42 resultados para Serviços de saúde
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RESUMO - A temtica da contratualizao no contexto da reforma dos cuidados de saúde primrios tem suscitado grande controvrsia, sendo certo, porm, que se tornou tambm uma questo incontornvel na organizao dos serviços de saúde. Por outro lado, o aperfeioamento dos processos de contratualizao e o desenvolvimento de ferramentas adequadas ao bom desempenho das unidades prestadoras constituem, nos dias de hoje, um assunto prioritrio nas organizaes de saúde de todo o mundo. Atravs de uma reviso bibliogrfica extensiva, pretendeu-se conhecer as experincias de contratualizao, em contexto de cuidados de saúde primrios, desenvolvidas e/ou em curso em alguns pases, tendo em vista, em ltima anlise, contribuir para uma reflexo sobre os modelos implementados ou sustentar a adopo de novas abordagens para este nvel de cuidados em Portugal, tendo por base a evidncia internacional. ------------- -------------ABSTRACT The contracting of health services in the context of primary health care reform has aroused heated debate, however, it became definitively a key element in the organization of health services. Furthermore, the continuous improvement of the contracting process and development of suitable tools to develop the performance of health care providers are considered, today, a matter of the highest importance in healthcare organizations throughout the world. Following an extensive bibliographic review, we identified and characterized some contracting experiences in the primary health care context, which were developed and/or are still going on in some countries, in order to contribute to the reflection on the current models and eventually support the adoption of new approaches in Por
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O processo de tomada de deciso familiar de institucionalizar um parente idoso com demncia e as equipas de cuidados primrios de saúde FILIPA JOAQUIM PALAVRAS CHAVE: Doente, Idoso, Demncia, Famlia, Processo de Tomada de Deciso, Equipa de Cuidados Primrios de Saúde, Cuidados de Longa Durao Pretende se com a proposta de investigao, estudar a gesto de transferncia de um doente idoso com demncia, para os cuidados de longa durao, atravs da anlise do processo de tomada de deciso, levado a cabo pelas famlias destes pacientes, tendo como referncia o Modelo Multidisciplinar de Avaliao e Tomada de Deciso de Beckingham e Baumann (1990) e Modelo de Utilizao de Serviços de Saúde de Dutton (1986). Ir-se- explorar como as famlias experienciam este processo de gesto de transferncia de cuidados, e o papel desempenhado pela equipa de cuidados primrios de saúde. Optou-se por uma abordagem qualitativa, com desenho de estudo de caso inclusivo, a realizar na Instituio Particular de Solidariedade Social (IPSS), Lar de S. Cristvo, situada no concelho de Leiria, com duas unidades de anlise embutidas: famlias (representadas pelos cuidadores principais do familiar doente) e equipas de cuidados de saúde primrios. Os mtodos de recolha de dados utilizados so a entrevista semi-estruturada e focus-grupo. A anlise dos dados efectuada atravs dos mtodos de anlise de contedo e anlise estatstica. A todos os participantes ser pedido o seu consentimento livre e esclarecido, atravs de documento escrito, garantindo a sua privacidade e o sigilo das informaes cedidas. Com a presente investigao, pretende-se dar um contributo para a introduo de novas prticas de colaborao, acesso e melhoria da qualidade dos serviços, centrados na perspectiva do paciente, a fim de facilitar a transio entre os diferentes nveis de cuidados de saúde.
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Num contexto de mudana organizacional, a crescente complexidade do sector da Saúde representa grandes desafios para aqueles que nela assumem actualmente as funes de gesto. Existe cada vez mais consenso de que a aposta na qualidade da fora de trabalho em Saúde um factor crtico para o sucesso de qualquer tipo de Reforma da Saúde. Partindo destas premissas, o objectivo desta investigao estudar as percepes dos 73 Directores Executivos (DE) dos Agrupamentos dos Centros de Saúde (ACES) em Portugal na dimenso de conhecimentos, habilidades e atitudes, para assim obter um diagnstico que permita perceber a sua contribuio como gestores no processo de Reforma dos Cuidados de Saúde Primrios. O estudo realiza-se em dois perodos, sendo o ponto de partida os dados de 2008 referentes ao incio da funo dos DE e os dados de 2009, aps a participao no curso PACES, o ponto de comparao. Atravs de uma abordagem e metodologia de tratamento de dados essencialmente quantitativa, foram determinadas certas concluses que permitem obter uma primeira aproximao a evoluo dos perfis de gestores destes DE e a sua coerncia com as recomendaes realizadas pela Literatura. Apesar de depois de um ano certas mudanas poderem ser observadas, a falta de nfase na importncia das pessoas certas nos lugares certos pode-se vir a converter num factor comprometedor. Num cenrio onde a maioria dos DE so mdicos de profisso com escassa formao em gesto, o desenvolvimento de competncias de gesto e liderana fundamental. A realidade dos ACES e os desafios enfrentados pelos seus lderes devem ainda ser mais explorados. No entanto, para facilitar a mudana e avanar na integrao dos serviços de Saúde e eficincia necessria, deve-se focar no factor mais determinante de uma organizao: as suas pessoas. Estudar as suas necessidades de gesto e as suas competncias permite aproveitar melhor as oportunidades inerentes a um processo de mudana. PALAVRAS CHAVE: Gesto; Liderana: Competncias: Conhecimentos; Habilidades; Atitudes; Reforma dos Cuidados Primrios; Directores Executivos; ACES; Portugal.
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Resumo: A crie dentria, um problema que tem atingido populaes em grande parte do mundo, a doena de maior prevalncia da cavidade oral, gerando graves consequncias econmicas e sociais. Esta doena tem sido estudada ao longo do tempo em diferentes pases com o emprego de diversos ndices, geralmente para o estudo da sua prevalncia, a avaliao de medidas preventivas e o adequado planeamento das aces e serviços de saúde oral. O objectivo deste Projecto foi determinar se a escovagem quando realizada na escola com pasta fluoretada, e supervisionada pelos professores, duas vezes por dia, seria ou no eficaz na diminuio das populaes microbianas de Streptococcus mutans e Lactobacillus e na consequente diminuio da incidncia de crie dentria. Material e mtodos: Foram seleccionadas todas as crianas (universo = 178), com idades compreendidas entre os 5, 6 e 7 anos, residentes no Concelho de Aljustrel e a frequentar o pr-escolar e o primeiro ciclo do ensino bsico oficial. Foi realizada a escovagem bi-diria com pasta fluoretada a 500 ppm F-, na escola, segundo o mtodo de Bass modificado, supervisionado pelos professores titulares de turma, que tiveram formao da tcnica de escovagem utilizada. Durante os 3 anos de estudo foram realizadas 6 observaes dentrias e recolhas salivares para contagem de Streptococcus mutans e Lactobacillus e avaliao da capacidade tampo da saliva. Resultados: O grupo de estudo no incio da interveno apresentava valores dos ndices de crie dentria mais elevados do que os do grupo de controlo (mais 0,109 no CPO-S, 0,0749 no CPO-D, 1,505 no cpo-s e 0,831 no cpo-d), porm sem diferenas de significncia estatstica. A anlise estatstica dos resultados no veio confirmar este pressuposto uma vez que o grupo de estudo apresentou um aumento percentual ligeiramente maior do ndice CPO-D (12,5%) do que o grupo de controlo (11,6%). Para alm deste aspecto, ao contrrio do que seria de esperar, no foi possvel detectar nenhuma diferena estatisticamente significativa em nenhum dos ndices de crie dentria (cpo-s, cpo-d, CPO-S e CPO-D) entre o grupo de estudo e grupo de controlo entre a 1 e ltima observao.Ainda que os resultados do estudo aqui apresentado tenham ficado aqum do esperado, deveria ser efectuada a escovagem diria na escola, uma vez por dia, com pasta fluoretada a 1000 ppm F-, atendendo a que esta medida contribui para a promoo da saúde e preveno da doena e facilitadora da construo de estilos de vida saudveis.-------ABSTRACT: Dental caries, a problem that has affected populations worldwide, is one of the most prevalent diseases of the oral cavity, causing severe economic and social consequences. This disease has been studied over time in different countries with the use of various indices, usually for the knowledge of its prevalence, evaluation of preventive measures and appropriate planning of actions and oral services. The aim of this study was to determine whether toothbrushing when performed in schools, with fluoride toothpaste, and supervised by teachers twice a day, was effective in reducing microbial populations of Streptococcus mutans and Lactobacillus with consequent reduction in the incidence of dental caries. Material and Methods: All children aged 5, 6, and 7 years, from Aljustrel County, attending official pre-school and first cycle of basic educatio were selected. Toothbrushing was performed twice a day with toothpaste with 500 ppm F-,in the school, according to the modified Bass method, supervised by professors in the class, who were trained in the brushing technique used. During the study period were performed 6 observations of the dental status, and were also collected saliva for the count of Streptococcus mutans and Lactobacillus, and assessment of buffering capacity of saliva. Results: The study group at the beginning of the intervention had higher values of dental caries than the control group (more than 0,109 in DMF-S, 0, 0749 in DMF, dmf-s 1,505 and 0,831 in dmf-t) although without statistical significance. The expected results were not confirmed, since the study group had a slightly higher percentage increase of the DMF-T (12,5%) than the control group (11,6%). Apart from that, contrary to what one would expect, we could not detect any statistical significant difference in any of the indices of dental caries (dmf-s, dmf-t and DMF-S, DMF-T) between the study and the control group in all study periods. Although the study results were not has expected, toothbrushing should be performed daily at school, once a day with fluoride toothpaste with 1000 ppm F-, since this measure contributes to health promotion and disease prevention and encourages healthy lifestyles.
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RESUMO: O desenvolvimento de serviços locais adequados deve ser baseado numa avaliao sistemtica das necessidades e resultados obtidos nos cuidados a uma populao de indivduos identificados como apresentando uma doena mental na rea de referenciao do servio. Neste sentido foram utilizados os seguintes mtodos: dados epidemiolgicos acerca das necessidades locais e taxas de utilizao de serviços a nvel nacional e local, este ltimo com base no case-register. Os diagnsticos de maior prevalncia em ambulatrio so as perturbaes de humor e as perturbaes neurticas de stress ou somatoformes, com uma preponderncia de doenas mentais comuns (depresso e ansiedade) em serviços de psiquiatria. Constatam-se baixas taxas de abandono da consulta (12%). A idade, a doena e a escolaridade esto correlacionados com o risco de drop-out, mas utilizada a regresso logstica, a idade e a escolaridade perdem o seu significado estatstico. Encontram-se taxas reduzidas de drop-out dos indivduos com psicose ou perturbaes bipolares, em virtude da interveno activa da equipa. Os custos de transporte, a distncia ao local de consulta e o tempo de espera para a primeira consulta so barreiras no acesso aos cuidados a nvel local. Os cuidadores no se sentem apoiados pela rede de suporte social e queixam-se sobretudo da acessibilidade, mas exibem elevadas taxas de satisfao com os serviços prestados. Decidiu-se apostar numa organizao do servio baseada na comunidade, com intervenes baseadas na evidncia, dando prioridade ao doente mental grave e qualidade dos cuidados.----------- ABSTRACT: The development of appropriate local services should be based on a systematic assessment of the needs and outcomes of the population of individuals identified as mentally ill within the services catchment area. A number of methods may be used as proxies in assessing local needs for services, such as service utilization rates found nationally and locally, by case-register. The most prevalent diagnoses in ambulatory care are mood disorders and neurotic, stress and somatoform disorders, with a majority of common mental disorders (depression and anxiety) in psychiatric services. Low dropout rates (12%) are found in ambulatory care. Age, disease and education are correlated with the risk of drop-out, but after using logistic regression, age and education lose their statistical significance. Low drop-out rates are found in individuals with psychosis or bipolar disorders, because the active intervention from the team. The costs of transportation, distance and the waiting time for the first consultation are barriers in access of care locally. Carers do not feel supported by the network of social support and complain primarily of accessibility, but exhibit high levels of satisfaction with the services provided. It was decided to invest in a service organization based in the community with evidence-based interventions, giving priority to severe mental illness and quality of care.
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RESUMO: Conhecer a prevalncia e perfil de consumo das populaes revela-se como elementos importantes para o estabelecimento de Planos e Programas de interveno na ateno aos problemas relacionados com o consumo do lcool. Este estudo transversal numa amostra de utentes dos cuidados primrios de saúde teve por objectivo conhecer a prevalncia do consumo do lcool em dois centros de saúde numa zona urbana, (Achada de Santo Antnio e Achadinha) na capital do pas e um centro de saúde numa zona rural (Picos), no interior da ilha de Santiago. O instrumento utilizado para avaliar os consumos de mdio e alto risco do lcool foi o ASSIST. Foram entrevistados 302 utentes nos 3 centros de saúde. Os resultados mostraram uma prevalncia ao longo da vida de 86,4% e nos ltimos 3 meses de 62,3%. Mostrou que os homens tinham consumo superior s mulheres no centro de saúde de Achadinha (p value= 0.002 ) e Picos (p value=0.003). Em Achada de Santo Antnio a diferena entre homens e mulheres no se mostrou estatisticamente significativa (p value= 0.397). Os resultados mostraram tambm nos dois centros associao significativa entre consumo de risco de tabaco e consumo de risco do lcool (p value=0.000 e 0.003) o que no se verificou em ASA (p value= 0.962). As variveis idade, ocupao profissional, nvel de escolaridade, no mostraram associao significativa ao consumo de risco do lcool mas mostraram associao significativa ao consumo do lcool nos ltimos 3 meses. Mas o consumo do lcool nos ltimos 3 meses no mostrou associao significativa ao consumo do tabaco nos ltimos 3 meses. Espera-se que os resultados possam subsidiar a poltica de luta contra o lcool, no sentido de implementar aces que possam prevenir os danos saúde e outras consequncias resultantes do consumo abusivo do lcool. --------- ABSTRACT: To determine the prevalence and consumption profile of populations revealed as important elements for establishing plans and intervention programs in attention to problems related to alcohol consumption. This cross-sectional study on a sample of users of primary health care was aimed to determine the prevalence of alcohol consumption in two health centers in an urban area, (Achada de Santo Antnio and Achadinha) in the capital and a health center in a rural area (Picos), in the island of Santiagos contryside. The instrument used to assess the intake of medium and high risk alcohol was the ASSIST. We interviewed 302 users in three health centers. The results showed lifetime prevalence of 86.4% and in the last 3 months of 62.3%. It showed that men were superior to women in consumption in both health centers of Achadinha (p value=0.002) and Picos (p value=0.000). In Achada de Santo Antnio, the difference between men and women was not statistically significant (p value = 0397). The results also showed the two centers had a significant association between risk of tobacco consumption and risk consumption of alcohol (p value = 0.000 and 0.003) which was not found in ASA (p value = 0.962). There was no association between the variables (age, professional occupation, and educational level) and risk of alcohol consumption, but they showed a significant association with alcohol consumption in the last 3 months. On the other hand, the consumption of alcohol in the last three months showed no significant association with the consumption of tobacco in the last 3 months. It is hoped that the results may support the policy against alcohol, may implement actions that can prevent damage to the health and other consequences resulting from alcohol abuse.
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Trabalho de Projeto apresentado para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Gesto do Territrio rea de especializao em Deteco Remota e Sistemas de Informao Geogrfica
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RESUMO: O Registo de Saúde Electrnico (RSE) detm uma importncia vital para a melhoria dos cuidados e segurana do doente, para o acesso sua informao, por profissionais de saúde, independentemente do momento e local de prestao dos cuidados clnicos, para a garantia da confidencialidade dos dados e para a reduo da despesa dos serviços de saúde. com base nesta sua importncia que, no mbito do Mestrado em Gesto da Saúde, da Escola Nacional de Saúde Pblica, desenvolvemos um trabalho de investigao, que tem como objectivos descrever o estado da arte dos sistemas de informao em saúde e do RSE em Portugal, Europa e Amrica do Norte, identificar a importncia do RSE para os profissionais de saúde e para o doente, e avaliar a influncia de determinados factores na aceitao do RSE por parte dos profissionais de saúde. Para certos autores, os factores condicionantes da aprovao do RSE podem ser: a idade, a formao, os conhecimentos informticos, o tempo de exerccio profissional e a compreenso dos benefcios do RSE por parte dos profissionais de saúde. Desta forma, elegemos estes factores para determinar se de facto so estes os que incitam a aceitao do RSE. O estudo foi dirigido a directores de servio, mdicos, enfermeiros e enfermeiroschefes, de cinco hospitais nacionais. Aos 20 participantes deste estudo foi aplicado um questionrio, constitudo por questes fechadas, questes factuais, de opinio e de informao. A metodologia utilizada foi do tipo descritivo e os dados foram analisados quantitativamente. Foi utilizado o coeficiente de Spearman para avaliar a existncia de relao entre as variveis, e com o seu uso foi possvel depreender que: no h evidncia de relao entre a idade e a aceitao do RSE; o tempo de exerccio profissional no determina a aprovao do RSE; h evidncia de relao entre os conhecimentos informticos e a aceitao do RSE; a formao na rea de digitalizao de dados condiciona a aprovao do sistema; h evidncia de relao entre a opinio dos profissionais de saúde acerca da actuao do RSE e a sua aceitao por parte destes.
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RESUMO: A integrao da saúde mental ateno bsica a recomendao feita para facilitar o acesso ao tratamento. A pesquisa teve por objetivo mapear e analisar os facilitadores e as barreiras ao acesso ao tratamento em saúde mental da Microrregio de Itajub, estado de Minas Gerais, Brasil, composta por 15 municpios. A metodologia pautou-se na triangulao dos mtodos, combinando a abordagem quantitativa e qualitativa de pesquisa. Para tal foi feito o mapeamento da capacidade instalada dos recursos existentes e identificao das principais lacunas com base nos parmetros da saúde pblica, a partir de roteiros de entrevistas e grupos focais com os principais atores sociais implicados. Constatou-se que o maior facilitador ao acesso ao tratamento tem sido a atuao das equipes de PSF (Programa Saúde da Famlia), que atuam diretamente nas comunidades. Outros facilitadores foram: a atuao dos CRAS (Centro de Referncia de Assistncia Social); a existncia de um CAPS (Centro de Ateno Psicossocial), embora no credenciado ao SUS (Sistema nico de Saúde); Colegiados de Saúde Mental que promovem discusses, informao, educao, e pressionam os municpios para a implantao de serviços de saúde mental. A falta de vontade poltica, isto , uma interveno mais clara da gesto pblica da saúde, com estabelecimento de prioridades para prover a ampliao do acesso, foi identificada como a maior barreira a ser enfrentada na microrregio, especialmente por falta de organizao e planejamento das aes em saúde mental. Serviços que trabalham de forma isolada, sem a construo de uma rede; pouca participao poltica dos usurios dos serviços de saúde mental; e falta de recursos humanos, e profissionais pouco preparados para a funo compem as outras barreiras de acesso. V-se que diante dos facilitadores e barreiras expostos preciso que os municpios realizem um levantamento sistemtico, a fim de criar um plano de ao em saúde mental para compartilhar informaes, recursos, serviços, disponibilidade, disposio e aes em rede.-------------- ABSTRACT: Integrating mental health care in primary-care services is recommended in order to improve access to treatment. Access to mental health treatment has been a worldwide debated theme. In Brazil, with the Psychiatric Reform, there has been a change of paradigm in the way of treating persons with mental disorders. Various health devices were created, building a net of treatment and care that replaces the asylum system and where human rights are respected and defended and the offered treatment is the closest possible to their social space. The research aims to map and analyse the barriers and the facilitators to mental health treatment in the micro-region of Itajub, state of Minas Gerais/Brazil, made up of 15 counties. The methodology was based on the triangulation of methods, combining quantitative and qualitative research. For that, a mapping of the installed capacity of the existent resource was carried out; identification of the main voids based on the parameters of public health through scripts of interviews and focus groups with the social actors involved. It was found that the main facilitator to treatment has been the performance of PSF, who act directly in the communities. Other facilitators also stand out: the work of CRAS; the existence of CAPS, although not accredited to SUS; Mental Health Collegiate, promoting discussions, information, education, and forcing pressure on the counties for the implantation of mental health services. The lack of political will was identified as the major barrier to be faced in the micro-region, especially due to lack of organization and planning in the actions towards mental health. The services working isolatedly, without a communication net, and the lack of human resources as well as poorly prepared professional, are the main difficulties faced by access to mental health treatment. Becomes clear that the counties need to undertake a systematic survey towards creating a plan of action in mental health, in order to share information, resources, services, availability, disposition and networking.
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INTRODUO Os profissionais dos cuidados de saúde so essenciais ao desempenho de excelncia dos sistemas de saúde pelo que devem ser capazes de funcionar em plenitude. A saúde um activo para esse pleno funcionamento. Os enfermeiros representam o grupo profissional mais numeroso dos profissionais dos cuidados de saúde. Como tal, tm um importante papel a desempenhar no sistema de saúde e na determinao da saúde da populao. O desempenho dos enfermeiros, mas tambm as condies em que trabalham e o impacto destas na sua saúde, devem, assim, ser estudados. Tem sido sugerido que os enfermeiros tm um perfil de saúde diferente do da restante populao, com problemas de saúde especficos. So vrios os factores que influenciam a saúde: caractersticas e comportamentos dos indivduos, ambiente econmico e social e ambiente fsico. A saúde entedida como um activo para a vida social e laboral plena e eficiente. Compreende-se que mais do que o somatrio das diferentes dimenses, a saúde a interaco e simbiose entre saúde fsica e mental, auto-percepo do estado de saúde e qualidade de vida e bem estar. A saúde dos enfermeiros determinada pelo sistema de saúde onde trabalham e, em ltima anlise, pelos problemas e desafios que este enfrenta. O impacto destes desafios pode resultar no aumento do trabalho em tempo parcial, para alm do tempo integral, do duplo emprego e insegurana laboral. Concomitantemente, os enfermeiros esto expostos a uma variedade de riscos ocupacionais que podem resultar numa srie de problemas de saúde agudos e crnicos. Trabalhar em ambientes particularmente stressantes, em equipas com manifestas insuficincias, com pouco controlo e muita responsabilidade, muitas horas seguidas, com conflitos entre os diferentes papis sociais, parece contribuir para o aumento da morbilidade dos enfermeiros. A relao com o outro, e o servir-se dessa relao para ajudar, coloca uma forte presso emocional nos enfermeiros. A presente investigao tem como objectivo contribuir para a compreenso do perfil de saúde dos enfermeiros e do papel que o trabalho de enfermagem, e no sector de saúde, tm no perfil de saúde. A inteligibilidade desse contributo faz-se por analogia com os outros profissionais dos cuidados de saúde e com os outros profissionais e/ou populao em geral.Inclui uma reviso sistemtica da literatura onde se revem as evidncias existentes sobre a saúde dos enfermeiros, o estudo dos Inquritos Nacionais de Saúde de 1998/1999 e 2005/2006 e um estudo de mortalidade proporcional. Nestes dois ltimos estudos faz-se a comparao entre enfermeiros, outros profissionais dos cuidados de saúde e outros profissionais, utilizando a Classificao Nacional das Profisses na sua verso de 1994. HIPTESES E OBJECTIVOS GERAIS Foram enunciadas 7 hipteses de estudo que versaram sobre o conhecimento cientfico sobre o perfil de saúde dos enfermeiros, o estudo do perfil de saúde (percepo do estado de saúde, morbilidade, consumo de medicamentos, utilizao dos serviços de saúde e despesas com a saúde e comportamentos ligados saúde) e as causas de morte dos enfermeiros portugueses: H1: As evidncias cientficas, baseadas em estudos experimentais e observacionais, demonstram que os enfermeiros possuem um perfil de saúde diferente do da restante populao e dos restantes profissionais cuidados de saúde. H2: Os enfermeiros, os outros profissionais dos cuidados de saúde e os outros profissionais percepcionam o seu estado de saúde de forma diferente; H3: Os enfermeiros, os outros profissionais dos cuidados de saúde e os outros profissionais tm perfis de morbilidade diferentes; H4: Os enfermeiros, os outros profissionais dos cuidados de saúde e os outros profissionais utilizam os serviços de saúde de formas diferentes e tm diferentes despesas com a saúde; H5: Os comportamentos relacionados com a saúde dos enfermeiros, outros profissionais dos cuidados de saúde e outros profissionais so diferentes. H6: A exposio ao trabalho no sector da saúde causa determinadas doenas que levam a que, proporcionalmente, existam mais mortes por essas doenas nos outros PCS do que nos outros profissionais; H7: A exposio ao trabalho de enfermagem causa determinadas doenas que levam a que, proporcionalmente, existam mais mortes por essas doenas nos enfermeiros do que nos outros PCS e do que nos outros profissionais. Definiram-se os seguintes objectivos gerais: 1. Rever a evidncia existente, publicada e no publicada, sobre a saúde dos enfermeiros (nas vertentes de saúde fsica, mental, auto-percepo do estado de saúde, estilos de vida e comportamentos ligados saúde) e sua comparao com a dos outros profissionais dos cuidados de saúde e a da restante populao. 2. Compreender se existem diferenas entre enfermeiros, outros profissionais dos cuidados de saúde e outros profissionais relativamente auto-percepo do estado de saúde, morbilidade, utilizao dos serviços de saúde e despesas com a saúde e comportamentos relacionados com a saúde; 3. Compreender se existe excesso de mortes por causas especficas nos enfermeiros falecidos entre Junho e Setembro de 2003, em Portugal, quando comparados com os outros PCS e os outros profissionais. MATERIAL, POPULAO E MTODOS Reviso sistemtica da literatura Estudo observacional, retrospectivo e descritivo. Identificaram-se as bases de dados a pesquisar tendo em conta o assunto em estudo, o tipo de documentos pretendidos e o intervalo de tempo da RSL. Convencionou-se que, em todas, deveria ser possvel fazer a pesquisa on-line. Ao todo, foram pesquisadas 43 bases de dados, utilizando palavraschave em portugus e ingls (incluindo termos DeCS). A pesquisa limitou-se a documentos em ingls, francs, portugus, espanhol e italiano. No foi estabelecido limite temporal e no foi feita pesquisa manual de bibliografia ou de referncias. Identificaram-se 2 692 documentos a cujos resumos se aplicaram trs critrios de elegibilidade (teste de relevncia). Dos 2 692 documentos, 204 (7,6%) foram excludos por no terem resumo e 1 428 (57,4%) por no cumprirem pelo menos um dos critrios de elegibilidade para esta fase. Passaram fase de avaliao do texto integral um total de 1 060 documentos. Destes 76 eram duplicados pelo que foram excludos. A fiabilidade da aplicao do teste de relevncia foi avaliada por um segundo revisor que aplicou os 3 critrios de elegibilidade a uma amostra aleatria simples dos documentos seleccionados a partir das bases de dados (coeficiente de Kappa=0,9; erro padro=0,05; p<0,01). Aplicou-se um formulrio de colheita de dados aos documentos seleccionados para avaliao do texto integral que continha uma srie de critrios de elegibilidade baseados no STROBE e CONSORT statement e numa extensa reviso de literatura. Dos 984 documentos vrios foram sendo excludos por no se cumprirem critrios de elegibilidade do teste de relevncia e metodolgicos, acabando-se com 187 estudos sobre os quais foram colhidos dados sobre o local, contexto, participantes, resultados,interveno, exposio, efeito e condio de interesse. Os estudos foram avaliados quanto validade interna e externa. Na anlise dos dados utilizou-se a sntese narrativa. No foi feita meta-anlise dada a heterogeneidade encontrada. Como sistema de classificao das evidncias utilizou-se o Scotish Intercollegiate Guidelines Network. Estudo dos Inquritos Nacionais de Saúde de 1998/1999 e 2005/2006: Auto-percepo do estado de saúde, morbilidade, utilizao dos serviços de saúde e despesas com a saúde e comportamentos relacionados com a saúde dos enfermeiros. Estudo observacional, transversal e analtico Utilizaram-se como fontes de dados o 3 e o 4 Inqurito Nacional de Saúde. Definiram-se variveis dependentes, independentes e de potencial confundimento. Os dados do 4 INS foram analisados pelo Instituto Nacional de Estatstica, aps redaco das sintaxes pela autora. Neste caso realizou-se, apenas, anlise estatstica descritiva dado no ter sido possvel aceder s variveis de clustering e de estratificao. Recorreu-se s frequncias relativas ponderadas (estimativas) para descrever as variveis de escala nominal e ordinal e mdia, mediana, amplitude do intervalo de variao e amplitude interquartlica para descrever as variveis numricas. Os dados do 3 INS foram analisados tendo em conta o efeito de clustering e a estratificao, para controlar o efeito do desenho do estudo e para evitar erros tipo II, respectivamente. Utilizaram-se contagens no ponderadas, estimativas das propores e mdias populacionais. Apresentaram-se, conjuntamente, os intervalos de confiana a 95%. Na anlise inferencial considerou-se o nvel de significncia a 95%. Consideraram-se, no processo de deciso estatstica, os intervalos de confiana a 95% para a diferena entre as estimativas de cada uma das sub-amostras. O teste Qui-quadrado de Pearson com correco de segunda ordem de Rao-Scott foi utilizado para testar diferenas entre variveis de escala nominal ou ordinal em cada uma das sub-amostras. Utilizou-se o odds ratio e respectivo intervalo de confiana para a tomada de deciso sobre eventuais relaes de dependncia e para avaliar a fora e direco da associao. O teste F corrigido para o efeito do desenho pela estatstica de Wald foi utilizado na anlise da diferena da distribuio de uma varivel de escala numrica e uma de escala nominal ou ordinal. Utilizou-se a anlise de regresso linear e logstica binria, multinominal e ordinal para avaliar a existncia de associao entre as variveis dependentes e independentes controlando para o efeito das variveis de potencial confundimento. Na anlise, os dados com omisso foram considerados eventos aleatrios. Mortalidade nos enfermeiros e outros PCS entre Junho e Setembro de 2003 Estudo observacional, transversal e analtico. A populao em estudo correspondeu populao residente em Portugal Continental e Ilhas dos Aores e da Madeira que faleceu entre 1 de Junho e 30 de Setembro de 2003 no tendo sido feita qualquer amostra. Utilizou-se a base de dados dos certificados de bitos ocorridos em territrio nacional entre 30 de Maio e 30 de Setembro de 2003, fornecida pela Direco Geral da Saúde. O estudo dos dados omissos revelou que estes eram eventos aleatrios pelo que era possvel realizar a anlise recorrendo a tcnicas de dados completos. Na anlise das variveis qualitativas nominais foram usadas frequncias absolutas e relativas e moda. A varivel quantitativa numrica idade foi analisada recorrendo mdia e mediana, primeiro e terceiro quartil, amplitude interquartlica e total e desvio padro, coeficiente de assimetria e curtose. Realizou-se anlise de correspondncia mltipla de modo a definir perfis de mortalidade para os indivduos falecidos no perodo em estudo que no tinham dados com omisso para a profisso. Calcularam-se as propores de mortalidade e a razo de mortalidade proporcional de modo a comparar as propores de mortalidade observadas e esperadas por causa e grupo profissional. RESULTADOS Reviso sistemtica da literatura Existe evidncia de nvel 2+ de que as enfermeiras esto em maior risco de desenvolver cancro da mama quando comparadas com outras profissionais dos cuidados de saúde; no tm maior risco de desenvolver doena de Hodgkin; no tm um excesso de risco de cancro (independentemente da localizao), cancro do estmago, clon, recto, pncreas, ovrio, rim, bexiga, crebro, tiride ou linfossarcoma. Existe evidncia de nvel 2- de que os enfermeiros: Os enfermeiros esto entre os grupos profissionais mais afectados por problemas msculoesquelticos; Os enfermeiros esto mais expostos a agentes patognicos sanguneos do que a restante populao; Os enfermeiros esto em maior risco de adquirir Tuberculose (TB) quando comparados com a populao em geral; Os enfermeiros, quando trabalham em enfermarias com doentes infectados com TB, tm maior risco de desenvolver TB comparativamente com os que no trabalham nestas enfermarias; As enfermeiras tm um excesso de mortalidade por cancro no geral, leucemia e cancro do pncreas quando comparadas com as outras mulheres trabalhadoras; Existe um excesso de mortalidade por suicdio nas enfermeiras e os enfermeiros sofrem mais acidentes de origem ocupacional que no com corto-perfurantes do que os restantes PCS (excepto internos) e outros grupos profissionais. Existe evidncia de nvel 3 de que os enfermeiros; Esto mais expostos ao vrus da hepatite B do que os mdicos, estudantes de enfermagem e administrativos; No tm nveis de burnout diferentes dos restantes PCS. No se encontraram evidncias sobre: Ocorrncia de infeco por CMV, hepatite A ou C; Risco de cancro da mama nas enfermeiras comparativamente com as outras mulheres no enfermeiras; Risco de melanoma cutneo, risco de cancro do fgado, pulmo, colo do tero, tero ou leucemia, ocorrncia de HTA nos enfermeiros; Excesso de mortalidade por hepatite viral, cancro do clon, crebro, sistema nervoso, quedas acidentais ou morte relacionada com drogas nas enfermeiras em comparao com as mulheres trabalhadoras; Diferenas nas taxas de mortalidade por diabetes mellitus das enfermeiras e das mulheres trabalhadoras de colarinho branco; Ocorrncia de alergias de origem ocupacional, obesidade, asma de origem ocupacional, problemas de sono e hbitos de sono, problemas cardiovasculares, saúde mental dos enfermeiros; Ocorrncia de ansiedade, stress ou depresso nos enfermeiros; Ocorrncia de acidentes com corto-perfurantes nos enfermeiros, absentismo nos enfermeiros, abuso de substncias e ingesto de bebidas alcolicas pelos enfermeiros; Prtica de vacinao ou de exerccio fsico, auto-exame da mama, rastreio do cancro do colo do tero, hbitos tabgicos, consumo de medicamentos, hbitos alimentares, autopercepo do estado de saúde ou qualidade de vida e bem-estar dos enfermeiros. Estudo dos Inquritos Nacionais de Saúde de 1998/1999 e 2005/2006: auto-percepo do estado de saúde, morbilidade, utilizao dos serviços de saúde e despesas com a saúde e comportamentos relacionados com a saúde dos enfermeiros. Os resultados obtidos em 1998/1999 e em 2005/2006 so bastante semelhantes. Em 1998/1999, no existia diferena na prevalncia de doena aguda, doena crnica, incapacidade de longa durao ou IMC entre os enfermeiros, os outros PCS e os outros profissionais, nada levando a supor que em 2005/2006 os resultados seriam diferentes. H, nos enfermeiros e nos outros PCS, um claro predomnio dos indivduos que percepcionam a saúde como muito boa ou boa. Os dados de 1998/1999, demonstram que os outros profissionais, quando comparados com os PCS, tm 52% maior possibilidade de percepcionar o seu estado de saúde como razovel relativamente a percepcion-lo como muito bom ou bom. Embora a pontuao mdia e a mediana da pontuao do Mental Health Index no sugira sofrimento psicolgico provvel, os enfermeiros so o grupo profissional com menor pontuao e, como tal, com saúde mental mais pobre. Tal , de alguma forma, confirmado por uma maior prevalncia de doena mental nos enfermeiros, comparativamente com os restantes grupos profissionais. A realizao de consulta de saúde oral nos 12 meses que antecederam o inqurito diferente entre enfermeiros e outros profissionais. Os enfermeiros tm menor possibilidade de ter feito uma consulta de saúde oral nos 12 meses anteriores ao inqurito comparativamente com os no profissionais dos cuidados de saúde. Esta diferena encontrada em 1998/1999 provavelmente j no se verifica em 2005/2006 j que, neste perodo, a prevalncia de consulta de saúde oral aumentou consideravelmente nos enfermeiros, passando a ser superior verificada nos outros PCS. Os enfermeiros tm menor possibilidade de terem consultado um mdico nos 3 meses anteriores ao inqurito quando comparados com os outros profissionais. Os outros PCS tm, tambm, menor possibilidade de terem consultado um mdico nos 3 meses que antecederam o inqurito quando comparados com os outros profissionais. Os enfermeiros, outros PCS e outros profissionais no so diferentes no que concerne aos gastos com consultas de urgncia ou outras, gastos com medicamentos ou outros gastos com a saúde nas duas semanas anteriores ao inqurito. Conclui-se, tambm, que os enfermeiros, os outros PCS e os outros profissionais no diferem no consumo de medicamentos para dormir, no nmero de dias de toma destes medicamentos ou nos anos de toma. Ser enfermeiro comparativamente com ter outra profisso que no dos cuidados de saúde diminui as chances de ser ex-fumador relativamente a nunca ter fumado em 42%. Ser outro PCS que no enfermeiro, e comparativamente com os outros profissionais, aumenta as chances de ter consumido bebidas alcolicas na semana anterior ao inqurito. Quer os enfermeiros quer os outros PCS tendem a no beber sozinhos, sendo mais frequente beberem em estabelecimentos comerciais. A percentagem de enfermeiros e outros PCS que ingeria bebidas alcolicas antes de conduzir era menos de metade da dos outros profissionais. Os enfermeiros, outros PCS e outros profissionais no diferiam relativamente realizao de actividade fsica pelo menos uma vez por semana. A grande maioria dos enfermeiros estava a fazer algum mtodo contraceptivo. A menor percentagem de indivduos a fazer contracepo verificava-se nos outros PCS. A vacinao contra a gripe era mais frequente nos enfermeiros. Por seu lado, a realizao de pelo menos uma citologia era mais frequente nos outros PCS e bastante superior nos enfermeiros e outros PCS do que nos outros profissionais. O mesmo acontecia relativamente avaliao da tenso arterial. Mortalidade nos enfermeiros e outros PCS entre Junho e Setembro de 2003 Entre Junho e Setembro de 2003 tinham ocorrido mais bitos em mulheres enfermeiras do que nos homens com a mesma profisso. J nos PCS como um todo, ou naqueles que no eram enfermeiros, existia maior proporo de mortes de indivduos do sexo masculino. Os PCS, considerados como um todo ou separadamente em enfermeiros e outros PCS, faleciam mais tarde do que os restantes profissionais. No entanto, para todos os grupos profissionais estudados a maior proporo de bitos ocorria depois dos 74 anos de idade. O mais frequente, em todos os grupos profissionais, era os bitos de causa natural, no domiclio. As duas principais causas de morte no diferiam entre PCS (todos, enfermeiros ou outros PCS) e outros profissionais, embora se verificassem alteraes na posio (primeira ou segunda) de acordo com o grupo profissional. J a terceira principal causa de morte variava entre os grupos estudados: nos PCS (e nos outros PCS) era as doenas do aparelho respiratrio, nos enfermeiros as doenas do sistema nervoso e nos outros profissionais as doenas do aparelho circulatrio, tumores, sintomas, sinais e resultados anormais de exames clnicos e de laboratrio, no classificados em outra parte. A anlise de correspondncias mltiplas veio, em parte, confirmar esta similitude. Permitiu identificar quatro perfis de mortalidade: dois determinados pelo tipo de bito, o grupo etrio e a causa de morte e dois definidos tambm pelo grupo etrio, causa de morte, estado civil e profisso (sem que, contudo, existisse um poder discriminatrio das profisses dos cuidados de saúde). Os PCS, comparativamente com os outros profissionais, apresentavam um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e um dfice de mortalidade por doenas do aparelho geniturinrio. Os enfermeiros, por seu lado, quando comparados com os outros profissionais, tinham um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e um dfice de mortalidade por doenas do aparelho respiratrio e por sintomas, sinais e resultados anormais de exames clnicos e de laboratrio, no especificados em outra parte. Ao comparar a proporo de mortalidade por causa especfica dos enfermeiros com a dos outros PCS verificou-se existir um excesso de mortalidade por algumas doenas infecciosas e parasitrias, doenas endcrinas, nutricionais e metablicas, doenas do sistema nervoso e causas externas de morbilidade e de mortalidade. Verificou-se, tambm, um dfice de mortalidade por doenas do aparelho respiratrio. Os outros PCS, quando comparados com os outros profissionais, apresentavam um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e por doenas do aparelho respiratrio e um dfice de mortalidade por causas externas de morbilidade e de mortalidade. DISCUSSO E RECOMENDAES Das opes metodolgicas A reviso sistemtica da literatura revelou-se um importante instrumento metodolgico, til e adequado no desiderato de responder questo de investigao. Tornou-se bvio que a avaliao da qualidade do estudo essencial para que, no final, se possa discernir sobre as evidncias encontradas. A inexistncia de gold standards para os estudos observacionais levou a que se tivessem de estabelecer padres especficos para esta reviso que se revelaram adequados ao problema em estudo e que permitiram, no final, estabelecer o nvel das evidncias encontradas. A opo pelo sistema SIGN de classificao das evidncias mostrou-se adequada aos objectivos da reviso. A anlise dos 3 e 4 INS colocou vrios desafios que resultaram do facto de ambos utilizarem um desenho amostral multietpico com probabilidades diferenciais das unidades amostrais que englobou estratificao, clustering e ponderao. Este tipo de amostragem implicou uma anlise complexa que contemplou o efeito do desenho da amostra que s foi possvel no caso dos dados do 3 INS. Apesar das limitaes que um estudo de mortalidade proporcional pode apresentar considera-se que, no presente caso, as vantagens superaram as desvantagens. Para alm disso, foi possvel, atravs dos resultados obtidos, discernir acerca das hipteses estipuladas e, assim, contribuir para futuras linhas de investigao. Da saúde dos enfermeiros Determinantes Em 1998/1999 ser enfermeiro, comparativamente com outra profisso que no dos cuidados de saúde diminua a possibilidade de ser ex-fumador relativamente a nunca ter fumado o que pode reflectir a contribuio do conhecimento sobre os efeitos nocivos do tabaco para a tendncia para no fumar. Os outros PCS, comparativamente com os no PCS, tm maior possibilidade de terem consumido bebidas alcolicas na semana anterior ao inqurito mas o padro de consumo no diferia. Os enfermeiros e os outros PCS consumiam menos bebidas ao almoo e ao jantar do que os outros profissionais. Por outro lado, tambm tendiam a beber menos sozinhos optando por beber em estabelecimentos comerciais (mas em menor percentagem do que os outros profissionais) ou em eventos desportivos. A percentagem de enfermeiros e de outros PCS que tinham ingerido bebidas alcolicas antes de conduzir era cerca de metade da verificada nos outros profissionais. De acordo com a RSL realizada, no existiam evidncias sobre o consumo de medicamentos pelos enfermeiros. A anlise dos INS revelou, igualmente, no existirem diferenas entre enfermeiros, outros PCS e outros profissionais no consumo de medicamentos para dormir, mesmo relativamente ao nmero de dias, nas 2 semanas anteriores ao inqurito ou o nmero de anos de toma. De acordo com os dados do 4INS, os enfermeiros e os outros PCS tinham tomado mais medicamentos receitados nas duas semanas anteriores ao inqurito, sendo que nos enfermeiros a percentagem era cerca de 10% superior dos outros PCS. Os resultados parecem indiciar um provvel acesso privilegiado dos PCS a medicamentos para os quais necessrio receita mdica. Por outro lado, a baixa diferena na toma de medicamentos no receitados sugere que no existe uma padro muito marcado de auto-medicao o que seria de esperar num grupo profissional com um conhecimento teraputico privilegiado. A RSL demonstrou no existirem evidncias sobre a prtica de vacinao nos enfermeiros. A anlise descritiva do 4 INS permitiu verificar que a percentagem de enfermeiros que j tinha, alguma vez, vacinado contra a gripe era superior dos outros PCS ainda que fosse inferior dos outros profissionais. Estes dados podem indicar um padro diferente de vacinao contra a gripe nos enfermeiros. A diferena encontrada na realizao de pelo menos uma mamografia durante a vida entre as PCS e as outras profissionais pode, eventualmente, ser explicada pela diferena na idade das primeiras (mais novas) e das segundas. Na RSL no existiam evidncias sobre a prtica de mamografia. A percentagem de mulheres PCS que j tinha feito pelo menos um rastreio do cancro do colo do tero era superior verificada nas outras profissionais. Vrios estudos demonstraram que os PCS parecem vigiar mais amide a sua saúde reprodutiva, nomeadamente, realizando rastreios do cancro do colo do tero e da mama mais frequentemente. Os enfermeiros eram os que apresentavam maior percentagem de indivduos a fazerem um mtodo contraceptivo, seguiam-se os outros PCS e os outros profissionais. Poder-se- colocar a hiptese que as diferenas observadas derivam da diferena de idade entre os grupos profissionais. A contracepo no foi estudada na RSL. A percentagem de outros PCS e de outros profissionais que tinham avaliado a TA nos 3 meses anteriores ao 4 INS era inferior dos enfermeiros. Achado idnticos aos descritos por outros autores. Esta diferena poder ser explicada pelo facto de a avaliao da TA ser uma actividade habitualmente realizada pelos enfermeiros (e por outros PCS) o que lhes facilitaria o acesso mesma e lhes permitiria a auto-avaliao. Em 1998/1999 os enfermeiros tinham menor possibilidade de ter feito uma consulta de saúde oral do que os outros PCS. No entanto, e mesmo tendo em conta as limitaes de anlise dos dados de 2005/2006, esta tendncia parecia ter-se alterado. Os enfermeiros tinham menor possibilidade de terem consultado um mdico nos 3 meses anteriores ao INS comparativamente com os outros profissionais. Tal pode indicar uma utilizao de corredor dos serviços de saúde decorrente da proximidade com o mdico e que se efectivaria em consultas informais. Morbilidade Com a anlise dos INS, verificou-se que o perfil de morbilidade dos enfermeiros, outros PCS e outros profissionais, nas dimenses consideradas, no era diferente. A inexistncia de diferenas entre os grupos profissionais, encontrada a partir dos dados do INS, pode ser explicada por se ter agregado todas as doenas crnicas (diabetes, asma ou bronquite crnica, alergia, hipertenso arterial e lombalgias) numa s varivel (doena crnica). Esta categorizao pode ter mascarado prevalncias superiores de doenas que se sabem estar associadas ao trabalho de enfermagem, como o caso das lombalgias. No se verificaram diferenas entre os grupos profissionais relativamente ao valor mdio de IMC aps controlar para o efeito de potenciais confundimentos. Resultados semelhantes foram descritos por vrios autores. Os enfermeiros aparentavam ter estados mais pobres de saúde mental que os outros PCS mas melhores que os outros profissionais. Pode-se postular que a eventual diferena entre enfermeiros e outros PCS deriva da singularidade do cuidar em enfermagem, da ateno especial que o caracteriza. Pode ser reflexo da complexidade emocional do trabalho em enfermagem. Auto-percepo do estado de saúde Verificou-se que os PCS, considerados como um todo, ou separadamente em enfermeiros e outros PCS, tendiam a percepcionar a saúde de forma mais positiva que os outros profissionais. Vrios autores referem como determinantes da auto-percepo do estado de saúde, o estado fsico, a doena crnica, o estatuto scio-econmico e os estilos de vida. No estudo da auto-percepo do estado de saúde controlaram-se os efeitos destes determinantes. Contudo, as diferenas entre os grupos profissionais mantinham-se. A disponibilidade de serviços de saúde um importante determinante da percepo do estado de saúde. Este factor no foi tido em conta o que poder, eventualmente, explicar a variao obtida. Outro factor no medido foi a saúde mental e outros factores psico-sociais como o apoio emocional, o stress e a auto-estima que influenciam, igualmente, a auto-percepo do estado de saúde. Mortalidade Trs aspectos caracterizavam a mortalidade dos PCS: morriam mais tarde do que os no profissionais de saúde, tinham um dfice de mortalidade na maioria das causas consideradas at aos 54 anos de idade, apresentavam um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e um dfice de mortalidade por doenas do aparelho geniturinrio. Na base do dfice de mortalidade podem estar diversos factores. Os PCS podem beneficiar dos seus prprios conhecimentos e, assim, terem estilos de vida mais saudveis e comportamentos relacionados com a saúde que lhes permita viver mais tempo. O trabalho no sector da saúde, e mais precisamente o trabalho dos PCS (enfermeiros e outros) era relativamente estvel, seguro e no existia desemprego, nos restantes grupos profissionais existiriam profisses para as quais tal no se verificava. Assim, em algumas delas, os indivduos podero ter sido vtimas de desemprego ou de condies precrias de trabalho (subemprego) que, cumulativamente com outras desvantagens adquiridas ao longo da vida, podem ter influenciado fortemente a saúde do indivduo e consequentemente, a sua morte. O excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso nos PCS foi j descrito noutros estudos. Uma das possveis explicaes pode advir dos PCS terem falecido mais tarde do que os indivduos com outras profisses e, como tal, terem desenvolvido estas patologias devido a um processo natural de envelhecimento. Outra das explicaes, e, neste caso especificamente para os enfermeiros, pode ter a ver com a elevada prevalncia do sexo feminino. Na presente investigao, detectou-se, tambm, um excesso de mortalidade por tumores nas mulheres PCS quando comparadas com as mulheres dos outros grupos profissionais. Este padro mantinha-se quando se comparavam as enfermeiras ou as outras PCS com as restantes mulheres. O excesso de mortalidade por tumores mantinha-se nas enfermeiras quando se utilizava, como grupo de comparao, as outras PCS. O conhecimento actual que existe sobre a etiologia dos tumores malignos est condicionado pela noo desta complexa teia de causalidade e pelos mtodos epidemiolgicos que so utilizados para a estudar. Os profissionais dos cuidados de saúde, durante o seu exerccio profissional so expostos a uma srie de substncias qumicas entre as quais se encontram frmacos, gases anestsicos, agentes de limpeza e de esterilizao, solventes, sabes e reagentes com potenciais efeitos mutagnicos, carcinognicos e teratognicos. Os resultados obtidos com a presente investigao no justificam recomendaes sobre intervenes. O conhecimento sobre a saúde dos enfermeiros e a influncia que o trabalho de enfermagem tem sobre esta , ainda, lacunar. Assim, recomenda-se: O desenvolvimento de programas de vigilncia de saúde dos enfermeiros e dos outros profissionais dos cuidados de saúde; A melhoria da declarao e codificao da profisso nos certificados de bito; A anlise sistemtica das causas de bito por grupo profissional; A criao de mecanismos de acesso aos dados dos Inquritos Nacionais de Saúde que, sem colocar em causa o anonimato dos respondentes, permita a anlise de dados exaustiva e inferencial.
Resumo:
RESUMO: Os psicofrmacos desempenham um papel central no tratamento das doenas mentais. Apesar das divergncias verificadas nos padres de prescrio de psicofrmacos intra e inter pases, diversos estudos tm alertado para os riscos da polifarmcia e da sobredosagem, particularmente de antipsicticos. Em Portugal, o Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016 prev a monitorizao peridica do padro de prescrio de psicofrmacos. No entanto, apenas existem dados relativos utilizao de psicofrmacos em ambulatrio, faltando dados relativos ao padro de prescrio nos cuidados especializados. Este estudo teve como principal objetivo estabelecer o Padro de Prescrio de Psicofrmacos em Unidades de Internamento Agudo de Serviços de Psiquiatria em Portugal e determinar a prevalncia da polifarmcia e sobredosagem antipsictica, de modo a recolher dados que possam servir de base para posteriores monitorizaes. Mtodos: Censo de 1 dia da prescrio de psicofrmacos em 12 Unidades de Internamento Agudo de Psiquiatria em Portugal, num total de 272 doentes. Resultados: A larga maioria (94,1%) dos doentes includos estava medicada com mais do que um psicofrmaco. Apenas 1,1% dos doentes no tinham qualquer psicofrmaco prescrito e 4,8% encontravam-se em monoterapia. A mdia de psicofrmacos prescritos por doente era de 3,21,3, significativamente superior nos indivduos do sexo feminino, naqueles com antecedentes de acompanhamento em consulta de psiquiatria, nos que tinham internamentos prvios e nos que estavam internados voluntariamente. As classes de psicofrmacos mais prescritas de modo regular eram os antipsicticos (prescritos a 87,5% dos doentes), as benzodiazepinas (81,2% dos doentes), os antidepressivos (39% dos doentes) e os estabilizadores de humor (31,6% dos doentes). Dos doentes medicados com antipsicticos, 41,6% tinham prescritos pelo menos 2 antipsicticos em associao e esta prescrio combinada era significativamente superior nos doentes com internamento prvio e naqueles que tinham prescrito um antipsictico injetvel de ao prolongada. Excluindo as prescries em SOS, encontraram-se prescritas doses de antipsicticos superiores s recomendadas em 13,9% dos doentes, os quais eram significativamente mais novos. A sobredosagem antipsictica era significativamente superior nos doentes do sexo masculino, nos desempregados e reformados, naqueles com internamento prvio, nos que estavam internados compulsivamente, naqueles com diagnstico de esquizofrenia ou outra psicose, naqueles medicados com antipsicticos em associao e nos que faziam antipsicticos injetveis de ao prolongada. Incluindo as prescries de antipsicticos em SOS, presentes em mais de metade dos doentes, a percentagem de doentes em sobredosagem antipsictica atingia os 49,2%. Concluso: Os resultados so indicadores de prticas de prescrio divergentes das recomendadas, o que pode ter implicaes clnicas e econmicas. Parece imperativo otimizar a prescrio de psicofrmacos nas unidades de internamento agudo de psiquiatria em Portugal, no sentido de melhorar a qualidade dos serviços prestados ---------------- ABSTRACT: Psychotropic drugs play a central role in the treatment of mental disorders. Despite the variation in patterns of psychotropic prescription within and between countries, several studies have warned about the risks of prescribing more than one psychotropic drug at a time and high-doses, particularly antipsychotics. The Portuguese National Mental Health Plan (20072016) includes regular monitoring of patterns of psychiatric drug prescription. However, there is only available data on the pattern of use in outpatients, but no information regarding prescribing patterns at the level of specialized care. This study aimed to establish psychotropic drug prescribing patterns in acute psychiatric wards across Portugal and to determine the prevalence of antipsychotic polypharmacy and high-doses treatment, in order to collect data that can serve as a baseline for future monitoring. Methods: "One day census" of psychotropic drug prescribing in 12 Acute Inpatient Psychiatry Units in Portugal, in a total of 272 patients. Results: The majority (94.1%) of patients were treated with more than one psychotropic drug. Only 1.1% of patients had no psychotropic drugs prescribed and 4.8% were on monotherapy. The average prescribed psychotropics per patient was 3.2 1.3, significantly higher in females, in patients with a psychiatry history, in patients with previous admissions and in patients admitted voluntarily. The most commonly prescribed classes of psychotropic drugs on a regular basis were: antipsychotics (87.5% of patients), benzodiazepines (81.2% of patients), antidepressants (39% of patients) and mood stabilizers (31.6% of patients). Of patients taking antipsychotics, 41.6% had at least 2 antipsychotics prescribed in combination, and this prescription combination was significantly higher in patients with previous hospitalization and those who had been prescribed a long-acting injectable antipsychotic. Excluding p.r.n. prescriptions, we verified higher than recommended antipsychotic doses in 13.9% of patients, which were significantly younger. Antipsychotic high-doses was significantly higher in males, unemployed and pensioner patients, patients with previous hospitalization, involuntary admitted patients, those diagnosed with "schizophrenia or other psychosis", patients with a combination of 2 or more antipsychotics and in patients with long-acting injectable antipsychotics. Including antipsychotics p.r.n. prescriptions, present in more than a half of patients, the percentage of those on antipsychotic high-doses reached 49.2%. Conclusion: These results are indicative of prescribing practices divergent of those that are recommended, and this may have clinical and economic implications. It seems imperative to optimize the prescription of psychotropic drugs in Portuguese Acute Inpatient Psychiatry Units, in order to improve the quality of services provided.
Resumo:
Introduo, Objectivos e Finalidade: Os cuidados de saúde primrios (CSP) so o primeiro ponto de contacto dos cidados com o sistema de saúde. O reforo da qualidade desta primeira e fundamental interface um dos mais importantes objectivos da Reforma de 2005 dos CSP em Portugal, abrindo caminho a uma necessria e profunda mudana organizacional. neste sentido que surgem as unidades funcionais dos centros de saúde como parte integrante do processo de reestruturao e, muito em particular, as Unidades de Saúde Familiar (USF). O presente estudo tem como objectivo geral caracterizar as USF quanto ao seu desenvolvimento organizacional e opinio e satisfao dos seus profissionais em relao Reforma de 2005 dos CSP em Portugal. Esta caracterizao tem como finalidade contribuir para o planeamento da monitorizao e do apoio evoluo da Reforma de 2005 dos CSP em Portugal. Os objectivos especficos so: medir a satisfao dos profissionais de saúde das USF em relao Reforma de 2005 dos CSP em Portugal e actividade da sua USF; identificar os parmetros de qualidade da actividade das USF reconhecidos como importantes pelos coordenadores das USF; identificar as necessidades de formao dos profissionais das USF; descrever os instrumentos de apoio gesto utilizados pelas USF; conhecer a opinio dos coordenadores das USF sobre o processo de contratualizao da actividade destas com as Administraes Regionais de Saúde; medir a satisfao dos coordenadores das USF em relao s condies tcnicas para a actividade das USF; identificar as reas prioritrias de mudana na actividade das USF na perspectiva dos seus coordenadores. Populao e Mtodos: O estudo observacional, descritivo, transversal e censitrio. Utilizou-se um questionrio semi-estruturado para recolha da informao, aplicado a todos os indivduos que desempenhavam funes de coordenao de USF em actividade no territrio de Portugal Continental (N=230, a 8 Fevereiro 2010 [Misso dos Cuidados de Saúde Primrios, 2010]). Na anlise de resultados foi utilizada estatstica descritiva - percentagens e frequncias - das variveis e a anlise de contedo para os resultados das variveis medidas por questes de resposta aberta. Foram definidos como parmetros de caracterizao das USF e variveis deste estudo, as dimenses: qualidade, formao profissional, sistemas de informao e comunicao e aplicaes informticas, articulao com as unidades parceiras (manual de articulao), processo de contratualizao, condies tcnicas (recursos fsicos e humanos) e a satisfao. Tendo em considerao que a caracterizao das USF sofre influncia das suas condies territoriais, temporais e estruturais, a USF de cada participante foi identificada de acordo com a Administrao Regional de Saúde a que pertencem, o tipo de modelo em que opera e o nmero de anos de actividade.Para este estudo delineou-se uma estratgia de recolha de dados em que foi salvaguardado o anonimato dos dados recolhidos. Neste estudo no existiu qualquer conflito de interesses. Resultados e discusso: A taxa de resposta obtida foi de 59,1% (n=136). Observou-se que a distribuio dos coordenadores de USF respondentes, em relao aos parmetros Administrao Regional de Saúde de pertena da USF e tipo de modelo das USF, proporcional distribuio dos coordenadores no universo, dando suporte generalizao das concluses deste estudo para toda a populao em estudo. Conseguiu-se construir um quadro complexo correspondente caracterizao das USF em 2010, como reflexo actual do estado de implementao da Reforma de 2005 dos CSP em Portugal. Os parmetros referentes ao desenvolvimento organizacional das USF mostram que existe preocupao com a rea da qualidade da prestao dos cuidados, uma utilizao de instrumentos de gesto como manuais de articulao e de boas prticas, estudos de satisfao do cidado ou de satisfao no trabalho e um reconhecimento de que o processo de contratualizao de actividade para a USF actua como um estmulo para trabalhar com maior qualidade. Estes resultados indicam que o processo de mudana que decorre pode estar a corresponder a uma melhoria organizacional dos serviços de saúde. Quanto satisfao dos profissionais de saúde em relao Reforma de 2005 dos CSP em Portugal, pode-se afirmar que os resultados obtidos so positivos e concordantes com um processo de mudana mobilizador dos profissionais (59,8% referem estar satisfeitos ou muito satisfeitos). Estes valores positivos so reforados com os 83,3% de respostas de satisfao ou muita satisfao dos profissionais das USF em relao ao modo como decorre a actividade da USF, o que tem de ser considerado um sinal de que a componente organizacional das USF pode estar a conseguir garantir um adequado nvel de qualidade de funcionamento das unidades. Foram, no entanto, assinaladas vrias reas em que se poderiam registar melhorias para a optimizao da actividade das USF: maior autonomia funcional e financeira das USF, maior descentralizao de competncias das Administraes Regionais de Saúde para os Agrupamentos de Centros de Saúde, melhores sistemas de informao, entre outras. Pode-se assim concluir que a evoluo que se pretendia favorecer com a Reforma de 2005 dos CSP em Portugal est, de facto, a acontecer mas, ainda, com ritmos, condies e resultados desiguais.
Resumo:
RESUMO: Introduo: A integrao da saúde mental (SM) na ateno primria (AP) a principal garantia de acesso da populao s boas prticas em SM. Embora amplamente recomendada h dcadas, existem poucos modelos de integrao efetiva da SM na AP. Em 2008 o Ministrio da Saúde do Brasil criou o Ncleo de Apoio Saúde da Famlia (NASF), que passou a ser o responsvel pela integrao da SM na AP. O objetivo deste estudo conhecer, a partir da tica dos gerentes da AP, como se d a integrao da SM na AP, suas vises sobre o NASF e sugestes para melhorar este modelo de integrao. A partir dos resultados apresentaremos recomendaes para aperfeioar o modelo vigente de integrao da SM na AP. Mtodo: Pesquisa qualitativa, de carter exploratrio, com orientao analtica descritiva. Foram realizadas 10 entrevistas semi-estruturadas com gerentes da AP, na regio metropolitana de So Paulo. Trabalhou-se com o conceito de amostragem intencional, utilizando como critrio de escolha os casos extremos ou desviantes. Foi utilizado o mtodo da Anlise Estrutural ou Framework Analysis, uma modalidade de anlise de contedo. Resultados: Os entrevistados consideraram haver mais barreiras do que facilitadores integrao da SM na AP. As barreiras e facilitadores apresentados estavam relacionados ao contexto social, fatores organizacionais, e componentes pessoais das equipes de trabalhadores. Os gerentes mostram no ter clareza sobre como operacionalizar suas ideias sobre integrao da SM na AP e sobre o escopo das intervenes da SM na AP. Na viso dos gerentes a atuao do NASF ainda incapaz de promover o cuidado integrado. Concluses: A maior dificuldade no criar a poltica de integrao da SM na AP, mas viabilizar sua implementao. Recomenda-se aperfeioamento do processo de trabalho do NASF e investigaes sobre a natureza e exequibilidade do apoio matricial no contexto da AP.--------------ABSTRACT: Introduction: The integration of mental health (MH) in primary care (PC) is the main guarantee of access to good practices in MH. Although widely recommended for decades, there are few models of effective integration of MH in PC. In 2008 the Brazilian Ministry of Health created the Core of Support for the Family Health Strategy (NASF), to be the responsible for the integration of MH in PC. This study aims understanding the PC managers perspective about the integration of MH in PC, their visions about the NASF and their suggestions to improve this model of integrated care. Based on results we will present recommendations to improve NASFs model of integration MH in PC. Method: Qualitative research, exploratory and analytical descriptive study. We conducted 10 semi-structured interviews with PC managers, in the metropolitan region of Sao Paulo. We worked with the concept of intentional sampling, using as a criterion for choosing the extreme or deviant cases. We used the Framework Analysis methodological approach, a method of contente analysis. Results: The interviewees considered that there are more barriers than facilitators for the integration of MH in PC. The barriers and facilitators presented were related to the social context,organizational factors, and personal component of the PC staff. Managers shows not have clarity about how implement their ideas about integration of MH in PC and about the scope of the interventions of MH in PC. The NASF is still unable to promote the integrated care in managers perception. Conclusions: The biggest difficulty is not to create a policy of integration of MH in PC, but its implementation. It is recommended to improve the NASF work process and to research about the nature and feasibility of matrix support in the context of PC.
Resumo:
RESUMO: A populao prisional constituda por indivduos geralmente sujeitos a alguma forma de excluso social e que apresentam problemas de saúde fsica e mental mais frequentes do que na populao em geral. A prevalncia mais elevada de perturbaes mentais e de suicdio nos reclusos, em relao populao civil, consensual e est demonstrada em numerosos estudos internacionais. O abuso/dependncia de substncias, a depresso, as psicoses e a perturbao anti-social de personalidade so as perturbaes mais comuns na populao prisional. As perturbaes mentais so importantes factores de risco de suicdio, de vitimizao, de reincidncia e de reentrada no sistema prisional. Assim sendo, o grupo de reclusos com perturbao mental constitui um grupo de risco relevante. A avaliao de necessidades de cuidados foi iniciada no Reino Unido como um mtodo para o planeamento, medio dos resultados e financiamento dos cuidados de saúde. Para esta avaliao foram desenvolvidos instrumentos que avaliam as necessidades em diversos domnios (clnicos e sociais) para aplicao aos utentes, cuidadores e profissionais. At aos anos noventa, a avaliao de necessidades no contexto prisional incidia especialmente nas necessidades de segurana dos serviços, segundo a perspectiva dos profissionais. Contudo, a partir do relatrio Reed (1992), sobre a situao dos reclusos com perturbao mental, verificou-se uma abordagem mais abrangente, que inclua a avaliao das necessidades de cuidados dos reclusos. Embora as necessidades dos reclusos com perturbao mental paream ser similares s dos doentes psiquitricos em geral, existem diferenas em determinados domnios como a comorbilidade do eixo II, o abuso de substncias e o risco de violncia. Por este motivo, as necessidades de cuidados de saúde mental dos reclusos so elevadas e frequentemente no se encontram satisfeitas. De forma a incluir estas especificidades foi desenvolvida a verso forense do Camberwell Assessment of Need (CAN), designada por CAN - Forensic Version (CANFOR). Actualmente existe um consenso generalizado entre as instituies internacionais do dever de proporcionar aos reclusos cuidados de saúde, de preveno e de tratamento, equivalentes aos cuidados disponveis para a populao civil - o princpio da equivalncia de cuidados. A presente investigao pretendeu caracterizar e avaliar as necessidades de cuidados dos reclusos acompanhados nos serviços de psiquiatria prisionais na rea da Grande Lisboa (internamento no Servio de Psiquiatria do Hospital Prisional de S. Joo de Deus (HPSJD) e consultas nos Estabelecimentos Prisionais (EP) de Caxias e de Tires). De modo a estabelecer uma comparao com sujeitos civis foi seleccionada uma amostra de convenincia de pacientes acompanhados num departamento de psiquiatria da mesma regio, segundo um emparelhamento por sexo, escalo etrio, e por diagnstico, num perodo de 3 meses. Realizou-se um estudo de tipo observacional, transversal e comparativo. Aplicaram-se os seguintes instrumentos de avaliao: questionrio especfico, Brief Psychiatric Rating Scale 4.0, Mini International Neuropsychiatric Interview 5.0.0, Global Assessment Functioning, CAN-R e CANFOR-R. No perodo do estudo (12 meses) foram assistidos 149 reclusos, dos quais, 35 (23,5%) no cumpriram os critrios de incluso. A amostra final de reclusos (PRs) (n=114) foi constituda por 79 homens (69,3%) e 35 mulheres (30,7%), dos quais 77 eram condenados (67,5%) e 37 (32,5%) encontravam-se detidos preventivamente. A amostra final de participantes civis (PCs) foi constituda por 121 indivduos, dos quais 76 eram homens (62,8%) e 45 eram mulheres (37,2%).A amostra final de participantes civis (PCs) foi constituda por 121 indivduos, dos quais 76 eram homens (62,8%) e 45 eram mulheres (37,2%). Relativamente aos PRs, o diagnstico mais frequente foi a Perturbao Anti-social da Personalidade (57,9%), seguida pela Depresso Major (56,1%). A maioria (53,5%) apresentava trs ou mais categorias diagnsticas. Aproximadamente um tero dos PRs (30%) pontuou o nvel elevado de risco de suicdio. A probabilidade deste risco aumentava, significativamente, nos portadores de Depresso Major, de um maior nvel de psicopatologia e de uma condenao actual. Perto de metade dos PRs (47,4%) possua duas ou mais condenaes prvias e mais de metade estavam envolvidos em crimes contra pessoas (53,5%). A probabilidade de condenaes mltiplas foi significativamente superior nos portadores de Perturbao Antisocial da Personalidade e nos reclusos com maior nmero de necessidades totais. Entre os PRs dos dois sexos, as principais diferenas significativas residiram na maior frequncia de consumo de substncias e no maior nmero de necessidades de cuidados nosatisfeitas nos homens versus mulheres. A comparao entre os PRs, antes da deteno, e os PCs mostrou que os primeiros possuam menor escolaridade, menos medicao psiquitrica, mas mais emprego e mais consumos de substncias ilcitas. A Perturbao Anti-social da Personalidade (OR=26,4; IC95%: 10,7-64,9), a Perturbao Ps-stress Traumtico (OR=15,0; IC95%: 3,5-65,4), a Dependncia/Abuso de Substncias (OR=8,5; IC95%: 4,2-17,6) a Depresso Major (OR=2,6; IC95%: 1,5-4,4) e o Risco de Suicdio Elevado (OR=2,6; IC95%: 1,4-5,0) foram significativamente mais frequentes nos PRs versus PCs. Relativamente avaliao de necessidades de cuidados, os PRs mostraram maior nmero de necessidades no-satisfeitas e maior necessidade de ajuda profissional, em relao aos PCs. Embora diversas necessidades no-satisfeitas possam resultar da condio de recluso, outras, em domnios da saúde fsica, da segurana do prprio e dos consumos txicos, podero indicar que os PRs recebem um nvel de cuidados inferior ao necessrio, em comparao com os PCs. Os PRs apresentaram patologia mental, predominantemente no-psictica e elevado risco de suicdio/auto-agresso, associado a depresso, necessidades de cuidados e uma pena de priso. Possuam, numa frequncia elevada, caractersticas, consistentemente, associadas reincidncia criminal (personalidade anti-social, consumos txicos, condenaes anteriores), pelo que se justifica um especial acompanhamento deste grupo, no perodo pr e ps-libertao. A comparao de necessidades de cuidados no contexto civil e prisional indica um maior nvel de necessidades e um menor nvel de cuidados recebidos pelos PRs, em relao aos PCs. O princpio da equivalncia de cuidados poder estar comprometido nos indivduos reclusos com perturbao mental. A utilizao do CANFOR foi fcil e poder contribuir para um melhor planeamento, oferta e avaliao de resultados ao nvel individual. Os PRs e PCs revelaram caractersticas clnicas e de necessidades muito diferentes entre si, pelo que, os reclusos com perturbao mental devero ser assistidos em serviços de saúde mental preparados para abordar as suas especificidades.---------------ABSTRACT: The prison population is generally made up of individuals who are usually subject to some sort of social exclusion and who show physical and mental problems more frequently than the general population. Various international studies have found higher rates of mental disturbances and suicide within the prison population. The most common mental disturbances found are substance abuse or dependency, depression, psychosis, and anti-social personality disturbance. Such mental disturbances are important factors in suicide, victimization, delinquency recurrence, and the risk of reentry into prison. As a result, prison inmates with mental disturbances are a relevant at risk group. Assessment of needs of care first started in the United Kingdom as a method of care planning, results measuring and finance health care. The method involved the development of certain measuring instruments to be used by patients, caregivers and professionals in order to evaluate needs in various domains (clinical and social). Until the nineties, the assessment of needs of care in a prison context focused mainly on the services security needs. However, after the Reed (1992) report on mentally disturbed inmates, a much wider approach was considered, which included evaluation of the inmates needs of care. However similar mentally disturbed prison inmates needs may appear to those of other psychiatric patients, there are some differences in particular domains, namely, co-morbidity of Axis II, substance abuse and the risk of violence. For this reason, inmates mental health care needs are high and very often not met. In order to include these specificities, a forensic version of the Camberwell assessment of need (CAN,) designated CAN Forensic version (CANFOR) was developed. There is now generalized consensus among international institutions of the duty under the equivalent health care principle to provide inmates with preventative health care and treatment, that are equivalent to the care available to the civil population. This investigation aims to characterize and assess the health care provision of prison inmates admitted to Lisbons Psychiatric Prison ward - the Psychiatric Ward of So Joo de Deus Hospital (HPSJD) - and inmates in the Caxias and Tires Prison Establishments (EP) undertaking outpatient treatment. In order to establish a comparison between prison and civilian patients, a convenience sample was selected from civilian patients being treated in a psychiatric ward in the same geographical area. This sample was paired by gender, age group and diagnosis during a three month period. The study was observational, transversal and comparative. The following measuring instruments were used: a purpose-built questionnaire, Brief Psychiatric Rating Scale 4.0, Mini International Neuropsychiatric Interview 5.0.0, Global Assessment Functioning Scale, CAN-R and CANFOR-R. During the research period (12 months), 149 inmates received care, of whom 35 (23.5%) did not comply with the prerequisite criteria of this study. The final sample of inmates (PRs) (n=114) comprised 79 men (69.3%) and 35 (30.7%) women, of whom 77 (67.5%) were convicted prisoners and 37 (32.5%) were in preventive custody. The final sample for Civilian Participants (PCs) was made up of 121 individuals, of whom 76 (62.8%) were men and 45 (37.2%) were women. The most common diagnosis among the PRs was Anti-Social Personality Disorder (57.9%), followed by Major Depression (56.1%). More than half of the subjects in the sample (53.5%) showed three or more diagnostic categories. Approximately one third (30%) of the PRs showed a high level of suicide risk. The probability of this risk was significantly higher among Major Depression patients, those showing a higher level of psychopathology and those with a current conviction. Almost half of the PRs (47.4%) had been given two or more prior convictions and more than half (53.5%) were involved in crimes against people. The probability of multiple convictions was significantly higher among inmates with Anti-Social Personality Disorder and in those with more total needs. With regard to gender, the main significant difference among the PRs was that men were found to have a higher frequency of substance use and a greater number of unsatisfied caring needs than women. Comparison between the PRs prior to detention and PCs revealed that the former held lower educational qualifications and received less psychiatric medication, but had higher levels of employment and showed greater consumption of illicit substances. In addition Anti-Social Personality Disorder (OR=26.4; IC 95%: 10.7-64.9), Post-Stress Traumatic Disturbance (OR=15.0; IC 95%: 3.5-65.4), Substance Dependency/Abuse (OR=8.5; IC 95%: 4.2-17.6), Major Depression (OR=2.6; IC 95%: 1.5-4.4), and High Suicide Risk (OR=2.6; IC 95%: 1.4-5.0) were significantly more frequent amongst PRs than PCs. The results for needs assessment revealed that the PRs showed higher levels of unmet needs and a greater need for professional help in comparison with the PCs. Although various unmet needs may result from the inmates condition, other needs - in particular those regarding physical health, personal security and toxic substance use - suggest that the care given to PRs may be inadequate in comparison with that given to PCs. This implies that the principle of equivalent health care for PRs with mental illnesses may not be upheld. Furthermore, the mental morbidity results of the PRs indicated that they suffer predominantly from non-psychotic and high suicide/self inflicted aggression risk associated with depression, caring needs and a prison sentence. They also often showed characteristics that are consistently associated with criminal recidivism (Anti-social Personality, use of toxic substances, prior convictions). This result justifies that there should be special follow-up for this group in the pre- and after release period. The use of CANFOR proved to be simple and the application delay was acceptable. No difficulties were encountered in the understanding of its categories by its users. As a result, itcould contribute towards better planning, supply and assessment of results at an individual level. Given that the PRs and PCs revealed different clinical and needs characteristics, it is recommended that inmates with mental disturbances should be assisted in mental health services that are adequately prepared to address their specificities.
Resumo:
RESUMO: INTRODUO: O rpido envelhecimento populacional, o aumento da prevalncia de transtornos neuropsiquitricos, o aumento das taxas de morbilidade clnica e incapacidade entre idosos de pases em desenvolvimento tm trazido preocupaes sobre a saúde mental e sobrecarga de cuidadores informais. Est bem estabelecida a elevada prevalncia de transtornos mentais comuns (TMC) associada adversidade socioeconmica, baixo nvel educacional, estresse e gnero. Idosos e cuidadores vivendo em comunidade compartilham fatores de risco para morbilidade fsica e psiquitrica. Adicionalmente, os cuidadores tem uma tripla carga, sendo simultaneamente familiares, trabalhadores leigos em saúde sem suporte dos serviços de saúde e assistncia social e um paciente com necessidades no atendidas. O cuidador informal o principal provedor de cuidado em todos os pases. OBJETIVOS: Acessar perfil sociodemogrfico, nveis de transtorno mental comum (TMC) e sobrecarga em cuidadores, caractersticas do cuidado e prevalncia de demncia e depresso no idosos, numa rea carente da regio oeste de So Paulo Brasil. MTODO: Esta pesquisa transversal deriva do So Paulo Ageing and Health Study (SPAH) que incluiu idosos com 65 anos ou mais e seus respectivos cuidadores. Os participantes foram identificados por arrolamento domiciliar e entrevistadas em suas casas com protocolo padronizado de pesquisa. O instrumento utilizado para acessar os transtornos mentais comuns, foi o Self Rating Questionnaire SRQ-20.A sobrecarga foi quantificada pelo Zarit Caregiver Burden Scale. Diagnsticos psicogeritricos foram mensurados atravs do SRQ-20 e critrios do CID-10 e do DSM-IV. 8 RESULTADOS: 588 cuidadores e respectivos idosos foram includos. Nos idosos, a prevalncia de demncia foi 15,9%, de depresso pelo CiD-10 9.9% e de TMC 39,25% Nos cuidadores, a prevalncia de TMC foi de 55,1% e 32,8% dos cuidadores apresentaram sobrecarga elevada. O perfil do cuidador foi filha,com idade em torno dos 49 anos, casada e com baixo nvel educacional.------------------ABSTRACT: BACKGROUND: With the fast population aging, growing prevalence of neuropsychiatric disorders, clinical morbidity and disability among the elderly particularly in low income countries (LAMIC), has brought concerns about informal caregiver Mental Health and Burden. It is well established the high prevalence of Common Mental Disorders (CMD) associated to socioeconomic adversity, low educational attainment, stress and gender. Community-dwelling elders and caregivers share risk factors for physical and psychiatric morbidity. In addition, caregivers have a triple strain, being simultaneously, family members, lay health workers with lack of support from health and social work services and a hidden patient with unmet needs. The world main source of caregiving relies on informal caregiver. AIMS: To assess 1) the sociodemographic profile, levels of CMD and burden among caregivers, and 2) the characteristics of care and prevalence of dementia and depression in elderly in a socioeconomic underprivileged area in western region of Sao Paulo Brazil. METHOD: The present investigation is a cross-sectional part of Sao Paulo Ageing and Health Study (SPAH) which included participants aged 65 or older and their respective caregivers. Participants were identified by household enrollment and interviewed in their homes using a standardized research protocol. The assessment of common mental disorders was performed with the Self Rating Questionnaire 20 (SRQ-20), used to establish psychiatric caseness. The assessment of burden was performed with Zarit Caregiver Burden Scale. Dementia and psychogeriatric diagnosis were reached through ICD-10, SRQ-20 and DSM-IV criteria. 10 RESULTS: 588 caregivers and respective elderly relatives were included. Prevalence of dementia was 15.9%, ICD-10 depression 9.9% and CMD 39.3% among the elderlys. Common mental disorder prevalence in caregivers was 55.1% and high burden was reached in 32.8% of the caregiver sample. Most of the caregivers were married and co-resident daughters with a mean age of 49 years (CI 95% - 48.7 to 51).