3 resultados para Infância e modernidade

em REPOSITÓRIO ABERTO do Instituto Superior Miguel Torga - Portugal


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O principal objectivo deste estudo centra-se na compreensão das relações entre autonomia, satisfação com a vida e a satisfação com a instituição em jovens institucionalizados. Analisaram-se estes três conceitos nas suas relações com a idade, sexo e tipo de resposta social, incidindo a atenção nas diferenças existentes num acolhimento em lar de infância e juventude [LIJ] e apartamento de autonomização [AA]. Participaram neste estudo 181 jovens, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 13 e os 21 anos. Em LIJ estavam acolhidos 155 jovens e 26 em AA. Para avaliar a autonomia utilizou-se o Questionário de Autonomia dos Adolescentes e para a satisfação com a vida a Escala de Satisfação com a Vida. Foi elaborado um questionário com o intuito de avaliar a satisfação com a instituição. De uma forma geral, os resultados indicam-nos que a satisfação com a vida está relacionada positivamente com a autonomia, na sua forma geral, com a dimensão autonomia funcional e com a satisfação com a instituição. A autonomia funcional encontra-se igualmente relacionada positivamente com a satisfação com a instituição. Os rapazes manifestam-se mais satisfeitos com a vida e com a instituição, assim como se sentem mais autónomos do que as raparigas. Os jovens mais velhos mostram-se mais autónomos que os mais novos, e a nível da resposta social é nos AA que se verifica maior autonomia, satisfação com a vida e com a instituição. Podemos salientar que os jovens institucionalizados apresentam níveis de satisfação com a vida baixos, sejam eles jovens mais novos ou mais velhos. Verificámos também que a satisfação com a vida destes jovens é influenciada positivamente pela percepção de competência face à escolha de uma estratégia e sua concretização para atingir um objectivo. Finalmente, podemos perceber que os jovens acolhidos em AA se mostram menos insatisfeitos com a vida e com a instituição, assim como manifestam uma percepção de autonomia superior, aos acolhidos em LIJ. / The main objective of this study focuses on understanding the relationship between autonomy, life satisfaction and institution satisfaction for institutionalized youngters. The analysis was based in these three concepts related to their age relations, sex and type of social care, focuses the attention on the differences between residential care and apartment care. In this study participated 181 youngsters, of both sexes, aged between 13 and 21 years old. Of the 181 youngsters, 155 were placed in residential care and 26 in the apartments care (apartments focused in autonomy development). In order to evaluate autonomy was used the Adolescent Autonomy Questionnaire, for evaluate life satisfaction was used the Students’ Life Satisfaction Scale. To access satisfaction with the institution, was developed a questionnaire, Satisfaction with the Institution Scale. In a general way, the results indicate that life satisfaction is positively related to autonomy, in its general form, with functional autonomy dimension and satisfaction with the institution. Functional autonomy is also positively related to satisfaction with the institution. The boys manifest, themselves, more satisfied with life and the institution as well as feel more autonomous than girls. The older youngsters appear to be more autonomous than younger ones. Analyzing the type of care, is in the apartment care that appear to be greater autonomy, satisfaction with life and with the institution. We point out that institutionalized youngsters have low life satisfaction, low levels whether they be younger or older youngsters. We also observed that life satisfaction of these youngsters is positively influenced by the perception of competence given the choice of a strategy and its implementation to achieve a goal. Finally, we can observe that youngsters in apartment care are less dissatisfied with life and the institution as well as express a greater sense of autonomy to those living in residential care.

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A pobreza infantil é reconhecida, na comunidade científico, como um problema social grave que viola os direitos das crianças, sendo este um fator favorável à vulnerabilização e à possibilidade de ocorrência de casos de negligência. Em consequência, esta fundamenta-se pela necessidade de intervenções, que a par de medidas de proteção social do Estado, em particular o Rendimento Social de Inserção (RSI), potenciem o desempenho de funções parentais protetoras. Por conseguinte, definiu-se como principal objetivo analisar a relação e/ou influência da medida do RSI sobre as funções parentais (des) protetoras no contexto da pobreza infantil em 15 crianças (dos 0 aos 6 anos), assim como compreender os domínios do seu bem-estar a partir dos Reports card`s da UNICEF. A investigação decorreu no concelho de Albergaria-a-Velha entre os meses de fevereiro a julho de 2013. A metodologia utilizada foi o método qualitativo de natureza exploratória cujos dados foram recolhidos através de dois inquéritos dirigidos às 11 famílias abrangidas pelo estudo e aos respetivos técnicos. A análise dos dados permitiu retirar as principais conclusões destacando-se que o Bem-estar Material e Habitacional das crianças encontram-se comprometidos, uma vez que, os rendimentos médios das famílias estudadas são inferiores ao salário mínimo nacional, o RSI a principal fonte de rendimentos, a maioria dos agregados beneficiam, para além deste, de apoios económicos, quatro famílias estão identificadas como pobreza intergeracional projeta-se para a maioria, a continuidade da “dependência” dos serviços de ação social. Perante estes dados as crianças podem vivenciar privações ou carências múltiplas. Constatou-se falta de privacidade e de conforto habitacional apesar das melhorias significativas nesta dimensão. Na dimensão do Bem-estar Saúde e Segurança enquadra-se a negligência, deste modo, as praticas parentais de risco/negligência foram distribuídas pelos níveis “baixo, moderado e elevado”, apurou-se que em 6 agregados apenas um pratica uma parentalidade não protetora; para os restantes consideramos que o RSI contribui para atenuar a intensidade do stress parental face às privações económicas. / Child poverty is recognized in the scientific community as a serious social problem, which goes against the rights of children. It is a favorable factor to their increasing vulnerability and to the possibility of occurrence of negligence. It is based on the need of interventions that measures social protection of the Goverment through the Social Insertion Income (SII), potentiate the protective performance of parental functions. Thus, the main objective of this study was to analyze the relationship and / or influence of SII on parental protective functions in the context of child poverty in 15 children (aged 0 to 6 years), as well as understand the areas of their welfare according to the UNICEF Report Card’s. The research took place in the Municipality of Albergaria-a-Velha between the months February to July 2013. The used methodology was the qualitative method with exploratory contours and the data collected through two questionnaires surveys directed to the 11 families and Technicians. The information analysis led us to the main conclusions that the children’s Welfare Material and Housing are compromised, since the average yield of the families studied are lower than the minimum national wage, the RSI is the main source of income that most households benefit, in addition to this economic support the continuous "dependency" of social services is projected for the future and four families are identified as intergenerational poverty. Based on these facts the children can experience multiple disadvantage or deprivation. According to the housing conditions it was found lack of privacy and comfort, although exists significant improvements in this dimension. In the dimension of Wellbeing Health and Safety fits negligence, in this way the parental practice of risk / negligence were distributed by the levels of "low, moderate and high", it was found that only one of eight cases do not practice a protective parenting, for the remaining households we consider that the SII contributes to mitigate the intensity of the parental stress against the economic deprivation.

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A rede social dos sujeitos tem sido considerada fundamental para lidar com a adversidade. O objetivo central deste estudo foi caracterizar as redes sociais pessoais de jovens em regime de acolhimento institucional prolongado, na perspetiva dos próprios e dos técnicos das instituições e perceber se estas relacionam com o projeto de vida. Participaram 84 jovens, com idades compreendidas entre os 12 e os 20 anos de idade, acolhidos em 6 lares de infância e juventude do distrito de Santarém. Os participantes são na sua maioria do sexo feminino, com uma idade média de 15 anos. Para avaliação das variáveis em estudo utilizou-se a versão revista sumária do Instrumento de Avaliação de Redes Sociais Pessoais (IARSP-RS) e um questionário de autorresposta de caracterização da instituição de acolhimento. Os resultados desta investigação permitiram verificar que as redes dos jovens em situação de acolhimento institucional são fragmentadas, constituídas, em média, por 12 elementos e predominantemente compostas por familiares, amigos e profissionais das instituições, destacando-se as relações familiares. O nível de apoio social percebido é elevado na função emocional e informativa. Verificou-se uma maior reciprocidade do apoio por parte das jovens do sexo feminino, a institucionalização pode potenciar a expansão da rede social de suporte e a frequência de contactos associa-se à distância geográfica. A satisfação dos jovens com o suporte social é elevada. Metade dos jovens perspetivam a saída da instituição pela via da autonomização. A perceção dos profissionais das redes de suporte social é mais limitada, no tamanho, reciprocidade, satisfação com o suporte social e nas relações estabelecidas com a família, amigos da comunidade envolvente e relações de trabalho/estudo. Por outro lado, os técnicos identificam um nível mais elevado de densidade e de vínculos com os técnicos e educadores da instituição. Não se verificaram diferenças significativas nas características da rede social em função do projeto de vida, porém perceberam-se diferenças no projeto de vida em função da idade e da duração do acolhimento. A rede social apresenta um potencial protetor que vale a pena conhecer, fomentar e valorizar, destacando-se que é importante conhecer a perspetiva do próprio sujeito, já que esta tem um carácter muito pessoal. / The social network has been considered fundamental to deal with the adversities. The main objective of this study was to characterize the social network of the youngesters in prolonged institutional care, from the perspective of themselves and professionals of the institutions and to observe if their social network fits with their life project. 84 youngsters with ages between 12 and 20 years old living in 6 institutions of childhood and juvenile care from de district of Santarém participated in this study. The participants are mainly female, with an average age of 15 years old. To evaluate the variables in study, it was applied a version of the summary review of the Instrument of Evaluation of Personal Social Networks (IARSP-RS) and a survey of self-response to characterize the institutional care. The results of this investigation allowed to conclude that the social network of youngsters in a situation of institutional care are fragmented, composed by an average of 12 elements and primarily composed by family members, friends and professionals, but the most significant were the family relationships. It was observed that social support is high in terms of emotional and informative functions. It was observed an higher mutual support from the young ladies, institutionalization may foster the expansion of the social support network and that the frequency of connections is related with geographic distance. The satisfaction of the youngsters with social support is high. Half of the youngsters previews getting out of the institution by becoming autonomous. The understanding of the professionals of the social support network is more limited, about size, mutuality, satisfaction with the social support, family, friends of involving community and relationship of work/study. On the other side, the professionals identify an higher level of density and bonds with the technicals and educators of the institutions. Significative differences in the characteristics social network in terms of the life project weren’t found, however there were diferences in the life project in terms of the age and the duration of institutionalization. The social network has a protector potential that is worth of studying, promote and valorize, highlighting that it is important to know the perspective of the individual, because of its personal nature.