2 resultados para Univalent Functions with Negative Coefficients
em REPOSITÓRIO ABERTO do Instituto Superior Miguel Torga - Portugal
Resumo:
O objectivo do presente estudo consistiu em verificar a influência do suporte social e dos estilos de coping sobre a percepção de bem-estar subjectivo e de estados emocionais negativos numa amostra de 41 indivíduos (27 homens e 14 mulheres) portadores de doença mental crónica, com idades compreendidas entre os 18 e 61 anos. Foram, ainda, identificados os principais estilos de coping utilizados por esses indivíduos, bem como um estudo de comparação entre doentes institucionalizados e não-institucionalizados. Foram utilizados os seguintes instrumentos: Escala de Satisfação com o Suporte Social, constituída por quatro subescalas (satisfação com amizades, intimidade, satisfação com a família e actividades sociais); Questionário dos Estilos de Coping, formado igualmente por quatro subescalas (Coping Racional, Coping Emocional, Coping Evitante e Coping Distanciado/Desligado); Escala de Satisfação com a Vida e, por último, a Escala de Depressão, Ansiedade e Stress. Os resultados demonstram que o valor global de suporte social e as suas dimensões “satisfação com amizades”, “intimidade”, “satisfação com a família” e “actividades sociais” se correlacionam positivamente, a nível estatisticamente significativo com o bem-estar subjectivo. Relativamente ao estilo de coping racional, verifica-se que este se relaciona negativamente com a sintomatologia depressiva, ao contrário do coping emocional que apresenta uma correlação positiva com os estados emocionais negativos (depressão, ansiedade e stress) e uma relação inversa com o bem-estar. Os doentes institucionalizados, comparativamente aos não-institucionalizados, apresentam o uso mais frequente de coping desadaptativo (emocional) e níveis mais elevados de ansiedade. O suporte social, os estilos de coping e a percepção de bem-estar subjectivo demonstram estar associados de modo teoricamente esperado, mostrando a importância dos factores psicossociais na adaptação à doença mental crónica. / The aims of this study was to verify the influence of social support and coping styles on the perception of subjective well-being and negative emotional states in a sample of 41 subjects (27 men and 14 woman) with chronic mental illness (aged between 18 and 61 years). We also identified the main coping styles used by these subjects, as well as a comparative study of institutionalized patients and non-institutionalized. Instruments used include the Satisfaction with Social Support (with four dimensions: satisfaction with friendships, intimacy, satisfaction with family and social activities); Coping Styles Questionnaire (with four coping dimensions: rational, emotional, avoidant and distance); Scale of Satisfaction with Life and, finnaly, the Scale for Depression, Anxiety and Stress. Results shows that the global social support and its dimensions “satisfaction with friendships”, “intimacy”, “satisfaction with family” and “social activities” have a statistically significant positive correlation with subjective well-being.and It appears that the rational coping styles is negatively related to depressive symptoms, unlike the emotional coping has a positive correlation with negative emotional states (depression, anxiety and stress) and an inverse relationship with well-being. The institutionalized patients, compared to non-institutionalized, have more frequent use of maladaptative coping (emotional) and higher levels of anxiety. Social support, coping styles and perception of subjective well-being are associated according to the theoretical models, showing the role of psychosocial factors in adaptation to chronic mental illness.
Resumo:
A cannabis permanece como a substância ilícita mais consumida no mundo. Defendida por uns e “diabolizada” por outros, constitui uma das substâncias psicoactivas mais polémicas. Alguns autores destacaram já, a importância do estudo das representações sociais das substâncias psicoactivas. No entanto, desconhecem-se investigações que abordem a representação social desta substância num espaço rural. São objectivos deste estudo: 1) conhecer as representações sociais da cannabis no que diz respeito à substância, ao consumidor e ao contexto da utilização, 2) identificar as diferenças existentes entre utilizadores e não utilizadores desta substância da amostra em estudo. Para concretizar estes objectivos, foi realizado um estudo qualitativo que recorreu a uma dupla abordagem etno-metodológica e fenomenológica. Foram realizadas 30 entrevistas a indivíduos residentes nas duas maiores freguesias do concelho de Góis que, depois de transcritas, foram objecto de análise de conteúdo. No espaço rural considerado, a cannabis é maioritariamente representada como uma “droga”, indutora de uma sensação de mal-estar e causadora de dependência. Para os participantes o utilizador é percebido como detentor de características de personalidade negativas, que o induzem ao consumo. Relativamente ao eixo espacial, o espaço rural, e mais especificamente o concelho de Góis é representado como local de consumo e de produção da cannabis herbácea. Há uma distinção clara entre a representação social dos participantes que não utilizam a substância e os que utilizam. O último grupo representa-a como uma “droga leve”, e mostra-se esclarecido sobre as possíveis consequências da sua utilização. Neste grupo é ainda evidente a valorização da cannabis herbácea, em detrimento dos seus derivados. /