1 resultado para Biopsychosocial model
em REPOSITÓRIO ABERTO do Instituto Superior Miguel Torga - Portugal
Resumo:
Este trabalho pretende conhecer as representações sociais de Psiquiatras, Internos de Psiquiatria, Pedopsiquiatras e Psicólogos Clínicos sobre a doença mental em quatro dimensões: (1) conceptual – conceitos de saúde e doença mental, (2) explicativa – causalidade da doença mental (3) interventiva – modelos de intervenção e objetivos da prática clínica, e (4) contextual – influência do contexto na prática clínica. É um estudo qualitativo de carácter exploratório, pontuado epistemologicamente pelo construcionismo social e teoricamente pelo quadro das representações sociais. Participaram 30 profissionais (13 Psicólogos, 10 Psiquiatras, 5 Internos de Psiquiatria e 2 Pedopsiquiatras) aos quais foi aplicada uma entrevista semi-estruturada que foi analisada quanto ao seu conteúdo (através do software NVivo 10). Da análise dos resultados salienta-se que as representações dos profissionais quanto à conceptualização da doença mental são heterogéneas. A saúde mental é equacionada como flexibilidade, adaptação, funcionalidade e bem-estar biopsicossocial do indivíduo. A causalidade atribuída à doença mental assenta no modelo interacionista biopsicossocial. Quanto à intervenção, os participantes utilizam estratégias e modelos de intervenção ecléticos, salientando-se como objetivos a promoção do bem-estar e diminuição do sofrimento, a promoção do funcionamento e autonomia e a “cura”. O contexto institucional surge como comprometedor da liberdade de atuação na prática pública e como facilitador da liberdade de atuação do clínico na prática privada. Conclui-se que a análise individual (disposicional) do comportamento patológico é privilegiada em detrimento da análise contextual (situacional). Implicações do presente estudo para o quadro teórico das representações sociais da doença mental são consideradas. / The present aims to acknowledge the social representations about mental disease of Psychiatrists, Psychiatrist Interns, Child Psychiatrists and Clinical Psychologists. Four dimensions were considered: (1) conceptual - concepts about health and mental disease; (2) descriptive – mental disease causes; (3) intervention – models for clinical intervention and clinical procedures; and (4) context – influence of the context in clinical procedures. A qualitative and exploratory study was developed based, epistemologically, on social constructionism and social representations. Through the course of the research 30 semi-structured interviews were conducted (13 psychologists, 10 psychiatrists, 5 Internal Psychiatry and 2 child psychiatrists) to which it was applied a semi-structured interview. A content analysis of the interviews was performed by NVivo 10. Results showed that the social representations of mental disease are heterogeneous. Mental health is conceptualized according to the flexibility, adaptation, functionality and the biopsychosocial well-being of the individual. The causality of mental disease is explained by the interactionist biopsychosocial model. Professionals mainly adopt eclectic intervention models and strategies in clinical practice. Participants refer that their goals are to promote the well-being, diminish the suffering and promote the functioning, the autonomy and “cure”. The public institutional framework compromises the flexibility in the clinical procedures. Private practices increases the procedural possibilities of the professionals. Concludes that the individual analysis (dispositional) of the pathological behavior is privileged in detriment of the contextual analysis (situational). Implications of this study to the theoretical framework of social representations of mental illness are considered.