36 resultados para Infecção laboratorial


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Na infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) estão descritas alterações cardiovasculares, tanto estruturais como funcionais. Com o objectivo de fazer o rastreio das referidas alterações no propósito de uma intervenção terapêutica precoce, foi efectuada uma avaliação clínica e laboratorial prospectiva em 32 crianças com infecção pelo VIH, com idades compreendidas entre três meses e 13 anos (média = 3.11 +/- 3.51 anos). Em 90% dos doentes identificou-se transmissão perinatal. Vinte e duas crianças (69%) estavam sintomáticas, sendo a sintomatologia moderada em nove e grave em oito. Catorze doentes tinham alterações imunológicas e oito delas apresentavam imunosupressão grave. Vinte e oito crianças (88%)tinham infecção pelo VIH 1 e seis tinham infecção recente pelo Vírus de Ebstein-Barr. Dezanove doentes receberam tratamento com zidovudina e 14 com imunoglobulinas por via endovenosa. Foram detectadas 19 alterações cardiovasculares em 15 doentes (47%), nomeadamente: 11 casos de hipertensão pulmonar por critérios ecocardiográficos, (oito delas tinham infiltrados intersticiais na radiografia do tórax) e quatro casos de disfunção ventricular esquerda que, por isso, iniciaram terapêutica anticongestiva. As restantes anomalias estruturais ou funcionais foram: persistência de canal arterial; hipertrofia do septo interventricular; prolapso da válvula mitral e derrame pericárdico cada uma delas em um caso. No electrocardiograma de superfície quatro crianças apresentaram critérios de hipertrofia ventricular direita, uma tinha hipertrofia ventricular esquerda e duas tinham alterações inespecíficas de repolarização ventricular. Em 14 doentes (44%) verificou-se no ECG de 24 horas taquicardia sinusal com uma frequência cardíaca média superior ao percentil 95. As anomalias cardiovasculares foram mais frequentes nas crianças com estadios mais avançados de doença. Conclusões: As anomalias cardiovasculares são frequentes em crianças com infecção pelo VIH em estadios avançados; a hipertensão pulmonar é a anomalia cardiovascular mais frequentemente detectada e está associada a patologia respiratória crónica ou recorrente; o acompanhamento cardiológico está indicado nas crianças com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana.

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Introdução: A infecção VIH/SIDA mantém-se uma importante causa de morbilidade e mortalidade nos países em vias de desenvolvimento, onde a terapêutica antiretroviral só está disponível para um número restrito de doentes. Nos países desenvolvidos, há tendência para estabilização da epidemia mas é ainda frequente o diagnóstico em fases tardias, com subaproveitamento dos benefícios do tratamento, aqui facilmente acessível. Em Portugal, país da Europa Ocidental com maior prevalência de infecção VIH, continua a verificar-se o aumento de novos casos. Objectivos e Métodos: Avaliação retrospectiva com caracterização e comparação de dois grupos de doentes com infecção VIH acompanhados em consulta de um hospital central de Lisboa - um com diagnóstico em 1997/1998, outro com diagnóstico em 2007/2008 – com o objectivo de analisar possíveis diferenças de “perfil” demográfico, epidemiológico, clínico-laboratorial e terapêutico. Resultados: Foram estudados 74 doentes com diagnóstico em 1997/1998 e 106 doentes com diagnóstico em 2007/2008. A idade média foi superior em 2007/2008. O sexo masculino predominou em qualquer dos períodos, sem diferença significativa. A raça negra e a origem não portuguesa tiveram maior representatividade em 2007/2008. Verificou-se um aumento da transmissão heterossexual e um menor número de casos associados ao uso de drogas endovenosas em 2007/2008. O estadio inicial não mostrou diferenças estatisticamente significativas nos dois períodos. Em 1997/1998 os esquemas terapêuticos envolveram maior número de comprimidos e maior número de tomas diárias. Conclusões: Parece-nos fulcral o investimento em estratégias de redução de riscos e de diagnóstico precoce, em cuja definição devem ser contemplados múltiplos factores, individuais, comportamentais e sociais. Com uma prevenção mais efectiva e início atempado da terapêutica, que se objectiva progressivamente mais potente, mais simples e mais bem tolerada, e se aspira de acesso universal, talvez um dia se alcance o tão desejável controlo da epidemia.

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O aumento do risco cardiovascular é considerada uma importante complicação da infecção Infecção por Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) e da terapêutica anti-retroviral (TARV). À disfunção endotelial característica do processo inflamatório crónico desencadeado pela infecção retroviral, associa-se a disfunção metabólica induzida pela terapêutica, predispondo, em conjunto, para a aterogénese precoce. O reconhecimento deste aumento de risco cardiovascular permite-nos elaborar estratégias de prevenção e optimização terapêutica que passam pelo uso criterioso de hipolipemiantes e modificação da TARV, consoante a avaliação do risco cardiovascular global de cada doente.

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O aparecimento recente do sarcoma de Kaposi (SK)epidémico na prática clínica corrente da Medicina Interna veio permitir encontrar expressões clínicas raras, como a pulmonar (SKP). A radiologia tem um papel preponderante na avaliação da extensão do SKP. A grande agressividade que por vezes apresenta conduziu à investigação de novas terapêuticas em diferentes áreas (imunomodulação, hormonal e citostática). Os novos conceitos quanto à sua provável origem talvez permitam que, a curto prazo, seja mais uma profilaxia nos imunodeprimidos pelo VIH.

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Apresenta-se a experiência recentemente adquirida na assistência a doentes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) num serviço de Medicina Interna de um hospital central. Descreve-se uma população de 107 doentes com 157 internamentos, num período de 7 anos (1987-1994), nas suas características epidemiológicas e clínicas, bem como alguns aspectos de diagnóstico nas infecções oportunistas e terapêutica antiviral. Procura-se acompanhar as várias etapas constituintes de um circuito que todos os doentes percorrem desde a sua admissão hospitalar até à alta e retorno à comunidade. Salientam-se as carências em cada uma destas fases, apontando-se algumas sugestões visando melhorar esta assistência, embora o caminho a percorrer nos pareça ainda bastante longo.

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Introdução. A infecção por rotavírus é a principal causa de diarreia aguda em todo o mundo. Nos países desenvolvidos não constitui uma causa importante de morte, mas cursa com uma alta morbilidade. Objectivo. Caracterizar a infecção por rotavírus em crianças hospitalizadas em dois Departamentos de Pediatria de Lisboa. Material e métodos. Revisão casuística dos internamentos com o diagnóstico de infecção por rotavírus, num hospital central especializado e num hospital geral na Zona Metropolitana de Lisboa, entre Janeiro e Dezembro de 2005. O diagnóstico foi efectuado através da identificação de antigénios virais nas fezes por “enzyme immunoassay”. Resultados. Foram analisados 92 casos; 82% ocorreram entre Dezembro e Março e 52,8% em crianças entre os três e os doze meses. Em metade dos casos registou-se bom nível socio-económico. Os factores de risco epidemiológicos encontrados foram: frequência de instituição de ensino ou ama em 21/38 (55%), contacto com pessoas com sintomatologia semelhante em 10/53 (19%) e irmãos com idade inferior a cinco anos em 25/76 (33%) das crianças. As infecções nosocomiais foram responsáveis por 26% dos casos estudados. A clínica cursou com: diarreia aquosa (96%), vómitos (87%) e febre (69%). Ocorreram complicações em 19/92 (21%) crianças e estas foram mais frequentes em lactentes com menos de seis meses de idade (35% vs. 16%, p=0,058). A mediana da duração de internamento foi cinco dias e o custo hospitalar directo variou entre 629,63 e 2342,38 euros. Discussão. O número de internamentos por infecção por rotavírus, especialmente em lactentes, a frequência de infecções nosocomiais por este agente, as complicações inerentes e os elevados custos, reflectem a importância da infecção por este agente em países desenvolvidos como Portugal.

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A reactivação do vírus da hepatite B em doentes com neoplasias hematológicas é uma complicação frequente da quimioterapia ou da terapêutica imunomoduladora. Os autores descrevem o caso dum doente com linfoma não-Hodgkin e história de infecção passada pelo VHB que desenvolveu hepatite fulminante após quimioterapia. Os mecanismos de reactivação do VHB são discutidos e as recomendações sobre profilaxia são apresentadas.

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Faz-se uma breve revisão sobre a imunofisiopatologia da infecção pelo VIH. Abordam-se os fármacos que se encontram em investigação clínica mais avançada e alguns que poderão ter interesse futuro. Destacam-se os compostos actualmente disponíveis para uso clínico, tentando abordar os aspectos que na prática clínica são mais importantes. Referenciam-se ensaios clínicos quanto à eficácia nestas drogas em monoterapia ou combinação.

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A primeira referência a controlo de infecção em Portugal remonta a 1930 mas é só em 1979 que é publicada a primeira circular informativa da Direcção-Geral dos Hospitais a qual divulgava a Resolução 31 do Conselho da Europa sobre a institucionalização das Comissões de Controlo de Infecção. Em 1986 é recomendado a todas as unidades de saúde o controlo de infecção, também pela DGH e, novamente, seguindo uma disposição do Conselho da Europa. Em 1993 aquela Direcção Geral decide pela necessidade de institucionalização das CCIH mas é só em 1996 que são criadas as CCIH em todas as unidades hospitalares públicas e privadas com definição, afectação de recursos humanos, físicos e financeiros e definida a composição e as atribuições. Três anos depois nasce o Programa Nacional de Controlo de Infecção com o objectivo de divulgar a verdadeira dimensão do problema e promover as medidas necessárias para a prevenção da infecção. O PNCI foi criado na DGS em 1996, transferido para o INS Dr. Ricardo Jorge em 1999, tendo regressado à DGS em 2006. No ano seguinte foi aprovado pelo Sr. Ministro da Saúde Dr. Correia de Campos e publicado em DR o Programa Nacional de Controlo de Infecção Associada aos Cuidados de Saúde. No mesmo ano é determinada pela DGS a reestruturação das CCI em todas as unidades de saúde, definida a organização, constituição e atribuições dos agrupamentos de Centros de Saúde, Administrações Regionais e Unidades de Cuidados Continuados. O PNCI tem missão bem definida e projectos desenvolvidos em áreas de vigilância epidemiológica, desenvolvimento de normas e boa prática e funções de consultoria e apoio. Em vigilância epidemiológica tem em campo os projectos HELICS-UCI, HELICS - Cirurgia, Infecções nosocomiais da corrente sanguínea, infecções em UCI - recém-nascidos e Inquéritos Nacionais de Prevalência. Têm sido emanadas inúmeras normas de boa prática e protocolos divulgados no sítio da DGS, micro sítio do PNCI. Os vários estudos têm gerado informação sob o ponto de vista nosológico, microbiológico, de resistência bacteriana e de uso de antibióticos, de importância fundamental para intervenção dirigida e avaliação de resultados.

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Introdução: Os dispositivos invasivos nomeadamente cateteres venosos centrais (CVC) são uma fonte comum de infecção sistémica. Em cuidados intensivos neonatais a taxa de infecção associada ao CVC pode ser muito elevada. A vigilância epidemiológica constitui a base do controlo de infecção associada a estes dispositivos. Objectivo: Analisar a evolução da infecção associada aos CVC numa UCIN. Tipo de estudo: Vigilância epidemiológica. Origem dos dados: Registo Nacional das IACS em UCIN do PNCI/DGS. Período em análise: 2008-2010. Resultados: O número de doentes admitidos foi semelhante nos 3 anos assim como a percentagem de doentes com necessidade de cuidados intensivos e o tempo de internamento nesse nível de cuidados. Pelo contrário verificou-se uma percentagem mais elevada de RNMBP, doentes operados, ventilados e de dias de ventilação. O número de RN com CVC, dias de CVC e taxa de utilização de CVC também foram semelhantes. O número de episódios de infecção por mil dias de internamento foi semelhante mas as sépsis em RN com CVC /1000 dias de CVC ligeiramente superiores (13,9/1000 dias de CVC no último ano) com valores crescentes ao longo dos 3 anos. Pelo contrário a septicémia com origem no CVC tem valores muito baixos (0,4/1000 dias de CVC) o que se deve ao facto de não ser possível tirar sangue para hemocultura nos cateteres epicutaneocava. Os Staphylococcus coagulase negativa foram os agentes mais frequentemente isolados. Na sequência destes resultados foram revistos os cuidados com os CVC e relembradas as medidas básicas de controlo de infecção. Conclusão: A vigilância epidemiológica é uma ferramenta de grande utilidade no controlo de infecção permitindo o conhecimento das taxas basais de infecção e o diagnóstico de desvios da “normalidade”.

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Introdução: A coreia, isolada ou associada a outros distúrbios do movimento, pode serforma de apresentação de diversas patologias. A história clínica e o exame objectivo sugerem o diagnóstico e orientam a investigação da generalidade das situações de coreia, sendo a sua etiologia identificada na maioria dos casos. Relato de caso: Adolescente do sexo feminino, 14 anos, residente em Angola, com movimentos involuntários dos membros e face, interpretados como coreia e discinésia oro-facial, e hipomobilidade do membro superior direito com cinco dias de evolução associada a labilidade emocional. Sem história sugestiva de doença estreptocócica, infeccções recentes ou exposição a fármacos. Avaliação laboratorial, incluindo função tiroideia, ceruloplasmina sérica, exame citoquímico e imunoelectroforese do líquor, sem alterações relevantes. Pesquisa de tóxicos negativa. Ressonância magnética crânio-encefálica e electroencefalograma normais. Evidência ecocardiográfica de insuficiência mitral ligeira sem aspectos sugestivos de cardite reumática. Exame bacteriológico do exsudado faríngeo negativo e doseamento de anticorpos anti-estreptococo negativo. Apesar destes resultados realizou penicilina benzatínica. Do restante estudo infeccioso destaca-se serologia compatível com infecção a Borrelia burgdorferi sem envolvimento neurológico. O doseamento de anticorpos anti-N-methyl-D-aspartate receptor (ac anti-NMDAR) foi positivo no soro. Iniciou tratamento sintomático com carbamazepina e haloperidol com resolução das queixas. A segunda amostra para pesquisa de ac anti-NMDAR no líquor e sangue foi negativa. Conclusões: O facto de não haver confirmação de doença estreptocócica prévia, não nos permite assumir a coreia de Sydenham, causa mais frequente de coreia em pediatria. Como a restante investigação não foi conclusiva deverá esta doente ser seguida a longo prazo; talvez a evolução nos venha o dar o diagnóstico final.

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Introdução: Actualmente, a maioria dos casos pediátricos de infecção por VIH é devida a transmissão materna do vírus. Na ausência de medidas de profilaxia, verificam se taxas de transmissão vertical do VIH-1 entre 15-25% na Europa Ocidental e Estados Unidos, 65% dos casos no peri-parto, 23% in útero e 12% no período pós-natal durante a amamentação. Caso clínico: Criança de 9 anos, sexo feminino, que recorre à urgência por febre, anorexia e tumefacção cervical com 2 dias de evolução. Dos antecedentes pessoais há a destacar: gravidez não vigiada, parto eutócico de termo, aleitamento materno até aos 3 anos e atraso do desenvolvimento estaturo-ponderal. Antecedentes patológicos de parotidite bilateral aos 5 anos e múltiplas cáries dentárias. À observação apresentava-se febril, emagrecida (peso < P5 e estatura no P5), com tumefacção cervical e retroauricular direitas, e aumento de volume das glândulas parótidas. Sem hepatoesplenomegalia e sem adenopatias palpáveis nas restantes cadeias ganglionares periféricas. Analíticamente, VS de 90 mm/h, sem outras alterações relevantes. Ecografia cervical mostrou adenofleimão e alterações compatíveis com parotidite. Internada com a hipótese diagnóstica de adenofleimão cervical e medicada com penicilina e clindamicina endovenosas (ev). Realizou serologias para VIH, com positividade para VIH tipo 1, confirmado por Western Blot. Contagem de linfócitos T CD4+ de 240 células/mm3. Carga viral de 3,82 x 103 cópias de RNA/mL. Genótipo HLA-B*5701 negativo. Confirmada infecção VIH 1 materna por Western Blot. Diagnóstico prévio de infecção VIH no período neonatal ocultado pela mãe. Restantes serologias negativas, assim como a pesquisa de BK no suco gástrico e o estudo do lavado bronco-alveolar. Ao 17º dia de internamento foi realizada punção do adenofleimão e alterada a antibioticoterapia para flucloxacilina ev (7 dias de terapêutica). Pesquisa de micobactérias e fungos no pús drenado negativa. Durante o internamento manteve-se clinicamente estável, iniciando profilaxia para Pneumocystis jirovecii com cotrimoxazol, e terapêutica anti-retroviral (Lamivudina, Abacavir, Lopinavir/Ritonavir), com melhoria clínica, virulógica e imunológica. Conclusões: Este caso ilustra um exemplo de transmissão vertical do VIH-1 caracterizado por uma evolução crónica, cuja apresentação cursou com parotidite, um dos sinais indicadores de infecção VIH.

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Em controlo de infecção é importante definir os tipos de precauções. Elas podem ser universais ou baseadas nas vias de transmissão. As precauções universais devem ser aplicadas a todos os doentes em todas as unidades de saúde e baseiam-se no princípio de que todos os doentes podem ter eventualmente doenças potencialmente transmissíveis desconhecidas do prestador de cuidados. São exemplo deste tipo de precaução o uso de luvas para manipulação de fluidos orgânicos. As precauções baseadas na via de transmissão pressupõem o conhecimento da via de transmissão dos agentes microbiológicos que provocam determinada doença. – via aérea, por gotículas ou por contacto. Cada uma destas vias implica cuidados, condições físicas e arquitectónicas diferentes. A transmissão por contacto é a mais frequente e, digamos também a mais fácil de cumprir. Define-se como o uso de luvas e bata no contacto com o doente. Um doente colonizado com uma bactéria multirresistente deve ser colocado em isolamento de contacto. Se possível este deve ser colocado em quarto privado. Se não for possível, doentes colonizados ou com doença provocada pelo mesmo agente devem estar no mesmo quarto. A precaução de transmissão por via aérea ocorre por disseminação de pequenas partículas residuais ou de pó contendo agentes infecciosos ou esporos. São exemplo desta via de transmissão a tuberculose, o sarampo e a varicela. O doente deve ser colocado em quarto de pressão negativa. A transmissão por gotículas ocorre quando as gotículas que contém microorganismos são projectadas a curta distância e depositadas nas superfícies próximas ou nas mucosas ou conjuntivas de outro doente que esteja perto. Agentes exemplo deste tipo de transmissão são a Bordetella pertussis, o Adenovírus, vírus da rubéola, a escarlatina. As precauções máximas implicam o uso de todas as precauções: universais, da via aérea, de gotículas e de contacto.

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O virus citomegálico humano (HCMV) é a principal causa de infecção congénita. Estima-se que em Portugal se situe entre 0,7% e 1%. O registo nacional de casos de infecção congénita por CMV realizado pela UVP/SPP entre 2006 e 2011, encontrou uma incidência de 0.074/1000 nados vivos. Atendendo a que este é um registo de RN sintomáticos e que estes correspondem a 10% dos infectados, teremos cerca de 0,7/1000 RN infectados por ano em Portugal, um valor semelhante ao encontrado no Reino Unido e Irlanda. Uma revisão americana usando exclusivamente população de RN infectados diagnosticados em estudos de rastreio universal e englobando 117 986 RN, concluiu que a incidência da infecção foi de 0,7% e a percentagem de crianças sintomáticas foi de 12,7% das quais 40 a 58% vieram a ter sequelas permanentes; das crianças assintomáticas 13,5% vieram a desenvolver sequelas permanentes. A surdez neurosensorial é considerada a sequela mais frequente contudo há grande desconhecimento sobre as sequelas visuais. A correcção precoce da surdez melhora muito o prognóstico da criança pelo que um diagnóstico precoce é essencial. O rastreio auditivo neonatal detecta apenas cerca de 50% destas crianças uma vez que a surdez é evolutiva podendo manifestar-se mais tarde. O rastreio pós natal de infecção congénita assintomática seria de grande utilidade mas não está ainda determinado qual a melhor estratégia para atingir tal objectivo. A utilização dos cartões de Guthrie para este fim parece ser uma boa solução mas alguns estudos questionam a sensibilidade da técnica. O custo de um programa deste tipo em Portugal poderia rondar os 19 milhões de euros anuais contabilizando apenas o preço de uma PCR por RN. Obviamente que muitos resultados teriam que ser repetidos ou confirmados por cultura, o que agravaria mais o orçamento. Na ausência de metodologia de rastreio com sensibilidade adequada para detectar infecções assintomáticas, o meio mais correcto de diagnosticar surdez na criança terá que se basear na clínica e na sensibilização dos pais para a detecção precoce de défice auditivo. A intervenção terapêutica adequada melhorará em muito a função mas outras terapêuticas, nomeadamente antivírica, não estão aprovadas nos RN assintomáticos.