21 resultados para 570104 Lingüística informatizada
Resumo:
Conhecer e saber remetem, pelo seu semantismo, para actividades .que exprimem funções cognitivas. São aliás classificados como verbos de actividade mental (Mateus et alii, 1998: 270-272). Não seria, porém, necessário recorrer ao seu semantismo específico para, enquanto formas lingüísticas, se constituírem, desde logo, como representações lingüísticas, marcadoras, portanto, de determinadas operações de natureza cognitiva, operações essas de que resultam, naturalmente, os enunciados. Partimos, pois, de uma concepção de linguagem como actividade simbólica de representação - de base cognitiva, portanto -, actividade que implica um sistema de operações concatenadas que se fazem marcar por formas gramaticais. Segundo esta concepção de linguagem, definida no interior da Teoria Formal Enunciativa proposta por Antoine Culioli, a enunciação enquadra-se no contexto global da construção da significação. Ora, a significação não é considerada em si mesma como um dado, mas, antes pelo contrário, concebida como o resultado ou finalidade última da actividade lingüística levada a cabo por um sujeito.
Resumo:
Nas ciências da hnguagem assiste-se desde há alguns anos já a uma importante diversificação de interesses e de perspectivas. As preocupações de Chomsky na procura de mecanismos inatos de produção da linguagem desembocaram em campos muito próximos das ciências cognitivas (ligadas à inteligência artificial). Actualmente o próprio cognitivismo se confronta com correntes de tipo conexionista (que substituem os símbolos isolados por redes e estruturas dinâmicas). A dimensão cognitiva e comunicacional da linguagem é abordada por disciplinas tão diferentes como a Lógica, Lingüística, Semiótica, Pragmática, Filosofia Analítica, Estética, Ética, Retórica. Limitar-me-ei aqui a uma só, a semiótica (dinâmica) em pontos que tangem a questão da percepção e do continuísmo, sabida que é a ligação que J. Petitot em particular mantém com o conexionismo e o seu "fisicismo": o objecto não é uma entidade discreta e dotada de uma identidade própria, mas uma singularidade sobre um espaço contínuo, podendo variar indefinidamente os modos como o apreendemos.
Resumo:
O tema destes Encontros Literdisciplinares da FCSH-UNL - A Ciência na Universidade - sugere que seja feito o enquadramento, embora muito resumidamente, da investigação que vou apresentar na unidade de investigação em que vem sendo desenvolvida - o Centro de Lingüística da Universidade Nova de Lisboa - CLUNL. A entrada da Lingüística na Universidade Nova tem uma história quase tão longa como a própria instituição, e o actual Centro de Lingüística resulta da restruturação recente do Centro de Estudos Comparados de Línguas e Literaturas Modemas, criado por decisão do Senado da Universidade com o apoio da então Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica - JNICT, pouco tempo apôs a criação, em 1977, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. No seu início, pretendia-se que o Centro reunisse a investigação literária e lingüística dos docentes do Departamento de Línguas e Literaturas Modemas existente na altura, o qual reunia as línguas românicas e germânicas, as literaturas e a lingüística. Porém, do mesmo modo que o Departamento se dividiu em cinco, do Centro foram saindo vários grupos ao longo dos anos, até que, há apenas um ano, se concretizou a separação do gmpo de Lingüística do gmpo que restava das Literaturas, dando origem ao Centro de Lingüística e a dois outros Centros de Literatura, um de Estudos Anglo-Portugueses e o outro de Estudos Portugueses.
Resumo:
Nos trabalhos em lingüística encontram-se recorrentemente análises que incidem sobre formas verbais que, conjuntamente com o Sintagma Nominal e ou com o Sintagma Preposicional, constituem entidades que se caracterizam por mostrarem algumas formas de solidariedade, nomeadamente ao nível da variação das marcas gramaticais que as constituem. Um caso paradigmático destas ocorrências é o das expressões fixas (ou frases feitas) em que é constmída uma unidade complexa sob o ponto de vista da sua estrutura e do sentido, constituindo, até, uma unidade lexical (isto é, constitui uma entrada de dicionário). São exemplos destes casos expressões como dar fé, tomar conhecimento, fazer de conta.... Ao tomarmos como referência nesta comunicação o par ter paz /fazer guerra pretendemos encontrar resposta às seguintes questões: a) existe uma estrutura subjacente a estas seqüências que permita entendê-las como predicados complexos? b) a estabilidade dessas formas, hoje comummente aceite como predicados complexos, encontra eco em textos de português medieval? c) a variação possível na relação que as diferentes formas gramaticais estabelecem na construção destas predicações (variação de tempo/aspecto no verbo e variação de determinação no nome, por exemplo) alteram a predicação, desfazendo o predicado complexo e passando o verbo a ser um verbo pleno (isto é: fazer guerra terá ou não o mesmo valor (\ue fazer uma guerra, fazer a guerra, fazer guerras)!
Resumo:
A expressão "guerra na Internet" coloca à partida um problema conceptual, que se prende com as várias dimensões com que podemos tomar esta expressão e o próprio conceito de Intemet. Como fenômeno situado no cruzamento das esferas técnica e social, a Internet é susceptível de múltiplas definições. Do ponto de vista tecnológico, podemos entendê-la como rede global que permite a todos os computadores a ela ligados, mesmo que dotados de sistemas operativos diferentes, comunicar e partilhar informações. Mas a Intemet é também, cada vez mais, um espaço social, com imediatas implicações políticas (na perspectiva interaccionista do político), um espaço de trocas econômicas, um espaço de transmissão e transformação culturais, um espaço psicológico e lingüístico. É também, em cada uma destas dimensões, um espaço dotado de lógica própria, muitas vezes inovadora - se bem que interdependente das estruturas da realidade social em que se insere - e caracterizado por uma dinâmica fundada na interacção entre pessoas e colectivos, de um lado, e os dispositivos tecnológicos usados na comunicação, do outro. É assim que a sociologia ou a economia desenvolvem definições de Intemet distintas, relativas aos respectivos centros de interesse e dispositivos teóricos e conceptuais, distinção extensível a áreas do conhecimento como a história, a lingüística, a psicologia, a antropologia ou o direito. E é assim que o tema "guerra na Intemet" é susceptível de abordagem a partir de todas essas áreas.
Resumo:
Como se terá já depreendido do título da nossa comunicação, o tema destes encontros foi por nós tomado literalmente, no sentido em que se centra na esfrutura morfológica da(s) palavra(s), ou seja, toma a forma lingüística como pretexto para uma apresentação que incidirá sobre aspectos relativos ao processo derivacional de sufixação. De um modo geral, tem sido desigual o espaço reservado à morfologia derivacional nos estudos de lingüística teórica, e foi sobretudo a partir de Chomsky (1970), com a chamada Hipótese Lexicalista, que se assistiu a um renovar do interesse pelo estudo da formação de palavras (Aronoff 1976, Scalise [1983] 1986^, etc, para mencionar apenas alguns dos nomes mais conhecidos na área), de algum modo contrariando a idéia de que os processos derivacionais teriam um caracter menos sistemático que os processos relativos à flexão e por isso se prestariam menos à formulação de generalizações que permitiriam o desejado enquadramento em hipóteses teóricas explicativas.