7 resultados para Idoso, cuidado informal, cuidador informal, impacte na vida
em REPOSITÓRIO ABERTO do Instituto Superior Miguel Torga - Portugal
Resumo:
A família continua a ser considerada a principal fonte de suporte dos idosos, sendo neste sistema que encontramos a maioria dos cuidadores informais. Cuidar é um processo complexo e exige muito tempo e dedicação, sendo que muitos cuidadores consideram-no como algo gratificante, no entanto é incontestável que também acarreta consequências negativas. Assim, o presente estudo tem como objectivo analisar o impacte pessoal, profissional e socioeconómico nos cuidadores informais de idosos que se encontram em centro de dia ou em serviço de apoio domiciliário, em instituições situadas na zona do Baixo Mondego. Para a avaliação das variáveis em estudo foram utilizados um inquérito por questionário para a caracterização sociodemográfica dos cuidadores e a versão portuguesa do MHI-5 (Mental Health Inventory) para avaliar o distress e o bem-estar psicológico dos cuidadores dos idosos. A amostra é constituída por 60 cuidadores sendo, na sua maioria mulheres (65%). Mais de metade da amostra dos cuidadores são casados (76,7%), predominantemente com idades entre os 56 e os 65 anos de idade, sendo estes, na generalidade, filhos (48,7%) e cônjuges dos idosos (21,7%). A amostra deste estudo vive na mesma casa (56,7%) ou perto do idoso de quem cuida, tendo metade uma actividade profissional (50%), sendo o número de horas diárias que dispensa na prestação de cuidados ao idoso entre 1 a 4 horas. Constatou-se que os cuidadores informais destes idosos sentem um impacte baixo a moderado principalmente nas áreas do trabalho e da saúde, no entanto, as mulheres inquiridas consideram que o maior impacte é ao nível económico pelas despesas feitas com o idoso, principalmente com os medicamentos. A maioria dos cuidadores apontam que um dos motivos pelos quais decidiram cuidar do idoso foi por amor e ternura, já o motivo que menos pesou para os cuidadores foi a possibilidade de herdar mais. Sendo os cuidadores informais um grupo importante na prestação de cuidados, é necessário reflectir sobre as políticas de cuidados existentes e políticas sociais, assim como sobre a sua informação e formação, considerando ser fundamental definir estratégias de assegurar-lhes direitos sociais associados à missão que assumem e capacitá-los para prevenirem impactes negativos e o seu agravamento eventual.
Resumo:
A sociedade contemporânea é marcada por mudanças paradigmáticas, culturais, sócio-económicos e de valores que comportam transformações no indivíduo e na família. O cuidado informal intergeracional reflecte tais mudanças, tendo-se revelado importante conhecer as expectativas de adultos face à necessidade de cuidar das gerações mais velhas, assim como compreender e analisar as diferenças nas fratrias face às diversas expectativas associadas ao cuidado dos idosos. Este é um tipo de estudo transversal prospectivo de natureza quantitativa, utilizando como documentos de recolha de dados um inquérito por questionário de administração indirecta construído para o efeito. A amostra do estudo é constituída por adultos portugueses em idade activa (25 aos 65 anos), não cuidadores, com pelo menos um dos progenitores vivo. Contou com 186 participantes com uma média de idade de 32 anos, maioritariamente do sexo feminino (88%) e com habilitações literárias ao nível do ensino superior (91%). Os resultados indicam que todos os filhos apontam o amor e ternura como principal motivo expectável para cuidar. Os filhos únicos prevêem uma maior dificuldade a nível económico e ponderam uma maior procura de recursos exteriores, ao contrário dos membros de fratria que tendem a optar por uma estratégia de exclusividade. As rotinas domésticas, as actividades de lazer e a produtividade no trabalho são as principais áreas de vida que os inquiridos conjecturam serem afectadas. Optar por cuidar em família não pode ser penalizador para as famílias. No sentido de antecipar eventuais dificuldades no decurso do seu ciclo de vida, as famílias deverão ser estimuladas a pensar como conciliar a sua vida com a eventual necessidade de prestação de cuidados informais a idosos, devendo o Serviço Social assumir uma postura propositiva face às responsabilidades que as políticas públicas apresentam neste domínio, assim como para a definição e ampliação de programas que respondam efectivamente às necessidades das pessoas dependentes, dos cuidadores e das famílias.
Resumo:
Introdução: A consequência resultante da prestação contínua de cuidados é denominada de “sobrecarga” ou “exaustão” do cuidador informal, que resulta de problemas de ordem física, psicológica, emocional, social e financeira experimentados pelos familiares que cuidam de pessoas idosas com dependência. Metodologia: O principal objectivo deste estudo é avaliar a sobrecarga e estratégias de coping do cuidador informal de idosos dependentes, através de instrumentos de avaliação: Escala de Sobrecarga do Cuidador (ESC), (Sequeira, 2007, 2010) para avaliar a sobrecarga do cuidador informal; Índice para Avaliação das Maneiras como o prestador de cuidados enfrenta as dificuldades (CAMI), (Sequeira, 2007,2010) avalia a forma como cada prestador de cuidados resolve/atenua as dificuldades percepciona e; o Índice de Barthel que avalia as actividades básicas da vida diária do idoso. O presente estudo é não experimental, transversal, descritivo - correlacional com recurso à técnica de análise quantitativa. Trata-se de uma amostra de conveniência, constituída por um total de 46 cuidadores informais de idosos dependentes. Destes, 23 foram provenientes da UCCI, os restantes 23 cuidadores foram seleccionados na zona de residência da investigadora. A população - alvo deste estudo é constituída por cuidadores de ambos os sexos, sendo maioritariamente do sexo feminino (87%) com média de 58,41 anos (DP= 12,49) de idade. Resultados: Quanto mais idade tem o idoso menor é a percepção de sobrecarga subjectiva do cuidador; quanto melhor for o estado de saúde menor é a sobrecarga autopercebida do cuidador; a maior parte dos cuidadores tem a percepção de alguma eficácia das estratégias utilizadas; quanto mais estratégias o cuidador utiliza para superar as suas dificuldades na prestação de cuidados ao idoso menor é a sobrecarga da relação interpessoal com o idoso; quanto mais estratégias a este nível maiores são as expectativas do cuidador no referente aos cuidados prestados ao idoso. Conclusão: Será importante potenciar, nos cuidadores informais, os mecanismos de coping e desenvolver as competências para o cuidar, resultando em benefícios terapêuticos mais do que os que se baseiam em modelos patológicos, que visam a diminuição da sobrecarga.
Resumo:
Atualmente, é fundamental refletirmos sobre o impacto da doença de Alzheimer, dado que se trata de uma patologia neurodegenerativa com grande repercussõesquer nas funções intelectuais dos doentes e que afeta o seu dia-a-dia,quer na dinâmica do seu núcleo familiar. Deste modo, a rede de suporte formal e informal é crucial no que diz respeito à prestação de cuidados. São os familiares que se responsabilizam por essa tarefa que face ao caráter ininterrupto pode causar desgaste da saúde física e psicológica do cuidador. A sobrecarga carateriza-se pela soma dos problemas psicológicos, físicos e emocionais, sociais e financeiros, todos eles inerentes à prestação informal de cuidados. Este trabalho que tem como objetivo principal a avaliação do benefício/impacto físico, emocional, social e da saúde mental de um programa de grupo de suporte em cuidadores informais de doentes portadores da doença de Alzheimer.É crucial acompanhar o progresso do grupo de suporte, a evolução dos cuidadores informais e a sua capacidade de se manterem satisfeitos neste gruponos dois papéis: cuidador e pessoa. Os métodos utilizados para recolher estes dados foram um questionário sociodemográfico, a SCL-90-R para avaliar a sintomatologia e o Questionário de Avaliação de Sobrecarga do Cuidador Informal. Os resultados sugerem que o programa grupo de suporte altera a vida dos cuidadores informais, uma vez que estes, após o frequentarem, sentem menor sobrecarga nos aspetos da vida pessoal. No entanto, apesar dos progressosna vida pessoal dos cuidadores,estes não se sentem satisfeitos com a tarefa de cuidar. A sobrecarga de trabalho e suas exigências tornam o cuidador mais insatisfeito com as tarefas que está a exercer, uma vez queestas são vistas de forma negativa pelo mesmo. Pretende-se que o cuidador se sinta satisfeito, na medida do possível,nos dois papéis: no seu papel de cuidador e familiar.Este último motiva-o para a responsabilização social e pessoal, uma vez que sendo uma obrigação, esta pode ser feita de forma conformada.
Resumo:
Perante a falta ou escassez das redes familiares, de amigos e vizinhos, os Grupos de Ajuda Mútua surgem como uma rede social de apoio que proporciona aos doentes de Alzheimer e seus cuidadores a mudança para melhorar a sua qualidades de vida. O objectivo do estudo foi analisar o contributo do Grupo de Ajuda Mútua na melhoria da qualidade de vida dos cuidadores dos doentes de Alzheimer. Utilizou-se uma abordagem essencialmente qualitativa, mas com alguns aspectos quantitativos, para entrevistar nove cuidadores e dois elementos da equipa técnica da Alzheimer Portugal- -Centro. As informações foram analisadas pela Analise de Conteúdo percorrendo dezassete categorias, onze referentes aos cuidadores dos doentes de Alzheimer: conhecimento da associação, conhecimento do GAM, instituições/organismos de apoio, integração no GAM, informação e formação, partilha de experiências e conhecimentos, rotina diária, contributos, necessidades, apoios do GAM e comunicação/ relacionamento com a equipa técnica. Foram ainda analisadas seis categorias referentes à equipa técnica: comunicação com os cuidadores, informação/formação, orientação para a prestação do cuidado, construção da capacidade pessoal e social, necessidades dos cuidadores e estratégias de intervenção. Este estudo permitiu identificar as necessidades dos cuidadores de doentes de Alzheimer e verificar de que modo o GAM possibilita o promoção da qualidade de vida deste cuidadores, que estratégias de intervenção utiliza.
Resumo:
Este estudo surgiu com o intuito de compreender se os mais velhos continuam, após a transição para a reforma, a participar na esfera da economia, formal e informal, e da sociabilidade, analisando com mais pormenor no que se refere a esta última faceta o sentimento de solidão. Partindo dos diferentes enquadramentos teóricos sobre o contributo socioeconómico dos idosos o objetivo foi compreender, no campo empírico, a posição dos sujeitos relativamente à transição para a reforma e de que forma os mesmos se percecionavam em áreas ligadas à produtividade e sociabilidade. A amostra foi intencional (N=30) e abrangeu sujeitos com idade igual ou superior a sessenta e cinco anos, com pelo menos um ano de reforma e residentes na Alta de Coimbra. A entrevista semiestruturada e a observação direta foram os instrumentos selecionados para aprofundar as vivências dos participantes. No que respeita ao tratamento dos dados recorremos à técnica da análise de conteúdo, com base em Bardin, que nos permitiu captar a singularidade de cada sujeito, sem descurar a totalidade das observações. No final concluiu-se que os sujeitos entrevistados vivenciam a transição para a reforma de maneiras distintas, reforçando assim a heterogeneidade deste grupo, e que são dotados de um capital social e económico que urge potencializar, quer no seio da sociedade civil, quer de forma específica no âmbito da Gestão de Recursos Humanos. / This study aims to understand if, after they retire, the elderly continue to get involved in areas like economy, formal and informal, and sociability, analyzing in detail the feeling of loneliness. Bearing in mind the different theories about the elderly’s social and economic contribution, the goal was to empirically understand the attitude of these individuals towards their transition to retirement, and to see how they perceive themselves and their role in productivity and sociability. The sample was intentional (N=30) and has included people aged sixty five and over sixty five, who have been retired for at least one year, and living in Alta de Coimbra. The semisstructured interview and direct observation were used to know the participants’ way of live. In what comes to data processing, we followed the content analysis technique, based on Bardin, which allows us to capture the singularity of each individual, without forgetting the whole set of observations. In the end we have concluded that the interviewed individuals live the transition into retirement in different ways, thus reinforcing the heterogeneity of this group and their social and economic capital, which needs to be put to use, both in civil society and more specifically in the sphere of the human management resources.
Resumo:
Objetivo. Devido ao aumento da esperança de vida, os adultos com necessidades especiais vivem mais tempo, sendo os seus principais cuidadores, geralmente familiares, também mais envelhecidos. Tal situação representa novas necessidades específicas de apoio, sendo inúmeros os desafios colocados ao Serviço Social no sentido de garantir o bem-estar da pessoa com incapacidade e dos seus cuidadores. Assim, este estudo tem como objetivo realizar um levantamento das necessidades de apoio e a caraterização da rede social pessoal de apoio do cuidador informal de adultos com necessidades especiais. Participantes. A amostra é constituída por 40 cuidadores informais de adultos com necessidades especiais, integrados na resposta social “Centro de Atividades Ocupacionais-CAO” da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, de ambos os sexos com idade igual ou superior a 40 anos. Material e métodos. Foi utilizado o Instrumento de Avaliação da Rede Social Pessoal e um questionário para caracterização sociodemográfica e sociofamiliar dos cuidadores, assim como para avaliação de necessidades. Resultados. Aproximadamente um terço dos cuidadores relatou a experiência de níveis moderados de sobrecarga associada à prestação de cuidados, enquanto mais de metade relatou a experiência de níveis elevados e muito elevados dessa sobrecarga; o apoio financeiro foi referido como a forma de apoio mais necessária no presente, ainda que o apoio em residência tenha sido percecionado por cerca de um terço dos cuidadores como a forma de apoio mais necessária no futuro; enquanto mais de metade considerou o apoio domiciliário e de unidade residencial (institucional). Estes cuidadores familiares referiram a "incerteza" e a "esperança" como os sentimentos mais frequentemente experienciados em relação ao futuro das suas vidas. No que respeita às redes sociais, as relações familiares são centrais a nível estrutural; em termos de caraterísticas funcionais da rede, foram observados valores mais elevados para as dimensões de reciprocidade do apoio e satisfação com a rede social. Implicações. Este estudo sublinha a importância da avaliação das necessidades de apoio dos cuidadores familiares de adultos com necessidades especiais. A sua implementação sistemática pode auxiliar a tomada de decisão baseada na evidência empírica para as intervenções do Serviço Social, tais como na planificação e gestão de respostas e serviços sociais, a par do reconhecimento e ativação dos recursos das próprias famílias, de forma a promover a eficiência dos recursos e eficácia das intervenções, focadas no bem-estar do cidadão com deficiência e das suas famílias. / Aim. The general increase in human life expectancy has resulted in greater rates of survival for adults with special care needs, as well as for their ageing family caregivers. This situation poses different and specific support needs, which represent a major challenge in social work interventions aimed at ensuring the well-being of disabled persons and their caregivers. Therefore, this study was aimed to describe the needs for support and the perceived social support network of family caregivers of adults with special care needs. Participants. The sample for this study comprised 40 family caregivers of disabled adults with special care needs, of both genders and aged 40 years old at minimum, who attended a long-term care facility at Coimbra Cerebral Palsy Association. Material and methods. Participants were administered a self-report questionnaire on socio-economic, family and caregiving needs, along with the Instrument for Assessing Personal Social Networks. Results. Nearly one third a family caregivers experienced moderate caregiving burden, while more than half experienced high or very high levels of caregiving burden; financial support was perceived as the most needed form of support in the present, but residential home care was identified as the most needed form of support in the future; while more than a half considered home-based support and residential support viable options for their disabled family members with special care needs. These family caregivers reported "uncertainty" and "hope" as the most common feelings towards their family life in the future. On the topic of social networks, family relations were found to be crucial at the structural level; in terms of functional characteristics of the network, elevated scores were observed for reciprocity of support and satisfaction with the social network. Implications. This study highlights the importance of increasing the specificity of the assessments of needs for support in family caregivers of disabled adults with special care needs. The systematic conduction of these assessments may assist evidence-based decision making in social work interventions, such as for planning and managing social services, acknowledging and activating the families' own resources, and ultimately promote the efficacy and effectiveness 57 interventions aimed at improving the well-being of disabled citizens and their families.