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Resumo:
Intitulado “O surto de Legionella de 2014 no Telejornal da RTP”, este Relatório analisa a emergência e ascensão de um tema de risco na agenda jornalística de um meio de comunicação, bem como o seu declínio e desaparecimento. Questionam-se os fatores que asseguraram o estatuto de matéria noticiável e todo o processo de construção social nas notícias. Através da análise de conteúdo das peças jornalísticas transmitidas no Telejornal e de uma breve revisão de literatura sobre o tema, concluímos que a comunicação exerce um papel fundamental na construção social de um risco. A cobertura do surto de Legionella desenvolveu-se ao ritmo com que se revelaram as suas consequências, da propaganda que foi feita, do interesse que despertou nas redações e do reflexo cultural que gerou na audiência. Tanto mais se verifica pelas circunstâncias inerentes a esta crise com a sua amplificação ou atenuação social nas notícias, tendo em conta a agenda jornalística e a saturação de um evento mediático. O interesse jornalístico pela estória foi estimulado pelo comportamento do principal departamento envolvido na crise – o Ministério da Saúde – e pela Direção-Geral de Saúde, e na origem do declínio da atenção estiveram eventos sociopolíticos - o aparecimento de um novo caso mediático.
Resumo:
Este estudo debruça-‐se sobre a presença das Organizações Não-‐ Governamentais nos media, partindo de uma análise a quatro meios de comunicação social nacionais. As ONG são das entidades em que os cidadãos mais confiam, como aliás indicam alguns barómetros de confiança (Edelman, 2012). Apesar disto as ONG raramente são capa de jornal, destaque de telejornal ou protagonistas de reportagens, e os seus profissionais, na maior parte das vezes, não são identificados como especialistas. O contacto com estas entidades define-‐ se por alguma falta de frequência, e pouca presença nos media. Os jornalistas trabalham num contexto cada vez mais limitador, menos criativo. E as ONG não estão a conseguir aproveitar este espaço que muitos jornalistas deixam em branco, de investigação, de exploração, e mesmo de novidade. Este estudo pretende apurar a relação entre os media e as fontes de informação não-‐governamentais, e como estão representadas nos media. Já que o papel de fonte de informação preferencial fica regularmente guardado para outras instituições e entidades. Para conseguir responder a algumas questões que nos pareciam essenciais, no sentido de tentar contribuir para um espaço público e participativo mais plural, procurámos esclarecer as dinâmicas atuais das ONG enquanto fontes de informação. Considerámos, por isso, determinante descrever o processo de produção das notícias, e o modo como este constrói a agenda e reflete a realidade. Desenvolvemos o conceito histórico e social do conceito de Organização Não-‐ Governamental Desenvolvemos uma análise minuciosa e detalhada das notícias publicadas durante três anos, entre 2009 e 2011, no jornal “Público”, agência Lusa, RTP e TSF, para identificar as características mais relevantes das notícias cuja fonte de informação é uma ONG. Paralelamente à análise dos meios de comunicação, apurámos ainda a pesquisa através da realização de entrevistas com profissionais da área não-‐governamental e jornalistas que nos apoiaram na construção de um trabalho empírico mais conclusivo e completo. Concluímos que mediante ONG mais ágeis e fortes, do ponto de vista da comunicação, parece haver uma resposta por parte dos media. Assim cremos que as ONG são reflectidas pelos media como instituições credíveis, e é esta mesma credibilidade que facilita o seu acesso aos media. Mas, os jornalistas, por seu lado, demonstram estar muito mais atentos ao trabalho das ONG se estas, além de credíveis, forem ágeis nas respostas correspondendo assim às necessidades impostas pela atualidade informativa, produzirem conteúdos com relevância jornalística, e dotados de valores-‐notícia.