52 resultados para Mulheres Conduta 1950-1959
Resumo:
O propsito do presente trabalho analisar o acesso da mulher no parlamento moambicano, e tentar explicar a razo do bom desempenho em atingir um alto nmero de deputadas e qual o grau da sua participao na poltica. Nos ltimos vinte anos, em consequncia da democracia que se fez sentir em todos os cantos do mundo, tem-se assistido ao alargamento do espao para uma maior participao poltica dos cidados nos processos de tomada de deciso em todos os nveis. Igualmente, assistiu-se a integrao de novas perspectivas de participao poltica do cidado, dentro as quais, a perspectiva orientada para factores de gnero, como uma maneira de entender a relao e interaco entre homens e mulheres na esfera poltica. Os diferentes processos de transio poltica que marcaram o continente africano nos finais dos anos 80 e incio dos anos 90, possibilitaram a abertura para uma maior participao do cidado nos processos polticos, econmicos, sociais, porm, alguns estudos, indicam que tal abertura ainda no est a produzir mudanas no que concerne eliminao das desigualdades entre homens e mulheres na participao poltica. Os homens ainda continuam a ocupar lugares de destaque nos centros de tomada de deciso em relao s mulheres, o que nos permite concluir que ainda existem discrepncias nas relaes entre homens e mulheres, bem como no espao de tomada de deciso. O nmero crescente de mulheres a cargos de direco e chefia, bem como, o seu envolvimento e participao na tomada de decises a vrios nveis, fazem parte dos resultados das aces empreendidas pelo governo e pela sociedade civil para o avano da mulher e equilbrio das relaes de gnero. O que permite perceber o reconhecimento da importncia de envolver as mulheres nos processos de tomada de deciso a todos os nveis. VI Moambique tem uma alta percentagem de mulheres parlamentares (39,2%), cenrio que de acordo com Agncia Sueca de Desenvolvimento Internacional (ASDI) 2005, um dos motivos deve-se ao sistema de quotas adoptado pelo partido FRELIMO (Frente de Libertao de Moambique) que prev que a mulher deve perfazer um tero das candidaturas. Factor este que em 2005, fez com que Moambique atingisse 30% nos rgos de deciso conforme o recomendado pela Commonwealth. O acesso ao poder e a participao da mulher no parlamento moambicano contribui para trazer mudanas nas relaes de gnero, assim como na definio de polticas e estratgias que visam uma maior emancipao da mulher. No entanto, este reconhecimento no se expressa ainda num real acesso e exerccio poltico por parte das mulheres, pois estas ainda enfrentam uma srie de barreiras a nvel familiar, comunitrio e institucional para aceder ao espao poltico. Mesmo nos cenrios em que elas acedem ao espao poltico no fazem o uso devido de modo a influenciar os processos e agendas polticas para a necessidade de incorporar aspectos de gnero, ou orientados para o esforo das capacidades de participao das mulheres. A participao da mulher no parlamento no pode ser medida apenas em termos do nmero de mulheres que fazem parte do parlamento, esses nmeros, no podem ser tomados como sinnimo de melhoria generalizada dos direitos e oportunidades das mulheres.
Resumo:
O modo como os corpos das mulheres so afectados pela desigualdade de gnero um problema social que tem vindo a ganhar visibilidade crescente nas sociedades ocidentais desde os movimentos feministas da Segunda Vaga. Nesse sentido, o lema feminista dos anos 1970 os nossos corpos, ns mesmas reflecte a tomada de conscincia das mulheres de que os corpos so o produto da aco de valores e prticas sociais, bem como da necessidade de reclamarem o controlo sobre os seus corpos para poderem formar livremente as suas identidades, autodeterminando-se e criando-se a si mesmas como Sujeitos. Quatro dcadas volvidas, este mote continua a ser recorrente, mantendo um lugar de destaque na videoarte de mulheres. Tendo por pano de fundo uma linha orientadora que cruza trs vectores a arte, o gnero, e os movimentos sociais feministas , e os seus pensadores e acadmicos principais em diversos ramos da Sociologia e das Artes Visuais, bem como das Humanidades, construmos o objecto de estudo, focado sobre as relaes entre a videoarte de mulheres centrada no corpo na identidade e na autodeterminao, a dimenso de gnero e os movimentos sociais feministas, no perodo compreendido de 1965 a 2007, num contexto ocidental. A metodologia usada teve como objectivo fundamental efectuar a ponte entre o nvel microssociolgico das expresses, condutas e gestos corporais presentes nos vdeos e o plano macrossociolgico das foras sociais mais amplas, institucionalizadas e origem de desigualdades, como as foras de gnero e as de raa. Nesse sentido, socorremo-nos da anlise de contedo de um conjunto de vdeos por meio da contabilizao de categorias anlise de contedo relativas s principais temticas relevantes para o objecto de estudo, como o corpo, a sexualidade, a violncia, o olhar, as incorporaes de masculinidades e de feminilidades, o Sujeito e o No-sujeito. Concluiu-se, deste estudo, que existe, seguramente desde os anos 1960, um trajecto que continua a ser percorrido nos nossos dias, conduzindo da dessubjectivao das mulheres sua subjectivao. Na realidade, verifica-se a denncia das circunstncias em que vivem submetidas as mulheres No- sujeito, designadamente: no casamento enquanto mercantilizao do trabalho domstico feminino, fsico, emocional e afectivo, no remunerado; na incorporao das normas patriarcais de feminilidade; na interseco das desigualdades de gnero com as de raa, e as de idade; na comercializao e objectificao dos seus corpos na publicidade e na pornografia; na violncia de diversos tipos, como a sociocultural, a sexual e a psicolgica, exercida contra as mulheres. Nota-se, simultaneamente, um movimento progressivo em direco s mulheres Sujeito, ilustrado, por exemplo: na capacidade de apresentao de uma narrativa da representao de si mesmas auto- reflexiva e coerente; no controlo sobre a funo reprodutora do seu corpo; na promoo de uma sexualidade plstica ligada relao pura e ao amor confluente assente no mutualismo, no subjugada heterossexualidade, ao casamento e famlia nuclear; no recombinar dos plos dicotmicos e hierarquizados em que se baseou toda a modernidade como os da vida pblica e os da vida privada. Tendo, neste momento, como oponente aguerrido o neoliberalismo que procura dividir, desigualar e hierarquizar as sociedades, as mulheres Sujeito so, alis, as actrizes centrais de todo o movimento feminista, sobretudo preocupado at aos anos 1980 com reivindicaes pela paridade no seio do que se poder denominar de poltica da emancipao, tendo depois disso passado a um trabalho em prol de uma poltica da vida e das sexualidades impulsionado pelo pensamento Queer e feminismos da Terceira Vaga
Resumo:
Este artigo tem por base um estudo enquadrado no uso de materiais/modelos de ensino da Matemtica na dcada de 60, aquando da implementao do Movimento Matemtica Moderna, em Portugal. Para atingir este objectivo definimos trs questes: 1) J havia interesse no uso destes novos mtodos de ensino, e consequentemente no uso de materiais diversos que levassem a uma melhor aprendizagem por parte dos alunos, antes da dcada de 60? 2) De que modo os professores aplicaram e usaram estes mtodos/materiais na sua prtica docente? E que formao tiveram? 3) Quais os mtodos e materiais que os professores utilizavam nas suas aulas? O foco central deste trabalho parte da anlise de dois artigos escritos na revista Labor, o primeiro em 1952 e o segundo em 1960, pelo professor Antnio Augusto Lopes1 sobre o uso de materiais no 1 ciclo e o Laboratrio de Matemtica. Toda a pesquisa deste trabalho focou-se na interpretao de material fornecido pelo professor Lopes (manuscritos, relatrios, livros e fotografias, documentos do Ministrio da Educao Nacional), bem como por reflexes e comentrios do prprio, registadas na forma de entrevista,2 sobre o que foi o Movimento Matemtica Moderna ao nvel da prtica docente, com recurso a novas metodologias e materiais de ensino. O perodo que ir ser analisado em termos cronolgicos ser de 1957 a 1965, isto porque um perodo experimental e de mudana. A reunio de 57 da CIEAEM em Madrid o marco histrico que ir despoletar o interesse da Comisso e de Augusto Lopes para a aplicao dos novos materiais\modelos. Apesar de s em 1965 serem criadas as primeiras turmas piloto para aplicao das metodologias e dos novos materiais\modelos preconizadas pelo MMM.
Resumo:
Em Portugal, a Antropologia, enquanto prtica cientfica nas suas diversas assunes, leva j um sculo de existncia, estando todavia por fazer uma Histria da Antropologia Portuguesa. Existem, certo, vises parcelares, mas mesmo essas surgidas apenas nas ltimas duas dcadas e referindo-se, quase que exclusivamente, ao contexto metropolitano10. A dimenso colonial, ou tem sido sistematicamente ignorada, ou tem-se prestado a leituras algo marcadas por uma viso demasiado ideolgica 11. Esse quase desconhecimento do seu prprio passado poder ter origem naquela cegueira histrica referida por Thomas Kuhn e que conduz, como consequncia mais evidente, a uma distoro drstica da percepo que o cientista possui do passado da sua disciplina12, ou, ento, resultar do relativo atraso da Antropologia Portuguesa. Mas estas so leituras demasiado extemporneas, isto , sem que se proceda retrospeco factual e analtica das prticas antropolgicas portuguesas no se poder emitir qualquer parecer nessa rea. Torna-se imperioso, por isso mesmo, reconstituir a Histria da Antropologia Portuguesa, conhecer as suas motivaes, dar conta das suas limitaes, o que conduzir, necessariamente, a uma mais completa compreenso das suas realizaes, tanto as do passado, como as do presente.
Resumo:
Este projecto de investigao teve como aspirao analisar as articulaes e desconexes em torno das categorias de classe e gnero, em dilogo com a dicotomia igualdade versus diferena, e centrando-nos no estudo da revista da Mulheres. A histria desta permite-nos compreender melhor as imagens dominantes da mulher portuguesa nos anos 80, sendo que o projecto da revista opera uma dupla recusa: por oposio ao passado, recusa-se a imagem da mulher conservadora vinculada pelo fascismo portugus e o catolicismo; e por oposio ao capitalismo, recusa-se a imagem da mulher liberalizada. Neste sentido, procedemos numa primeira parte, histria da revista e do meio em que se relaciona. Numa segunda parte, procedemos a uma anlise dos contedos da revista a partir das categorias de trabalho e cultura. E, finalmente numa terceira parte, desenvolvemos uma reflexo mais crtica sobre o sujeito mulheres e as representaes na poltica. Abstract