4 resultados para Escore Grace
Resumo:
Introdução: Nos doentes admitidos com síndrome coronária aguda (SCA), a presença de anemia é um fator predizente de prognóstico. Contudo, os diversos scores de risco após SCA não incluem este fator. Objetivos: Avaliar se a presença de anemia na admissão em doentes com SCA tem valor acrescido relativamente ao score GRACE na predição de mortalidade a curto e médio prazo. Métodos: Entre janeiro 2005 e dezembro 2008, avaliaram-se os doentes admitidos consecutivamente na nossa Unidade de Cuidados Intensivos por SCA e incluídos no registo de SCA do centro. Em todos os doentes foram colhidos dados demográficos, antropométricos, fatores de risco para doença coronária, dados clínicos e laboratoriais da admissão, incluindo hemoglobina. Foram identificados os doentes com anemia (hemoglobina < 12 g/dL nas mulheres e < 13 g/dL nos homens). Os doentes foram divididos em risco baixo, intermédio e alto: < 126, 126-154 e > 154 para o score GRACE, respetivamente. Analisou-se a ocorrência de morte intra-hospitalar, aos 30 dias e ao primeiro ano de seguimento. Resultados: Incluíram-se 1423 doentes, com idade média de 64 ± 13 anos, 69% do sexo masculino,identificando-se a presenc¸a de anemia na admissão em 27,7% dos doentes. Estes doentes eram mais idosos, com predomínio do sexo feminino, mais hipertensos e diabéticos, maior número com história prévia de enfarte, com pior classe de Killip na admissão e score GRACE mais alto. Pelo contrário, eram menos fumadores, com menor apresentação como enfarte com supradesnivelamento ST e receberam menos bloqueadores beta, estatinas e angioplastia coronária. Tiveram também mais complicações hemorrágicas durante o internamento. A mortalidade intra-hospitalar (10 versus 4%), aos 30 dias (12 versus 5%) e ao primeiro ano (15 versus 6%) foram superiores no grupo com anemia (p < 0,001). Na análise bivariada, a presença de anemia é fator predizente de mortalidade intra-hospitalar (OR 2,46, IC 95% 1,57-3,85, p < 0,001), aos 30 dias (OR 2,47, IC 95% 1,65-3,69, p < 0,001) e ao primeiro ano (OR 2,66, IC 95% 1,83-3,86, p < 0,001), não se mantendo, contudo, esta associação após ajuste para outras variáveis. Associando a presença de anemia ao score GRACE, diferencia apenas para a mortalidade ao primeiro ano(com maior mortalidade) os grupos de risco intermédio e alto do score GRACE (6,7 versus 2,3%, p = 0,024; 23,4 versus 15,6%, p = 0,022, respetivamente), com uma tendência para diferenciar a mortalidade aos 30 dias no grupo de risco alto de score (19,6 versus 13,5%, p = 0,056). Conclusão: Os nossos dados confirmam que a anemia é um fator predizente importante de mortalidade a curto e médio prazo após SCA, contudo, não significativo quando ajustado ou incluído no score GRACE. Contudo, a sua combinação com o score GRACE pode melhorar a estratificação de risco, em particular no alto risco.
Resumo:
Objetivo: Avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS)de crianças sobreviventes à alta da terapia intensiva pediátrica. Métodos: Foi realizada uma avaliação prospectiva da QVRS na admissão e após 6 meses em crianças com idade igual ou superior a 6 anos, internadas em três unidades de terapia intensiva pediátricas (UTIPs) terciárias de maio de 2002 a junho de 2004. A QVRS foi avaliada com o questionário Health Utilities Index Mark 3 (HUI3), aplicado a um representante da criança. Resultados: Das 517 admissões elegíveis, 44 crianças faleceram na UTIP (8,5%) e 320 casos foram avaliados na admissão; entre eles, foi possível realizar o seguimento de 252 casos. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os escores globais do HUI3 antes da admissão e no seguimento [medianas (intervalo interquartil) de 0,86 (0,42-1,00) e 0,83 (0,45-1,00); p = 0,674, respectivamente]. No âmbito individual, 21% das crianças não apresentaram mudanças na QVRS, foi observada melhora em 40% e agravamento em 38% dos casos. Deficiência grave antes da admissão (escore global do HUI3 < 0,70)esteve presente em 36% dos casos, com melhora no seguimento aos 6 meses em 60% deles. Entre aqueles que apresentaram agravamento da QVRS no seguimento, 45% eram vítimas de trauma. Conclusões: Embora a QVRS seja globalmente semelhante nas duas avaliações, foram encontradas várias diferenças no âmbito individual. As crianças com baixa QVRS antes da admissão (deficiência grave) podem se beneficiar da terapia intensiva pediátrica, visto que muitas dessas crianças melhoraram a QVRS, em comparação com seu estado pré-admissão.
Resumo:
INTRODUCTION: There are several risk scores for stratification of patients with ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI), the most widely used of which are the TIMI and GRACE scores. However, these are complex and require several variables. The aim of this study was to obtain a reduced model with fewer variables and similar predictive and discriminative ability. METHODS: We studied 607 patients (age 62 years, SD=13; 76% male) who were admitted with STEMI and underwent successful primary angioplasty. Our endpoints were all-cause in-hospital and 30-day mortality. Considering all variables from the TIMI and GRACE risk scores, multivariate logistic regression models were fitted to the data to identify the variables that best predicted death. RESULTS: Compared to the TIMI score, the GRACE score had better predictive and discriminative performance for in-hospital mortality, with similar results for 30-day mortality. After data modeling, the variables with highest predictive ability were age, serum creatinine, heart failure and the occurrence of cardiac arrest. The new predictive model was compared with the GRACE risk score, after internal validation using 10-fold cross validation. A similar discriminative performance was obtained and some improvement was achieved in estimates of probabilities of death (increased for patients who died and decreased for those who did not). CONCLUSION: It is possible to simplify risk stratification scores for STEMI and primary angioplasty using only four variables (age, serum creatinine, heart failure and cardiac arrest). This simplified model maintained a good predictive and discriminative performance for short-term mortality.
Resumo:
INTRODUCTION: New scores have been developed and validated in the US for in-hospital mortality risk stratification in patients undergoing coronary angioplasty: the National Cardiovascular Data Registry (NCDR) risk score and the Mayo Clinic Risk Score (MCRS). We sought to validate these scores in a European population with acute coronary syndrome (ACS) and to compare their predictive accuracy with that of the GRACE risk score. METHODS: In a single-center ACS registry of patients undergoing coronary angioplasty, we used the area under the receiver operating characteristic curve (AUC), a graphical representation of observed vs. expected mortality, and net reclassification improvement (NRI)/integrated discrimination improvement (IDI) analysis to compare the scores. RESULTS: A total of 2148 consecutive patients were included, mean age 63 years (SD 13), 74% male and 71% with ST-segment elevation ACS. In-hospital mortality was 4.5%. The GRACE score showed the best AUC (0.94, 95% CI 0.91-0.96) compared with NCDR (0.87, 95% CI 0.83-0.91, p=0.0003) and MCRS (0.85, 95% CI 0.81-0.90, p=0.0003). In model calibration analysis, GRACE showed the best predictive power. With GRACE, patients were more often correctly classified than with MCRS (NRI 78.7, 95% CI 59.6-97.7; IDI 0.136, 95% CI 0.073-0.199) or NCDR (NRI 79.2, 95% CI 60.2-98.2; IDI 0.148, 95% CI 0.087-0.209). CONCLUSION: The NCDR and Mayo Clinic risk scores are useful for risk stratification of in-hospital mortality in a European population of patients with ACS undergoing coronary angioplasty. However, the GRACE score is still to be preferred.