psychopathology). There were also found significant correlations between mental adjustment and the strategies used for emotional adjustment (self-compassion), the social support and the psychopathology. At last the multiple linear regretting analysis has shown that the predictor model of depressive symptomatology and the mental adjustment (analysed by the discouragement dimension) includes mindfulness as a significant predictor. However in what concerns to the stress model predictor, the satisfaction level with friends support revealed itself has being of high importance. These results have practical consequences, suggesting that sick people can benefit in their therapeutic program of these kind of strategies (new ways of leading with their emotional experiences and the quality of their social relationships) so they can promote a better mental adjustment to their health condition.
Resumo:
Objetivo. Devido ao aumento da esperança de vida, os adultos com necessidades especiais vivem mais tempo, sendo os seus principais cuidadores, geralmente familiares, também mais envelhecidos. Tal situação representa novas necessidades específicas de apoio, sendo inúmeros os desafios colocados ao Serviço Social no sentido de garantir o bem-estar da pessoa com incapacidade e dos seus cuidadores. Assim, este estudo tem como objetivo realizar um levantamento das necessidades de apoio e a caraterização da rede social pessoal de apoio do cuidador informal de adultos com necessidades especiais. Participantes. A amostra é constituída por 40 cuidadores informais de adultos com necessidades especiais, integrados na resposta social “Centro de Atividades Ocupacionais-CAO” da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, de ambos os sexos com idade igual ou superior a 40 anos. Material e métodos. Foi utilizado o Instrumento de Avaliação da Rede Social Pessoal e um questionário para caracterização sociodemográfica e sociofamiliar dos cuidadores, assim como para avaliação de necessidades. Resultados. Aproximadamente um terço dos cuidadores relatou a experiência de níveis moderados de sobrecarga associada à prestação de cuidados, enquanto mais de metade relatou a experiência de níveis elevados e muito elevados dessa sobrecarga; o apoio financeiro foi referido como a forma de apoio mais necessária no presente, ainda que o apoio em residência tenha sido percecionado por cerca de um terço dos cuidadores como a forma de apoio mais necessária no futuro; enquanto mais de metade considerou o apoio domiciliário e de unidade residencial (institucional). Estes cuidadores familiares referiram a "incerteza" e a "esperança" como os sentimentos mais frequentemente experienciados em relação ao futuro das suas vidas. No que respeita às redes sociais, as relações familiares são centrais a nível estrutural; em termos de caraterísticas funcionais da rede, foram observados valores mais elevados para as dimensões de reciprocidade do apoio e satisfação com a rede social. Implicações. Este estudo sublinha a importância da avaliação das necessidades de apoio dos cuidadores familiares de adultos com necessidades especiais. A sua implementação sistemática pode auxiliar a tomada de decisão baseada na evidência empírica para as intervenções do Serviço Social, tais como na planificação e gestão de respostas e serviços sociais, a par do reconhecimento e ativação dos recursos das próprias famílias, de forma a promover a eficiência dos recursos e eficácia das intervenções, focadas no bem-estar do cidadão com deficiência e das suas famílias. / Aim. The general increase in human life expectancy has resulted in greater rates of survival for adults with special care needs, as well as for their ageing family caregivers. This situation poses different and specific support needs, which represent a major challenge in social work interventions aimed at ensuring the well-being of disabled persons and their caregivers. Therefore, this study was aimed to describe the needs for support and the perceived social support network of family caregivers of adults with special care needs. Participants. The sample for this study comprised 40 family caregivers of disabled adults with special care needs, of both genders and aged 40 years old at minimum, who attended a long-term care facility at Coimbra Cerebral Palsy Association. Material and methods. Participants were administered a self-report questionnaire on socio-economic, family and caregiving needs, along with the Instrument for Assessing Personal Social Networks. Results. Nearly one third a family caregivers experienced moderate caregiving burden, while more than half experienced high or very high levels of caregiving burden; financial support was perceived as the most needed form of support in the present, but residential home care was identified as the most needed form of support in the future; while more than a half considered home-based support and residential support viable options for their disabled family members with special care needs. These family caregivers reported "uncertainty" and "hope" as the most common feelings towards their family life in the future. On the topic of social networks, family relations were found to be crucial at the structural level; in terms of functional characteristics of the network, elevated scores were observed for reciprocity of support and satisfaction with the social network. Implications. This study highlights the importance of increasing the specificity of the assessments of needs for support in family caregivers of disabled adults with special care needs. The systematic conduction of these assessments may assist evidence-based decision making in social work interventions, such as for planning and managing social services, acknowledging and activating the families' own resources, and ultimately promote the efficacy and effectiveness 57 interventions aimed at improving the well-being of disabled citizens and their families.
Resumo:
Uma “rede social” diz respeito a uma estrutura constituída por pessoas ou organizações que partilham interesses, motivações e valores comuns. Um ponto partilhado pelos diversos tipos de rede social é a troca de informações, conhecimentos, interesses e esforços na tentativa de atingir objectivos comuns, muitas vezes potencializando forças e recursos em situações de crise. Recentemente tem-se ouvido falar bastante deste conceito aplicado à internet. A maternidade constitui, por si só, um momento de crise na vida de cada família e de cada mulher, requerendo adaptações e mudanças. O estudo realizado teve o intuito de avaliar o suporte online e offline (denominando-se essas ligações de redes sociais), no caso específico de assuntos ligados à maternidade. Pretendeu-se verificar também se existia uma correlação entre estes tipos de suporte e os níveis de stress e solidão sentidos pelas mães. Por último, aferiu-se ainda a influência que a idade dos filhos teria nesta adesão a grupos de suporte à maternidade, no Facebook. Este estudo teve uma amostra constituída por 170 mulheres (mães), estando as suas idades compreendidas entre os 25 e os 62 anos. Os resultados revelaram que apesar de não haver diferenças estatisticamente significativas entre o apoio online e offline, as mulheres que pertencem a grupos do Facebook tendem a sentir mais suporte por parte das plataformas de suporte disponíveis. Constatou-se ainda que não existem diferenças significativas entre os níveis de solidão e stress, entre mães que pertencem a grupos e mães que não pertencem. Foi interessante verificar que as mulheres com filhos mais novos (faixa etária dos 0-4 anos) têm uma presença mais significativa em grupos de apoio à maternidade, no Facebook. Pensamos que isso se deve às dúvidas e ao stresse gerado por um primeiro filho ou pela introdução de mais um filho no núcleo familiar, nos primeiros anos em que tal ocorre, procurando por isso mais activamente grupos que ajudem como rede de suporte, para partilhas, apoio emocional e esclarecimento de dúvidas. / A “social network” refers to a structure formed by individuals or organisations that share interests, motivations and common values. A feature shared by several types of social network is the exchange of information, knowledge, interests and efforts, in an attempt to achieve common goals, often potentiating strengths and resources in crisis situations. Recently, we have heard of this concept applied to the internet. Motherhood is, by itself, a moment of crisis in the life of every family and every woman, requiring adaptations and changes. This study aimed to assess online and offline supports (being these connections themselves denominated social networks), in the specific case of motherhood-related issues. It was also intended to confirm whether there was a correlation between these types of support and stress and loneliness levels sensed by mothers. Finally, it was evaluated as well the influence that the children’s age would have on this adherence to motherhood support groups on Facebook. This study had a sample of 170 women (mothers), with ages between 25 and 62 years. The results showed that, although there are no statistically significant differences between the online and offline support, women who belong to Facebook groups tend to feel more support from the available support platforms. It was shown as well that there are no significant differences between loneliness and stress levels among mothers who belong to groups and mothers who do not belong to those groups. It was interesting to find that women with young children (aged 0-4 years old) have a more significant presence in motherhood support groups on Facebook. We think that this is due to the doubts and the stress generated by a first child or the introduction of another child in the household, therefore making sense that they seek, in the early years of the child’s life, groups that help as a support network, for shares, emotional support and answering questions.
Resumo:
O ativismo pode ser percecionado como um conjunto de comportamentos baseados em motivações e valores aliados na solidariedade e cooperação, que visam efetivar mudanças na respetiva sociedade em que o ativista se insere. As tecnologias da informação e comunicação (TIC) vieram permitir que este ativismo migrasse para o espaço digital surgindo assim o ativismo online, ativismo digital ou ciberativismo. Relativamente à relação do ativismo com o suporte social e habilidades sociais, existe uma escassez de pesquisas (nacionais e internacionais) que explorem a relação direta entre os constructos. A partir dos dados recolhidos numa amostra portuguesa, o presente estudo pretende caracterizar e descrever o ativista social (online e/ ou offline), relacionar o ativismo social com o suporte social e as habilidades sociais, de modo a averiguar se o apoio em causas sociais tem impacto na satisfação que o indivíduo retira das relações que estabelece no dia-adia, bem como a existência ou não de um maior grau de habilidades sociais. Metodologia: A amostra deste estudo envolveu 210 participantes, dos quais 154 elementos são do sexo feminino (73,3%) e 56 elementos do sexo masculino (26,7%), com idades compreendidas entre os 15 e os 73 anos, sendo a média de idades de 31,19 anos (DP = 11,62). O protocolo foi composto por um breve questionário sociodemográfico, questionário sobre ativismo social, Escala de Satisfação com o Suporte Social (ESSS) e o Inventário de Habilidades Sociais (IHS). Os dados obtidos revelam que os sujeitos que apoiam causas sociais offline apresentam uma menor satisfação relativamente às amizades/ amigos. O grupo de participantes que apoia causas offline (n = 134) apresenta maior habilidade no fator da autoexposição a desconhecidos ou a situações novas. Os que apoiam causas online (n = 96), além de melhor habilidade no fator autoexposição, também apresentam melhor habilidades de conversação e desenvoltura social.