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Resumo:
Introdução: Existe alguma controvérsia respeitante ao tipo de revascularização a efectuar no contexto de angioplastia (PCI) primária no enfarte agudo do miocárdio (EAM). A presença de lesões coronárias adicionais, particularmente complexas, poderá ter impacto no prognóstico. Objectivos: Avaliar o prognóstico a médio-prazo (1 ano) face à presença de lesões adicionais complexas após PCI primária. População e Métodos: Estudaram-se retrospectivamente 138 doentes consecutivos admitidos na nossa Unidade por EAM com elevação do segmento ST e submetidos a PCI primária. Os doentes foram seguidos por um período de 1 ano e divididos em 2 grupos: sem lesões adicionais complexas (n=69, 61 ± 14 anos, 62% sexo masculino) e com lesões adicionais complexas (n=69, 65 ± 13 anos, 73% sexo masculino, p=NS). Avaliaram-se as características demográficas, factores de risco para doença coronária, história prévia cardíaca, e presença de sinais de insuficiência cardíaca na admissão. Foram também avaliadas características angiográficas, medicação efectuada e resultado da PCI. Avaliou-se o impacto das variáveis na ocorrência combinada de morte/re-enfarte/revascularização miocárdica ao primeiro ano. Resultados: A taxa de sucesso angiográfico foi de 96,4%. O grupo com idade igual ou superior a 75 anos representa 24% da população e 4,3% apresentaram-se em classe Killip IV. A localização anterior foi ligeiramente superior no grupo sem lesões adicionais complexas (60% vs. 44%, p=0,06), a inferior no grupo com lesões adicionais complexas (26% vs. 42%, p=0,07). A doença de 1 vaso foi mais prevalente no grupo sem lesões adicionais complexas como esperado (86% vs. 11%, p<0,001). A utilização de stent foi mais frequente no grupo sem lesões adicionais complexas (96% vs. 86%, p=0,08). Não houve diferenças nas restantes variáveis. A taxa de morte/re-enfarte/revascularização foi superior no grupo com lesões adicionais complexas (13% vs. 32%, p=0,014). Até aos 13 dias de seguimento, ocorreram 67% dos eventos. Na análise univariada, os factores predizentes de eventos foram a classe Killip 2, fluxo TIMI < 3 no vaso relacionado com enfarte após PCI, a não utilização de antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa, bloqueadores beta e estatinas, doença multivaso e presença de lesões adicionais complexas (Log-rank, p=0,003). Na análise multivariável, os factores predizentes independentes de prognóstico a 1 ano foram a classe Killip 2 (Odds ratio 0,28%; IC 95% 0,08-0,93, p=0,037) e a presença de lesões adicionais complexas (OR 0,32; IC 95% 0,12-0,84, p=0,020). Conclusões: A presença de lesões adicionais complexas após PCI primária tem um pior prognóstico ao primeiro ano, sugerindo a necessidade de intervenção para a sua estabilização, particularmente nos primeiros 30 dias após enfarte.
Resumo:
OBJECTIVES: Nevirapine is widely used for the treatment of HIV-1 infection; however, its chronic use has been associated with severe liver and skin toxicity. Women are at increased risk for these toxic events, but the reasons for the sex-related differences are unclear. Disparities in the biotransformation of nevirapine and the generation of toxic metabolites between men and women might be the underlying cause. The present work aimed to explore sex differences in nevirapine biotransformation as a potential factor in nevirapine-induced toxicity. METHODS: All included subjects were adults who had been receiving 400 mg of nevirapine once daily for at least 1 month. Blood samples were collected and the levels of nevirapine and its phase I metabolites were quantified by HPLC. Anthropometric and clinical data, and nevirapine metabolite profiles, were assessed for sex-related differences. RESULTS: A total of 52 patients were included (63% were men). Body weight was lower in women (P = 0.028) and female sex was associated with higher alkaline phosphatase (P = 0.036) and lactate dehydrogenase (P = 0.037) levels. The plasma concentrations of nevirapine (P = 0.030) and the metabolite 3-hydroxy-nevirapine (P = 0.035), as well as the proportions of the metabolites 12-hydroxy-nevirapine (P = 0.037) and 3-hydroxy-nevirapine (P = 0.001), were higher in women, when adjusted for body weight. CONCLUSIONS: There was a sex-dependent variation in nevirapine biotransformation, particularly in the generation of the 12-hydroxy-nevirapine and 3-hydroxy-nevirapine metabolites. These data are consistent with the sex-dependent formation of toxic reactive metabolites, which may contribute to the sex-dependent dimorphic profile of nevirapine toxicity.