1 resultado para Roosevelt, Franklin D. (Franklin Delano), 1882-1945
em RUN (Repositório da Universidade Nova de Lisboa) - FCT (Faculdade de Cienecias e Technologia), Universidade Nova de Lisboa (UNL), Portugal
Resumo:
As preocupações com a introdução de melhorias na eficiência do trabalho e do trabalhador têm, desde sempre, estado presentes no mundo do trabalho. Porém, a utilização de métodos cientÃficos no seu estudo, planificação e organização surge apenas nos anos iniciais do século XX tendo como objectivo o aumento do rendimento mediante a supressão de desperdÃcios de tempo, esforço e materiais. Por norma, habituámo-nos a conotar de imediato o tema com as realidades de paÃses como os Estados Unidos da América, a França, a Alemanha ou o Japão. No entanto, na verdade, estes princÃpios difundiram-se praticamente por todo o mundo industrializado ou em vias de industrialização, tendo sido desenvolvidas experiências interessantes também na América do Sul, na Europa Oriental ou nos paÃses periféricos da Europa do Sul, entre os quais Portugal. De facto, em Portugal, os primeiros indÃcios de reflexão em torno destes princÃpios surgem ainda no perÃodo da I República, por via de pequenos artigos publicados em alguns periódicos da época. No entanto, é após a II Guerra Mundial que o aprofundamento dos estudos e da aplicação dos métodos de organização cientÃfica do trabalho tem a sua época de maior desenvolvimento. É, de facto, neste perÃodo que se dá inÃcio ao que podemos considerar como a «época de ouro» da organização cientÃfica do trabalho no PaÃs, durante a qual são criados organismos privados e estatais que têm por objectivo difundir estes princÃpios não só a nÃvel industrial, mas também agrÃcola e administrativo. As lógicas da época não são alheias a esta realidade, encontrando-se a mesma enredada nas dinâmicas da assistência técnica norte-americana, da inserção de Portugal nos organismos de cooperação económica e sendo influenciada por outros impactos internacionais, bem como pela forma como todos estes elementos se relacionam com os desafios que Portugal enfrentava na época, com a procura da produtividade e com a tomada de consciência sobre a necessidade de ultrapassar as debilidades que haviam sido reveladas pela II Guerra Mundial e pelos estudos preparatórios dos Planos de Fomento. Na verdade, traçar a história da organização cientÃfica do trabalho em Portugal é traçar uma narrativa em dois planos, nos quais os impulsos externos são evidentes mas cujas dinâmicas são assumidas por uma plataforma de apoio que, no PaÃs, apostou na importância da melhoria da eficácia da indústria e da Administração Pública através da aplicação destes princÃpios. Encontramo-nos, assim, perante um Estado que, também por esta via, se internacionaliza e moderniza, que cresce em funções e funcionários; que é impelido a enfrentar novos desafios; que se envolve e recebe impactos de movimentos, correntes e organismos internacionais, num mundo que se torna cada vez mais interligado. São os ventos da época que sopram em Portugal pela porta deixada aberta pela decisão de «não ficar de fora». O estudo que seguidamente se apresenta irá, assim, identificar os veÃculos que conduziram à introdução da organização cientÃfica do trabalho no PaÃs e as dinâmicas que os enredaram e definiram a nÃvel nacional e internacional, sem esquecer os actores, objectivos e resistências em presença.