13 resultados para Jovens adolescentes

em REPOSITÓRIO ABERTO do Instituto Superior Miguel Torga - Portugal


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RESUMO Objetivo: Este estudo tem como objetivos comparar a literacia em saúde mental dos adolescentes e jovens portugueses, relativamente à depressão e ao abuso de álcool e analisar o padrão de respostas em termos de consistência e concordância para ambas as perturbações. Método: A amostra é constituída por 4938 adolescentes e jovens, 43,0% do sexo masculino e 56,7% do sexo feminino, com uma média de idades de 16,75 anos (desvio padrão = 1,62 anos), que frequentam as escolas do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, pertencentes à Direção Regional de Educação do Centro. Para a colheita de dados foi utilizado o QuALiSMental (LSM). Resultados: Os resultados revelam um nível de LSM modesto na generalidade das componentes. Ainda que se encontrem diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) em 88,0% dos itens da LSM, o que indicia diferentes formas de encarar ambos os problemas de saúde mental, os resultados revelam consistência, em termos das componentes conhecimentos e competências para prestar a primeira ajuda e apoio aos outros e conhecimentos acerca do modo de prevenção das perturbações mentais. ABSTRACT Objectives: This study aims to compare mental health literacy of adolescents and young Portuguese in what concerns depression and alcohol abuse and analyzes the pattern of responses in terms of consistency and agreement for both disorders. Method: The sample consisted of 4938 adolescents and young people, 43.0% males and 56.7% females with a mean age of 16.75 years (standard deviation = 1,62 years), who attend schools of the 3rd cycle of basic education and secondary school, belonging to the Regional Education Directorate – Center. For data collection was used QuALiSMental (MHL). Results: The results showed a modest level of MHL in most components. Although there are statistically significant differences (p < 0.05) in 88.0% of the items of MHL, suggesting different ways of looking to both mental health problems, the results show consistency in terms of the components of knowledge and skills to providing first aid and support to others and knowledge about the prevention of mental disorders.

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A literatura realça a importância do impacto do comportamento parental no desenvolvimento de ansiedade em crianças e adolescentes. Dado a pertinência do tema, o foco do presente estudo visa analisar o papel que a perceção dos adolescentes sobre os estilos educativos parentais tem sobre a manifestação de sintomatologia ansiosa. A amostra desta investigação envolveu 136 adolescentes do 3º ciclo do ensino básico, 48 rapazes e 88 raparigas com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos, com uma média de idades de 13,2 anos, recolhida no Colégio São Martinho em Coimbra. O protocolo de investigação incluiu os seguintes instrumentos de colheita de dados: Questionário Sociodemográfico, State-Trait Anxiety Inventory for Children (STAIC) e EMBU-A. Os resultados do estudo sugerem que os adolescentes mais velhos manifestam maior sintomatologia ansiosa, estatisticamente significativa ao nível da ansiedade-estado. No que respeita ao desempenho académico, são os adolescentes com elevado insucesso escolar que exteriorizam mais ansiedade-traço. Porém, não foram encontradas diferenças significativas na manifestação da ansiedade dos adolescentes em função das variáveis género, posição na fratria e habilitações literárias dos pais. Por seu lado, em relação aos estilos educativos parentais, os jovens que têm maior insucesso escolar percecionam níveis elevados de sobreproteção da mãe, e de rejeição do pai e da mãe. Os adolescentes que têm um pai com mais baixo nível de escolaridade percecionam maior rejeição materna, e são os filhos de mães com menos habilitações literárias que sentem maior sobreproteção da mãe e rejeição do pai. Verificou-se, em particular, uma associação significativa entre a rejeição paterna e níveis mais elevados de sintomatologia ansiosa. O modelo preditivo avançado no estudo confirma que a rejeição paterna, em conjunto com a idade do adolescente, são bons preditores da sintomatologia ansiosa. Especificamente, a rejeição paterna é evidenciada como o melhor preditor da sintomatologia ansiosa, sendo o principal responsável pela manifestação de ansiedade nos adolescentes. Os resultados sugerem que a rejeição do pai desencadeia níveis elevados de sintomatologia ansiosa. Assim, este estudo permite concluir que a rejeição paterna é o estilo educativo parental que exerce maior influência na manifestação de ansiedade nos adolescentes. / The literature highlights the importance of the impact of parental behavior on the development of anxiety in children and adolescents. Given the relevance of the topic, the focus of this study is to analyze the role that the adolescents’ perception about parental rearing styles have on the manifestation of anxiety symptoms. The sample of this research involved 136 adolescents from the 3rd cycle of basic education, 48 boys and 88 girls aged between 12 and 15 years, with a mean age of 13,2 years, gathered in Colégio São Martinho in Coimbra. The investigation protocol included the following data collection instruments: Sociodemographic Questionnaire, State-Trait Anxiety Inventory for Children (STAIC) and the EMBU-A. The results of the study suggest that older adolescents show greater anxiety symptoms, statistically significant at the level of state anxiety. With regard to academic performance, are adolescents with high failure rates that externalize more trait anxiety. However, there were significant differences in the manifestation of anxiety in adolescents function of the variables gender, sibling position and educational background of the parents. For its part, in relation to parental rearing styles, young people who have higher academic failure perceive high levels of overprotection of the mother, and rejection of father and mother. Adolescents who have a father with the lowest educational level perceive greater maternal rejection, and are the children of mothers with less qualification who feel greater overprotection of the mother and father's rejection. There was, in particular, a significant association between paternal rejection and higher levels of anxiety symptoms. The predictive model advanced in the study confirms that parental rejection, together with the adolescents’ age, are good predictors of anxiety symptoms. Specifically, parental rejection is evidenced as the best predictor of anxiety symptoms, being primarily responsible for the manifestation of anxiety in adolescents. The results suggest that the father rejection triggers high levels of anxiety symptoms. Thus, this study shows that rejection is the paternal parental rearing style that has more influence on the manifestation of anxiety in adolescents.

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Introdução: A adolescência é um dos períodos mais desafiadores no desenvolvimento humano. As alterações que ocorrem a diferentes níveis (e.g. físicas) geram repentinas mudanças na perceção do eu, incluindo na perceção da imagem corporal, além de criarem necessidades nutricionais especiais. A literatura reconhece que existem diferenças importantes na prevalência, sintomatologia específica de perturbação do comportamento alimentar (PCA) e hábitos/comportamentos alimentares por sexo, mas ainda poucos estudos em Portugal, abordaram esta temática. Assim, são nossos objetivos, considerando separadamente os rapazes e raparigas de uma amostra de adolescente: 1) verificar a prevalência de diferentes hábitos/comportamentos alimentares; 2) apurar a prevalência de sintomas específicos de perturbação do comportamento alimentar (PCA), avaliados através dos itens de um questionário que avalia atitudes alimentares, associadas às PCA, o Teste de Atitudes Alimentares (TAA-25); 3) verificar a prevalência de jovens que apresenta pontuação superior/igual a 19 no TAA-25, indicadora de eventual PCA e 4) averiguar a prevalência das diferentes categorias de índice de massa corporal (IMC) (magreza, peso normal, excesso de peso e obesidade). Pretendemos, também, explorar associações entre a variável sexo e diversas variáveis: 1) o IMC categorizado; 2) as dimensões do TAA-25 e o IMC (enquanto variável contínua); 3) a pontuação do TAA-25 dicotomizada pelo ponto de corte de 19; 4) itens relativos aos hábitos/comportamentos alimentares e 5) itens individuais do TAA-25. A título exploratório, pretendemos, ainda, verificar eventuais associações entre diferentes sociodemográficas e os itens que avaliam hábitos/comportamentos alimentares. Métodos: A nossa amostra é constituída por 308 adolescentes (M = 14,5 anos DP = 1,67; raparigas, n = 184, 59,7%). Todos preencheram um protocolo composto por um questionário sociodemográfico e pelo Teste de Atitude Alimentares-25/Eating Attitudes Test-25. Resultados: Não se encontraram associações estatisticamente significativas entre a variável sexo e as variáveis IMC categorizado, dimensões do TAA-25, IMC, TAA-25 (categorizado pelo ponto de corte de 19) e os itens que avaliam hábitos/comportamentos alimentares. Porém, alguns itens particulares do TAA-25 revelaram uma associação significativa com o sexo. Relativamente TAA-25 dicotomizado segundo o ponto de corte 19 verificou-se que em ambos os sexos, a grande maioria dos jovens apresenta uma pontuação abaixo desse ponto de corte. Quanto aos itens que avaliam hábitos/comportamentos alimentares e as variáveis sociodemográficas e familiares, a frequência com que os jovens bebem refrigerantes e ingerem vegetais mostraram-se estatisticamente associadas à escolaridade do pai. Igualmente, a frequência com que ingerem vegetais e com que ingerem fast food também se mostraram estatisticamente associadas à zona da escola que frequentam. Discussão: No geral, na nossa amostra, os hábitos/comportamentos alimentares dos adolescentes não são tão negativos como os relatados por alguma literatura (e.g. percentagem elevada de jovens que “salta” o pequeno almoço). Igualmente, não parecem existir diferenças significativas de sexo quanto às atitudes alimentares, eventual PCA, IMC e hábitos/comportamentos alimentares. No entanto, existem diferenças de sexo em alguma da sintomatologia específica avaliada pelo TAA-25. É bom verificar que ambos os sexos revelam uma prevalência baixa de eventual PCA, embora as raparigas revelam um valor superior. Algumas variáveis sociodemográficas revelam associações com os hábitos/comportamentos alimentares. As implicações dos resultados encontrados são discutidas pela autora.

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Objetivos: A literatura científica tem mostrado que as experiências precoces na infância, nomeadamente as relacionadas com sentimentos de ameaça ou de segurança desempenham um papel fundamental no desenvolvimento emocional e social posterior. O presente estudo apresenta os seguintes objetivos: 1) Adequar e analisar as propriedades psicométricas da escala de memórias precoces de calor e segurança (EMWSS) à população de adolescentes, garantindo, uma medida confiável do constructo em estudo; 2) Examinar o impacto das memórias precoces de calor e segurança nos estilos de vinculação; 3) Explorar a relação entre as memórias positivas precoces e indicadores de desajustamento psicológico (sintomas de depressão, ansiedade e stress). Método: A amostra é constituída por 651 adolescentes (330 rapazes e 321 raparigas) com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos a frequentarem o ensino básico e secundário do ensino regular. Foram completados 3 instrumentos de auto - resposta que avaliaram as memórias precoces de calor e segurança (EMWSS), vinculação (AQ) e sintomas de ansiedade, depressão e stress (DASS-21). Resultados: A EMWSS evidenciou uma boa consistência interna, uma estrutura fatorial unidimensional, uma excelente estabilidade temporal e uma boa validade discriminante. As memórias precoces de calor e segurança mostraram uma correlação moderada negativa com os sintomas de ansiedade, depressão e stress e uma adequada validade discriminante relativamente à qualidade de vinculação. Os adolescentes classificados com o estilo de vinculação segura evidenciaram significativamente mais memórias positivas de infância, que os jovens com um estilo de vinculação insegura (ambivalente ou evitamento). Conclusões: À semelhança dos estudos realizados com adultos, a EMWSS parece ser uma escala útil na prática clínica com adolescentes, revelando excelentes características Memórias Positivas Precoces, Estilos de Vinculação e Estados Emocionais Negativos 6 psicométricas. Este estudo mostrou igualmente como as memórias emocionais precoces (de calor e segurança) diferem em função da qualidade de vinculação (segura/insegura).

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A presente investigação pretendeu ver cumpridos três dos seus principais objectivos: 1) Adequar e analisar os instrumentos de avaliação em adolescentes, garantindo, medidas confiáveis dos constructos em estudo; 2) Examinar o impacto das experiências de vergonha, verificando se estas podem funcionar como acontecimentos determinantes e centrais na formação da identidade do adolescente; 3) Explorar a relação entre as experiências de vergonha e sintomas de desajustamento psicológico (sintomas de depressão, ansiedade e stress). A amostra é constituída por 397 jovens (190 rapazes e 207 raparigas), com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos (M= 14,91) a frequentar o ensino básio e secundário do sistema regular de ensino. Para além do CES que foi objecto de uma análise mais detalhada, preencheram igualmente os seguintes questionários: ISS, OAS e DASS-21. Os resultados obtidos mostram que indivíduos cujas memórias de vergonha se tornaram pontos de referência na sua identidade, tendem a manifestar valores mais elevados de vergonha externa e vergonha interna. Verificou-se também que indivíduos que apresentam centralidade das memórias de vergonha evidenciam maior vulnerabilidade à sintomatologia psicopatológica, nomeadamente depressão, ansiedade e stress. Por fim, constatou-se que tanto a vergonha externa, como a vergonha interna em adolescentes se apresentam correlacionadas com a psicopatologia. No entanto, a vergonha interna surge mais associada à depressão que a vergonha externa, que se correlaciona mais com a ansiedade e o stress. No que respeita à adaptação das escalas CES, OAS e ISS para a população adolescente, verificou-se que apresentaram boas qualidades psicométricas. Podemos concluir com a nossa investigação, que tal como na população adulta, os adolescentes que experienciaram memórias de vergonha que se tornaram centrais na sua identidade e história de vida, tendem a manifestar níveis mais elevados de vergonha externa e interna. Por outro lado, encontram-se também mais propensos a desenvolver sintomatologia psicopatológica, como a depressão, ansiedade e stress.

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O principal objectivo deste estudo centra-se na compreensão das relações entre autonomia, satisfação com a vida e a satisfação com a instituição em jovens institucionalizados. Analisaram-se estes três conceitos nas suas relações com a idade, sexo e tipo de resposta social, incidindo a atenção nas diferenças existentes num acolhimento em lar de infância e juventude [LIJ] e apartamento de autonomização [AA]. Participaram neste estudo 181 jovens, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 13 e os 21 anos. Em LIJ estavam acolhidos 155 jovens e 26 em AA. Para avaliar a autonomia utilizou-se o Questionário de Autonomia dos Adolescentes e para a satisfação com a vida a Escala de Satisfação com a Vida. Foi elaborado um questionário com o intuito de avaliar a satisfação com a instituição. De uma forma geral, os resultados indicam-nos que a satisfação com a vida está relacionada positivamente com a autonomia, na sua forma geral, com a dimensão autonomia funcional e com a satisfação com a instituição. A autonomia funcional encontra-se igualmente relacionada positivamente com a satisfação com a instituição. Os rapazes manifestam-se mais satisfeitos com a vida e com a instituição, assim como se sentem mais autónomos do que as raparigas. Os jovens mais velhos mostram-se mais autónomos que os mais novos, e a nível da resposta social é nos AA que se verifica maior autonomia, satisfação com a vida e com a instituição. Podemos salientar que os jovens institucionalizados apresentam níveis de satisfação com a vida baixos, sejam eles jovens mais novos ou mais velhos. Verificámos também que a satisfação com a vida destes jovens é influenciada positivamente pela percepção de competência face à escolha de uma estratégia e sua concretização para atingir um objectivo. Finalmente, podemos perceber que os jovens acolhidos em AA se mostram menos insatisfeitos com a vida e com a instituição, assim como manifestam uma percepção de autonomia superior, aos acolhidos em LIJ. / The main objective of this study focuses on understanding the relationship between autonomy, life satisfaction and institution satisfaction for institutionalized youngters. The analysis was based in these three concepts related to their age relations, sex and type of social care, focuses the attention on the differences between residential care and apartment care. In this study participated 181 youngsters, of both sexes, aged between 13 and 21 years old. Of the 181 youngsters, 155 were placed in residential care and 26 in the apartments care (apartments focused in autonomy development). In order to evaluate autonomy was used the Adolescent Autonomy Questionnaire, for evaluate life satisfaction was used the Students’ Life Satisfaction Scale. To access satisfaction with the institution, was developed a questionnaire, Satisfaction with the Institution Scale. In a general way, the results indicate that life satisfaction is positively related to autonomy, in its general form, with functional autonomy dimension and satisfaction with the institution. Functional autonomy is also positively related to satisfaction with the institution. The boys manifest, themselves, more satisfied with life and the institution as well as feel more autonomous than girls. The older youngsters appear to be more autonomous than younger ones. Analyzing the type of care, is in the apartment care that appear to be greater autonomy, satisfaction with life and with the institution. We point out that institutionalized youngsters have low life satisfaction, low levels whether they be younger or older youngsters. We also observed that life satisfaction of these youngsters is positively influenced by the perception of competence given the choice of a strategy and its implementation to achieve a goal. Finally, we can observe that youngsters in apartment care are less dissatisfied with life and the institution as well as express a greater sense of autonomy to those living in residential care.

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Este estudo exploratório visa abordar a ideação suicida na adolescência e a importância desta etapa que precede a fase adulta, nomeadamente no desenvolvimento psicológico, físico e social com o intuito do sentimento de bem-estar centrado na harmonia, ou seja, na saúde mental. Na adolescência, experienciam-se várias modificações, e as alterações afectivas podem ser vivenciadas com sofrimento extremo e conduzir à ideação suicida. Sendo diversos os factores que podem ser precipitadores, foi dada especial atenção ao consumo de álcool. A amostra de 333 adolescentes da Escola Secundária Dr. Bernardino Machado, pertencentes ao 10º, 11º e 12º ano foi submetida a um questionário constituído por uma recolha de dados sócio-demográficos, o BSI e a escala CAGE. Após a recolha de dados e o seu tratamento estatístico, verificámos que dos 329 estudantes apenas 6 associaram o consumo de bebidas alcoólicas à ideação suicida; o consumo é feito predominantemente na companhia de amigos; a bebida de eleição é a cerveja; existindo 29 jovens que designamos de bebedores de risco. /

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Introdução: Uma relação de vinculação segura implica a presença de um modelo representacional das figuras de vinculação como “disponíveis” e capazes de proporcionar protecção e que a qualidade dos cuidados parentais precoce é fundamental a determinar a saúde mental dos indivíduos. Se esta relação assume um enorme relevância para a saúde mental de qualquer ser humano, a institucionalização de crianças/jovens, envolvendo ameaças em termos da disponibilidade das figuras de vinculação constitui uma condição propícia para atrasos de desenvolvimento e aumento da probabilidade do desenvolvimento de sintomatologia psicopatológica. Os objectivos deste estudo passam, então, por analisar as diferenças na vinculação, mas também na auto-estima, de jovens institucionalizados vs nãoinstitucionalizados. Metodologia: A nossa amostra é constituída por 223 jovens nãoinstitucionalizados de duas escolas do Concelho de Coimbra (média de idades M=15.3; desvio-padrão, DP=1.97) e 47 jovens institucionalizados (M=15.5 DP=1.93). Tanto os jovens institucionalizados como não-institucionalizados preencheram um questionário com questões sóciodemográficas, relacionais, escolares, de saúde e bem-estar (com pequenas particularidades em algumas variáveis conforme a sub-amostra), o Inventory of Parent Attachment (IPPA) e a Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES). A sub-amostra de jovens institucionalizados respondeu ainda a questões sobre a sua adaptação/vivência ao/no Lar. Resultados: Os rapazes da amostra não institucionalizada apresentam uma pontuação média mais elevada de auto-estima vs. raparigas. Nos jovens institucionalizados não foram encontradas diferenças de género a este nível. Não existem diferenças de género, em ambas as sub-amostras, na pontuação total do IPPA e suas dimensões. Os rapazes nãoinstitucionalizados vs. institucionalizados não divergem na pontuação média total de autoestima. O mesmo sucede com as raparigas. Ambas as sub-amostras não divergem na pontuação média total do IPPA e suas dimensões. Na amostra não-institucionalizada quer nos rapazes, quer nas raparigas não existem diferenças na pontuação total média na RSES, entre os jovens mais novos vs. mais velhos. Na amostra institucionalizada também não se verificam diferenças na pontuação total na RSES por idades. Nos jovens não institucionalizados foram encontradas diferenças na pontuação total média no IPPA (e suas dimensões, à excepção da Alienação), por idade, com os mais novos a apresentarem sempre valores médios mais elevados. Na amostra institucionalizada estas diferenças não se verificaram. Nos rapazes e raparigas da amostra não-institucionalizada verificaram-se associações significativas entre a pontuação na RSES e no IPPA e em todas as suas dimensões. O mesmo se verificou na subamostra institucionalizada. Não existe uma associação significativa entre a pertença a dada sub-amostra e a pertença ao grupo “pouco seguro” vs. “muito seguro”. Apesar de outras associações terem sido encontradas, importa reforçar as associações significativas entre a pontuação na auto-estima e na vinculação total e suas dimensões (quer nos rapazes e raparigas não-institucionalizados, como na amostra institucionalizada) e variáveis como a sintomatologia depressiva, a sintomatologia ansiosa e algumas variáveis relacionais. Discussão/Conclusão: De um modo geral parecem não existir diferenças entre jovens nãoinstitucionalizados vs. institucionalizados em termos de vinculação e de auto-estima. Porém, a uma vinculação insegura e uma menor auto-estima associam-se piores outcomes (e.g. sintomatologia depressiva) em ambas as amostras. Os profissionais trabalhando com adolescentes não-institucionalizados ou institucionalizados devem preocupar-se em avaliar a sua auto-estima e vinculação, procurando, eventualmente, nelas intervir terapeuticamente. / Introduction: It is well kown that a secure attachment relation implies the presence of representational model of the attachment figures as being available and able to provide protection and that the quality of earlier parental care is crucial in determining subjects mental health and there developmental trajectories. If this relation assumes such a big relevance to the mental health of any human being, the institutionalization of children/adolescents, even when truly needed, involving threats in terms of the availability of attachment figures constitutes a condition that might lead to developmental delays and might increase the probability of psychopathological sintomatology developing. The aims of this study are, then, to analyze if there are attachment differences and, also, in self-esteem, between a sub-sample of non-institutionalized and institutionalized adolescents. Methodology: Our sample comprises 223 adolescents non-institutionalized from two schools of Coimbra Council (mean age, M=15.3; standard deviation, SD=1.97) and 47 institutionalized adolescents (M=15.5 SD=1.93). Both sub-samples filled in a questionnaire with sociodemographic, relational, about school, health and well-being questions (with small particularities in some variables, regarding each sub-sample), the Inventory of Parent Attachment (IPPA) and the Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES). Institutionalized adolescents also answered questions about the adaptation/life to/in the institution. Results: Boys from the non-institutionalized sub-sample present an higher self-esteem mean score vs. girls. We did not find significant gender differences in self-esteem mean score in the subsample of institutionalized adolescents. There are no gender differences, in both sub-samples, in IPPA (and all its dimensions) total score. Non-institutionalized boys vs. institutionalized boys do not differ in their self-esteem mean score. The same is valid for girls. Both subsamples do not differ in their IPPA (and all its dimensions) mean score. In the noninstitutionalized sample, either in boys, either in girls there are no differences regarding total RSES mean score, between younger (12-15 years old) and older (16-20 years old) adolescents. In the institutionalized sample there were also no differences regarding this score, by age groups. In the non-institutionalized sub-sample we found differences in IPPA total mean score (an in all its dimensions, with the exception of Alienation), by age, with younger adolescents presenting always higher mean scores. In the institutionalized sample there were no differences. Both in boys and girls from the non-institutionalized sample there were significant associations between RSES score and IPPA (and all its dimensions) score. The same result was found in the total institutionalized sample. Although other significant associations were found, we must reinforce the presence of significant associations between self-esteem score and IPPA total score (and of its dimensions) (either in boys and girls noninstitutionalized, either in the institutionalized sub-sample) and variables such as lifetime and depressive symptomatology in the last two weeks, anxious symptomatology in the last two weeks and some relational variables. Discussion/Conclusion: In general, we did not found significant differences between non-institutionalized vs. institutionalized adolescents in terms of attachment and self-esteem. However, a secure attachment and a lower self-esteem are associated with worst outcomes (e.g. depressive symptomatology) in both samples. Professionals working with adolescents, either or not institutionalized must assess their selfesteem and attachment and might, eventually, intervene on these aspects therapeutically.

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Introdução: Quer na literatura internacional, quer nacional são poucos os estudos que exploram a associação entre os estilos educativos parentais, os hábitos/comportamentos alimentares e a sintomatologia de perturbação do comportamento alimentar (PCA). Pretende-se, então, com este estudo, fundamentalmente, explorar associações entre as dimensões de um instrumento que avalia estilos educativos parentais (o Parental Rearing Style Questionnaire for use With Adolescents/EMBU-A), dimensões de um teste que avalia sintomatologia de PCA (Teste de Atitudes Alimentares/TAA-25), índice de massa corporal (IMC), itens que avaliam hábitos/comportamentos alimentares e diferentes variáveis sociodemográficas, familiares e de saúde. Em função das associações encontradas pretendemos, igualmente, explorar quais as variáveis preditivas da sintomatologia de PCA e dos hábitos/comportamentos alimentares. Metodologia: 402 adolescentes (raparigas: n = 241, 60%) entre os 12 e 18 anos (M = 14,2; DP = 1,62) das cidades de Coimbra, Cantanhede e Matosinhos preencheram um protocolo composto por um questionário sobre variáveis sociodemográficas, familiares e de saúde, o EMBU-A e o TAA-25. Resultados: Verificou-se, de uma forma geral, uma associação negativa entre a dimensão Suporte Emocional do EMBU-A, as dimensões do TAA-25 e a pontuação total deste instrumento. No sentido oposto, verificou-se, genericamente, uma associação positiva geral entre as dimensões Sobreproteção e Rejeição e os mesmos resultados relativos ao TAA-25. A prática de desporto mostrou-se associada a uma pontuação média superior de Motivação para a Magreza e da pontuação total do TAA-25. Nas análises preditivas foi possível constatar que o Suporte Emocional tende a diminuir a probabilidade dos jovens manifestarem sintomatologia de PCA. Por oposição, a Rejeição tende a aumentar a probabilidade dos jovens apresentarem esta sintomatologia. Conclusão/Discussão: A dimensão Suporte Emocional do EMBU-A parece ser protetora do surgimento de sintomatologia de PCA e de hábitos/comportamentos disfuncionais nos adolescentes, enquanto a dimensão Rejeição parece aumentar o risco do desenvolvimento dessa sintomatologia e desses hábitos/comportamentos alimentares. Neste sentido, devem ser trabalhadas estas dimensões junto dos pais, eventualmente através de programas psicoeducativos. Também nas escolas e centros de saúde podem ser implementados programas com vista a melhorar os hábitos/comportamentos alimentares e ajudar a prevenir o surgimento de PCA. / Introduction: There are few studies both in the international and national literature exploring the association between parental educational styles, eating habits/behaviours and symptoms of Eating Disorders (ED). With this study we intend to examine the associations between the dimensions of an instrument assessing parenting styles (Parental Rearing Style Questionnaire for Adolescents/ EMBU-A), dimensions of a test assessing symptoms of eating disorders(Eating Attitudes Test-25/EAT-25), Body Mass Index (BMI), items assessing eating habits/behaviors and different sociodemographic family and health variables. Based on the associations found, we also intend to explore which are the variables that show to be predictors of symptoms of eating disorders and eating habits/behaviours. Methodology: 402 adolescents (girls: n = 241, 60%) between 12 and 18 years old (M = 14,2, SD = 1,62) from Coimbra, Cantanhede and Matosinhos completed a protocol consisting of a sociodemographic questionnaire, the EMBU-A and the EAT-25. Results: In general, we found a negative association between the Emotional Support dimension of EMBU-A, the EAT-25 dimensions and the total score of this instrument. In opposition, there was, generally, a positive association between the Overprotection and Rejection dimensions (EMBU-A) and the same results of the EAT-25. Sports’ practice was associated with a higher mean score of Motivation for Thinness and the total score of the EAT-25. In the predictive analyses, we verified that Emotional Support tends to decrease the likelihood of adolescents manifesting symptoms of ED. In contrast, Rejection tends to increase the likelihood of young people presenting these symptoms. Conclusion/Discussion: The dimension of seems to be protective of the appearance of symptoms of ED and of dysfunctional eating habits/behaviors in adolescents, while Rejection appears to increase the risk of developing such symptoms and these eating habits/behaviors. For these reasons, these dimensions should be worked together with parents, eventually by means of psicoeducational programs. Also, in schools and health centers programs can be implemented in order to improve eating habits/behaviors and to help prevent the development of ED.

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Introdução: As Perturbações do Comportamento Alimentar (PCA) constituem um grave problema de saúde pública. Poucos estudos em Portugal ligam esta temática a áreas como o autocriticismo e a estima corporal. Assim, são nossos objetivos principais: explorar, numa amostra de adolescentes do sexo feminino, as diferenças entre praticantes de ballet e praticantes de andebol, nos sintomas de PCA, índice de massa corporal (IMC), dimensões avaliativas da aparência e níveis de autocriticismo; analisar se níveis maiores de autocriticismo e uma visão mais depreciativa em termos de aparência se associam a níveis mais elevados de sintomas de PCA (nas duas modalidades desportivas). Em virtude das associações encontradas, pretendemos realizar análises preditivas, controlando a influência de sintomas de depressão, ansiedade e stress. Metodologia: A amostra é constituída por 105 adolescentes do sexo feminino (n = 52; 49,5% do ballet e n = 53; 50,5% do andebol) com idades compreendidas entre os 12 e 18 anos (M = 14,5; DP = 1,80). As participantes preencheram um protocolo composto por um questionário sociodemográfico, pela Escala de Autocriticismo e Autotranquilização (FSCRS), pelo Teste de Atitudes Alimentares-25 (TAA-25/EAT-25), pela Escala Estima Corporal (BES) e pela Escala Depressão Ansiedade e Stress (DASS-21). Resultados: Verificaram-se percentagens preocupantes de eventual PCA (ponto de corte de 19) nas praticantes de Ballet (7,7%) e de Andebol (9,4%). Quanto ao IMC, na amostra de praticantes de ballet, encontrou-se uma percentagem relevante de jovens com magreza (34,6%). As praticantes de Ballet e de Andebol apenas se diferenciaram no IMC e na dimensão FSCRS_eu inadequado (valores superiores nas praticantes de Andebol). Verificaram-se, na subamostra Ballet, associações significativas entre a Motivação para a Magreza e as formas de autocriticismo FSCRS_eu inadequado, FSCRS_eu detestado, FSCRS_eu tranquilizador e FSCRS_total e entre os Comportamentos Bulímicos e as formas de autocriticismo FSCRS_eu detestado e FSCRS_total. Na subamostra Andebol constataram-se associações significativas entre a Motivação para a Magreza e a forma de autocriticismo FSCRS_eu inadequado e FSCRS_total. A dimensão FSCRS_eu detestado mostrou predizer, na subamostra Ballet, a Motivação para a Magreza e os Comportamentos Bulímicos. Na subamostra Andebol o BES_Peso foi o preditor significativo da Motivação para a Magreza. Discussão: É preocupante a percentagem de eventual PCA (em ambas em subamostras) bem como a percentagem de jovens que praticam Ballet com um IMC indicador de magreza, principalmente por serem jovens atletas e estarem mais focadas no seu corpo e forma física, estando mais vulneráveis ao desenvolvimento da patologia. É um contributo fundamental deste trabalho verificar associações (bem como o papel preditivo) nestas duas modalidades desportivas, separadamente, entre as formas de autocriticismo e as dimensões do TAA-25 Motivação para a Magreza e Comportamentos Bulímicos. Parece essencial o desenvolvimento de ações de sensibilização junto dos professores/treinadores, com o intuito de despertar uma maior atenção para a visão crítica das suas bailarinas/atletas em relação ao seu corpo, que parece influenciar as suas atitudes alimentares. Será importante iniciar estas ações/intervenções precocemente (antes mesmo da adolescência) não esquecendo a inclusão das figuras paternas, com vista a melhorar o seu sucesso, tendo consciência que particularmente no “nicho” desportivo do ballet a imagem/aparência e o peso continuam e continuarão, muito provavelmente, a ser valorizados e reforçados. / Introduction: Eating Disorders are a major public health problem. Few studies in Portugal associate this theme with areas such as self-criticism and body esteem. Thus, our main objectives are: to explore, in a sample of female adolescents, the differences between ballet and handball practitioners as to symptoms of eating disorders, body mass index (BMI) and evaluative dimensions of appearance and self-criticism levels; to analyze whether higher levels of self-criticism and a more derogatory vision in terms of appearance are associated with higher levels of PCA symptoms (in both sports). Having these associations into account, we intend to perform predictive analysis, controlling the influence of symptoms of depression, anxiety and stress. Methodology: Our sample is composed by 105 female adolescents (n = 52; 49.5% from ballet and n = 53; 50.5% from handball) with ages between 12 and 18 years (M = 14.5; DP = 1.80). The participants filled in a protocol composed by a sociodemographic questionnaire, the Forms of Self-Criticizing and Reassuring Scale (FSCRS), the Eating Attitudes Test-25 (TAA-25/EAT-25), the Body Esteem Scale (BES) and Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21). Results: There were worrying percentages of eventual PCA (cutoff of 19) in Ballet practitioners (7.7%) and Handball (9.4%). As to the BMI, in the sample of practitioners of ballet we found a significant percentage of young people with malnutrition (34.6%). Ballet and Handball practitioners only differed in BMI and in the inadequate self form (higher values in Handball practitioners). In the Ballet subsample there were significant associations between Motivation for thinness and forms of self-criticism, inadequate self form, hated self form, reassure self form and total self criticism and between Bulimic behaviors and inadequate self form and total self criticism. In the Handball subsample, significant associations were found between Motivation for thinness, the inadequate self form and total self criticism. The hated self form predicted, in the Ballet subsample, Motivation for thinness and Bulimic behaviors. In the subsample Handball BES_Weight was the significant predictor of Motivation for thinness. Discussion: The percentage of any Eating Disorders (in both subsamples) and the percentage of young people who practice ballet with a IMC indicating thinness is worrying, especially in young athletes who are more focused on their body and physical form, being more vulnerable to develop these disorders/symptoms. A major contribution of this work is to have shown the associations (as well as the predictive role), in these two sports, separately, between self-criticism forms and the TAA-25 dimensions Motivation for thinness and Bulimic behaviors. It seems essential to develop awareness-raising among teachers/trainers, in order to raise greater attention to the critical view of their dancers / athletes in relation to their body, which seems to influence their eating attitudes. It will be important to start these actions/interventions earlier (even before adolescence) not forgetting the inclusion of parents in order to improve their success, particularly in the ballet “niche”, where image/appearance and weight will most likely continue to be valued and reinforced.

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Este trabalho pretendeu conhecer as caraterísticas sociodemográficas de crianças que viveram o divórcio dos seus progenitores, determinar o seu nível de stress, conhecer os seus problemas de comportamento e analisar sintomas depressivos. Para isso, analisaram-se os resultados de 40 crianças e adolescentes, entre os 11 e os 14 anos, na Escala de Stress Infantil (ESI, Lucarelli & Lipp, 1999), no Youth Self-Report (YSR, Achenbach, 1991, conforme citado por Fonseca & Monteiro, 1999) e no Children’s Depression Inventory (CDI, Kovacs, 1983, conforme citado por Simões, 1999). Os resultados demonstram que a maioria das crianças e jovens considera que a família tem uma boa qualidade de vida e que é capaz de se adaptar bem às dificuldades. Quanto ao grau de stress, tanto da família como a própria criança, é percecionado como baixo. Os jovens apresentam um valor baixo na autoavaliação de diversos problemas de comportamento apresentando um nível médio de depressão elevado. / The purpose of this study was to know the sociodemographic characteristics of children that experienced the divorce of their parents, to determinate their stress level, to know their behaviour problems and to analyse depressive symptoms. For that we analysed the results of 40 children and adolescents, between 11 and 14 years old, in Escala de Stress Infantil (ESI, Lucarelli & Lipp, 1999), in Youth Self-Report (YSR, Achenbach, 1991, as cited by Fonseca & Monteiro, 1999) and in Children’s Depression Inventory (CDI, Kovacs, 1983, as cited by Simões, 1999). The results demonstrate that the majority of children and young people consider that the family has a good quality of life and is able to adapt well to difficulties. The degree of stress, both by the family and the child itself is perceived as low. Young people have a low self-assessment of the various behaviour problems and have a higher average level of depression.

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Ser resiliente implica ser capaz de adaptar positivamente a contextos de grande adversidade. Esta capacidade depende de múltiplos fatores (individuais, relacionais e contextuais) cuja mobilização se encontra dificultada entre os adolescentes cujo desenvolvimento ficou comprometido pela experiência de maus-tratos. Quando protegidos pelo acolhimento institucional, é nos pares, nos professores e nos funcionários da instituição que estes adolescentes encontram o cuidado, o suporte e o encorajamento de que necessitam, e que tanto pesa sobre o seu bem-estar. Foi, assim, objetivo deste estudo examinar o papel que a qualidade da vinculação aos pares, professores e funcionários da instituição desempenha na promoção da resiliência em adolescentes institucionalizados. Os dados foram recolhidos junto de 45 adolescentes (18 rapazes e 27 raparigas), com idades compreendidas entre os 10 e os 20 anos, em regime de acolhimento institucional prolongado. Para o efeito foram utilizados um breve questionário sociodemográfico, o Child and Youth Resilience Measure – 28 – versão para Jovens (Liebenberg, Ungar & Van de Vijver, 2012; versão portuguesa Ferreira & Nobre-Lima, 2013), o Inventory of Parent and Peer Attachment Revised (Armsden & Greenberg, 1987; versão portuguesa Figueiredo & Machado, 2008) – versão para Pares e Professores – e o Questionário de Ligação aos Professores e Funcionários (Mota & Matos, 2005). Ainda que tenham sido encontradas correlações significativas entre a resiliência e cada uma das variáveis em estudo, a percepção de vinculação aos pares e aos funcionários da instituição sobressaem como as variáveis que melhor explicam a resiliência nestes adolescentes, em particular nos rapazes. Já nas raparigas, a única variável que parece explicar a resiliência é a percepção de vinculação aos funcionários da instituição. A discussão explora estes resultados em termos do seu significado e implicações práticas. / Being resilient implies the ability to positively adapt to contexts of great adversity. This ability depends on a variety of factors (individual, relational and contextual) that are mostly non operative among the adolescents whose development was compromised by maltreatment. When protected by residential care these adolescents rest on peers, teachers and residential caregivers to find the care, support and encouragement they need to improve their sense of wellbeing. Therefore, the aim of this study was to examine how attachment to peers, teachers and residential caregivers can contribute to foster resilience in institutionalized adolescents. Data was collected from a sample of 45 adolescents (18 boys and 27 girls), aged between 10 and 20 years old, under extended placement in an institution. The PI is composed by a brief social-demographic questionnaire, the Child and Youth Resilience Measure – 28 – Youth version (Liebenberg, Ungar & Van de Vijver, 2012, Portuguese version Ferreira & Nobre- Lima, 2013), the Inventory of Parent and Peer Attachment Revised (Armsden & Greenberg, 1987; Portuguese version Figueiredo & Machado, 2008) – Peers and Teacher’s version – and the Questionnaire of the Affective Relationship with Teachers and Employees (Mota & Matos, 2005). Although findings showed significant correlations between resilience and each one of the variables in study, the perception of attachment to peers and residential caregivers stood out as the most correlated variables to resilience among these adolescents, mainly among the boys. Conversely, the only variable that seems to explain resilience among girls is the perception of attachment to residential caregivers. The discussion explores the possible meaning and practical implications of these findings.

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A qualidade da vinculação é fundamental para o desenvolvimento das crianças e adolescentes e tem uma enorme importância tanto a nível social como a nível emocional O presente estudo teve como objetivo averiguar a associação entre a qualidade da vinculação e os comportamentos sociais entre adolescentes institucionalizados que constituíram a sua amostra (34 jovens, de ambos os sexos e com idades compreendidas entre os 11 e os 18 anos). O protocolo de investigação incluiu um questionário sociodemográfico e a versão portuguesa do Inventory of parent and peer attachment (IPPA, Armsden & Greenberg, 1987). Os resultados dão conta da perceção normativa dos comportamentos sociais, a despeito de se tratar de uma população de adolescentes institucionalizados. Relativamente à qualidade da vinculação, este estudo dá conta que, apesar da aparente instabilidade da retaguarda familiar, uma parte destes adolescentes tem, ainda assim, a perceção de uma vinculação segura aos pais. / The quality of attachment is essential for the healthy development of children and adolescents, both socially and emotionally. The goal of this study was to analyze the eventual association between the quality of attachment and social behaviors among the institutionalized adolescents in study (34 adolescents from both genders aged 11 to 18 years-old). The research protocol included a social-demographic questionnaire and the Portuguese language version of "Inventory of parent and peer attachment (IPPA, Armsden & Greenberg, 1987). The results show that the perception of social behavior among these adolescents is normative, despite their institutionalization. In what relates to attachment data shows that, regardless of the apparent disorganization of the familial background, these adolescents have the perception of a secure attachment to their parents.