10 resultados para imunodeprimidos
Resumo:
As meningites crónicas são processos inflamatórios das meninges, com uma evolução superior a 4 semanas, englobando etiologias infecciosas e não infecciosas. A sua frequência, embora inferior à das meningites agudas, tem aumentado nos últimos anos, sobretudo na população de doentes imunodeprimidos. Os autores abordam as características clínicas, bem como o diagnóstico diferencial destas situações.
Resumo:
O aparecimento recente do sarcoma de Kaposi (SK)epidémico na prática clínica corrente da Medicina Interna veio permitir encontrar expressões clínicas raras, como a pulmonar (SKP). A radiologia tem um papel preponderante na avaliação da extensão do SKP. A grande agressividade que por vezes apresenta conduziu à investigação de novas terapêuticas em diferentes áreas (imunomodulação, hormonal e citostática). Os novos conceitos quanto à sua provável origem talvez permitam que, a curto prazo, seja mais uma profilaxia nos imunodeprimidos pelo VIH.
Resumo:
As pericardites bacterianas, apesar da sua baixa incidência e das terapêuticas actuais, apresentam um prognóstico desfavorável, sobretudo quando causadas por Staphylococcus aureus meticilino resistente (MRSA). O Tamponamento cardíaco é uma complicação potencialmente letal nos doentes com pericardites por este agente. Numa Unidade de Cuidados Intensivos, para além da imunossupressão, constituem factores predisponentes para este tipo de infecção, a elevada taxa de colonização nasal e cutânea, assim como a utilização de técnicas invasivas (1) entre as quais a simples colocação de catéteres intravenosos. Relatam-se dois casos clínicos de tamponamento cardíaco em doentes jovens, no contexto de imunossupressão de diferentes etiologias (infecção HIV e pós transplante hepático). Os internamentos foram complicados de quadros sépticos importantes com isolamento de MRSA nos líquidos biológicos e desenvolvimento de pericardite bacteriana e subsequente tamponamento cardíaco. Os autores salientam a importância dos quadros clínicos infecciosos em doentes imunodeprimidos, que constituem uma população cada vez mais numerosa, e a importância da monitorização ecocardiográfica na evolução prognóstica das pericardites bacterianas no contexto de sépsis.
Resumo:
O linfoma primário das cavidades é um subtipo de linfoma não-Hodgkin (LNH), de ocorrência rara, prognóstico muito reservado, mais frequentemente descrito em indivíduos imunodeprimidos, em particular no contexto de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), no qual as células malignas proliferam exclusivamente nas cavidades serosas e que está associado ao vírus herpes humano tipo 8 (VHH8). Os autores apresentam o caso de um doente com infecção VIH, internado por febre e queixas constitucionais e que desenvolveu, enquanto decorria estudo etiológico da síndrome febril, ascite volumosa e, ainda, derrame pleural direito e derrame pericárdico. O líquido ascítico mostrou a presença de células grandes linfóides com fenótipo não B e não T. Não foram evidenciadas massas tumorais, linfadenopatias ou envolvimento da medula óssea. O doente morreu 41 dias após o diagnóstico, sem ter iniciado quimioterapia. Ainda que não tenha sido possível a demonstração de infecção pelo VHH-8 nas células linfóides, os dados clínicos, citológicos e imunofenotípicos apontam para um diagnóstico altamente provável de linfoma primário das cavidades.
Resumo:
Baseados num caso de associação de abcessos renal, perirrenal e de quisto renal infectado, ocorrendo após biopsia prostática, os autores fazem revisão bibliográfica dos abcessos renais, classificados segundo características anatómicas perinéfrico, cortical e cortico- -medular (nefrite bacteriana aguda focal/multifocal, pielonefrite enfisematosa e pielonefrite xantogranulomatosa). Os abcessos renais são mais frequentes em diabéticos, menos vezes em alcoólicos, desnutridos e imunodeprimidos, estando associados geralmente a pielonefrites recorrentes, refluxo vesicoureteral, litíase urinária, ou resultam de êmbolos sépticos hematogéneos originados em focos extra-renais de infecção. A Escherichia coli é responsável pela maioria dos casos, e menos vezes a Klebsiella Proteus, Enterobacter, Pseudomonas, e Estafilococo aureus. Descrevem-se a expressão clínica, complicações evolutivas e diagnóstico radiológico, enfatizando-se as infecções acompanhadas de formação de gás. Referem-se opções terapêuticas médico-cirúrgicas, cujas indicações dependem do diagnóstico precoce, complicações e factores predisponentes.
Resumo:
Cancrum orism, noma ou estomatite gangrenosa é uma doença que afecta principalmente crianças mal nutridas e imunodeprimidas. Frequente em países subdesenvolvidos atinge igualmente imunodeprimidos por leucemia ou SIDA na Europa e América. Doença anteriormente fatal apresenta-se hoje como um grande desafio médico para a cura das sequelas mutilantes que provoca. Os autores descrevem um caso cHnico de Noma numa criança de 3 anos, raça negra, da Guine-Bissau. Apresentava-se num estadio avançado desta doença com amputação parcial dos lábios, face e nariz. Discute-se a terapêutica inicial da área infectada, onde a utilização do ácido acético foi fundamental, e a reconstrução com retalho frontal transposto de dupla face.
Resumo:
O aumento da incidência do linfoma cerebral primitivo parece ser real em pessoas imunologicamente normais. Contudo, os linfomas do sistema nervoso central têm uma muito maior incidência em doentes imunodeprimidos tais como os submetidos a transplantes cardíacos ou renais, doentes com deficiência de IgA ou síndrome de Wiskott-Aldrich. Assim, não é surpreendente o aumento da predisposição dos doentes com a síndrome de imunodeficiência adquirida para os linfomas do sistema nervoso central, sendo esta a segunda causa mais frequente de lesão ocupando espaço intracerebral nesta população. Os autores descrevem o caso de uma mulher de 36 anos com síndrome de imunodeficiência adquirida e uma lesão ocupando espaço intracerebral que demonstraram tratar-se de um linfoma cerebral.
Resumo:
Tiflite, síndrome fleo-cecal e enterocolite neutropénica serão denominações diversas do que parece ser uma infecção localizada à mucosa cecal, provocada por Clostridia. Habitualmente descrita em doentes neutropénicos, com leucémias ou após terapêutica anti-neoplásica, também tem sido descrita em doentes infectados por vírus da imunodeficiência humana, como no caso que apresentamos. O seu diagnóstico nem sempre é claro, tornando-se ainda mais problemático em doentes imunodeprimidos, nos quais múltiplas situações e podem apresentar com sintomas semelhantes. Todavia a um diagnóstico precoce deve seguir-se uma terapêutica médica agressiva, e se nalguns casos uma intervenção cirúrgica se sorna imperiosa, noutros poderá ser desnecessária. O seu controle a médio e a longo prazo poderá ser particularmente difícil.