95 resultados para Conceito de números negativos Histórico-epistemológico


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O desenvolvimento da Sociedade obrigou gesto integrada dos recursos hdricos. A gesto do ciclo de gua executada de forma a optimizar este recurso ao mximo, tendo em considerao os aspectos econmicos, ambientais, normativos e sociais, de forma coordenada com os restantes recursos naturais e com os planos intersectoriais e geracionais. No entanto, continua a constatar-se a ocorrncia de elevados nveis de perdas e fugas de gua, nos sistemas urbanos de abastecimento e distribuio de gua, constituindo um prejuzo para as entidades gestoras, o qual se reflecte, economicamente no cliente final, e no equilbrio do meio-ambiente. Impera, assim, a necessidade de garantir a utilizao da gua, de forma consciente, eficiente e sustentvel. No mbito desta temtica, surgem, actualmente, termos, como, gua inteligente ou smart water, aplicados especialmente ao conceito Smart Cities. Pressupe-se com este, a aplicao das novas tecnologias de informao, em prol das polticas urbanas que gerem uma cidade, por forma a garantir o controlo em tempo real, da informao inerente explorao das infra-estruturas existentes na cidade. Estuda-se, neste trabalho, o estado normativo Portugus e os objectivos governamentais relacionados com o combate s perdas de gua, no sentido de obter maiores nveis de eficincia e sustentabilidade do recurso gua. Pretende-se analisar, tambm, a importncia da implementao de parcerias (ao nvel nacional e internacional), entre empresas de tecnologias de informao (detentoras de mtodos inovadores de gesto de dados) e as entidades gestoras dos sistemas de abastecimento de gua (conhecedoras dos reais problemas operacionais, inerentes explorao dos sistemas). Neste trabalho, enumeram-se ainda, exemplos de aplicaes inovadoras na gesto de sistemas de abastecimento de gua, assim como onde est a ser aplicado o conceito Smart Cities, e quais os meios utilizados para obter apoio para o financiamento das solues preconizadas.

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O principal objetivo desta dissertao estudar o comportamento duma estrutura adaptativa baseada no conceito da tensegridade. As estruturas baseadas em tensegridade podem ser definidas como estruturas reticuladas, espaciais, em que todos os elementos esto sujeitos unicamente a esforos axiais, sejam eles de compresso ou de trao. Os elementos comprimidos so geralmente barras ou escoras que no devem estar em contacto entre si, enquanto que os elementos tracionados so geralmente cabos que devem ser pr-esforados. O equilbrio das estruturas tensntegras garantido atravs da implementao de um estado pr-esforado entre as escoras comprimidas e os cabos tracionados. Respeitando os princpios bsicos associados ao conceito da tensegridade, ser proposta uma estrutura com mltiplas aplicaes em engenharia civil. O comportamento desta estrutura ser simulado atravs de modelos computacionais em elementos finitos recorrendo ao programa de clculo automtico SAP2000. tambm modelado um prottipo experimental escala reduzida. Os modelos desenvolvidos sero sujeitos a diversas solicitaes dinmicas, sendo analisada a resposta estrutural a essas solicitaes. A estrutura proposta nesta dissertao uma estrutura adaptativa, na medida em que est equipada com uma srie de sensores que permitem monitorizar, em tempo real, as aceleraes e deslocamentos da estrutura, sendo capaz de alterar a sua geometria inicial atravs do aquecimento de ligas com memria de forma colocadas em locais estratgicos da estrutura, melhorando a sua resposta dinmica. Com a realizao deste trabalho concluiu-se que pequenas alteraes na forma e geometria duma estrutura so suficientes para provocar alteraes na frequncia prpria da mesma e, consequentemente reduzir as aceleraes e deslocamentos provocados por determinadas aes dinmicas. Mostrou-se ainda que o mecanismo de alterao de forma proposto especialmente eficaz na reduo de aceleraes originadas por aes dinmicas peridicas.

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A recusa da estratificao do tempo, que surge na segunda metade do sculo XX, resulta da perda de f numa grande narrativa e modifica a percepo do tempo cronolgico: os acontecimentos j no se sucedem ordeiramente, manifestam-se em simultneo no presente ou so criteriosamente convocados a partir do presente. Esta reformulao do tempo implica a reformulao do conceito de contemporneo, permitindo questionarmo-nos, tal como Giorgio Agamben: De quem e do que somos contemporneos? E, antes de tudo, o que significa ser contemporneo? Com esta dissertao pretende-se analisar algumas formulaes do conceito de contemporneo, especialmente a partir de Giorgio Agamben, Walter Benjamin, Hannah Arendt e Georges Didi-Huberman, com a inteno de compreender as implicaes da temporalidade na experincia esttica e as possibilidades que as conceptualizaes elaboradas oferecem constituio de uma comunidade humana. Na segunda parte do trabalho, relaciona-se a problemtica da contemporaneidade com as reflexes sobre arte e esttica do escultor Rui Chafes atravs do seu texto A Histria da Minha Vida, um relato das principais influncias da formao artstica do narrador. Este relato ultrapassa os limites cronolgicos, onde o artista olha para trs definindo o seu prprio tempo presente e o seu passado. O presente surge como a inteireza que resume a ateno do artista e nos descreve a sua caminhada atravs do tempo artstico. O narrador revive na primeira pessoa o percurso dos artistas que desde a Idade Mdia ao Barroco trabalharam anonimamente a pedra e a madeira em nome dos mestres e ao faz-lo assume-se como o escultor-aprendiz que recusa a promoo a mestre, e revela em si, atravs dos valores supremos do trabalho, da sabedoria e da experincia, toda a arte que o precedeu.

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Transcrio dos documentos relativos expedio naturalista de Joo da Silva Feij a Cabo Verde (1783-96), existentes no Arquivo Histrico Ultramarino e respetivo enquadramento histrico

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Este estudo debrua-se sobre a presena das Organizaes No- Governamentais nos media, partindo de uma anlise a quatro meios de comunicao social nacionais. As ONG so das entidades em que os cidados mais confiam, como alis indicam alguns barmetros de confiana (Edelman, 2012). Apesar disto as ONG raramente so capa de jornal, destaque de telejornal ou protagonistas de reportagens, e os seus profissionais, na maior parte das vezes, no so identificados como especialistas. O contacto com estas entidades define- se por alguma falta de frequncia, e pouca presena nos media. Os jornalistas trabalham num contexto cada vez mais limitador, menos criativo. E as ONG no esto a conseguir aproveitar este espao que muitos jornalistas deixam em branco, de investigao, de explorao, e mesmo de novidade. Este estudo pretende apurar a relao entre os media e as fontes de informao no-governamentais, e como esto representadas nos media. J que o papel de fonte de informao preferencial fica regularmente guardado para outras instituies e entidades. Para conseguir responder a algumas questes que nos pareciam essenciais, no sentido de tentar contribuir para um espao pblico e participativo mais plural, procurmos esclarecer as dinmicas atuais das ONG enquanto fontes de informao. Considermos, por isso, determinante descrever o processo de produo das notcias, e o modo como este constri a agenda e reflete a realidade. Desenvolvemos o conceito histrico e social do conceito de Organizao No- Governamental Desenvolvemos uma anlise minuciosa e detalhada das notcias publicadas durante trs anos, entre 2009 e 2011, no jornal Pblico, agncia Lusa, RTP e TSF, para identificar as caractersticas mais relevantes das notcias cuja fonte de informao uma ONG. Paralelamente anlise dos meios de comunicao, apurmos ainda a pesquisa atravs da realizao de entrevistas com profissionais da rea no-governamental e jornalistas que nos apoiaram na construo de um trabalho emprico mais conclusivo e completo. Conclumos que mediante ONG mais geis e fortes, do ponto de vista da comunicao, parece haver uma resposta por parte dos media. Assim cremos que as ONG so reflectidas pelos media como instituies credveis, e esta mesma credibilidade que facilita o seu acesso aos media. Mas, os jornalistas, por seu lado, demonstram estar muito mais atentos ao trabalho das ONG se estas, alm de credveis, forem geis nas respostas correspondendo assim s necessidades impostas pela atualidade informativa, produzirem contedos com relevncia jornalstica, e dotados de valores-notcia.

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A Unio Europeia resulta de um dos projectos mais ambiciosos e bem-sucedidos de sempre; um enorme esforo poltico de reconstruo e integrao regional e sobretudo, de paz. Porm, apesar de a paz e o progresso terem durado mais de 60 anos, a actual conjuntura social, poltica e econmica da Europa e regies limtrofes est a pr em causa o sucesso desta obra inacabada. Portugal, mais precisamente, apresenta-se como um pas pouco influente, bastante dependente e com uma das mais frgeis economias da zona-Euro. Tem necessariamente de fazer valer o seu posicionamento geogrfico privilegiado, ponto de partida para outras vantagens competitivas de que dispe, encetando uma aproximao cultural, poltica e econmica Amrica Latina e a frica, tomando assim uma atitude perante o actual cenrio de crise. Neste contexto surge a ideia de uma Pangeia Atlntica que, metaforicamente, sugere a aproximao dos trs continentes a todos os nveis. Este um conceito j debatido e relativamente conhecido, que veio a materializar-se em Portugal, com Instituto para a Promoo e Desenvolvimento da Amrica Latina (IPDAL), atravs de iniciativas como o Encontro Tringulo Estratgico: Amrica Latina Europa frica; trata-se de um evento de carcter institucional e empresarial, que junta destacadas figuras da diplomacia, da poltica internacional e do mundo empresarial, alertando responsveis pblicos e privados para a importncia desta trplice aliana entre continentes com uma histria em comum. O Tringulo Estratgico: Amrica Latina Europa frica tem na cidade de Lisboa o hub europeu por excelncia e absolutamente estratgico para a afirmao e defesa dos interesses de Portugal no Mundo. Portugal ser mais forte na Europa se aumentar e solidificar a sua posio na Amrica Latina e em frica, onde se encontram populaes jovens e alguns dos principais produtores mundiais de recursos energticos e hdricos, e algumas das maiores superfcies arveis do planeta. Sob uma perspectiva econmica, Portugal j beneficia de uma forte presena humana, empresarial e cultural, alm de um relevante capital de simpatia, o que determinante nestes mercados. Iniciado este processo de aproximao, atravs do bom uso de Instituies com potencial, como a CPLP (Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa), ou a SEGIB (Secretaria-Geral Ibero-Americana) e respeitando a simplificao de conceitos e a integrao de estratgias, a Pangeia Atlntica exibir, no s, alternativas para o tecido empresarial portugus e os seus bens e servios de alta qualidade, mas tambm, formas de crescer e atrair investimento para Portugal, enquanto se responde em benefcio da Europa e se criam as oportunidades que lanaro os restantes vrtices do Tringulo num plano decisrio mundial. Na ntegra, o presente estudo tem como objetivos a partilha de informao de teor histrico, poltico e econmico e a exposio dos pontos passveis de discusso, promovendo um alargado e enriquecedor debate sobre esta matria. Assiste ao autor a esperana de que este trabalho contribua para o reconhecimento geral deste exequvel cenrio e do compromisso de instituies como o IPDAL, e, que se cumpra o marco de despertar Portugal para a imensido de rumos que o seu empreendedorismo pode tomar.

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The concept of soft power offers the opportunity for the States, under the current power shifts, to thrive, in a competitive and globalised scene, shaping o t hers' preference in accordance with their goals. Portugal, though it i s a small country, has soft power skills, according with specialized rankings, due to i t s geography and climate, main economic activities, historical role, legal framework, culture and language. Therefore, we can and we should develop public policies to optimize our resources, converting them in planned outcomes. On the other hand, public entities engaged with foreign trade, investment and tour ism, aid f or development, promotion of culture and language should be structured in or-der to strengthen the performance of Portugal in this area. Being a member of the European Union or of the Community of Portuguese Speaking Countries is, at last, essential to expand our global presence. In this Master's work project, I decided to make a critical analysis of legislation related with public diplomacy i n Portugal, together wi th research about the approach of two other countries (United Kingdom and Finland) to the same topic, for the sake of improvement.

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RESUMO:As perturbaes psicticas so doenas mentais complexas sendo influenciadas na sua etiologia e prognstico por factores biolgicos e psicossociais. A interferncia do ambiente familiar na evoluo da doena espelha bem esta realidade. Quando em 1962 George Brown e colaboradores descobriram que ambientes familiares com elevada Emoo Expressa (EE) contribuam para um aumento significativo do nmero de recadas de pessoas com esquizofrenia (Brown et al., 1962), estava aberto o caminho para o desenvolvimento de novas intervenes familiares. A EE inclui cinco componentes: trs componentes negativos, i.e. criticismo, hostilidade e envolvimento emocional excessivo; e dois componentes positivos, i.e. afectividade e apreo (Amaresha & Venkatasubramanian, 2012; Kuipers et al., 2002). No final dos anos 1970 surgiram os primeiros trabalhos na rea das intervenes familiares nas psicoses (IFP). Dois grupos em pases diferentes, no Reino Unido e nos Estados Unidos da Amrica, desenvolveram quase em simultneo duas abordagens distintas. Em Londres, a equipa liderada por Julian Leff desenhava uma interveno combinando sesses unifamiliares em casa, incluindo o paciente, e sesses em grupo, apenas para os familiares (Leff et al., 1982). Por seu turno, em Pittsburgh, Gerard Hogarty e colaboradores desenvolviam uma abordagem que compreendia a dinamizao de sesses educativas em grupo (Anderson e tal., 1980). Para designar este trabalho, Hogarty e colaboradores propuseram o termo psicoeducao. As IFP comearam a ser conhecidas por esta designao que se generalizou at aos dias de hoje. Neste contexto a educao era vista como a partilha de informao acerca da doena, dos profissionais para os familiares. Nas sesses os profissionais eram informados acerca das manifestaes, etiologia, tratamento e evoluo das psicoses, bem como de formas para lidar com as situaes difceis geradas pela doena, e.g. risco de recada. Os trabalhos pioneiros das IFP foram rapidamente sucedidos pelo desenvolvimento de novos modelos e a proliferao de estudos de eficcia. Para alm dos modelos de Leff e Hogarty, os modelos IFP que ficaram mais conhecidos foram: (1) a Terapia Familiar-Comportamental, desenvolvida por Ian Falloon e colaboradores (Falloon et al., 1984); e (2) a Terapia Multifamiliar em Grupo, desenvolvida por William McFarlane e colaboradores (McFarlane, 1991). O incremento de estudos de eficcia contribuiu rapidamente para as primeiras meta-anlises. Estas, por sua vez, resultaram na incluso das IFP nas normas de orientao clnica mais relevantes para o tratamento das psicoses, nomeadamente da esquizofrenia (e.g. PORT Recomendations e NICE Guidelines). No geral os estudos apontavam para uma diminuio do risco de recada na esquizofrenia na ordem dos 20 a 50% em dois anos (Pitschel-Walz et al., 2001). No final dos anos 1990 as IFP atingiam assim o apogeu. Contudo, a sua aplicao prtica tem ficado aqum do esperado e as barreiras implementao das IFP passaram a ser o foco das atenes (Gonalves-Pereira et al., 2006; Leff, 2000). Simultaneamente, alguns autores comearam a levantar a questo da incerteza sobre quais os elementos-chave da interveno. O conhecimento sobre o processo das IFP era reduzido e comearam a surgir as primeiras publicaes sobre o assunto (Lam, 1991). Em 1997 foi dinamizada uma reunio de consenso entre os trs investigadores mais relevantes do momento, Falloon, Leff e McFarlane. Deste encontro promovido pela World Schizophrenia Fellowship for Schizophrenia and Allied Disorders surgiu um documento estabelecendo dois objectivos e quinze princpios para as IFP (WFSAD, 1997). No obstante os contributos que foram feitos, continua a existir uma grande falta de evidncia emprica acerca do processo das IFP e dos seus elementos-chave (Cohen et al., 2008; Dixon et al., 2001; Lam, 1991; Leff, 2000; McFarlane et al., 2003). Tambm em Portugal, apesar da reflexo terica nesta rea e do registo de ensaios de efectividade de grupos para familiares estudo FAPS (Gonalves-Pereira, 2010), os componentes fundamentais das IFP nunca foram analisados directamente. Assim, o projecto de investigao descrito nesta tese teve como objectivo identificar os elementos-chave das IFP com base em investigao qualitativa. Para tal, conduzimos trs estudos que nos permitiriam alcanar dados empricos sobre o tema. O primeiro estudo (descrito no Captulo 2) consistiu na realizao de uma reviso sistemtica da literatura cientfica acerca das variveis relacionadas com o processo das IFP. A nossa pesquisa esteve focada essencialmente em estudos qualitativos. Contudo, decidimos no restringir demasiado os critrios de incluso tendo em conta as dificuldades em pesquisar sobre investigao qualitativa nas bases de dados electrnicas e tambm devido ao facto de ser possvel obter informao sobre as variveis relacionadas com o processo a partir de estudos quantitativos. O mtodo para este estudo foi baseado no PRISMA Statement para revises sistemticas da literatura. Depois de definirmos os critrios de incluso e excluso, inicimos vrias pesquisas nas bases de dados electrnicas utilizando termos booleanos, truncaes e marcadores de campo. Pesquismos na PubMed/MEDLINE, Web of Science e nas bases de dados includas na EBSCO Host (Academic Search Complete; Education Research Complete; Education Source; ERIC; and PsycINFO). As pesquisas geraram 733 resultados. Depois de serem removidos os duplicados, 663 registos foram analisados e foram seleccionados 38 artigos em texto integral. No final, 22 artigos foram includos na sntese qualitativa tendo sido agrupados em quatro categorias: (1) estudos examinando de forma abrangente o processo; (2) estudos acerca da opinio dos participantes sobre a interveno que receberam; (3) estudos comparativos que individualizaram variveis sobre o processo; e (4) estudos acerca de variveis mediadoras. Os resultados evidenciaram um considervel hiato na investigao em torno do processo das IFP. Identificmos apenas um estudo que abordava de forma abrangente o processo das IFP (Bloch, et al., 1995). Este artigo descrevia uma anlise qualitativa de um estudo experimental de uma IFP. Contudo, as suas concluses gerais revelaramse pobres e apenas se podia extrair com certeza de que as IFP devem ser baseadas nas necessidades dos participantes e que os terapeutas devem assumir diferentes papis ao longo da interveno. Da reviso foi possvel perceber que os factores teraputicos comuns como a aliana teraputica, empatia, apreo e a aceitao incondicional, podiam ser eles prprios um elemento isolado para a eficcia das IFP. Outros estudos enfatizaram a educao como elemento chave da interveno (e.g. Levy-Frank et al., 2011), ao passo que outros ainda colocavam a nfase no treino de estratgias para lidar com a doena i.e. coping (e.g. Tarrier et al., 1988). Com base nesta diversidade de resultados e tendo em conta algumas propostas prvias de peritos (McFarlane, 1991; Liberman & Liberman, 2003), desenvolvemos a hiptese de concebermos as IFP como um processo por etapas, de acordo com as necessidades dos familiares. No primeiro nvel estariam as estratgias relacionadas com os factores teraputicos comuns e o suporte emocional,no segundo nvel a educao acerca da doena, e num nvel mais avanado, o foco seria o treino de estratgias para lidar com a doena e diminuir a EE. Neste estudo conclumos que nem todas as famlias iriam precisar de IFP complexas e que nesses casos seria possvel obter resultados favorveis com IFP pouco intensas. O Estudo 2 (descrito no Captulo 3) consistiu numa anlise qualitativa dos registos clnicos do primeiro ensaio clnico da IFP de Leff e colaboradores (Leff et al., 1982). Este ensaio clnico culminou numa das evidncias mais substanciais alguma vez alcanada com uma IFP (Leff et al., 1982; Leff et al., 1985; Pitschel-Walz et al., 2001). Este estudo teve como objectivo modular a EE recorrendo a um modelo misto com que compreendia sesses familiares em grupo e algumas sesses unifamiliares em casa, incluindo o paciente. Os resultados mostraram uma diminuio das recadas em nove meses de 50% no grupo de controlo para 8% no grupo experimental. Os registos analisados neste estudo datam do perodo de 1977 a 1982 e podem ser considerados como material histrico de alto valor, que surpreendentemente nunca tinha sido analisado. Eram compostos por descries pormenorizadas dos terapeutas, incluindo excertos em discurso directo e estavam descritos segundo uma estrutura, contendo tambm os comentrios dos terapeutas. No total os registos representavam 85 sesses em grupo para familiares durante os cinco anos do ensaio clnico e 25 sesses unifamiliares em casa incluindo o paciente. Para a anlise qualitativa decidimos utilizar um mtodo de anlise dedutivo, com uma abordagem mecnica de codificao dos registos em categorias previamente definidas. Tommos esta deciso com base na extenso aprecivel dos registos e porque tnhamos disponvel informao vlida acerca das categorias que iramos encontrar nos mesmos, nomeadamente a informao contida no manual da interveno, publicado sob a forma de livro, e nos resultados da 140 nossa reviso sistemtica da literatura (Estudo 1). Deste modo, foi construda uma grelha com a estrutura de codificao, que serviu de base para a anlise, envolvendo 15 categorias. De modo a cumprir com critrios de validade e fidelidade rigorosos, optmos por executar uma dupla codificao independente. Deste modo dois observadores leram e codificaram independentemente os registos. As discrepncias na codificao foram revistas at se obter um consenso. No caso de no ser possvel chegar a acordo, um terceiro observador, mais experiente nos aspectos tcnicos das IFP, tomaria a deciso sobre a codificao. A anlise foi executada com recurso ao programa informtico NVivo verso 10 (QSR International). O nmero de vezes que cada estratgia foi utilizada foi contabilizado, especificando a sesso e o participante. Os dados foram depois exportados para uma base de dados e analisados recorrendo ao programa informtico de anlise estatstica SPSS verso 20 (IBM Corp.). Foram realizadas exploraes estatsticas para descrever os dados e obter informao sobre possveis relaes entre as variveis. De modo a perceber a significncia das observaes, recorremos a testes de hipteses, utilizando as equaes de estimao generalizadas. Os resultados da anlise revelaram que as estratgias teraputicas mais utilizadas na interveno em grupo foram: (1) a criao de momentos para ouvir as necessidades dos participantes e para a partilha de preocupaes entre eles representando 21% de todas as estratgias utilizadas; (2) treino e aconselhamento acerca de formas para lidar com os aspectos mais difceis da doena 15%; (3) criar condies para que os participantes recebam suporte emocional 12%; (4) lidar com o envolvimento emocional excessivo 10%; e (5) o reenquadramento das atribuies dos familiares acerca dos comportamentos dos pacientes 10%. Nas sesses unifamiliares em casa, as estratgias mais utilizadas foram: (1) lidar com o envolvimento emocional excessivo representando 33% de todas as estratgias utilizadas nas sesses unifamiliares em casa; (2) treino e aconselhamento acerca de formas para lidar com os aspectos desafiadores da doena 22%; e (3) o reenquadramento das atribuies dos familiares acerca dos comportamentos dos pacientes, juntamente com o lidar com a zanga, o conflito e a rejeio ambas com 10%. A anlise longitudinal mostrou que a criao de momentos para ouvir as necessidades dos familiares tende a acontecer invariavelmente ao longo do programa. Sempre que isso acontece, so geralmente utilizadas estratgias para ajudar os familiares a lidarem melhor com os aspectos difceis da doena e estratgias para fomentar o suporte emocional. Por sua vez, foi possvel perceber que o trabalho para diminuir o envolvimento emocional excessivo pode acontecer logo nas primeiras sesses. O reenquadramento e o lidar com a zanga/ conflito/ rejeio tendem a acontecer a partir da fase intermdia at s ltimas sesses. A anlise das diferenas entre os familiares com baixa EE e os de elevada EE, mostrou que os familiares com elevada EE tendem a tornar-se o foco da interveno grupal. Por sua vez, os familiares com baixa EE recebem mais estratgias relacionadas com aliana teraputica, comparativamente com os familiares com elevada EE. So de realar os dados relativamente s estratgias educativas. Foi possvel observar que estas tendem a acontecer mais no incio dos grupos, no estando associadas a outras estratgias. Contudo de notar a sua baixa utilizao, a rondar apenas os 5%.O Estudo 3 (descrito no Captulo 4) surgiu como uma forma de completar a anlise do Estudo 2, permitindo uma viso mais narrativa do processo e focando, adicionalmente, as mudanas que ocorrem nos participantes. Com base nos mesmos registos utilizados no Estudo 2, codificmos de forma secundria os registos em duas categorias i.e. marcadores de mudana e marcadores emocionais. Os marcadores de mudana foram cotados sempre que um participante exibia comportamentos ou pensamentos diferentes dos anteriores no sentido de uma eventual reduo na EE. Os marcadores emocionais correspondiam expresso intensa de sentimentos por parte dos participantes nas sesses e que estariam relacionados com assuntos-chave para essas pessoas. Os excertos que continham a informao destes marcadores foram posteriormente revistos e articulados com notas e comentrios no estruturados que recolhemos durante a codificao do Estudo 2. Com base nesta informao os registos foram revistos e, utilizando um mtodo indutivo, elabormos uma narrativa acerca da interveno. Os resultados da narrativa foram discutidos com dados de que dispnhamos, referentes a reunies com os terapeutas envolvidos na interveno em anlise (Elizabeth Kuipers, Ruth Berkowitz e Julian Leff; Londres, Novembro de 2011). Reconhecemos que, pela sua natureza no estruturada e indutiva, a avaliao narrativa est mais sujeita ao vis de observador. No obstante, os resultados deste Estudo 3 parecem revestir uma consistncia elevada. O mais relevante foi a evidncia de que na interveno em anlise ocorreram mudanas emocionais significativas nos familiares ao longo das sesses em grupo. Numa fase inicial os familiares tenderam a expressar sentimentos de zanga. Seguidamente, os terapeutas iam nterrompendo o discurso de reminiscncias, direccionavam o discurso para as suas preocupaes actuais e os familiares pareciam ficar mais calmos. Contudo, medida que os 143 participantes mergulhavam nos problemas com que se confrontavam na altura, os sentimentos de zanga davam lugar a sentimentos de perda e angstia. Nessa altura os terapeutas enfatizavam o suporte emocional e introduziam progressivamente tcnicas de reenquadramento para ajudar os participantes a avaliar de forma mais positiva as situaes. Este trabalho dava lugar a sentimentos mais positivos, como a aceitao, apreo e a sensao de controlo. O Estudo 3 evidenciou tambm o que designamos como o Efeito de Passagem de Testemunho. Este efeito aconteceu sempre que um membro novo se juntava ao grupo. Os membros antigos, que estavam a ser o alvo das atenes e naturalmente a receber mais interveno, mudam de papel e passam eles prprios a focar as suas atenes nos membros mais recentes do grupo, contribuindo para a dinmica do grupo com as mesmas intervenes que os ajudaram previamente. Por exemplo, alguns membros antigos que eram altamente crticos nos grupos em relao aos seus familiares passavam a fazer comentrios de reenquadramento dirigidos para os novos membros. Por fim, o Captulo 5 resume as concluses gerais deste projecto de investigao. Os estudos apresentados permitiram um incremento no conhecimento acerca do processo das IFP. Anteriormente esta informao era baseada sobretudo na opinio de peritos. Com este projecto aumentmos o nvel de evidncia ao apresentar estudos com base em dados empricos. A anlise qualitativa do Estudo 2 permitiu pela primeira vez, tanto quanto do nosso conhecimento, perceber de forma aprofundada o processo subjacente a uma IFP (no contexto de um ensaio clnico que se revelou como um dos mais eficazes de sempre). Identificmos as estratgias mais utilizadas, as relaes entre elas e a sua diferente aplicao entre familiares com baixa EE e familiares com alta EE.O Estudo 3 completou a informao incluindo aspectos relacionados com as mudanas individuais durante o programa. No final foi possvel perceber que as IFP devem ser um programa por etapas. Nos Estudo 2 e 3, evidencimos que numa fase inicial, os terapeutas dedicaram especial ateno para que os familiares tivessem espao para partilharem as suas necessidades, disponibilizando logo de seguida estratgias para promover o suporte emocional e estratgias de coping. Num nvel subsequente do programa, o trabalho teraputico avanou para estratgias mais direccionadas para regular a EE, mantendo sempre as estratgias iniciais ao longo das sesses. Assim apesar de a educao ter sido um componente importante na IFP em anlise, houve outras estratgias mais relevantes no processo. A evidncia gerada pelos Estudos 2 e 3 baseou-se em registos histricos de elevado valor, sendo que os constructos subjacentes na poca, nomeadamente a EE, continuam a ser a base da investigao e prtica das IFP a nvel mundial em diferentes culturas (Butzlaff & Hooley, 1998). Conclumos que as IFP so um processo complexo com diferentes nveis de interveno, podendo gerar mudanas emocionais nos participantes durante as sesses. No futuro ser importante replicar o nosso trabalho (nomeadamente o Estudo 2) com outras abordagens de IFP, de modo a obter informao acerca do seu processo. Esse conhecimento ser fundamental para uma possvel evoluo do paradigma das IFP. ----------- ABSTRACT: Background: Psychotic-spectrum disorders are complex biopsychosocial conditions and family issues are important determinants of prognosis. The discovery of the influence of expressed emotion on the course of schizophrenia paved the road to the development of family interventions aiming to lower the emotional temperature in the family. These treatment approaches became widely recognised. Effectiveness studies showed remarkable and strong results in relapse prevention and these interventions were generalised to other psychotic disorders besides schizophrenia. Family interventions for psychosis (FIP) prospered and were included in the most important treatment guidelines. However, there was little knowledge about the process of FIP. Different FIP approaches all led to similar outcomes. This intriguing fact caught the attention of authors and attempts were made to identify the key-elements of FIP. Notwithstanding, these efforts were mainly based on experts opinions and the conclusions were scanty. Therefore, the knowledge about the process of FIP remains unclear. Aims: To find out which are the key-elements of FIP based on empirical data. Methods: Qualitative research. Three studies were conducted to explore the process of FIP and isolate variables that allowed the identification of the key-elements of FIP. Study 1 consisted of a systematic literature review of studies evaluating process-related variables of FIP. Study 2 subjected the intervention records of a formerly conducted effective clinical trial of FIP to a qualitative analysis. Records were analysed into categories and the emerging data were explored using descriptive statistics and generalised estimating equations. Study 3 consisted of a narrative evaluation using an inductive qualitative approach, examining the same data of Study 2. Emotional markers and markers of change were identified in the records and the content of these excerpts was synthesised and discussed. Results: On Study 1, searches revealed 733 results and 22 papers were included in the qualitative synthesis. We found a single study comprehensively exploring the process of FIP. All other studies focused on particular aspects of the process-related variables. The key-elements of FIP seemed to be the so-called common therapeutic factors, followed by education about the illness and coping skills training. Other elements were also identified, as the majority of studies evidenced a multiple array of components. Study 2,revealed as the most used strategies in the intervention programme we analysed: the addressing of needs; sharing; coping skills and advice; emotional support; dealing with overinvolvement; and reframing relatives views about patients behaviours. Patterns of the usefulness of the strategies throughout the intervention programme were identified and differences between high expressed emotion and low expressed emotion relatives were elucidated. Study 3 accumulated evidence that relatives experience different emotions during group sessions, ranging from anger to grief, and later on, to acceptance and positive feelings. Discussion: Study 1 suggested a stepped model of intervention according to the needs of the families. It also revealed a gap in qualitative research of FIP. Study 2 demonstrated that therapists of the trial under analysis often created opportunities for relatives to express and share their concerns throughout the entire treatment programme. The use of this strategy was immediately followed by coping skills enhancement, advice and emotional support. Strategies aiming to deal with overinvolvement may also occur early in the treatment programme. Reframing was the next most used strategy, followed by dealing with anger, conflict and rejection. This middle and later work seems to operate in lowering criticism and hostility, while the former seems to diminish overinvolvement. Single-family sessions may be used to augment the work developed in the relatives groups. Study 3 revealed a missing part of Study 2. It demonstrated that the process of FIP promotes emotional changes in the relatives and therapists must be sensitive to the emotional pathway of each participant in the group.

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A presente dissertao intitulada Reformulao da definio: conceito de equao para os alunos do 1. Ciclo do Ensino Secundrio em Angola tem como objectivo analisar as definies que se encontram nos manuais do aluno de Matemtica do ciclo em referncia. Para materializao deste desiderato organizamos um corpus constitudo por textos dos trs manuais que constituem o 1. Ciclo, designadamente, manual do aluno da 7., 8. e 9. classe. A anlise da definio foi feita com base nas linhas orientadoras para a elaborao de uma definio terminolgica. Estas linhas orientadoras correspondem aos procedimentos que adoptmos nesta dissertao, para a anlise e para a proposta de reformulao da definio terminolgica. O interesse pelo tema surgiu da necessidade de contribuir para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Matemtica. Tendo em conta que a definio terminolgica visa em primeiro lugar estabilizar o conceito por meio da identificao de caractersticas que lhes so peculiares permitindo a diferenciao entre conceitos no seio de outros conceitos. a partir das definies que os alunos tero acesso aos conceitos, podendo at relacionar os vrios conceitos do domnio. Desta feita, tanto o professor como o aluno beneficiaro da existncia de uma boa definio. O aluno, por intermdio da definio, chegar ao conceito; o professor, por sua vez, ter melhores ferramentas as definies para transmitir conhecimentos.

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Sustentado numa abordagem conceptual da Terminologia, o trabalho de investigao que a seguir se desenvolve visa propor um cenrio de resposta questo: como se define o blended learning no contexto educativo de Ensino Superior Ps-Bolonha? A necessidade de compreender, delimitar e harmonizar o conceito de blended learning no panorama actual do Ensino Superior, resulta do pressuposto de que muito embora proliferem descries de prticas e modelos para a sua operacionalizao de reconhecida qualidade - tal como sucede com outros conceitos sob alada da educao a distncia - a reflexo terica ainda insuficiente. Com efeito, para responder questo supra-colocada, prope-se o desenho de uma metodologia para construo de uma definio intensional do conceito de blended learning que herde, subsuma e melhore o conhecimento existente, identificado atravs da anlise de texto para fins onomasiolgicos e de um processo de elicitao de conhecimento tcito e de negociao discursiva junto de sujeitos especializados. A proposta de desenho metodolgico que neste trabalho de esboa escora-se globalmente em trs etapas: (1) etapa exploratria do domnio-objecto de estudo; (2) etapa de anlise onamasiolgica de evidncia textual e discursiva; (3) etapa de modelizao e de validao de resultados. Pretende-se, em primeiro lugar, atravs do estudo do espao conceptual das modalidades de educao que se situam no continuum presena-distncia sistematizar e ordenar as vises analisadas, propondo representaes de educao presencial, educao a distncia, e-learning, educao online, aprendizagem enriquecida por tecnologias e ainda de outras modalidades emergentes. As representaes assumem o carcter de proposta aberta e decorrem da necessidade de uma primeira ordenao no sentido de topografrar, delineando - a um nvel macro - o possvel lugar do conceito de blended learning naquele cenrio. Num segundo momento, aprofunda-se e circunscreve-se a anlise, depurando a evidncia observada, agora reduzida a um conjunto de contextos ricos em informao conceptual um corpus escrito e oral de definies e descries de blended learning identificando candidatas a caractersticas essenciais e candidatas a caractersticas acidentais. Num terceiro momento, procede-se modelizao do conhecimento, encapsulando-a numa proposta de definio sujeita a um processo iterativo e reflexivo, constitudo por um conjunto de ciclos de investigao-aco, os quais reflectem a sequncia de interaces entre o terminlogo e sujeitos especializados. Defender-se- que a experimentao deste desenho revela a produtividade de uma sequncia cclica entre a anlise textual e discursiva para fins onomasiolgicos, a interaco colaborativa e a introspeco. Por outras palavras, embora a natureza do estudo realizado no permita a generalizao, para alm da relao didica de mediao que o terminolgo estabelece com o especialista, defende-se a produtividade de um procedimento de aco-reflexo autnomo, solitrio e introspectivo, no mbito da qual o terminlogo se afirma como sujeito conceptualizador, decisor e interventor. Resultam deste percurso uma proposta de definio e de descrio de blended learning em lngua portuguesa que acreditamos poder servir diferentes actores da comunidade acadmica envolvida neste domnio de especialidade.

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O que a matria? Como alcanar a sua intimidade? Esta investigao parte de um questionamento e procura desenvolver uma reflexo luz de um duplo olhar indissocivel e humano, artstico e cientfico. Do ponto de vista pessoal/profissional, o processo de trabalho configurou-se como um contributo transversal e reflexivo que d visibilidade natureza constituinte da interaco sujeito-matria (matria do corpo, matria do mundo) e que se revela numa alteridade de caminho subjacente ao prprio fazerr tastico. Neste contexto, as investigaes cientfica e artstica decorrem em paralelo. Do ponto de vista epistemolgico e esttico, a temtica contextualiza-se no pensamento contemporneo e integra-se na ptica de Gaston Bachelard (com destaque para as obras O Materialismo Racional e A Potica do Espao). Em Bachelard, a raz de ser-se humano decorre da articulao entre a razo e a imaginao. Desta forma, partimos de uma dialctica que possibilita o aprofundamento do conceito. Entre o olhar que normaliza, que procura, que discerne e o que olhado e se deixa submergir pelo mundo, cria-se um movimento relacional e de abertura. Do ponto de vista cientfico, desenvolvem-se duas linhas de investigao (duas formas de aproximao da intimidade da matria): uma por aco da vida e a outra por aco do calor. No decorrer das investigaes, o aprofundamento do conceito possibilita uma articulao de sentido que coloca em causa o prprio fazer artstico. Entre o homem e a matria, d-se a inverso do sentido de habitar e o acto poitico que torna visvel esse indizvel. A srie de trabalhos artsticos que acompanha a dissertao advm de duas exposies que foram desenvolvidas no contexto da investigao e apresentadas no Museu Nacional da Cincia e Histria Natural da Universidade de Lisboa.

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Nesta dissertao analisamos a forma como quatro obras literrias contemporneas se podem constituir como espao cultural de memria histrico-poltica das dcadas que em Portugal e Espanha se seguiram implantao dos regimes democrticos. O trabalho incide na anlise de Os Memorveis, de Ldia Jorge, Novembro, de Jaime Nogueira Pinto, Las leyes de la frontera, de Javier Cercas, e Romanticismo, de Manuel Longares. Procede-se anlise comparativa dos quatro romances e forma como cada um problematiza dois perodos fundamentais da histria recente dos dois pases. So tambm tratadas as questes relacionadas com o dilogo entre o conhecimento histrico e literrio, o lado fictcio e imaginrio da histria e a contribuio da memria para a reconstruo dos processos histricos. Procura-se tambm entender de que forma a literatura se constitui como uma forma de reflexo catrtica e crtica, como suscita a problematizao do momento presente, e que marcas pessoais e/ou autobiogrficas os autores deixam transparecer nas suas obras.

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Tendo como caso de estudo um conjunto documental do Arquivo Histrico dos Museus da Universidade de Lisboa (AHMUL) Museu Nacional de Histria Natural e da Cincia (MUHNAC), anteriormente fazendo parte do antigo Arquivo Histrico do Museu Bocage fortemente atingido por um incndio em 1978, o objectivo principal desta investigao dar incio pesquisa e explorar a possibilidade de aplicao de mtodos no invasivos de restauro digital, como a tcnica de digitalizao volumtrica (volumetric scanning), para a recuperao da informao escrita na parte mais deteriorada do arquivo; e propor mtodos de estabilizao/recuperao do seu suporte fsico, usando tcnicas tradicionais de conservao e restauro. Assim, o objectivo deste estudo no apenas rever mtodos de recuperao da informao para estes documentos tidos como perdidos, mas tambm propor uma forma de recuperar, tanto quanto possvel, o seu suporte original. Ser realizada a caracterizao material da coleco, com recurso a mtodos de exame e anlise e o diagnstico de conservao da parte da coleco mais deteriorada, bem como uma contextualizao histrica sobre o arquivo e as condies do incndio. Como concluses principais salienta-se a confirmao da possibilidade de aplicao de tcnicas de digitalizao, os resultados promissores de outras tcnicas como a fotografia de infravermelho com recurso adicional a software de processamento da imagem e o uso da imagem multiespectral em documentos carbonizados, alm do estabelecimento de uma proposta de protocolo de interveno para documentos queimados, com recurso a dois teres de celulose, com diferentes solventes (gua e etanol) de acordo com a solubilidade dos meios de escrita. Pretendeu-se ainda com este estudo contribuir para a divulgao da existncia deste fundo do AHMUL em especfico, tendo sido fundamental a realizao, aps 37 anos, do primeiro registo e compilao de fontes documentais sobre o incndio de 18 de maro de 1978, um facto to relevante para a Memria do MUHNAC e dos Museus de Portugal.

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Projecto que acompanha o trabalho da Associao Renovar a Mouraria, com sede na Casa Conunitria da Mouraria. Tenta captar de que forma as actividades desta reflectem os processos sociais em curso no bairro, nomeadamente os fluxos de imigrao, a reabilitao urbana e a gentrificao. dado nfase dificuldade em construir relaes de confiana entre populao e estruturas de poder num bairro fortemente ostracizado. Enquanto filme etnogrfico, as imagens tendem a mostrar linhas narrativas de actividades mais relevantes na associao. Coloca tambm questes de apropriao do espao urbano e de como as pessoas se definem a si prprias e ao stio onde vivem.