2 resultados para Syntax
em RUN (Repositório da Universidade Nova de Lisboa) - FCT (Faculdade de Cienecias e Technologia), Universidade Nova de Lisboa (UNL), Portugal
Resumo:
Este trabalho pretende, a partir da análise de textos literários e não literários do português antigo, incluídos no Corpus Informatizado do Português Medieval (CLUNL/FCSH-UNL), descrever e interpretar a distribuição sintática e as propriedades do particípio presente no português antigo, verificando semelhanças e diferenças com outras formas não finitas, principalmente o gerúndio. Procurou-se averiguar o que caracteriza as formas de particípio presente do português antigo e do português europeu contemporâneo e o que as distingue de outras formas não finitas do verbo, no que diz respeito aos contextos em que ocorrem, mas também quanto ao seu funcionamento. Assim, analisando mais detalhadamente as orações em que estes particípios ocorrem com função verbal, investigaram-se algumas das suas propriedades internas (legitimação de sujeitos plenos, identificação e legitimação de sujeitos nulos, ordem de palavras), de modo a poder explicar o seu funcionamento e estrutura. No português antigo, as formas de particípio presente tinham características distintas das do português contemporâneo. No português de hoje, as formas terminadas em -nte, subsistem apenas como nomes (estudante, presidente, pedinte) e adjetivos (minguante, cadente, seguinte). O uso verbal destas formas desapareceu, tendo sido substituído por outras formas não finitas, nomeadamente o gerúndio e o infinitivo. Quando ainda mantinha o seu funcionamento verbal, o particípio presente ocorria nos mesmos contextos sintáticos em que encontramos outras formas não finitas, principalmente o gerúndio. Estas duas formas pareciam funcionar como variantes livres, tendo depois o gerúndio substituído a forma participial na maioria dos contextos. A análise dos dados e a comparação efetuada com as formas de gerúndio que ocorrem no mesmo contexto (adjunção adverbial) permitiram concluir que as estruturas com particípio do português se mostram mais defetivas (ocorrem sem conector, não há casos de negação própria e não há particípios presentes compostos) do que as gerundivas. No entanto, essa defetividade não parece dever-se à própria forma de particípio, pois foi possível encontrar particípios presentes como predicados principais.
Resumo:
The present dissertation intends to study passives in Capeverdean. I argue that Capeverdean have eventive passives with specific morphology, postverbal morphemes, -du and -da, which affix to the verb to form passives and interact with the TMA morphemes available in the language in the same way as in the active voice. I also show that Capeverdean only allows short passives. However, this study demonstrates that the by-phrase, although not expressed phonologically, is implicit and can be tracked through instrumentals and Agent-oriented adverbs. In order to account for this specific property of Capeverdean passives, I assume the existence of a Voice head which introduces the external argument in all finite sentences in Capeverdean, except in unaccusatives, following proposals from Marantz (1984), Kratzer (1996), Sailor & Ahn (2010), Pratas (2014). I also assume that this Voice head is subject to a Doubly Filled Comp Filter, similar to what is proposed in Koopman (1997), which determines that either heads or specifiers can be overt, never both. In the case of passives, I propose that external argument is in Spec,Voice and the passive morphology is lexicalized in Voice0 and that while Spec,Voice is silent, Voice0 is not. This configuration can be explained if it is assumed, following Costa & Martins (2004), that in Capeverdean passives Voice0 is a strong functional head, thus requiring visibility at PF. This restriction, combined with the Doubly Filled Comp filter, imposes that Spec,Voice is silent.