35 resultados para Tratamento anti-hipertensivo
Resumo:
O tromboembolismo venoso é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade materna. Quando não diagnosticado e não tratado, o embolismo pulmonar (EP) pode levar a morte materna. É assim, muito importante a classe médica estar atenta para esta patologia.O eco-Doppler-colorido e a cintigrafia de ventilação-perfusão são fundamentais, durante a gravidez, para o diagnóstico de trombose venosa profunda (TVP) e EP respectivamente. Em doentes com suspeita clínica de TVP ou EP, deve-se iniciar terapêutica com heparina não fraccionada ou de baixo peso molecular, até que o diagnóstico seja excluído, a menos que a anticoagulação seja fortemente contra-indicada.
Resumo:
Introdução: O tratamento das Síndromes Coronárias Agudas (SCA) sofreu várias alterações muito rápidas nos últimos anos, traduzido nas múltiplas propostas de recomendações pelo ACC/AHA/ESC, baseados na evidência clínica. Avaliamos a implementação destas recomendações, comparando uma população de doentes de 2002, com uma população de 2005. Métodos: Estudo retrospectivo de 368 doentes admitidos em 2002 e 420 doentes admitidos em 2005 por SCA (com e sem elevação do segmento ST). Analisaram-se características clínicas e estratégias de tratamento. Resultados: Não se verificaram diferenças em termos de idade, sexo masculino, factores de risco para doença coronária ou história prévia de revascularização miocárdica. Verificou-se uma redução de doentes com antecedentes de enfarte do miocárdico e insuficiência renal e aumento da apresentação como enfarte com elevação do segmento ST. O tratamento com clopidogrel (6% versus 87%), bloqueador-beta(54% versus 79%), inibidores da enzima de conversão da angiotensina (72% versus 84%) e estatinas (78% versus 91%) aumentou (para todos p<0,001). Por outro lado, verificou-se um pequeno decréscimo na utilização de ácido acetilsalicílico (98% versus 95%, p=0,039) (com maior utilização de clopidogrel) e a ticlopidina deixou de ser utilizada (46% versus 0%, p<0,001). Os antagonistas dos receptores da glicoproteína IIb/IIIa não se alteraram significativamente (66% versus 67%, p=NS). Aumentaram as intervenções coronárias percutâneas (53% versus 67%, p<0,001). Não se verificou diferença em termos de mortalidade hospitalar (8,2% versus 6,4%) e aos 30 dias (9,0% versus. 8,6%), com redução ao 1ºano de seguimento (17,1% versus 11,7%, p=0,039). As estatinas e os bloqueadores beta são preditores independentes de mortalidade, com efeito de protecção. Conclusões: Entre 2002 e 2005, o tratamento das SCA melhorou significativamente de acordo com as recomendações existentes, traduzindo-se numa melhoria da mortalidade ao 1º ano de seguimento.
Resumo:
A terapêutica dos doentes com epilepsia continua a ser essencialmente baseada na utilização dos fármacos antiepilépticos. No entanto, a terapêutica cirúrgica deve constituir uma alternativa nos doentes refractários à terapêutica e naqueles que apresentam efeitos secundários indesejáveis. O desenvolvimento dos métodos complementares de diagnóstico e das técnicas cirúrgicas permitiu uma melhoria apreciável da eficácia e da segurança deste tipo de procedimentos, sobretudo no que diz respeito a algumas situações específicas, nomeadamente a esclerose mesial temporal e alguns quadros do foro pediátrico. A cirurgia da epilepsia constitui, assim, actualmente, uma opção que deverá ser ponderada na avaliação e terapêutica dos doentes com epilepsia.
Resumo:
O sarcoma de Kaposi ocular isolado surge em 0,3% a 5% dos doentes com SIDA, mas, em doentes com tumor disseminado, esta incidência aumenta para 15% a 20%. Apresentamos um caso de sarcoma de Kaposi epidémico, mucocutâneo, cuja primeira manifestação foi ocular. O tratamento inicial consistiu na administração quinzenal de daunorrubicina lipossómica e de anti-retrovíricos. Sob terapêutica houve progressão da doença, tendo sido a sua regressão conseguida, apenas, com um esquema alternativo de quimioterapia associada a cidofovir. Aproveitamos para rever esta entidade, em particular as formas oculares, e discutir a utilização de cidofovir no tratamento do sarcoma de Kaposi associado ao vírus herpes humano tipo 8.
Resumo:
O consumo de recursos económicos com a Saúde é uma preocupação constante dos governantes, dos administradores hospitalares e também dos profissionais de Saúde, sendo a área do seguimento/tratamento dos doentes infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) apontada como uma das que mais recursos consome. Os AA procuraram, pela avaliação dos doentes seguidos na Consulta de Medicina/Imunodeficiência do Hospital de Santo António dos Capuchos durante o período de um ano (2002), aferir de forma concreta os custos de funcionamento da mesma. Material e Métodos: Foram avaliados os utentes da Consulta de Medicina/Imunodeficiência do Hospital de Santo António dos Capuchos (HSAC) que nela compareceram, pelo menos, duas vezes durante o ano de 2002. O cálculo dos custos das consultas e dos exames complementares de diagnóstico baseou-se nos valores definidos nos Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDHs). O custo da terapêutica anti-retroviral foi calculado segundo os valores que nos foram fornecidos pela Farmácia do Hospital e assumindo o fornecimento mensal da mesma. Resultados: Foram avaliados 107 doentes correspondendo a 498 consultas (€11.424). Fizeram-se 244 determinações de carga viral €(24.321) e 245 estudos de subpopulações linfocitárias (€15.445). As restantes análises custaram €36.586. Dos 107 doentes, 85 estavam sob terapêutica anti-retroviral, com 3 ou 4 fármacos, tendo sido gasto, em média e por doente, €7.122. Foi necessário o internamento de 18 doentes, num total de 219 dias (€41.699). Conclusão: O custo médio anual por doente foi de €6.408.
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A síncope neurocardiogénica é uma entidade com prevalência e incidência significativas. Apesar da baixa mortalidade relacionada com esta entidade, são significativas as implicações na qualidade de vida dos doentes. A metodologia para o seu diagnóstico está hoje claramente estabelecida nas recomendações internacionais e o teste de inclinação é um elemento útil na abordagem diagnóstica, em particular na síncope recorrente de causa desconhecida e frequente. Vários protocolos têm vindo a ser descritos nos últimos anos, inicialmente passivos e posteriormente com introdução de agentes provocativos, dos quais os nitratos sub-linguais são os mais largamente aceites, pela simplicidade e bons resultados da sua utilização. O recurso ao teste de inclinação na avaliação da terapêutica está limitado por problemas relacionados com a reprodutibilidade, que contudo estão na base de uma forma de tratamento – o treino de ortostatismo (tilt training) – embora com taxas de sucesso variáveis. Na presente revisão, iremos abordar os vários aspectos relacionados com a aplicação do teste de inclinação na prática clínica.
Resumo:
A HTA é uma das situações de risco mais referenciada para o ocorrência de doença vascular cerebral. Estão documentados antecedentes de HTA em 25 a 40% dos doentes que sofreram AVC. Outros estudos apontam para uma frequência de 80% de HTA na altura do acidente. Por isso, é importante o conhecimento da história evolutiva da HTA, bem como a sua repercursão num doente com AVC. Os autores apresentam um estudo prospectivo de 470 doentes que sofreram um primeiro AVC ou AIT. Pretendem analisar o perfil hipertensivo desses doentes, relacioná-lo com o tipo de doença vascular cerebral, e caracterizar a evolução da HTA 6 meses após o acidente. Após a análise estatística dos resultados obtidos concluíram: - na população estudada a prevalência de HTA foi de 67,2%; - 68% dos doentes com antecedentes de HTA não tinham a HTA controlada na altura do acidente; - a duração média de HTA conhecida antes do AVC ou AIT foi de 104 meses; - a HTA foi de início mais precoce e de estádio mais grave nos doentes com AVC hemorrágico, comparativamente com os doentes que sofreram doença vascular isquémica; - seis meses após AVC/AIT, 65% dos doentes não tinham a HTA controlada.
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Faz-se uma breve revisão sobre a imunofisiopatologia da infecção pelo VIH. Abordam-se os fármacos que se encontram em investigação clínica mais avançada e alguns que poderão ter interesse futuro. Destacam-se os compostos actualmente disponíveis para uso clínico, tentando abordar os aspectos que na prática clínica são mais importantes. Referenciam-se ensaios clínicos quanto à eficácia nestas drogas em monoterapia ou combinação.
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INTRODUCTION: The elderly population admitted for acute myocardial infarction is increasing. This group is not well studied in international trials and is probably treated with a more conservative approach. OBJECTIVES: To evaluate the presentation and treatment of myocardial infarction according to age, particularly in very elderly patients. METHODS: We studied 1242 consecutive patients admitted with acute myocardial infarction, assessing in-hospital, 30-day and one-year mortality during follow-up for each age-group. Patients were divided into four groups according to age: <45 years (7.6%); 45-64 years (43.3%); 65-74 years (23.4%); and ≥75 years (25.7%). RESULTS: Elderly patients had a worse risk profile (except for smoking), more previous history of coronary disease and a worse profile on admission, with the exception of lipid profile, which was more favorable. With regard to treatment of the elderly, although less optimized than in other age-groups, it was significantly better compared to other registries, including for percutaneous coronary angioplasty. Both complications and mortality were worse in the older groups. In elderly patients (≥75 years), adjusted risk of mortality was 4.9-6.3 times higher (p<0.001) than patients in the reference age-group (45-64 years). In these patients, the independent predictors of death were left ventricular function and renal function, use of beta-blockers being a predictor of survival. CONCLUSIONS: Elderly patients represent a substantial proportion of the population admitted with myocardial infarction, and receive less evidenced-based therapy. Age is an independent predictor of short- and medium-term mortality.
Resumo:
A isoimunização RhD durante a gravidez tem graves repercussões fetais e neonatais. Apesar da imunoprofilaxia com imunoglobulina anti-D ter diminuído drasticamente a mortalidade e morbilidade perinatais, continuam a existir casos de isoimunização que se devem a uma administração inadequada. No âmbito de um projecto de padronização da administração de imunoglobulina anti-D, foram levados a cabo um inquérito aos obstetras da MAC e uma análise retrospectiva de processos de mulheres RhD negativas. Neste artigo são apresentados os resultados destes dois trabalhos. É também apresentada uma proposta de protocolo de imunoprofilaxia.
Resumo:
BACKGROUND: Prospective testing for posttransplant circulating anti-HLA antibodies seems to be a critical noninvasive tool, but confirmatory data are lacking. MATERIALS AND METHODS: Over the last 3 years, peritubular capillary (PTC) C4d deposition was prospectively sought by an immunofluorescence technique applied to frozen tissue in biopsies obtained for allograft dysfunction. Screening for circulating anti-HLA class I/II alloantibodies (AlloAb) by the flow cytometric test was performed simultaneously. RESULTS: We evaluated 132 sets of biopsies and simultaneous serum samples. PTC C4d deposition was demonstrated in 15.9% (21/132) of biopsies. Circulating anti-HLA I/II AlloAb were detected in 25% (33/132) of serum samples. Employing receiver-operator characteristic (ROC) curves for all C4d-positive biopsies, screening for AlloAb showed a global specificity of 82% and sensitivity of 61.9%. When this analysis was restricted to biopsies obtained in the first month posttransplantation, the sensitivity increased to 81.8%, but the specificity decreased to 76.9%. After the first month posttransplantation, we observed sensitivity of 40.0% and a specificity of 86.4%. In the first month posttransplantation, all patients with a diagnosis of acute antibody-mediated rejection displayed circulating anti-HLA class I/II, but not always at the same time as the C4d-positive biopsy. CONCLUSIONS: In the first month posttransplantation, prospective monitoring of anti-HLA antibodies may be useful. The high sensitivity allows the identification of patients at risk, affording an earlier diagnosis of antibody-mediated rejection. After the first month, the test can be used to evaluate allograft dysfunction episodes, since positivity is highly suggestive of an antibody-mediated process.