5 resultados para Relações pais-filho
em REPOSITÓRIO ABERTO do Instituto Superior Miguel Torga - Portugal
Resumo:
Segundo a abordagem sistémica, a transição para a parentalidade demarca uma das mais intensas mudanças do ciclo de vida de uma família. A melhor forma de compreender a família, é tentar entendê-la como um sistema, um todo, uma globalidade, como uma rede complexa de relações e emoções que não são susceptíveis de serem pensadas isoladamente (Oliveira, 2002). Porém, é relevante a forma como cada indivíduo, passa pela transição para a parentalidade. Considerou-se pertinente realizar um estudo que englobe a influência que as preocupações parentais apresentam na relação conjugal, tendo como objectivo clarificar a interacção entre as variáveis já referidas e, ainda, a influência que o sexo dos indivíduos, o tempo de casamento e a idade dos filhos exerce nessa interacção. Para tal, recorreu-se a uma amostra de 42 indivíduos, casados e com um único filho, que responderam à Escala de Avaliação da Satisfação em Áreas da Vida Conjugal (EASAVC) (Narciso & Costa, 1996), para avaliação da satisfação conjugal, e à Escala de Preocupações Parentais (EPP) (Algarvio, Leal, & Maroco, in press). Os resultados demonstram que a satisfação conjugal e as preocupações parentais se encontram relacionadas entre si, não apresentando uma forte correlação. Contudo, constata-se que a satisfação conjugal aumenta diante de uma preocupação parental, do mesmo modo, se a preocupação parental for fraca, a satisfação conjugal tem valores médios mais baixos. Os resultados apontam para que o género e os anos de casamento não influenciem os níveis de satisfação conjugal, bem como a idade dos filhos não influência estas preocupações, tendo-se ainda verificado que não existem diferenças entre sexos ao nível das preocupações parentais.
Resumo:
Introdução: A adolescência é um período onde se operam muitas mudanças tanto físicas como psíquicas. É comum o surgimento de algumas perturbações que devem ser convenientemente avaliadas pelo Psicólogo. É assim, muito importante o rigor na avaliação em Psicologia sendo essencial a utilização de instrumentos que sejam válidos e fiáveis. Metodologia: O principal objetivo deste estudo foi traduzir e validar, para a população portuguesa, três instrumentos de avaliação de adolescentes: O Zuckerman Kuhlman Personality Questionnaire Cross-cultural 50 items version (ZKPQ-50-CC) (Aluja, Rossier, García, Angleitner, Kuhlman, & Zuckerman, 2006), para avaliação da personalidade; a Body Appreciation Scale (BAS) (Avalos, Tylka & Wood-Barcalow, 2005), para avaliação da apreciação corporal positiva e; a Ambivalence Scale (AS) (Pinquart, 2009) para avaliação da ambivalência na decisão de ter relações sexuais. Este estudo metodológico incidiu sobre 877 a adolescentes das escolas secundárias em Leiria e Porto de Mós sendo maioritariamente (64,08%) do sexo feminino e com média de 16,70 anos (DP = 1,21) de idade. Na validação seguiu-se a mesma metodologia dos autores das escalas originais a quem foi solicitada autorização, assim como às direções das instituições onde recolhemos os dados. Solicitou-se igualmente consentimento aos pais e aos adolescentes. Resultados: A Body Appreciation Scale (BAS) e a Ambivalence Scale (AS) constituídas por 7 itens, permitem obter uma pontuação global e apenas um fator. Por seu lado, a determinação das caraterísticas psicométricas do ZKPQ-50-CC permite manter as 5 escalas da estrutura do original. Conclusão: Os três instrumentos apresentam valores de consistência interna e validade que permitem que sejam considerados rigorosos e fiáveis podendo ser utilizados futuramente em avaliação e investigação. / Introduction: Adolescence is a period of a lot of changes both physical and psychic. It´s common the emergence of some disorders that should be properly evaluated by the Psychologist. It is thus very important the rigor of Psychological Evaluation and it´s essential to use instruments that are valid and reliable. Metodology: The main objective of this study was to translate and validate, for the Portuguese population, three assessment instruments in adolescence: The Zuckerman Kuhlman Personality Questionnaire Cross-cultural 50 items version (ZKPQ-50-CC) (Aluja, Rossier, García, Angleitner, Kuhlman , & Zuckerman, 2006) for personality assessment, the Body Appreciation Scale (BAS) (Avalos, Tylka, & Wood Barcalow, 2005), to evaluate the positive body assessment; and the Ambivalence Scale (AS) (Pinquart, 2009) for assessment of ambivalence in the decision about having sexual intercourse. This methodological study focused on 877 adolescents from high schools in Leiria and Porto de Mós, mostly females (64,08%), mean age of 16,70 years old (SD = 1,21). The validation followed the same methodology the authors of the scale, to whom consent was requested, as well as to directors of the institutions where we collect data. We also asked for consent to parents and adolescents. Results: The Body Appreciation Scale (BAS) and the Ambivalence Scale (AS), both with seven items, allow to obtain an overall score and only one factor. For its part, the determination of the psychometric features of QPZK-50-CC allows to maintain the five scales of the original structure. Conclusion: The three instruments show internal consistency and validity that allow them to be considered accurate and reliable and used in future evaluation and research.
Resumo:
O trabalho com os pais é reconhecido como parte determinante do processo psicoterapêutico da criança. A avaliação inicial permite colocar hipóteses terapêuticas, que devem incluir os resultados de uma avaliação dos pais, quanto à sua capacidade para se implicarem no processo psicoterapêutico do filho. Este trabalho tem como objectivo propor e testar uma metodologia clínica, que inclui os pais na avaliação inicial da psicoterapia infantil. É um estudo exploratório e qualitativo, em que se utilizaram três casos clínicos, com situações diferentes quanto ao resultado do processo psicoterapêutico: processo concluído, interrupção prematura e um caso misto que desiste após a avaliação, retoma o pedido e termina, após melhoria da sintomatologia. Foi construída uma grelha de avaliação da motivação, expectativas e funcionamento reflexivo dos pais, a qual foi aplicada ao conteúdo das entrevistas iniciais. Os resultados apontam para a cotação significativa das dimensões da grelha, nos casos de interrupção prematura e no caso misto, quando comparado com as cotações do caso cujo processo terminou com alta. Estes resultados apoiam a qualidade discriminativa das dimensões da grelha, na avaliação dos pais, para esta amostra. Sugerem-se linhas de investigação que permitam validar e generalizar estes resultados.
Resumo:
Objetivos: Este estudo tem como objetivo analisar as perceções dos estudantes universitários face à conjugalidade dos pais e as suas perceções sobre as relações amorosas e a satisfação com a vida. Metodologia: o protocolo de avaliação era composto por 4 questionários: Questionário sobre a Conjugalidade dos Pais (Crespo et al, em preparação); a Escala de Satisfação com a Vida (Neto, 1993), Questionário sobre Experiências em Relações Próximas (Moreira et al, 2006) e o questionário sociodemográfico para a caracterização da amostra. Participantes: Participaram neste estudo 172 estudantes. Noventa e um são do sexo masculino e 81 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 58 anos, com uma média de 23.04 (DP=6.78). Dos 172 participantes, apenas 96 estão numa relação amorosa (47 do sexo masculino e 49 do sexo feminino). Resultados: Os homens e os participantes deste estudo que fazem parte de famílias intactas percecionaram uma conjugalidade dos pais mais satisfatória; por outro lado, os participantes numa relação amorosa e os que fazem parte de famílias intactas percecionaram maior satisfação com a vida. Os participantes entre os 25 e os 58 anos, percecionaram maior evitamento nas suas relações. Conclusões: Deste trabalho conclui-se que os participantes têm uma perceção da conjugalidade dos pais positiva e estão, na globalidade, satisfeitos com a vida mas percecionam grande evitamento e preocupação nas suas relações amorosas. Conclui-se ainda que não existe uma correlação entre a perceção da conjugalidade dos pais e as experiências em relações próximas, nem com a perceção de satisfação com a vida. / Objectives: This study examines the general perceptions of university students about their parents’ marital relationship, their romantic relationships and life satisfaction. Methodology: The research protocol for this study comprised The Questionnaire about Parents’ Marital Relationship (Crespo et al., in preparation), the Life Satisfaction scale (Neto, 1993), the Questionnaire on Experiences in Close Relationships, (Moreira et al., 2006) and a sociodemographic questionnaire.. Participants: 172 students participated in this study, of which 91 were male and 81 female, aged between 18 and 58 years old, with an average age of 23.04 (SD = 6.78). From the total of 172 participants, only 96 were in a romantic relationship; out of these 47 were male and 49 female. Results: Men and participants from intact families reported a better perception of parents’ marital relationship; participants in a romantic relationship and from intact families had greater life satisfaction and participants between 25 and 58 years old perceived more avoidance in their relationships. Conclusion: Participants have a positive perceptions of parents’ marital relationship are satisfied with life, however they perceive anxiety and avoidance in their romantic relationships. We also conclude that there is no correlation between the perception of parents’ marital relationship and their experiences in close relationships and perception of life satisfaction.
Resumo:
Introdução: A presença do diagnóstico de autismo numa criança é algo marcante no seio familiar. Implica inúmeros desafios para os seus pais/progenitores, podendo influenciar os objetivos delineados para as suas vidas e a satisfação na relação conjugal. Os nossos objetivos foram: caraterizar progenitores de crianças com autismo quanto aos objetivos de vida e satisfação na vida conjugal e explorar as associações existentes entre estas duas variáveis (e com variáveis sociodemográficas e relativas ao apoio recebido). Não deixamos de explorar os níveis de depressão, ansiedade, e stress, vivenciados por estes pais. Metodologia: 66 progenitores (sexo feminino, n = 52, 78,8%; idade média, M = 40,2, DP = 6,45) de crianças com autismo preencheram um questionário sociodemográfico, o Teste dos objetivos de vida/PIL-R, a Escala de Avaliação da Satisfação em Áreas da Vida Conjugal/EASAVIC e a Depression, Anxiety and Stress Scale-21/DASS-21. Resultados: Os progenitores revelaram valores médios de objetivos de vida (PIL-R). Foi na dimensão vivencial (PIL-R) e nas dimensões Comunicação e Intimidade Emocional (satisfação em áreas da vida conjugal/EASAVIC) que os progenitores apresentaram valores médios mais elevados. No caso da DASS-21, foi na escala Stress que os progenitores apresentaram valores mais elevados. Porém, em todas as dimensões da DASS-21, os níveis encontrados foram normais. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas por sexo em todas as dimensões do PIL-R, da EASAVIC e DASS-21. Ambas as dimensões do PIL-R, dimensional e existencial, bem como a sua pontuação total mostraram estar associadas com todas as dimensões da EASAVIC (satisfação em áreas da vida conjugal). As três dimensões da DASS-21 (Depressão, Ansiedade e Stress) revelaram estar associada (negativamente) com praticamente todas as dimensões da EASAVIC e do PIL-R. Os progenitores que pertenciam a associações de apoio apenas se diferenciaram dos progenitores que pertenciam a um grupo (de apoio e partilha) numa rede social na dimensão Ansiedade, com estes últimos a apresentarem um nível mais elevado. Discussão: Neste estudo (ainda que numa amostra de tamanho reduzido), inovador pelo tema explorado, os níveis dos objetivos de vida e de satisfação em áreas da vida conjugal (bem como de sintomas de psicopatologia) pareceram “não sofrer” o impacto associado ao facto dos progenitores terem um filho com autismo. Os objetivos de vida mantidos por estes pais influenciam a sua satisfação com a vida conjugal e vice-versa, indicando a importância das equipas que trabalham com estes pais não esquecerem a promoção destas variáveis. / Introduction: The presence of the diagnosis of autism in a child is something remarkable in the family. Involves many challenges for parents/progenitors, which can influence the goals they define in their lives and their satisfaction with the marital relationship. Our objectives were to characterize parents of children with autism on the objectives of life and satisfaction with marital life and explore the associations between these two variables (and with sociodemographic and support variables). We will not forget to explore the levels of depression, anxiety, and stress, experienced by these parents. Methodology: 66 parents (females, n = 52, 78.8%, mean age, M = 40.2, SD = 6.45) of children with autism completed a sociodemographic questionnaire, the Test of Life Goals/PIL-R, the Areas of Marital Satisfaction Rating Scale/EASAVIC and the Depression, Anxiety and Stress Scale-21/DASS-21. Results: Parents showed a mean value of life goals (PIL-R). Was in the experiential dimension (PIL-R) and the Communication and Emotional Intimacy dimensions (satisfaction in areas of marital life/EASAVIC) that the parents presented higher mean values. Regarding DASS-21, Stress was the scale in which the parents had higher values. However, in all the DASS-21, levels were “normal”. There were no statistically significant differences by gender in all the PIL-R, EASAVIC and DASS-21 scales. Both dimensions of the PIL-R, dimensional and existential, as well as the total score were found to be associated with all the dimensions of EASAVIC (satisfaction in areas of marital life). The three dimensions of the DASS-21 (Depression, Anxiety and Stress) revealed to be associated (negatively) with virtually all dimensions of the EASAVIC and the PIL-R. Parents who belonged to associations only differed from the parents from a social network group (of support and sharing) in the anxiety dimension, with the later presenting an higher level. Discussion: In this study (even if in a small sample size), innovative by the theme explored, levels of life goals and satisfaction in areas of marital life (as well as symptoms of psychopathology) seemed not to suffer from the impact of the parents having a child with autism. The life goals held by these parents influence their satisfaction with marital life and vice versa, indicating the importance of teams working with these parents of not forgetting the promotion of these variables.