18 resultados para Sepulturas escavadas na rocha
Resumo:
A Bacia Lusitaniana é uma bacia sedimentar que se desenvolveu na Margem Ocidental Ibérica (MOI) durante parte do Mesozóico, e a sua dinâmica enquadra-se no contexto da fragmentação da Pangeia, mais especificamente da abertura do Atlântico Norte. Caracteriza-se como uma bacia distensiva, pertencente a uma margem continental do tipo atlântico de rift não vulcânica. Ocupa mais de 20 000 km2 na parte central da MOI, alongando-se por cerca de 200 km segundo direcção aproximada NNW-SSE e por mais de 100 km na direcção perpendicular; cerca de 2/3 aflora na área continental emersa e a restante área, encontra-se imersa, na plataforma continental. Trata-se da única bacia das margens do Atlântico Norte com extensa exposição superficial, pelo que tem atraído nas últimas décadas um número considerável de geólogos, especialistas de variados domínios, para a realização de trabalhos de investigação integrados em equipas nacionais e internacionais, muitos delas ligadas à indústria do petróleo. Ao longo das várias décadas de prospecção foram efectuadas cerca de 50 sondagens profundas e mais de 37 000 km de perfis sísmicos de reflexão 2D. A evolução tectónica da Bacia Lusitaniana foi condicionada por falhas que se formaram durante o episódio de gracturação tardi-varisca aproximadamente entre os 300 e os 280 M.a. Este episódio tardi-orogénico resulta de imposição de regime de cisalhamento direito à micro-placa ibérica nos seus paleolimites E-W setentrional e meridional, dos quais resultariam as falhas de desligamento esquerdo de direcção aproximada NNE-SSW a NE-SW. Outras falhas orogénicas variscas de orientação N-S (falha de Porto-Tomar) e NW-SE foram também importantes na estruturação da Bacia Lusitaniana, como adiante ficará patente. Esta é a herança tectónica da Bacia que levou, durante o estiramento crostal mesozóico, à formação do conjunto de bacias marginais na MOI. A evolução tectónica da Bacia Lusitaniana está condicionada pela distensão mesozóica relacionada com a abertura do Atlântico Norte, na proximidade do Atlântico Central, domínios oceânicos distintos separados pela Zona de Falha de Açores-Gibraltar (ZFAG). Esta constitui limite transformante entre placas, que numa fase inicial do ciclo alpino, ou seja da rotura da Pangea, separou dois grandes continentes, a Laurásia a Norte e a Gondwana a Sul. A Ibéria localiza-se, assim, durante o Mesozóico, numa posição de charneira, cuja actividade está também relacionada com a evolução dos limites de placa: i) a sul, entre África e a Eurásia, limite transcorrente ao longo da Zona de Falha de Açores Gibraltar e ii) a Oeste, entre a Ibéria e a Terra Nova limite divergente associado à evolução do Atlântico. Nas fases iniciais de desenvolvimento do proto-Atlântico norte, desde o Triásico, a Ibéria encontra-se solidária ao continente norte-americano, mas por estiramento litosférico progressivo, acabará por ocorrer rotura crostal e consequente oceanização no final do Cretácico Inf. Este conjunto de interações será assim responsável por uma evolução também complexa da Margem Ocidental da Ibéria, onde se encontra a Bacia Lusitaniana, bacia intracratónica, interna, separada de uma zona externa por um relevo estrutural, o horst da Berlenga. Desta forma, alguns processos complexos, uns exógenos, outros de clara influência endógena, vão ficando registados na Bacia. Referimo-nos a episódios de inversão tectónica precoce, a um magmatismo muito ténue - para todos os efeitos podendo-se considerar como uma margem continental de rift, não vulcânica - e a diapirismo que se encontra registado na sua área geográfica.
Resumo:
The facies distribution along the Jurassic stages in an already well established stratigraphic frame is defined for the three portuguese basins: North of Tagus, Santiago de Cacém and Algarve. The deposits are organized in two sedimentary cycles. The first one from the Liassic to Calovian shows, in the Tagus Basin, a transgression from NW which did not surpass the Meseta present limits. The iniatilly brackish deposits only changed to marine by the end of Lotharingian. The sedimentation, mainly marly during the Liassic became more calcareous since the Aalenian. During the Dogger the basin differentiated into platform deposits towards East and South and open sea zone towards West. This zone underwent a progressive reduction and, during the Callovian, two small basins were individualized: Cabo Mondego basin in the North and Serra de El-Rei-Montejunto in the South. It is from the latter that the second sedimentary cycle (Middle Oxfordian-Portlandian) developed with open sea deposits along the Sintra–Torres Vedras axis surrounded by platform and litoral brackish formations. During the first sedimentary cycle only litoral platform deposits are known in Santiago de Cacém and Algarve basins. During the second sedimentary cycle temporary sea open deposits are known in Santiago de Cacém and Central Algarve.
Formações jurássicas da região de Albufeira: estratigrafia, consequências cartográficas e tectónicas
Resumo:
The geological survey of Albufeira map area envolved the execution of several logs on Jurassic formations. The study of amonoid forms allowed the interpretation and the establishement of correlations on the Upper Jurassic series and the definition of the regional stratigraphic sequence. Based on this fauna, recalled for the first time in this region, the marly and marly-limestone units of the lower part of the series are placed in the interval from middle Oxfordian {plicatilis? - Transversarium zone) to Kimmeridgian (Hypselocyclum zone). Albufeira village is in part built on these formations. The overlaying dolomitic limestones with heterochronous limits at basin level are dated Kimmeridgian. The Jurassic series finishes with compact sub-lithographic limestone beds containing fossils of corals, gastropods and echinoid radioles of Kimmeridgian-Portlandian age. The geological map is presented and the regional structure is discussed.