6 resultados para Kappa-carragenana
Resumo:
Objectivos: A prevalência de Sindroma Metabólica (SM) e diabetes é variável consoante a definição utilizada, assim como com a região geográfica e o grupo étnico estudado. Não existem estudos em indivíduos portugueses com suspeita de doença arterial coronária. Analisámos a prevalência de SM e diabetes nesta população específica de doentes, comparando também definições. Métodos: Incluíram-se no estudo 300 indivíduos, com uma idade media de 64 ± 9 anos, 59% do género masculino, admitidos para angiografia coronária electiva, tendo sido excluídos os doentes com doença cardíaca previamente conhecida. Avaliou-se a prevalência de SM e de diabetes. Resultados: A prevalência ajustada de SM foi de 39,3% (critério NCEP-ATP III), 53,8% (critério IDF) e 48,4% (critério AHA/NHLBI). A prevalência ajustada de diabetes foi de 14,8% pela definição prévia da ADA e de 36.4% com a definição mais recente. A concordância global entre as definições de SM foi de 45,3%, sendo mais elevada entre as definições da AHA/NHLBI e da NCEP-ATP III (Kappa 0,821). A prevalência de SM está altamente dependente da idade em ambos os géneros, sendo mais prevalente no género feminino. A prevalência de diabetes é também dependente da idade, sendo semelhante em ambos os géneros. O componente de SM mais frequente é a hipertensão arterial, seguido pela obesidade abdominal, elevação da glicose, colesterol-HDL baixo e finalmente elevação dos triglicéridos. É também importante referir que 60% dos doentes estavam sob terapêutica hipolipemiante (56,6% com estatinas, 1,7% com fibratos e 1,7% com ambos). A diferença mais significativa entre géneros no que diz respeito aos componentes de SM é a elevada prevalência de obesidade abdominal no género feminino. Conclusões: Nesta população de alto risco, a prevalência de SM é elevada, sendo contudo a prevalência de diabetes semelhante à registada em estudos epidemiológicos na população geral.
Resumo:
Introdução: A amiloidose é uma doença sistémica, cujo diagnóstico cabe frequentemente ao nefrologista. O tipo de amiloidose varia de acordo com o grau de desenvolvimento do país, com maior prevalência de amiloidose AL nos países ricos. Material e métodos: Revisão retrospectiva de todas as biopsias de rim nativo avaliadas no serviço entre 1981 e 2008. Caracterização clínica dos doentes à data da biópsia. Avaliação morfológica qualitativa do tipo de substância amiloíde por imunofluorescência e imunoperoxidase. Avaliação semi-quantitativa do grau de depósitos de acordo com a sua localização; grau de glomeruloesclerose e fibrose tubulo -interstical. Resultados: Neste período de 28 anos, observámos 202 biópsias positivas para substância amiloíde (3,5% de 5797) num total de 197 doentes (54,4% homens vs 45,5 mulheres), com idade mediana de 59,5 ± 15,6 anos. A maioria (68%) dos doentes foi biopsada por síndrome nefrótico. A insuficiência renal e as alterações assintomáticas urinárias foram os outros principais motivos de biopsia em 15 % e 7% dos casos, respectivamente. Os doentes na altura da biopsia apresentavam proteinúria mediana de 5 g/dia ± 5,4 (n=144) e creatinina mediana de 1,3 ± 1,7 mg/dl (n=150). As amiloidoses foram classificadas como AA em 51% dos casos, AL em 31,6% (25,5% lambda e 5,9% kappa) e Polineuropatia Amiloidótica Familiar em 3,5%. Não foi possível a caracterização do tipo de amilóide, por dificuldade técnica, em 12,8% das biópsias. A amiloidose revelou-se a terceira causa de síndrome nefrótico nos doentes com mais de 65 anos. Os doentes com amiloidose primária são significativamente mais velhos do que aqueles com amiloidose secundária ou PAF (65,2 vs 53,7 vs 52,7 respectivamente, p <0,05).Verificámos uma diminuição da incidência das amiloidoses AA com aumento das AL, com inversão do predomínio das AA em relação as AL a partir de 1995. Em termos morfológicos, a maioria das biópsias caracteriza-se por deposição marcada de amilóide no glomérulo (30% com +++) e nos vasos (40% com +++), com escassa deposição a nível intersticial cortical (60% sem depósitos) e medular (50% sem depósitos). Estudámos as possíveis relações entre manifestações clínicas e morfologia renal. Verificámos uma correlação positiva entre creatinina e grau de fibrose e/ou grau de deposição intersticial. Não encontrámos relação entre proteinúria e grau/local de deposição de amilóide. Conclusões: Actualmente, em Portugal, predomina a amiloidose AL, que surge em doentes mais idosos e se manifesta mais frequentemente por sindrome nefrótico. A função renal a data da biópsia correlaciona-se com o grau de fibrose tubulo-interstical renal.
Resumo:
Overview and Aims: The investigation of recurrent miscarriage includes the study of uterine morphology. 3D ultrasound allows the evaluation of the morphology (cavity and outer contour), reducing the need for invasive tests such as hystero - salpingography (HSG), hysteroscopy and laparoscopy. We evaluated the diagnostic agreement between HSG and 3D ultrasound in the study of the uterine cavity morphology. Study Design: Prospective study. Population: A total of 34 women referred to our institution with a history of recurrent miscarriage. Methods: To compare the results of 3D ultrasound and HSG, all women underwent both exams. 3D scans were performed by the same operator and HSG were evaluated by the same clinician. The concordance study was performed using the Kappa coefficient. Results: With 3D ultrasound and HSG, uterine anomalies were diagnosed in 52.9% (18/34) and 47% (16/34) of the cases and congenital malformations were the most frequent findings. The agreement between the two techniques was excellent(K = 0.825). The three cases of diagnostic disagreement were analyzed. Conclusion: A high level of diagnostic agreement was observed between HSG and 3D ultrasound. The 3D ultrasound, a low cost and well tolerated technique, when performed by an experienced operator, is the first line exam to study the uterine morphology in women with recurrent miscarriage.
Resumo:
Na propedêutica inicial do casal infértil, a realização da Sonossalpingografia (SoSG) contrastada através de dois tipos de ecocontrastes, Echovist® e Levovist®, durante a realização da ultra-sonografia ginecológica convencional pode, em casos seleccionados, substituir como exame de “screening” da permeabilidade tubária a Histerossalpingografia (HSG) e a Laparoscopia com cromotubação (LPC). Objectivos: Comparar os resultados da permeabilidade tubária através da SoSG contrastada com Echovist® ou com Levovist® e a HSG e determinar a sua acuidade em relação a LPC considerada “gold-standard”. Pacientes e métodos: Foram avaliadas prospectivamente 90 pacientes inférteis submetidas a SoSG em que se utilizou o contraste ecogénico Echovist® e 28 pacientes em que se utilizou o eco-realçador Levovist®. Para a HSG utilizou-se, em todas as pacientes, contraste iodado e hidrossolúvel Telebrix®. A observação da permeabilidade tubária teve sua avaliação final e sistemática pela LPC. Resultados: No estudo das trompas pelo Echovist® observamos permeabilidade em 67 pacientes (74,4%) e obstruções bilaterais em 23 das pacientes (25,6%) e pelo Levovist®, respectivamente, 22 (78,6%) e 6 pacientes (21,4%). Na comparação da avaliação da permeabilidade tubária entre a SoSG com Echovist® e LPC encontramos: especificidade € 91,3%, sensibilidade (S) 100%, falsos positivos (FP) 8,7%, falsos negativos (FN) 0%, valor preditivo positivo (VPP) 97,1%, valor preditivo negativo (VPN) 100% e Kappa de 96,5%, e entre a HSG e LPC, neste grupo Echovist® foram: E 100%, S 91,04%, FP 0%, FN 8,96%, VPP 100%, VPN 79,31% e Kappa de 88,6%. Na comparação da avaliação da permeabilidade tubária entre a SoSG com Levovist® e LPC encontramos: E 100%, S 100%, FP 0%, FN 0%, VPP 100%, VPN 100% e Kappa de 100%, e entre a HSG e LPC, no grupo Levovist® foram: E 100%, S 86,36%, FP 0%, FN 13,64%, VPP 100%, VPN 66,67% e Kappa de 82,2%. Conclusões: As Sonossalpingografias (SoSG) contrastadas utilizando-se como eco-realçadores o Echovist® ou o Levovist® podem ser consideradas exames complementares equivalentes na rotina da avaliação inicial do factor tubário por apresentarem, além do mesmo composto químico activo, alta sensibilidade, especificidade e concordância, ambos com acuidade superior à HSG quando comparados com a LPC.
Resumo:
O mieloma múltiplo e a amiloidose de cadeias leves (AL) de imunoglobulina são doenças proliferativas plasmocitárias incuráveis que raramente coexistem. Cerca de 10 a 15% dos doentes com mieloma múltiplo desenvolvem amiloidose AL clinicamente sintomática, sendo a situação inversa muito rara (0,4%). Apresenta-se um caso não previamente diagnosticado de mieloma múltiplo não secretor, isto é, sem identificação de paraproteína na imunoelectroforese ou imunofixação sérica ou urinária, numa doente internada por icterícia pruriginosa e volumosa hepatomegália. A biópsia hepática confirmou o diagnóstico de amiloidose e o doseamento sérico das cadeias leves livres das imunoglobulinas revelou hiperprodução de cadeias leves kappa (k). Os autores abordam as particularidades clínicas e de investigação destas duas entidades em que o diagnóstico precoce e a terapêutica atempada influenciam o prognóstico.