36 resultados para Infecção laboratorial
Resumo:
Objectivo: A infecção nosocomial é uma complicação importante nos recém-nascidos pré-termo com muito baixo peso ao nascer (RNMBP), internados em Unidades de Cuidados Especiais (UCE). Os autores pretendem avaliar a taxa de incidência de infecção nosocomial assim como a sua associação a dispositivos invasivos em RN com peso ao nascer inferior a 1500g. Métodos: Apresenta-se um estudo retrospectivo sobre a infecção nosocomial em recém-nascidos com peso ao nascer inferior a 1500g, internados na Unidade de Cuidados Intensivos e Intermédios do Serviço de Pediatria da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, no ano de 2003. Foram incluídos todos os recém-nascidos internados em Unidade de Cuidados Especiais (UCE) até aos 28 dias de idade. Os critérios para o diagnóstico de infecção nosocomial neste estudo foram definidos pelo Programa Nacional de Controlo de Infecção. Resultados: No período do estudo estiveram internados em UCE um total de 589 recém-nascidos, dos quais 145 (25%) tinham peso ao nascer inferior a 1500g. A taxa de incidência de infecção nosocomial foi de 25,5% neste grupo de RNMBP, comparativamente a 11,3% no total da população internada no ano de 2003 nas referidas UCE. Esta taxa foi de 47% nos recém-nascidos com peso < 750g e de 41% nos de peso compreendido entre 750g e 999g. A sepsis foi a infecção encontrada em 70% dos casos. A associação da sepsis a cateter venoso central (CVC) é maior em recém-nascidos com peso ao nascer inferior a 1500g. No presente estudo obteve-se uma taxa de 10,8% em recém-nascidos com peso ≤ 1500g e de 6,2% em recém-nascidos com peso > 1500g. Não se encontraram diferenças na associação de pneumonia a tubo endotraqueal (TET), de acordo com o peso ao nascer. Conclusão: A infecção nosocomial é um problema das UCI neonatais e é tanto maior quanto maior é a prematuridade. Há necessidade de estabelecer estratégias de prevenção que visem a modificação de factores de risco, particularmente os factores extrínsecos ao recém-nascido, tais como tempo de permanência nas UCI, tempo de CVC, cuidados de assepsia nos procedimentos invasivos e manipulação do recém-nascido.
Resumo:
O pé diabético é uma complicação major comum da Diabetes mellitus sendo o cirurgião geral o responsável pelo seu diagnóstico e tratamento. A infecção aguda é uma urgência médico-cirúrgica. Este artigo tem como objectivos orientar o cirurgião no diagnóstico e tratamento do pé diabético infectado no serviço de urgência. Antibioterapia de largo espectro, drenagem/ desbridamento cirúrgico no serviço de urgência, internamento, repouso do membro e apósitos adequados são medidas essenciais para o correcto tratamento do pé diabético com infecção moderada-grave. Os desbridamentos devem, sempre que possível, preservar a estrutura e funcionalidade do pé. A intervenção atempada é essencial para reduzir o número de amputações major, a mortalidade e custo social associados.
Resumo:
A Infecção do Local Cirúrgico (ILC) é referida em vários estudos como a mais importante causa de complicações pós-operatórias no utente cirúrgico. A realização de um maior número de cirurgias em ambulatório poderá dificultar o processo de monitorização da ILC, fazendo com que os serviços que não possuam um eficaz programa de vigilância destas infecções, tenham taxas de infecção sub-notificadas. Neste contexto, e durante a frequência do Curso de Especialidade em Enfermagem Médico-Cirúrgica, na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, realizou-se um estágio na Comissão de Controle de Infeção (CCI) do Hospital Santo António dos Capuchos, durante o qual foi desenvolvido um projecto com o objectivo de: “planear um sistema de monitorização da infecção do local cirúrgico após alta hospitalar em cirurgia de ambulatório”. Neste projecto a monitorização das ILC é realizada pelos enfermeiros da Unidade de Cirurgia de Ambulatório, com a colaboração de um cirurgião de referência. A monitorização inclui três fases, sendo que na primeira realiza-se uma colheita de dados no processo dos utentes e na segunda fase é feita uma avaliação/triagem de sinais e sintomas de ILC, através de um contacto telefónico com os utentes ao 7º e 30º dia de pós-operatório e ao 365º dia nas cirurgias em que tenha sido feita colocação de prótese. Na terceira fase faz-se uma análise e discussão dos dados. Sempre que se considerar necessário é feita observação direta do local cirúrgico. Para a recolha de dados foram construídas quatro grelhas com indicadores. No período de 10 de Novembro a 17 Dez de 2011 foram monitorizados 19 utentes, entre os quais 2 desenvolveram sinais e sintomas compatíveis com ILC, com necessidade de se iniciar antibioterapia. Tendo em conta os quatro princípios básicos da profilaxia de infecções do local cirúrgico e pelo confronto com a informação que foi possível aferir ao longo da elaboração do projecto, considerou-se fundamental discutir com a equipa algumas sugestões de melhoria nos cuidados prestados, bem como a discussão de medidas para a implementação de um efectivo “Programa de VE de ILC numa UCA”.
Resumo:
Uma revisão da literatura sobre Acitinomyces, revela que este organismo comensal do aparelho genital feminino, continua a ser assunto controverso no que respeita à sua incidência, patogenicidade, associação com D.I.U. e indicações terapêuticas.
Resumo:
Introdução: Os doentes infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana têm um risco elevado de desenvolver diferentes tipos de Neoplasias. Com a introdução da terapêutica anti-retroviral de alta potência, e consequente aumento da sobrevida, assistimos a uma mudança do espectro das patologias relacionadas com a infecção, nomeadamente das doenças Oncológicas, com aumento das Neoplasias Não Definidoras em deterimento das Definidoras de SIDA. Material e Métodos: Caracterização dos doentes com infecção Vírus da Imunodeficiência Humana e diagnóstico de Neoplasias Não Definidoras acompanhados ao longo de 16 anos na Consulta de Medicina/Imunodeficiência do Hospital de São José, através da consulta dos processos clínicos e avaliação retrospectiva dos aspectos demográficos, epidemiológicos, clínico-laboratoriais, tratamento e sobrevida. Resultados: Nos 1042 doentes avaliados, foram identificados 34 casos de Neoplasias Não Definidoras, principalmente em homens(78%) e com idade mediana de 55 anos. As neoplasias mais frequentes foram: pulmão (20,6%), bexiga (17,6%), próstata (8,8%) e canal anal (5,9%), sendo o tempo médio entre o diagnóstico da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana e da Neoplasias Não Definidoras de 6,8 ± 4 anos. Na altura do diagnóstico da Neoplasias Não Definidoras a maioria dos doentes (78,8%) estava sob terapêutica anti-retroviral de alta potência, em média desde há 5,7 ± 3 anos, encontrando-se imunovirologicamente controlada. No total verificaram-se 45,5% óbitos, sobretudo em doentes com Neoplasia do pulmão (20%). Conclusão: Perante o risco de desenvolvimento de Neoplasias Não Definidoras nos doentes infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, torna-se fundamental o investimento em estratégias de prevenção, promoção de cessação tabágica e vacinação, bem como aplicação de protocolos de rastreio ajustados a esta população.