236 resultados para HSM GRSD
Resumo:
Durante a gravidez é frequente a manifestação de insuficiência venosa, aparecendo em cerca de 70% das gestações. Umas das explicações para esta frequência, são os elevados níveis de estrogénio e progesterona a que a grávida está exposta e as alterações anatómicas e hemodinâmicas condicionadas pelo útero grávido. É importante aplicar medidas profilácticas desde o início da gravidez para evitar o desenvolvimento da doença venosa e suas complicações. Os autores realizaram uma revisão da literatura relativa à epidemiologia, etiopatogenia, manifestações clínicas e tratamento da insuficiência venosa dos membros inferiores durante a gravidez.
Resumo:
Introdução: O tratamento das Síndromes Coronárias Agudas (SCA) sofreu várias alterações muito rápidas nos últimos anos, traduzido nas múltiplas propostas de recomendações pelo ACC/AHA/ESC, baseados na evidência clínica. Avaliamos a implementação destas recomendações, comparando uma população de doentes de 2002, com uma população de 2005. Métodos: Estudo retrospectivo de 368 doentes admitidos em 2002 e 420 doentes admitidos em 2005 por SCA (com e sem elevação do segmento ST). Analisaram-se características clínicas e estratégias de tratamento. Resultados: Não se verificaram diferenças em termos de idade, sexo masculino, factores de risco para doença coronária ou história prévia de revascularização miocárdica. Verificou-se uma redução de doentes com antecedentes de enfarte do miocárdico e insuficiência renal e aumento da apresentação como enfarte com elevação do segmento ST. O tratamento com clopidogrel (6% versus 87%), bloqueador-beta(54% versus 79%), inibidores da enzima de conversão da angiotensina (72% versus 84%) e estatinas (78% versus 91%) aumentou (para todos p<0,001). Por outro lado, verificou-se um pequeno decréscimo na utilização de ácido acetilsalicílico (98% versus 95%, p=0,039) (com maior utilização de clopidogrel) e a ticlopidina deixou de ser utilizada (46% versus 0%, p<0,001). Os antagonistas dos receptores da glicoproteína IIb/IIIa não se alteraram significativamente (66% versus 67%, p=NS). Aumentaram as intervenções coronárias percutâneas (53% versus 67%, p<0,001). Não se verificou diferença em termos de mortalidade hospitalar (8,2% versus 6,4%) e aos 30 dias (9,0% versus. 8,6%), com redução ao 1ºano de seguimento (17,1% versus 11,7%, p=0,039). As estatinas e os bloqueadores beta são preditores independentes de mortalidade, com efeito de protecção. Conclusões: Entre 2002 e 2005, o tratamento das SCA melhorou significativamente de acordo com as recomendações existentes, traduzindo-se numa melhoria da mortalidade ao 1º ano de seguimento.
Resumo:
INTRODUCTION: Recent clinical trials have studied parameters that could predict response to cardiac resynchronization therapy (CRT) in patients with advanced heart failure. Left ventricular end-diastolic dimension (LVEDD) is regarded as a possible predictor of response to CRT. OBJECTIVE: To study the response to CRT in patients with very dilated cardiomyopathy, i.e. those at a more advanced stage of the pathology, analyzing both the responder rate and reverse remodeling in two groups of patients classified according to LVEDD. METHODS: We performed a retrospective analysis of 71 patients who underwent CRT (aged 62 +/- 11 years; 65% male; 93% in NYHA functional class > or = III; 31% with ischemic cardiomyopathy; left ventricular ejection fraction [LVEF] 25.6 +/- 6.8%; 32% in atrial fibrillation; QRS 176 +/- 31 ms). Twenty-two (31%) patients with LVEDD > or = 45 mm/m2 (49.2 +/- 3.5 mm/m2) were considered to have very dilated cardiomyopathy (Group A) and 49 patients had LVEDD > 37 mm/m2 and < 45 mm/m2 (39.4 +/- 3.8 mm/m2) (Group B). All patients were assessed by two-dimensional echocardiography at baseline and six months after CRT. The following parameters were analyzed: NYHA functional class, LVEF and LVEDD. Responders were defined clinically (improvement of > or = 1 NYHA class) and by echocardiography, with a minimum 15% increase over baseline LVEF combined with a reduction in LVEDD (reverse remodeling). RESULTS: There were no significant differences in baseline demographic characteristics between the two groups. At six-month followup, we observed an improvement in LVEF (delta 8.5 +/- 11.8%) and a reduction in LVEDD (delta 3.7 +/- 6.8 mm/m2), with fifty-seven (79%) patients being classified as clinical responders. The percentage of patients with reverse remodeling was similar in both groups (64% vs. 73%, p = NS), as were percentages of improved LVEF (delta 6.3 +/- 11% vs. delta 9.6 +/- 12%; p = NS) and decreased LVEDD (delta 3.7 +/- 5.5 mm/m2 vs. delta 3.7 +/- 7.4 mm/m2; p = NS). We found a higher percentage of clinical responders in patients with very dilated cardiomyopathy (96% vs. 72%, p < 0.05). CONCLUSION: In this study, a significant number of responders showed reverse remodeling after CRT. Although a higher percentage of patients with very dilated cardiomyopathy showed improvement in functional class, the extent of reverse remodeling was similar in both groups.
Resumo:
O Mesotelioma Peritoneal Maligno (MPM) é um tumor raro, de apresentação clínica inespecífica, colocando dificuldades diagnósticas particularmente na diferenciação com carcinomatose peritoneal. O diagnóstico tardio e a ineficácia da terapêutica convencional – cirurgia, radioterapia, quimioterapia – conferem-lhe um mau prognóstico com sobrevida média de 6-12 meses. Os autores descrevem um caso de MPM diagnosticado durante investigação de ascite inaugural, através de biópsia peritoneal laparoscópica. Submetido a quimioterapia sistémica, o doente encontra-se em remissão parcial aos 42 meses.
Resumo:
Os autores apresentam um caso de tumor fibroso localizado na pleura, maligno, com dimensões gigantes: 26x14x12 cm e P=1,25 Kg, de um doente de sexo feminino de 56 anos. O tumor ocupava praticamente os 2/3 inferiores do campo pulmonar direito com uma inserção invulgar na pleura parietal diafragmática não pediculado e com características histológicas malignas. O diagnóstico de tumor fibroso localizado na pleura, foi feito no material obtido por punção aspirativa por agulha fina. O estudo imunocitoquímico realizado posteriormente na peça operatória confirmou o diagnóstico feito na citologia aspirativa. A avaliação da malignidade só foi feita no exame histológico da peça operatória, utilizando os critérios histológicos de alta celularidade, pleomorfismo celular, actividade mitótica (mais de quatro mitoses em dez campos de grande ampliação do microscópio), áreas de hemorragia e de necrose.
Resumo:
INTRODUCTION: Clopidogrel is frequently associated with thrombotic thrombocytopenic purpura, however this drug is rarely related to severe isolated thrombocytopenia. Pentoxifylline has previously been associated with thrombocytopenia only once. To the best of our knowledge, this is the first report of severe isolated thrombocytopenia after therapy with both clopidogrel and pentoxyfilline. CASE PRESENTATION: We report the case of a 79-year-old Caucasian man who presented to our facility with intermittent claudication. He had obliterative arterial disease and started therapy with clopidogrel and pentoxifylline. His basal platelet count was 194 × 109 cells/L. At three days after the start of treatment, our patient had lower limb petechia and stopped taking clopidogrel and pentoxifylline. His platelet count lowered to 4 × 109 cells/L and our patient was admitted to hospital. Our patient had purpura with no other hemorrhages or splenomegaly. Results of a blood smear were normal, and a bone marrow study showed dysmegakaryopoiesis. Antiplatelet antibody test results were negative, as were all viral serology tests. Imaging study results were normal. Our patient was given immunoglobulin but there was no sustained platelet increase, so corticotherapy was started as the next treatment step. At five months after clopidogrel and pentoxifylline were discontinued, his platelet count continued increasing even after prednisolone was tapered. CONCLUSIONS: Severe isolated thrombocytopenia may appear as a side effect when using clopidogrel and pentoxifylline. These drugs are widely used by general physicians, internists, cardiologists and vascular surgeons. We hope this report will raise awareness of the need to monitor the platelet count in patients taking these drugs.
Resumo:
Apresenta-se um caso clínico referente a doente de 35 anos, do sexo masculino sem antecedentes pessoais relevantes, admitido no serviço de urgência por quadro de toracalgia e tosse produtiva com alterações electrocardiográficas sugestivas de pericardite. Inicialmente admitido pelo Serviço de Cardiologia, com melhoria do quadro clínico após terapêutica anti- -inflamatória; contudo, no internamento houve como intercorrência pneumonia de provável etiologia bacteriana, complicada por derrame pleural. Após a alta,foi referenciado à consulta de pneumologia, onde se manteve o estudo etiológico do derrame persistente, tendo vindo a complicar-se o seu quadro com alterações das cavidades cardíacas e múltiplos nódulos pulmonares, sugestivos de endocardite subaguda com embolização séptica pulmonar. Internado no serviço de Pneumologia e submetido a videotoracoscopia, foi-lhe diagnosticado angiossarcoma cardíaco com metastização pulmonar. Assistiu-se a uma rápida evolução do quadro clínico, quase fulminante, com falência cardíaca e óbito do doente sem ter iniciado radioterapia ou quimioterapia adjuvante.
Resumo:
The therapeutic approach to severe pulmonary arterial hypertension (PAH), whether primary or secondary to connective tissue disorders, thromboembolic phenomena or congenital heart disease with Eisenmenger syndrome, has evolved in recent years following the introduction of selective pulmonary vasodilators, including prostacyclin analogs and endothelin receptor antagonists. AIM: To correlate three different endpoints (6-minute walk test, Tei index and peak tricuspid regurgitation velocity by Doppler echocardiographic study) during follow-up of PAH patients under selective vasodilator therapy. METHODS: Eleven patients (9 female, age 42 +/- 18 years) with severe PAH (> or = 65 mmHg), 64% with Eisenmenger syndrome, in NYHA class > or = II, were assessed during a follow-up of 11 +/- 8 months. Eight patients were already under therapy with iloprost or bosentan. RESULTS: There was no correlation between the three endpoints before and after therapy as assessed by Pearson's correlation coefficient. There was, however, an improvement in all of them after selective vasodilatory therapy. CONCLUSION: Therapeutic response can be accurately measured by the traditional endpoint (6-minute walk test) or by echocardiographic endpoints. However, the lack of correlation between them excludes their use as alternatives in patient follow-up.
Resumo:
Introdução: Em doentes com enfarte agudo do miocárdio (EAM), a angioplastia percutânea (ACTP) é de forma crescente aceite como a terapêutica de reperfusão mais eficaz. No sexo feminino estão descritos factores com implicação prognóstica na evolução do EAM. Existem diferenças detectáveis de morbilidade e mortalidade, após ACTP directa, no sexo feminino? Objectivos: Avaliar o perfil clínico e os resultados, em termos de morbilidade e mortalidade intrahospitalar, em mulheres submetidas a angioplastia directa por síndrome coronário agudo (SCA) com supradesnivelamento do segmento ST. Metodologia: Análise retrospectiva de 245 doentes consecutivos, 72 dos quais do sexo feminino (29,4 %), admitidos entre Janeiro de 2000 a Dezembro de 2001 por SCA com supradesnivelamento do segmento ST e submetidos a ACTP directa. Avaliámos a prevalência dos vários factores de risco cardiovascular – hipertensão arterial (HTA), tabagismo, dislipidémia, diabetes mellitus, história familiar –; antecedentes pessoais de angina, EAM e angioplastia prévios; horas de evolução do enfarte; características angiográficas e evolução clínica.Resultados: Do estudo descritivo dos dados, verificou-se que os doentes do sexo feminino eram mais idosos (67,9 ± 11,6 vs 59,6 ± 13; p < 0,001), com maior prevalência de HTA (65,3% vs 47,4 %; p < 0,05) e angina (29,0% vs 16,0 %; p < 0,05) e menor prevalência de tabagismo (27,8% vs 54,3 %; p < 0,001). A demora média (horas) entre o início da sintomatologia e a ACTP foi significativamente maior nas mulheres (6,8 ± 4,1 vs 5,4 ± 3,7; p < 0,05). Angiograficamente, o número de lesões existentes e abordadas foi semelhante nos dois grupos. Utilizaram-se inibidores da glicoproteína IIb/IIIa em 84,7% das mulheres e 90,8% dos homens. Dos eventos considerados, verificou-se maior ocorrência de complicações hemorrágicas minor (5,6% vs 5,2 %), arritmias (15,3% vs 10,4 %) e mortalidade intrahospitalar (9,7% vs 6,4 %) no sexo feminino, sem no entanto apresentar significado estatístico. A demora média intra- -hospitalar foi semelhante nos dois grupos. Conclusão: Apesar da crescente preocupação com a homogeneidade de abordagens diagnósticas e terapêuticas nos dois sexos, particularmente no acesso a terapêutica de reperfusão, a morbilidade e mortalidade são tendencialmente superiores na nossa população, sem contudo atingir significado estatístico. A idade mais avançada e a maior demora até à realização da angioplastia, podem explicar esta discrepância.
Resumo:
Based on a case of a patient with angiosarcoma (AS) of the right atrium with superior vena cava syndrome associated with urticaria and polyarthralgias, who died soon after surgery, the authors present a brief review of the subject of cardiac AS, an extremely rare pathology, usually diagnosed late due to its non-specific symptomatology. Several topics are discussed, including mechanisms of clinical manifestations caused by blood flow obstruction and valve dysfunction, local invasion with arrhythmias and pericardial effusion, embolic phenomena and constitutional symptoms. Imaging and histopathologic methods of diagnosis are considered, as well as references to cytogenetic analysis. Surgery is the first treatment choice, but heart AS are frequently not completely resectable and concomitant metastases at the time of surgery are common, both usually leading to a dismal prognosis. Chemotherapy, radiotherapy and even heart transplantation do not substantially improve the survival of these patients. Urticaria is not generally assumed by most authors to be associated with malignancy, but there are rare reports of its association with some malignant tumors.
Resumo:
AIMS: An epidemiological survey of diabetic foot infections (DFIs) in Lisbon, stratifying the bacterial profile based on patient demographical data, diabetic foot characteristics (PEDIS classification), ulcer duration and antibiotic therapy. METHODS: A transversal observational multicenter study, with clinical data collection using a structured questionnaire and microbiological products (aspirates, biopsies or swabs collected using the Levine method) of clinically infected foot ulcers of patients with diabetes mellitus (DM). RESULTS: Forty-nine hospitalized and ambulatory patients were enrolled in this study, and 147 microbial isolates were cultured. Staphylococcus was the main genus identified, and methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) was present in 24.5% of total cases. In the clinical samples collected from patients undergoing antibiotic therapy, 93% of the antibiotic regimens were considered inadequate based on the antibiotic susceptibility test results. The average duration of an ulcer with any isolated multi-drug resistant (MDR) organism was 29 days, and previous treatment with fluoroquinolones was statistically associated with multi-drug resistance. CONCLUSIONS: Staphylococcus aureus was the most common cause of DFIs in our area. Prevalence and precocity of MDR organisms, namely MRSA, were high and were probably related to previous indiscriminate antibiotic use. Clinicians should avoid fluoroquinolones and more frequently consider the use of empirical anti-MRSA therapy.
Resumo:
Introdução: A análise do valor de INR em doentes hipocoagulados traz grande sobrecarga aos profissionais de saúde, despesas excessivas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e perda de qualidade de vida dos doentes que se vêem obrigados a deslocações hospitalares frequentes. Não deveria constituir surpresa que a tecnologia esteja na vanguarda dos cuidados de saúde no século XXI e na área da anticoagulação têm sido desenvolvidos projectos de auto-monitorização do INR através do telefone, telemóvel ou internet. O objectivo deste estudo foi analisar a eficácia e segurança de um sistema de telemonitorização de INR implementado no nosso hospital em 2006. Material e Métodos: Estudo observacional, prospectivo dos 453 doentes incluídos no sistema de telemonitorização de INR desde 2006 até final Novembro 2010. A comunicação entre o doente e os profissionais de saúde é feita através de mensagens do telemóvel num sistema codificado e estandardizado que inclui informação sobre a manutenção ou alteração de terapêutica sempre que necessário e a data da próxima avaliação. Sempre que necessário o doente pode emitir um pedido de ajuda através de um código para o efeito. Na população estudada avaliaram-se os seguintes parâmetros: desistência do projecto de telemonitorização, necessidade de modificação da dose do anticoagulante, pedidos de esclarecimento por parte do doente, complicações hemorrágicas e internamento por INR > 10. Resultados: Da população estudada 53% eram do sexo feminino, idade média = 57 +/- 16. A percentagem dos valores de INR dentro do intervalo terapêutico obtida foi de 83%. Não se registaram desistências do projecto de telemonitorização. A percentagem de doentes com complicações hemorrágicas minor e major durante o follow-up foi de 0,4% e 0,2% respectivamente. Conclusões: O sistema de telemonitorização mostra-se seguro e eficaz no controlo à distância de análise de INR, permitindo controlo eficaz de INR com baixa prevalência de hemorragias major ou minor.